Teses e Dissertações
Palavra-chave: educação matemática realística
Utilização da prova em fases como recurso para regulação de aprendizagem em aulas de Cálculo
Marcele Tavares Mendes, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 18/08/2014
Este trabalho descreve e analisa uma pesquisa com uma Prova em Fases (10
fases), realizada com 48 alunos matriculados na disciplina de Cálculo Diferencial e
Integral em um curso de engenharia de uma universidade pública. Nessa pesquisa
visou-se investigar a utilização da Prova em Fases como um recurso para regulação
da aprendizagem, em especial, regulação de conhecimentos básicos para a
aprendizagem de Cálculo Diferencial e Integral. Para tanto, pautou-se pela
abordagem de ensino da Educação Matemática Realística e em autores que tratam
da avaliação como elemento constituinte e permanente da prática pedagógica. No
trabalho, a regulação esteve associada a ações realizadas pelo aluno sobre o seu
processo de aprendizagem, com a intenção de fazê-lo progredir e/ou redirecioná-lo a
partir das intervenções escritas do professor. Por conseguinte, os alunos
desempenharam o papel de protagonistas da aprendizagem, e o professor, o de
guia, intervindo no processo por meio de perguntas e considerações a respeito das
produções escritas apresentadas em cada fase. A Prova em Fases revelou-se um
recurso profícuo para o ensino, a aprendizagem e a avaliação, permitindo ao
professor recolher informações e guiar o aluno em cada momento do processo. A
reflexão do aluno sobre suas produções e o lidar com as intervenções do professor,
mostraram que é preciso haver “boas” intervenções escritas para que aconteça uma
regulação da aprendizagem satisfatória. As intervenções oportunizaram que alunos
apresentassem seu poder matemático, bem como possibilitaram à
professora/pesquisadora a realização de uma reinvenção-guiada, com a qual o
aluno pôde iniciar um processo de matematização seguindo seu próprio percurso de
aprendizagem. A construção do trabalho gerou indícios de que, por meio da análise
da produção escrita em uma Prova em Fases, sustentada teoricamente pela RME,
pode-se criar um contexto que favorece a regulação da aprendizagem, em especial
da aprendizagem de Cálculo Diferencial e Integral.
Análise da produção escrita em matemática: de estratégia de avaliação a estratégia de ensino
Edilaine Regina dos Santos, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 31/03/2014
Alguns trabalhos desenvolvidos no âmbito do GEPEMA - Grupo de Estudos e Pesquisa em
Educação Matemática e Avaliação - têm mostrado que a análise da produção escrita em
matemática pode ser utilizada como uma estratégia de avaliação para investigar os processos
de ensino e de aprendizagem da matemática. Outros trabalhos também desenvolvidos no
interior do grupo têm revelado que a análise da produção escrita pode ainda ser utilizada para
a condução das aulas de matemática, que seguem a perspectiva da reinvenção guiada na ótica
da Educação Matemática Realística, com o intuito de que os alunos não sejam meros
receptores de uma matemática pronta e sim autores de seus conhecimentos. Tendo isto em
vista, este estudo, de cunho teórico, teve por objetivo investigar a utilização da análise da
produção escrita em aulas de matemática, sob a luz da reinvenção guiada, para além da
perspectiva de estratégia de avaliação. A investigação foi pautada nas seguintes questões
norteadoras: que papel a análise da produção escrita pode assumir em aulas de matemática na
perspectiva da reinvenção guiada? a análise da produção escrita pode ser considerada um
método de ensino, estratégia de ensino, procedimento de ensino? nessa perspectiva de
trabalho, qual é o papel do professor? qual o papel do aluno? qual a dinâmica da aula? Com
este estudo, realizado a partir de orientações presentes na Análise de Conteúdo, a tese
defendida é que a análise da produção escrita pode ser utilizada em aulas de matemática como
uma estratégia de ensino. Espera-se que as informações apresentadas nesta investigação
possam contribuir para suscitar reflexões e investigações futuras no âmbito da Educação
Matemática
Enunciados de Itens de provas de Matemática: um estudo na perspectiva da Educação Matemática Realística
Ademir Pereira Junior, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 07/07/2014
Este trabalho apresenta um estudo dos enunciados de itens de provas de matemática do 6” e 7”
anos do Ensino Fundamental. A análise tem como referência a perspectiva de avaliação como
prática de investigação e como oportunidade de aprendizagem tomada por autores da
Educação Matemática Realística. Por meio de uma abordagem predominantemente qualitativa
de cunho interpretativo, apresenta-se a classificação dos itens de provas segundo o contexto,
os níveis de competência, as características dos bons problemas de avaliação. Uma das
intenções desse trabalho é a de que ele sirva como recurso para os professores que ensinam
matemática, para que possam conhecer a classificação dos itens de prova e utilizá-los de
modo a praticar a avaliação na perspectiva defendida neste trabalho. Este estudo mostrou que
a maioria das questões analisadas e classificadas apenas possibilita aos alunos a reprodução
do que foi apresentado nas aulas.
