Teses e Dissertações
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E INFORMACIONAL E ENSINO DE CIÊNCIAS: Um estudo acerca das competências pertinentes à Sociedade da Informação
Guilherme Henrique Correa Domingues, Prof. Dr. Paulo Sérgio de Camargo Filho
Data da defesa: 27/03/2023
O processo de alfabetização é um dos requisitos para a atuação plena na sociedade na qual o aluno está inserido, entretanto, os avanços tecnológicos têm afetado as atividades humanas, fornecendo novas tecnologias e multiplicando os meios e dispositivos de comunicação. Assim sendo, na atual sociedade, ou sociedade da informação (SI), as pessoas possuem acesso a uma vasta gama de informações, as quais, devido sua ambivalência, podem contribuir ou desamparar na superação dos desafios inerentes a vivência humana. Desta forma, para além da alfabetização tradicional, outras alfabetizações são importantes na formação do aluno, como a Alfabetização Científica e, como buscamos apontar na presente dissertação, a Alfabetização Midiática e Informacional (AMI). Assim sendo, caracterizada como um trabalho teórico-empírico de nível exploratório, objetivamos compreender e explicitar de que forma a AMI, proposta pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), pode contribuir com a educação científica (EC). Logo, destacamos a EC para a formação de alunos visando a superação de tais desafios, para tal, apontamos o desenvolvimento de competências pertinentes a SI, de forma que o aluno competente é aquele que possui condições de mobilizar seus conhecimentos, ou seja, para além das componentes conceituais, possui domínio das chamadas componentes procedimentais e atitudinais. Reconhecendo a AMI como contribuinte da EC, buscamos visualizar por meio de pesquisa documental algum indicativo de competências em AMI em documentos educacionais norteadores, a saber, os documentos analisados foram a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em especial as áreas de Ciências da Natureza no Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, no Ensino Médio, assim como as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica (DCE) do estado do Paraná, nas áreas de Ciências e Física. Além disso, por meio de mapeamento, buscamos por trabalhos na plataforma Google Acadêmico visando identificar se, no ensino de ciências, há trabalhos cujo tema principal seja a AMI. Após a análise dos documentos educacionais, nota-se que não há menções diretas acerca da AMI, apenas de forma indireta, ou seja, competências que se assemelham as apontadas pela alfabetização. Por meio do mapeamento, destaca-se que são poucos os trabalhos no ensino de ciências que abordam a alfabetização, todavia, observa-se também que a quantidade de trabalhos, de forma geral, aumentou desde a publicação dos documentos da UNESCO. Ademais, mais do que apontar a AMI como contribuinte para a EC na SI, objetivamos propor um quadro teórico que possibilite aferir o nível em AMI de alunos, para tanto, foi feita uma adaptação do quadro proposto pela UNESCO de forma a incluir as componentes conceituais, procedimentais e atitudinais, assim como expandir um dos níveis presentes no quadro atual. Por fim, ante esta dissertação, pretendemos contribuir com a avaliação da AMI por meio do quadro teórico, assim como a popularização da alfabetização.
Ensino em ação: acompanhando professores em uma disciplina de mestrado profissiona
Gabriel Ginez Villarda, Prof. Dr Álvaro Lorencini Junior
Data da defesa: 12/06/2023
A presente dissertação tem como objetivo principal, observar e descrever as negociações realizadas por professores em uma disciplina remota de um programa de mestrado profissional em química de uma universidade estadual situada no norte do paraná, tão bem como a presença e influência de agentes não-humanos presentes nas aulas observadas, e na realidade destes professores. A imersão foi realizada no período de abril de 2021 até o final de junho de 2021. A opção teórico-metodológica está vinculada a uma bricolagem de técnicas e visões descrita através de uma experiência (n)etnográfica, na qual o pesquisador acompanhou as aulas remotas de professores em um programa de mestrado profissional com o intuito de anotar, escrever e revisar para que em seguida pudesse descrever e refletir a respeito das negociações e agentes que foram observados naquele espaço. Os dados foram obtidos através de anotações, diário de campo, observações e transcrições das aulas gravadas que foram analisadas utilizando a noção que Bruno Latour tem para com as ciências. De acordo com sua perspectiva, a prática científica é vista como uma imbricada rede composta por inúmeros elementos, instâncias, interesses, negociações, saberes e mobilizações que são resultado da agência de atores humanos e não-humanos que estão presentes nessa prática social que são as ciências. Esta visão foi utilizada como base, e direcionada para as observações das aulas a fim de tentar perceber os processos de negociação, mobilização, interessamento, agenciamento, entre outros que ocorreram na imbricada rede de ensino na qual foi realizada a imersão, trazendo assim a perspectiva de Latour para o processo de ensino e formação de professores enquanto o mesmo acontece, e que nomeei como ensino em ação.
