Teses e Dissertações
Palavra-chave: modelagem matemática
Competências dos alunos em atividades de Modelagem matemática
Ana Paula Zanim Lorin, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 03/03/2015
Esta pesquisa teve como objetivo investigar “Quais competências são requeridas ou são
desenvolvidas pelos alunos com o desenvolvimento de atividades de modelagem
matemática?” Nossa investigação está pautada em pressupostos teóricos da Modelagem
Matemática na perspectiva da Educação Matemática. Com o intuito de buscar evidências de
competências requeridas e/ou desenvolvidas no desenvolvimento de atividades de modelagem
desenvolvemos com alunos do 4º semestre do curso de Licenciatura em Matemática na
disciplina de Modelagem Matemática na Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
Cornélio Procópio atividades de modelagem. As atividades foram desenvolvidas seguindo os
momentos de familiarização dos alunos com atividades de Modelagem Matemática propostos
por Almeida, Silva e Vertuan (2012). A análise dos dados coletados é inspirada na proposta
metodológica da Teoria Fundamentada baseada, principalmente, nas indicações de Kathy
Charmaz (2006, 2009). A análise dos dados permitiu reflexões do como os alunos lidam com
as atividades de modelagem, o que foi requerido ou desenvolvido por eles durante a
realização das atividades. Assim identificamos no desenvolvimento das atividades realizadas
pelos alunos as seguintes competências: Competência para identificar um problema em uma
situação, Competência para definir um problema matemático, Competência para realizar a
dedução do modelo matemático, Competência para estabelecer e interpretar relações entre
Matemática e situações reais, Competência de identificação dos procedimentos necessários
no desenvolvimento das atividades e Competência de identificação de possíveis
potencialidades da modelagem. Reconhecemos que refletir sobre o que os alunos “fazem”
quando desenvolvem atividades de modelagem pode auxiliar o professor no monitoramento
de suas atitudes no decorrer das atividades de modo a contribuir para a aprendizagem dos
alunos.
Modelagem Matemática, Aprendizagem Significativa e Tecnologias: Articulações em diferentes contextos educacionais
Adriana Helena Borssoi, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 29/11/2013
Investigar como ambientes de ensino e de aprendizagem que consideram atividades de
modelagem matemática, dispõem de recursos tecnológicos e são organizados segundo
os princípios de uma Unidade de Ensino Potencialmente Significativa-UEPS viabilizam
a aprendizagem significativa dos estudantes é o propósito da pesquisa que conduzimos
em três Contextos educacionais. Seguindo as orientações da Teoria Fundamentada em
Dados, os diferentes Contextos trouxeram dados que foram sistematicamente analisados
visando à compreensão de questões mais específicas. A primeira busca identificar
indicativos de diferenciação progressiva e de reconciliação integradora, princípios
definidos na Teoria da Aprendizagem Significativa, quando os alunos se envolvem em
atividades de modelagem matemática mediadas pela tecnologia. A segunda questão visa
entender de que forma as atividades de modelagem matemática, integradas às referidas
unidades de ensino, potencializam a aprendizagem significativa dos estudantes. A
terceira questão diz respeito à forma como os estudantes se apropriam das tecnologias
durante as atividades de modelagem matemática. As análises específicas de cada
Contexto da pesquisa apontam para quatro categorias teóricas: pensando juntos;
relações com as tecnologias e seu uso; link entre modelagem e atuação profissional,
conteúdo em foco. Essas categorias representam a codificação dos dados de acordo com
os objetivos da pesquisa e, nesse sentido, indicam relações que permeiam o
entendimento da questão de pesquisa. A análise global discute as categorias teóricas
fundamentada nos dados e nos referenciais teóricos e viabiliza entendimentos para
articulações entre modelagem matemática, aprendizagem significativa e tecnologias em
diferentes contextos educacionais. Das relações entre as categorias teóricas, a influência
da intencionalidade do aluno como um atributo integrador é determinante para a
aprendizagem significativa, quando os alunos estão envolvidos em UEPS.
