Sentidos e significados de deficiência e sexualidade nas mídias sociais
Aline Priscila Eva Gomes, Martha Celia Ramírez-Gálvez
Data da defesa: 13/05/2020
As definições, percepções e visões sobre a deficiência são diversas ao longo da história. Uma das várias noções sobre deficiência classifica a mesma a partir de alguma "falta" ou como um desajuste dos padrões de normalidade, compreendendo a pessoa deficiente como aquela que vive uma vida anormal, ou sob outra forma de ajuste aos padrões socialmente aceitos. Nesse entendimento, no chamado modelo biomédico, a deficiência é entendida como um fenômeno do corpo, em que a pessoa portadora de algum problema é vista como vítima de uma tragédia social ou de um infortúnio. Uma outra noção, presente no modelo social da deficiência, surge em contraposição ao modelo anteriormente citado, no qual teórica/os sustentam que a deficiência seria uma experiência ou o modo particular de vida, que interfere na performance da/o deficiente perante a sociedade. Isto é, o modelo social da deficiência, compreende a deficiência como um estilo de vida imposto às pessoas com determinadas lesões no corpo marcado, principalmente, pela exclusão e opressão vivenciadas. A esfera sexual de portadoras/es de deficiência física ganha relevância nesse trabalho ao observar a negação, que correntemente é feita, do desejo e de uma vida sexual, em função de uma condição de dependência pressuposta pelo modelo biomédico que, de alguma forma, reprimiu e não reconheceu a dimensão da sexualidade entre elas. As discussões desse trabalho foram pautadas, principalmente, em abordagens teóricas no campo da antropologia, uma vez que o tema da deficiência vem ganhado gradativamente espaço na produção acadêmica das Ciências Sociais, mas também foram contempladas outras áreas do conhecimento, que focam a deficiência como assunto um relacional. Além da discussão bibliográfica, foram incluídos como material de análise blogs e a rede social instagram de três mulheres que abordam a deficiência física na perspectiva das pessoas portadoras da mesma. Esta pesquisa objetiva analisar como portadoras de deficiência física se apresentam nas mídias sociais, transcendendo a atrofia ou inexistência de um ou mais órgãos, considerando especialmente a dimensão sexual de suas vidas.
Ir e vir : pessoas e coisas, viração e circulação nas ruas de Londrina
Carlos Alexandre Guimarães, Martha Célia Ramírez-Gálvez
Data da defesa: 21/05/2020
Esta pesquisa é realizada com pessoas em situação de rua na cidade de Londrina/PR. Nela, busco compreender as práticas de socialidade da população que habita as ruas dessa cidade, analisando especialmente a relação dessas pessoas com as coisas, em seus aspectos materiais e simbólicos, que estão presentes em seu cotidiano. Para este estudo, realizei trabalho de campo em algumas ruas de Londrina e no abrigo Casa do Bom Samaritano, através de observações e entrevistas junto a algumas pessoas maiores de 18 anos, que estavam vivendo nas ruas durante o período da pesquisa.Observo que as coisas estão inseridas nas dinâmicas da “viração” e “circulação” que são as bases do processo de socialidade da população em situação de rua. Assim, as coisas circulam através de reciclagens, doações, compartilhamentos, trocas, vendas e descarte, tendo seus siginificados e valores transformados conforme o contexto em que estão presentes.Estas práticas geram interações sociaisjuntamente com os aspectos da corporalidade e territorialidade características do universo de quem habita as ruas. Tais interações ocorrem em duas instâncias quedenominei circuito interno – entre pessoas em situação de rua – e circuito externo – com pessoas que não estão em situação de rua, instituições e órgãos públicos de atendimento socioassistencial. Destaco que, ainda que sejam incontestáveis as situações de vulnerabilidade a que estão sujeitas as populações que habitam as ruas, essas formas de interações sociais, bem como o manejo inventivo das coisas, demonstram que elas não vivem isoladas, como em um universo à parte. Pois, em seus próprios modos de viver ou se virar nas ruas, essas pessoas constroem outras formas de relações sociais.