Matematização:estudo de um processo
Rodrigo Camarinho de Oliveira, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 27/02/2014
Este estudo tem por objetivo investigar, em nível teórico, o sentido/significado da
expressão matematização na perspectiva da Educação Matemática Realística.
Nesta perspectiva, cujo foco é o desenvolvimento de uma abordagem para o ensino
de Matemática, a matematização aparece como elemento fundamental sendo
considerada a principal atividade realizada pelos estudantes. No decorrer do estudo,
descrevemos não só o que significa matematização, mas também o
desenvolvimento do conceito no decorrer dos anos. Tal desenvolvimento pode ser
observado na distinção entre as componentes horizontal e vertical da
matematização, na matematização conceitual e na matematização progressiva.
Também apresentamos alguns aspectos referentes a uma aula com vistas a
proporcionar ambientes favoráveis à matematização no que diz respeito ao papel do
professor, do aluno e a dinâmica da aula. Esses aspectos tem papel essencial na
perspectiva da RME e têm características específicas, algumas apresentadas e
discutidas neste estudo.
Prova em fases e um repensar da prática avaliativa em Matemática
André Luis Trevisan, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 04/03/2013
Este texto tem por objetivo apresentar reflexões oriundas da utilização da prova
em fases como instrumento de avaliação em aulas de Matemática, em uma
turma de Educação Profissional de Nível Médio. Para isso, apresentamos
inicialmente uma descrição pormenorizada da experiência, tomada inicialmente
como um “fracasso”, mas aos poucos percebida como fundamental na
modificação na própria prática pedagógica. Nesse processo, a atitude passiva
frente a uma avaliação em que se busca medir o quanto de uma técnica ou
algoritmo é reproduzida pelo estudante foi aos poucos “caindo por terra”. A
apresentação das percepções dos estudantes frente a um instrumento
diferenciado de avaliação, bem como uma análise de sua produção escrita em
questões da prova trouxeram elementos que permitiram analisá-lo criticamente.
Partindo de considerações a respeito de algumas “falhas” na sua elaboração e
implementação, analisamos as questões que compuseram a prova, à luz da
abordagem conhecida como Educação Matemática Realística, buscando refletir
também a respeito do conteúdo matemático subjacente às questões (a
Trigonometria). Esse repensar aparece segundo três focos: os itens que
compuseram a prova, o conteúdo matemático subjacente a esses itens e as
próprias atitudes enquanto professor de Matemática. Ao longo de todo o texto,
organizado segundo uma estrutura que busca preservar, em essência, o modo
como a pesquisa foi sendo “tecida”, procuramos sempre contrapor criticamente
o que “foi feito” com aquilo que “poderia ter sido feito”, numa tentativa
constante de repensar a própria prática avaliativa.
Oportunidade para aprender: uma prática da reinvenção guiada na prova em fases
Magna Natalia Marin Pires, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 25/02/2013
Este trabalho descreve e analisa uma pesquisa com uma prova em fases,
realizada com nove professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental de
uma escola pública municipal do Paraná. Essa prova foi analisada como uma
forma de realizar uma reinvenção guiada na perspectiva da Educação
Matemática Realística. A Prova em Fases, tomada como instrumento também
de avaliação formativa, viabilizou à pesquisadora/formadora analisar o trabalho
das participantes em diferentes momentos, para fazer intervenções que
considerou oportunas. Na reinvenção guiada conduzida neste estudo como
estratégia de formação continuada, as participantes desempenharam um papel
fundamental como protagonistas da aprendizagem. As questões da prova
foram o ponto de partida para o processo de reinvenção e, nesse processo, a
pesquisadora/formadora participou como guia, recurso, mediando o processo
com perguntas e considerações a respeito da produção escrita das
participantes. Estas, em lugar de serem meras receptoras de uma matemática
pronta e acabada, desempenharam o papel de agentes do processo
desenvolvido e, como tal, foram estimuladas a utilizar sua própria produção na
“re-invenção guiada”, uma vez que diferentes estratégias, por vezes refletindo
diferentes níveis, puderam ser provocadas e utilizadas de forma produtiva no
processo de aprendizagem.