As funções dos signos em atividades de Modelagem Matemática
Michele Regiane Dias Veronez, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 02/12/2013
Ao considerar que em atividades de modelagem os alunos utilizam e/ou produzem signos,
durante suas ações cognitivas, atrelados à situação, ao problema, aos objetos matemáticos e à
resposta reconhecida como uma solução para o problema, buscamos, nesta investigação, refletir
acerca desses signos. Para isso assumimos signo na perspectiva de Charles Sanders Peirce e
pautamo-nos nas ideias de Heinz Steinbring, de que o signo tem duas funções, uma semiótica –
representa algo – e uma epistemológica – o signo revela conhecimento sobre o que ele
representa –, a fim de investigar como o desenvolvimento de atividades de modelagem
matemática se relaciona com as funções dos signos. Para tanto, identificamos os signos
utilizados e/ou produzidos por alunos de um curso de Licenciatura em Matemática envolvidos
com atividades de modelagem, bem como os papéis desses signos nos encaminhamentos dados
pelos alunos no desenvolvimento de suas atividades. A opção metodológica baseia-se nas
considerações da pesquisa qualitativa e a análise dos dados segue orientações da Análise de
Conteúdo, proposta por Laurence Bardin. Da relação entre os papéis dos signos e os
encaminhamentos dos alunos construímos triângulos epistemológicos que nos possibilitaram
reconhecer que os signos utilizados e/ou produzidos pelos alunos na busca por uma solução para
o problema em estudo na atividade de modelagem matemática se complementam. Essa
complementaridade dos signos, associada às suas funções semiótica e epistemológica, confere
ao triângulo epistemológico um caráter dinâmico. Nesse sentido, o que é considerado signo em
um momento da atividade, se configura, em outro momento, em contexto de referência, que por
sua vez, leva os alunos à produção de outros signos, que em momento posterior assumem
conotação de contexto de referência e assim por diante, sempre suscitando diferentes conceitos.
A análise revela também que esta dinamicidade e complementaridade dos signos influenciam o
encaminhamento que os alunos dão ao desenvolvimento das atividades de modelagem
matemática, de modo que tais signos representam algo que se pretende comunicar e indicam
mobilização e/ou produção de conhecimentos dos alunos acerca do que o signo representa.
Práticas de Monitoramento Cognitivo em Atividades de Modelagem Matemática
Rodolfo Eduardo Vertuan, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 02/04/2013
Nessa pesquisa, buscamos investigar o que evidenciam ou revelam as
atividades de Modelagem Matemática em relação ao monitoramento cognitivo
dos estudantes. Em outros termos, intentamos investigar como os alunos
monitoram as próprias ações cognitivas quando desenvolvem atividades de
Modelagem e quais as influências deste monitoramento no desenvolvimento da
própria atividade de Modelagem. A coleta de dados foi realizada em uma
universidade federal a partir de um curso intitulado “Investigações de assuntos
do cotidiano por meio da Matemática”. Participaram do curso alunos do Ensino
Médio e alunos do curso de Licenciatura em Matemática. Nessa pesquisa,
tomamos o monitoramento cognitivo segundo a vertente processual da
metacognição e nesse sentido é que os aspectos da metacognição segundo
Flavell e Wellman (1977) e as dimensões do monitoramento de Tovar-Gàlvez
(2008) foram considerados. Dentre os resultados, inferimos que as práticas de
monitoramento cognitivo são aprendidas pelos sujeitos em seu entorno social e
cultural, que tais práticas fortalecem a consideração da unicidade da atividade
de Modelagem Matemática e que o trabalho em grupo, característico das
atividades de Modelagem Matemática, instaura práticas de monitoramento que embora sejam inicialmente individuais, tornam-se coletivas quando adquirem configurações do grupo e exercem influência no desenvolvimento da atividade
e nas aprendizagens dos sujeitos. Trata-se do que denominamos
“metacognição social”
Uma interpretação semiótica de atividades de Modelagem Matemática: implicações para a atribuição de significado
Karina Alessandra Pessôa da Silva, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 19/03/2013
Esta pesquisa teve como objetivo investigar “Como emergem os signos interpretantes nas
diferentes fases do desenvolvimento de uma atividade de Modelagem Matemática?”. Para
tanto, nos pautamos em pressupostos teóricos da Modelagem Matemática na perspectiva da