Sociologia da experiência das jornadas de humanidades em uma escola pública de Londrina-PR
Franciele Sussai Luz Cavassani, Angela Maria de Sousa Lima
Data da defesa: 06/03/2020
Essa pesquisa analisa as experiências sociais de diversos agentes envolvidos na organização e participação das Jornadas de Humanidades, realizadas no Centro Estadual de Educação Profissional Professora Maria do Rosário Castaldi, em Londrina/PR, desde 2007. Se intencionou conhecer os percursos desses eventos, os sentidos que lhes são atribuídos, de que maneira os agentes envolvidos percebem esse processo e as possíveis modificações esse evento trouxe à escola. Dessa forma, partimos das seguintes questões: que experiências sociais e pedagógicas as Jornadas de Humanidades realizadas no CEEP Castaldi propiciaram à escola, aos estudantes e aos docentes? Como ocorreu a apropriação dos conhecimentos de Sociologia, de Filosofia e das demais áreas do conhecimento nesses momentos de discussão e de formação, segundo a percepção desses sujeitos? Que mudanças foram percebidas e que alterações o Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) conseguiu provocar no planejamento e na execução das Jornadas? Para tal, numa perspectiva qualitativa, optou-se pelo estudo bibliográfico, pela pesquisa documental, pela análise de entrevistas individuais e pelo uso de questionários aplicados aos estudantes, aos ministrantes de palestras e aos docentes da escola, especialmente àqueles que compuseram as Comissões Organizadoras, além das inserções da observação participante, emitidas através das impressões da própria pesquisadora, enquanto docente desta instituição e coordenadora das Jornadas de Humanidades. Escolheu-se o caminho metodológico da Sociologia da Experiência de François Dubet. Dessas análises foi possível apreender, dentre outros aspectos, que as Jornadas de Humanidades (antes, Semanas de Filosofia e Sociologia), embora possuam sentidos que são individuais para os diferentes agentes, de maneira geral é vista como uma experiência social significativa que proporcionou uma metodologia de ensino diferenciada no âmbito da escola pública, aproximando ainda mais esta instituição das licenciaturas da Universidade Estadual de Londrina. Em síntese, dentro dos seus limites e recortes, espera-se que tanto as Jornadas de Humanidades, quanto a análise sociológica desta experiência social possa contribuir no processo de valorização da disciplina de Sociologia no currículo do Ensino Médio, principalmente neste momento histórico de intensos retrocessos para a política curricular.
A política pública de previdência social e a saúde do trabalhador no contexto de precarização do trabalho : reabilitação profissional e perícia médica do INSS entre 2011 e 2018
Kelen Clemente Silva, Fernando Kulaitis
Data da defesa: 25/03/2020
O presente trabalho tem como objetivo analisar as mudanças na política pública de Previdência Social como proteção social à saúde do trabalhador através do Programa de Reabilitação Profissional, tendo como referência o processo de precarização do trabalho no Brasil. Numa perspectiva descritivo-analítica, questiona-se como, ao longo do tempo, o processo de precarização do trabalho influenciou a dinâmica de ações do INSS e da Política Pública de Previdência Social - política pública integrante do tripé da Seguridade Social e concretizada com a Constituição Federal de 1988 ? e, por outro lado, como aquele processo foi influenciado por essa política pública. A partir do problema da pesquisa - quais são as relações estabelecidas entre as ações do Instituto Nacional do Seguro Social através da Política Pública de Previdência Social e o processo de precarização do trabalho no Brasil e quais os impactos dessa relação no que se refere à saúde do trabalhador - elegeu-se o serviço de Reabilitação Profissional da Política de Previdência Social para pesquisa, através de seus Manuais Técnicos de Procedimentos entre 2011 e 2018, pois este é que tem ações voltadas especificamente para a Saúde do Trabalhador. São objetivos específicos: conhecer como a Política Pública de Previdência Social foi construída e se constituiu como política de proteção social com destaque para questões da saúde do trabalhador; identificar a evolução da proteção à saúde do trabalhador até o estabelecimento do conceito do campo de Saúde do trabalhador e como a Política de Previdência Social desempenhou seu papel através do Programa de Reabilitação Profissional no trato com a saúde do trabalhador. A primeira hipótese é de que as mudanças históricas do INSS acompanharam o processo de precarização do trabalho de forma que, ao invés de desempenhar seu papel protetivo de seguridade social, contribuiu para o processo de precarização do trabalho. A segunda hipótese é de que, dentre as alterações ocorridas na Política Pública de Previdência Social, as questões voltadas para a saúde do trabalhador, como a Seção de Saúde do Trabalhador, passaram a ter maior relevância no período em que houve reorganização e maior intensificação do trabalho no Brasil. O desmonte da política pública de Previdência Social, evidenciado através da desestruturação do Programa de Reabilitação Profissional, caracteriza a desproteção social e desamparo aos trabalhadores num processo atrelado à precarização do trabalho no Brasil.