Enunciados de Tarefas de Matemática: um estudo sob a perspectiva da Educação Matemática Realística
Pamela Emanueli Alves Ferreira, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 25/02/2013
Esta pesquisa tem como objetivo apresentar um estudo a respeito de
enunciados de tarefas de matemática. Busca-se elaborar um quadro de
referência com base na perspectiva da Educação Matemática Realística que
permita analisar tarefas de matemática. Com uma abordagem
predominantemente qualitativa, de cunho interpretativo, com base na Análise
de Conteúdo, é realizada uma análise de enunciados de tarefas de matemática
de um livro didático no que diz respeito às suas classificações, características,
potencialidades e constituição, mais especificamente, como o contexto se
classifica, se a tarefa é rotineira ou não, a que tipo de situação e item remete,
se oportuniza matematização, se a tarefa é flexível e permite diferentes
estratégias de resolução, que tipo de competências promove, se é
caracterizada como exercício, problema. Uma intenção subjacente é que este
trabalho sirva como um recurso para professores que ensinam matemática, na
busca de conhecer tarefas de matemática, no sentido de analisar suas
potencialidades e limitações, e utilizá-las em um ambiente de avaliação como
prática de investigação.
Correção de uma prova escrita de matemática: algumas considerações
Marco Antonio Gonzalez Moraes, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 15/07/2013
Este estudo apresenta um episódio de múltiplas correções de uma prova escrita de matemática. A prova, composta de quatro questões, abrange parte do conteúdo de matemática da Educação Básica. Alunos do 1o ano de um curso de Engenharia de uma faculdade particular em Londrina, estado do Paraná, resolveram a prova, e um grupo de professores que atuam no Ensino Médio e Superior corrigiram-na. É um estudo predominantemente qualitativo de cunho interpretativo, com base na abordagem da Educação Matemática Realística, na perspectiva da avaliação escolar como oportunidade de aprendizagem. Os resultados mostram que ainda se valorizam mais as respostas do que os processos; que não se consideram significativamente as diferentes estratégias e os respectivos procedimentos utilizados; que não há claro estabelecimento de critérios para a correção; que itens presumidamente mais difíceis recebem pontuação mais alta do que os mais fáceis; que se corrige de forma distinta um mesmo item resolvido de maneira muito semelhante. Ao final, apresenta-se uma condução para a correção dessa prova como mote para provocar reflexão a respeito do papel do professor tanto nas suas aulas quanto na correção das provas que aplica.
O “realístico” em questões não-rotineiras de matemática
Andréia Büttner Ciani, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 19/03/2012
Este trabalho apresenta duas propostas de intervenção como subsídio operacional
para a constituição de oportunidade de aprendizagem, por meio da análise da
produção escrita, como prática de investigação. Essas propostas foram elaboradas a
partir dos contextos indicados por estudantes que participaram de três estudos
realizados no interior do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Matemática e
Avaliação - GEPEMA, nos quais foi investigado como estudantes lidaram com
questões discursivas não-rotineiras de matemática em situação de avaliação. A
análise da análise presente nos três estudos foi realizada pelo viés da identificação
das maneiras de lidar dos estudantes. Essas maneiras de lidar indicaram contextos
a partir dos quais foi possível indicar caminhos, na perspectiva da reinvenção
guiada, para oportunidades de Matematização. Esta investigação,
predominantemente qualitativa de cunho interpretativo, foi realizada sob a luz da
avaliação como prática de investigação, com a utilização de orientações presentes
na Análise de Conteúdo, tomada a Educação Matemática Realística (EMR) como
aporte teórico norteador. A construção das duas propostas de intervenção gerou
indícios de que, por meio da análise da produção escrita, sustentada teoricamente
pela EMR, pode-se praticar a avaliação da aprendizagem em sala de aula como
oportunidade de aprendizagem.
Análise interpretativa de questões não-rotineiras de matemática
Juliana Maira Soares Lopez, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 22/02/2010
O presente trabalho tem como objetivo analisar a produção escrita de uma amostra de
alunos paranaenses em sete questões de matemática da aferição do PISA/2006,
consideradas não-rotineiras, relacionadas com a ideia estruturadora de Mudança e
Relações, para compreender como lidam com essas questões em situação de avaliação.
A abordagem utilizada para esta investigação foi predominantemente qualitativa de cunho
interpretativo, realizada com base nas orientações da Análise de Conteúdo, assumindo a
avaliação como prática de investigação. O estudo envolveu a identificação, o inventário e
a análise de estratégias e procedimentos utilizados por esses alunos. Considerando as
semelhanças existentes entre as resoluções dos estudantes nas questões, foram
construídos agrupamentos conforme os procedimentos adotados por eles. De modo geral,
entre outros, foi possível identificar que algumas das interpretações e resoluções são
diferentes das consideradas corretas; os alunos apresentaram pouco envolvimento com
as questões, e, apesar do aparente domínio dos procedimentos necessários para
solucioná-las, tiveram dificuldade em resolvê-las.