Educação Matemática e da Semiótica Peirceana no que se refere à atribuição de significado
para o objeto em estudo. Por meio da tríade peirceana signo-objeto-interpretante fazemos uma
interpretação semiótica de atividades de modelagem com vistas a identificar atribuição de
significado para o objeto. Neste sentido, propomos uma articulação entre a tríade peirceana e
ações que o aluno pode ter frente a atividades de modelagem e destacamos as tríades
símbolo/significado para o objeto/interpretante e Perceber/Agir/Significar. Com este intuito
desenvolvemos atividades de Modelagem Matemática com alunos do 4.º ano do curso de
Licenciatura em Matemática da UEL durante a disciplina de Modelagem na perspectiva da
Educação Matemática. As atividades foram desenvolvidas seguindo os momentos de
familiarização dos alunos com atividades de Modelagem Matemática propostos por Almeida
& Dias (2004). Neste sentido, a pesquisa consiste na observação, descrição e análise dos
signos produzidos pelos alunos em atividades de modelagem. A opção metodológica baseia-
se nas considerações da pesquisa qualitativa. A análise dos dados é inspirada na proposta
metodológica da Teoria Fundamentada baseada, principalmente, nas indicações de Kathy
Charmaz (2006, 2009). A análise revela que os signos interpretantes emergem com o
envolvimento do aluno (intérprete) durante o desenvolvimento de uma atividade de
modelagem e se modificam com a familiarização com atividades desta natureza. Como a
atribuição de significado está atrelada aos interpretantes produzidos pelo intérprete, inferimos
que o significado para o problema e o objeto matemático se intensifica com a familiarização
com atividades de modelagem
Matematização e modelagem matemática: possíveis aproximações
HELOISA CRISTINA DA SILVA, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 12/03/2013
A pesquisa busca aproximações entre a matematização como caracterizada nos
esquemas de modelagem matemática e a matematização como reconhecida na
Educação Matemática Realística. No âmbito da modelagem matemática,
matematização diz respeito a uma transição ou a uma ação cognitiva que se faz
entre diferentes etapas do que se reconhece na literatura como um esquema ou
um ciclo de modelagem. Já na Educação Matemática Realística, a matematização
é um processo e apresenta-se, em geral, uma classificação que a associa uma
matematização horizontal e uma matematização vertical. Com o objetivo de
identificar e caracterizar elementos da matematização, realizada pelos alunos
durante o desenvolvimento de atividades de modelagem matemática, é
desenvolvido um curso de modelagem com alunos de uma universidade pública.
Os dados coletados, obtidos por entrevista, questionários, registros escritos dos
alunos, gravações em áudio e em vídeo, do desenvolvimento das atividades de
modelagem são analisados com base no referencial teórico. Realiza-se análises
que, considerando as caracterizações apresentadas na literatura, evidenciam
aproximações entre a matematização nessas duas sub-áreas da Educação
Matemática. Já a análise dos dados coletados com as atividades de modelagem
desenvolvidas pelos alunos evidencia que os mesmos realizaram matematização
horizontal e matematização vertical, especialmente nas ações de compreensão da
situação, estruturação da situação, matematização e síntese.
Modelos clássico e fuzzy na educação matemática: um olhar sobre o uso da linguagem
Renato Francisco Merli, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 14/12/2012
Neste trabalho fazemos uma investigação sobre o uso da linguagem em modelos
clássicos e em modelos fuzzy, pautados em procedimentos de caráter interpretativo
considerando aspectos de uma pesquisa qualitativa. O estudo está fundamentado
nos pressupostos teóricos da Modelagem Matemática, da Matemática Fuzzy e em
trabalhos sobre Filosofia da Linguagem de Ludwig Wittgenstein. Com o intuito de
procurar relações entre as diferentes linguagens (clássica e fuzzy) utilizadas na
construção de um modelo matemático, procuramos identificar algumas
aproximações entre os modelos, investigar o papel da linguagem no
desenvolvimento dos mesmos. Desenvolvemos seis atividades de modelagem
diferentes, modeladas pelo autor ou constando em bibliografia já existente, com a
finalidade de buscar aproximações nos diferentes modelos produzidos. Identificamos
diferentes ‘jogos de linguagem’, além de encontrarmos ‘semelhanças de família’
entre esses modelos, o que nos permite inferir que a matemática fuzzy pode
representar diferentes modos de ver de uma situação-problema.