“Com os cacarecos na cabeça” : uma anáise sociológica das duas destruições de Canudos – BA (1896-1897/1969)
Lucia Lodo Conceição, Maria José de Rezende
Data da defesa: 05/06/2020
A história de Canudos, nos sertões baianos, é marcada por destruições. A primeira destruição foi no ?dia cinco [outubro de 1897], ao entardecer, quando caíram os últimos defensores?, como exposto nas últimas frases de Os Sertões, de Euclides da Cunha. Setenta e dois anos após a guerra, Canudos sofreu sua segunda destruição, não mais pelas bombas lançadas pelo exército e sim, pelas águas do rio Vaza Barris, represados em um açude projetado pelo governo. Essa pesquisa tem como objeto as justificativas oficiais para as ações empreendidas na primeira e segunda destruição de Canudos e as resistências dos sertanejos na perpetuação da memória. Busca-se, por meio da pesquisa documental e bibliográfica as justificativas ?oficiais? para as ações contra Canudos, e pela observação participante às resistências dos sertanejos na manutenção da memória. Pontes reflexivas com a antropologia são utilizada para problematizar a perspectiva dos canudenses com a noção de progresso assim como na expansão e fortificação do Estado brasileiro ao interior do país. Para isso, essa reflexão baseia-se em análises sociológicas sobre mudanças sociais.
Identidade, espacialidade e população surda : um estudo de caso em Londrina/PR
Maria Fernanda Bleck Pereira Vieira, Claudia Siqueira Baltar
Data da defesa: 17/04/2020
Esta pesquisa busca conhecer um específico e quantitativamente significativo grupo de cidadãos residentes na cidade de Londrina/PR, a saber, os surdos com suas variadas manifestações coletivas, sejam elas de cunho religioso, de diversão ou de intervenção política. Apresenta-se, como objetivo geral desta dissertação, o verificar se há interação social entre os moradores surdos de Londrina, identificando a existência de eventuais locais de encontros frequentes. Os objetivos específicos para o encaminhamento deste estudo foram: compreender as conceituações elaboradas por pesquisadores surdos sobre Identidade, Comunidade e Cultura Surda; destacar os pontos principais da legislação nacional vigente que trata das pessoas com deficiência; sistematizar a construção do debate sobre os direitos das pessoas com deficiência no contexto internacional e nacional; organizar dados quantitativos presentes em fontes secundárias referentes a 2000 e 2010; estruturar informações primárias que possibilitem compreender a história e dinâmica da população surda residente na cidade de Londrina. A pesquisa partiu da hipótese de que é possível identificar um ou mais padrões de sociabilidade entre os residentes surdos de Londrina, tendo como elemento integrador sua condição enquanto surdos e não regidos pela deficiência. O desenvolvimento da pesquisa considera uma discussão teórica a respeito da identidade e da sociabilidade, apresenta uma abordagem histórica e conceitual sobre deficiência em sua amplitude geral e estreita a discussão sobre direitos e conquistas a partir da realidade específica dos surdos. A identidade surda pôde ser percebida através dos movimentos comunitários em Londrina que oportunizam o contato com o outro que lhe é semelhante, através da Libras como fortalecedor da identidade surda.
Movimento estudantil liberal : de junho de 2013 ao impeachment de Dilma Rousseff
Natalia Pires Oliveira, Eliel Ribeiro Machado
Data da defesa: 05/06/2020
Neste trabalho, procuramos entender a articulação política dos estudantes liberais em quatro universidades federais no Brasil (FURG, UFRGS, UFSM e UNB) no período entre 2013 e 2016. Para isso, identificamos os grupos liberais que atuaram em Junho de 2013 e suas posteriores ligações com os grupos liberais das respectivas universidades. Procuramos entender a atuação liberal dentro do movimento estudantil, a sua capacidade de mobilização por meio de um discurso político, o seu método de organização, além de buscarmos compreender quais eram suas perspectivas para a universidade e para o próprio movimento estudantil. A partir da identificação de alguns elementos discursivos empregados pelos estudantes liberais, conseguimos analisar sua atuação e formação para a aceitabilidade legitimidade dos seus discursos dentro das universidades. Dessa forma, buscamos analisar as formações ideológicas e políticas desses estudantes.
Livros didáticos de sociologia do PNLD/2018 : como são problematizadas a história e a cultura africana e afro-brasileira
Tamara Vieira, Angela Maria de Sousa Lima
Data da defesa: 15/01/2020
Partimos do seguinte problema: Como os conteúdos de história e cultura africana e afro-brasileira estão sendo inseridos na disciplina de Sociologia, a partir dos livros didáticos distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2018? Para tanto, escolhemos a análise de conteúdo enquanto norte metodológico, em virtude da possibilidade de descortinamento frente a potência do livro didático no processo de ensino-aprendizagem, bem como sua contribuição frente a institucionalização da Sociologia enquanto disciplina escolar. No que diz respeito à análise documental, sua seleção se deu em virtude da modalidade de documentos que compõe o corpus da pesquisa, como normatizações relacionadas ao ensino de Sociologia e aos conteúdos de história e cultura africana e afro-brasileira, fazendo necessário o levantamento de informações frente às orientações que tratam da aplicabilidade desses conteúdos. A partir dos conteúdos, foi possível observar sua multiplicidade e recorrência nas três obras analisadas, quais sejam: Sociologia, Sociologia em Movimento e Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. Identificamos nas obras os seguintes conteúdos de acordo com as categorias: desigualdade étnico-racial, trabalho, racismo, violência urbana, teorias sociais racistas e cultura (expressões de resistência). Esta pesquisa permite a partir da mobilidade da linha abissal, por meio da aprovação da Lei nº 10.639/2003, no âmbito da elaboração dos livros didáticos, há avanços a serem desenvolvidos no que diz respeito à identificação dos saberes trazidos e produzidos pelos africanos e afro-brasileiros. Portanto, a necessidade de problematizarmos a relevância da reeducação das relações étnico-raciais por meio da desnaturalização da escravidão, combatendo as teorias e as práticas racistas.