Os usos da linguagem em atividades de Modelagem Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental
Emerson Tortola, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 03/12/2012
O desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática tem se configurado como uma
alternativa pedagógica que pode potencializar o processo de ensino e aprendizagem de
Matemática, uma vez que favorece a interação entre linguagem matemática e diferentes
linguagens utilizadas nas práticas cotidianas, contribuindo para que os estudantes se tornem
cidadãos críticos, capazes de participar ativamente nas tomadas de decisões em prol da
sociedade. Com essas características, a Modelagem Matemática vem conquistando espaço no
âmbito da Educação Matemática, atingindo cada vez mais a sala de aula, porém, ainda são
poucos os estudos que contemplam tal alternativa nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Nesse sentido, propomos o desenvolvimento de uma série de atividades de Modelagem
Matemática, segundo os três momentos sugeridos por Almeida e Dias (2004), a uma turma de
4º ano do Ensino Fundamental de uma Escola Pública e Municipal, localizada no Norte do
Estado do Paraná, com o intuito de investigar os usos da linguagem em atividades de
Modelagem Matemática. Para isso nos baseamos em três referenciais teóricos: a Modelagem
Matemática no âmbito da Educação Matemática; a Linguagem, sob uma perspectiva
wittgensteiniana; e os Registros de Representações Semióticas de Raymond Duval. Os
resultados apontam para a emergência de diversos jogos de linguagens, dos quais, segundo a
forma de vida envolvida, resulta a produção de diferentes representações semióticas, que se
diferem dos demais níveis de escolaridade pela linguagem utilizada, mas mantendo
semelhanças de família entre eles. Os diferentes modelos matemáticos, produzidos pelos
estudantes, têm características específicas neste nível de escolaridade em decorrência dos usos
que eles fazem da linguagem, os quais orientam o desenvolvimento das atividades de
Modelagem Matemática.
Interações discursivas e aprendizagem em Modelagem Matemática
Elaine Cristina Ferruzzi, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 19/04/2011
Esta pesquisa teve por objetivo “Investigar as interações que emergem durante o
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática na sala de aula”,
procurando identificar características que podem nos oferecer subsídios para
compreender o papel destas interações na aprendizagem dos alunos. Observamos
na literatura da área que diversas pesquisas têm sido realizadas tratando do
desenvolvimento de atividades de Modelagem em sala de aula, apresentando
argumentos favoráveis à sua inserção. Por outro lado, outras tantas sinalizam o
papel fundamental das interações para a aprendizagem do indivíduo, apresentando
características de interações que favorecem a aprendizagem. Diante disto, em
nossa pesquisa nos preocupamos em investigar se estas características estavam
presentes nas interações oportunizadas pela Modelagem em sala de aula. Com este
intuito desenvolvemos com um grupo de alunos de uma Universidade Tecnológica
Federal atividades de Modelagem Matemática. Com os dados obtidos da
observação, filmagem e gravação em áudio do desenvolvimento destas atividades e,
com base no referencial teórico adotado nesta pesquisa, concluímos que as
atividades de Modelagem Matemática contribuem com a ocorrência de interações
que possuem características que favorecem a aprendizagem dos alunos. Estas
características estão alinhadas com as condições elencadas por Noreen Webb,
Anna Sfard, Mortimer e Scott (2002) e Alro e Skovsmose (2006). Respeitando-se as
limitações desta pesquisa concluímos que as interações oportunizadas pelo
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática contribuem
significativamente para a aprendizagem do aluno.
Modelagem matemática do crescimento populacional: um olhar à luz da socioepistemologia
Camila Fogaça de Oliveira, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 08/07/2011
Esta pesquisa teve o objetivo de investigar a modelagem matemática do
crescimento populacional e as práticas sociais e matemáticas associadas a
esta modelagem. Para este propósito, uma perspectiva teórica chamada de
Socioepistemologia foi adotada, investigando as componentes didática,
epistemológica e social. Em termos gerais, no que se refere a componente
epistemológica, consideramos que as matemáticas se constituíram em
diferentes práticas sociais, as quais propiciaram a construção de
conhecimentos. No que se refere a componente didática, verificamos a
existência de diferentes práticas: algumas relacionadas aos autores dos livros
didáticos e outras relacionadas aos alunos quando envolvidos em atividades de
Modelagem Matemática. Concluímos que as práticas dos alunos, quer do ponto
de vista matemático, quer do ponto de vista social, mostram semelhanças entre
as práticas dos autores de crescimento populacional do final do século XVIII e
início do século XIX. Sendo assim, os significados se encontram no uso da
linguagem e não estão determinados previamente, conforme abordado por
Wittgenstein, mas encontram sua origem na atividade humana, por meio da
interação entre indivíduos.