“Uberização” : uma nova relação de trabalho
Walter Helmuth Diesel, Eliel Ribeiro Machado
Data da defesa: 09/03/2020
Este estudo se inicia com uma reconstituição da evolução dos estágios da produção capitalista – artesanato, manufatura, grande indústria - e suas modalidades de extorsão de sobretrabalho, de maneira a nos proporcionar uma possível lógica ou padrão de desenvolvimento das forças produtivas capitalistas; posteriormente apresentaremos aquilo que entendemos ser as principais características, bem como as atuais abordagens e conflitos a respeito do processo de trabalho na Uber. Por fim, avaliamos a hipótese de que o trabalho por plataformas digitais se apresente como um novo método sistemático de extorsão de sobretrabalho, diferente do sobretrabalho absoluto e do sobretrabalho relativo. Defendemos que se trata do sobretrabalho intensivo. Junto a esta hipótese, traçaremos um esboço de possíveis tendências econômicas e conjunturas políticas a respeito da “uberização” e suas implicações no mundo do trabalho.
Confluência da agenda dos direitos das mulheres da ONU com as políticas públicas brasileiras : da Conferência de Pequim (1995) a Pequim +20 (2015)
Agnes Félix Gonçalves, Silvana Aparecida Mariano
Data da defesa: 17/12/2019
As desigualdades entre homens e mulheres advêm de tempos remotos e perpassam todos os níveis da sociedade – desde o micro, doméstico-familiar, até o macro, nas políticas de governo. Estas desigualdades foram construídas socialmente e se apresentam como um problema em nível mundial. Contra elas, as mulheres se organizaram para conquistar direitos, criando assim os movimentos feministas. Ao longo de sua história, o feminismo se expandiu e conquistou espaços. Nesta expansão, a Organização das Nações Unidas mostrou-se de grande importância, ao promover uma agenda de promoção dos direitos das mulheres, realizando quatro Conferências Mundiais sobre as Mulheres e produzindo resoluções sobre a igualdade de gênero. O objeto da pesquisa consiste nas ações do governo brasileiro para a promoção dos direitos das mulheres, por meio de decisões oriundas dos poderes Legislativo e Executivo no período de 1995 a 2010. Deste modo, tem-se como pergunta central: ocorreu confluências entre a agenda para a promoção dos direitos das mulheres da ONU e as políticas públicas brasileiras no período entre a Conferência de Pequim e o encontro Pequim + 20? Levantou-se como hipótese que o governo brasileiro, entre 1995 e 2015, ampliou os direitos das mulheres por meio das políticas públicas, atuando, assim, em conformidade com o tratado internacional. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar como o governo federal brasileiro buscou, por meio de leis/decretos/resoluções, em quatro eixos temáticos selecionados, atuar em confluência com a Plataforma de Ação de Pequim, na questão da promoção dos direitos das mulheres. De modo a empreender este estudo, a pesquisa partiu, metodologicamente, de uma revisão bibliográfica para apresentar os movimentos feministas brasileiros e a trajetória da ONU na promoção do direito das mulheres. Adicionalmente, foi utilizada a metodologia de Análise de Conteúdo, operacionalizada por meio do software Atlas.ti, para analisar 79 medidas legislativas selecionadas na pesquisa documental. Essas medidas foram codificadas e classificadas em quatro eixos temáticos, previamente selecionados, sendo eles: Mulher e saúde; Violência contra a mulher; Mulher e economia; e Direitos Humanos da Mulher. Após feita a análise, identificou-se que a hipótese foi parcialmente confirmada, visto que, desde que assinou e ratificou a Plataforma de Ação de Pequim, o governo brasileiro vem, em alguns casos, ampliando os direitos das mulheres nas políticas públicas brasileiras, buscando atuar de acordo com o tratado internacional. No entanto, identificamos que, ao longos dos vinte anos, nos quatro eixos de pesquisa, o governo brasileiro não formulou leis/decretos/resoluções para todos os objetivos estratégicos da Plataforma de Ação de Pequim, deste modo confirmamos parcialmente a hipótese.