A disciplina de Libras na formação de licenciandos de Química e Ciências Biológicas: um estudo por meio das perspectivas das ementas, dos professores e estudantes
Thalita Gabriela Comar Charallo, Profa. Dra. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 01/07/2022
Este trabalho mostra os resultados de uma pesquisa que buscou investigar e analisar
as contribuições da disciplina de Libras na formação inicial de professores de Química
e Ciências Biológicas por meio de análise com ementas das disciplinas de Libras de
Instituições de Ensino Superior (IES), públicas do Brasil, buscando evidências dos
conteúdos que devem ser abordados nos cursos; entrevistas com professores surdos
e ouvintes acerca dos conteúdos, objetivos e impacto na formação de professores e
por último, as potencialidades da disciplina segundo os alunos egressos de cursos de
licenciatura em Química e Ciências Biológicas. Para a obtenção dos dados pesquisouse nos sites das IES as ementas dos cursos, realizou-se as entrevistas com os
professores participantes em Libras com os professores surdos gravadas e transcritas
para a língua portuguesa e aplicou-se um questionário semiestruturado com egressos
e alunos que estavam em fase final da disciplina. Todos os dados foram analisados e
categorizados qualitativamente com base na Análise de Conteúdos baseada em
Bardin (2011) e interpretados a partir de unidades de conteúdo e de registros, que
permitiram algumas reflexões acerca da oferta da disciplina de Libras como disciplina
curricular obrigatória nos cursos de licenciatura do país, após dezessete anos de
exigência do Decreto nº 5626 de 2005. Os resultados evidenciaram que a falta de
informações mais detalhadas sobre o papel e o objetivo da disciplina de Libras nos
cursos de formação docente, que não são contemplados no Decreto supracitado,
permite que cada IES definam segundo suas percepções como será ofertada
disciplina em cada curso e quais conteúdos ou temáticas serão trabalhados. Diante
disso, as análises apontaram que algumas disciplinas tem um perfil de curso básico
de Libras, voltado para o ensino de sinais, enquanto outras dividem a disciplina em
conteúdos teórico e práticos e, que discussões mais específicas relacionadas a área
da Ciências e a formação de professores que vão atuar com alunos surdos no ensino
de Química e Ciências biológicas, entre outros, dificilmente são contemplados pela
disciplina
A docência em tempos de pandemia: um estudo sobre o que dizem os professores das áreas de ciências e matemática da educação básica.
Leticia Juliani Valente, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 05/04/2022
A presente pesquisa foi desenvolvida durante as incertezas da pandemia da Covid19, contexto deste estudo. O período pandêmico mexeu com emoções, sensações e
também com a educação, as escolas foram fechadas, o distanciamento e o
isolamento social foram impostos, e com isso as salas de aula ficaram vazias. Fezse então necessária a inclusão tecnológica e um ensino todo realizado de maneira
remota, o Ensino Remoto Emergencial (ERE). Infelizmente, tanto professores quanto
alunos não estavam preparados para tamanha mudança de realidade, professores
depararam-se com uma alta carga de trabalho e responsabilidades impostas a eles,
junto com agregados psicológicos de insegurança e medo. Buscou-se então
entender o que dizem os professores que ensinam Ciências e Matemática na
Educação Básica a respeito de sua atuação docente durante a pandemia, e
compreender nessas falas coisas além, como seus sentimentos, preocupações e
percepções sobre o ensino no momento pandêmico. Para isso foram entrevistados
sete professores das áreas de química, física, matemática e biologia, realizadas
entrevistas semiestruturadas, para que os entrevistados conseguissem abranger
mais temas e constatações, realizou-se a transcrição e foi iniciado o movimento de
análise, segundo a Análise Textual Discursiva, de Moraes e Galiazzi (2011). A partir
do estudo realizado emergiram cinco categorias, o que o professor fala sobre ele
(professor), seus alunos, o sistema, o conteúdo e sobre a escola. Destrinchando
essas categorias emergiram outras variadas subcategorias, incluindo as inovações
propostas a partir de tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs),
como metodologias ativas puderam auxiliar na prática docente, sentimentos
relacionados a incerteza, sobrecarga e frustração dos professores frente aos mais
variados aspectos de evasão de sala de aula, falta de alunos em reuniões no Google
Meet e no Microsoft Teams, falta de auxílio com novas tecnologias e outros diversos
pontos abordados no tópico de apresentação e análise de dados. O estudo mostrou
na prática o quanto o ensino foi revolucionado no Brasil durante a pandemia, sendo
possível entender e visualizar o que os professores passaram e ainda estão
passando com tamanhas mudanças na maneira de ensinar, e também o quanto de
lacunas foram criadas até que aluno e professor conseguissem se adaptar ao novo
meio em que se aprende e se ensina
Dimensões da Aprendizagem Científica manifestadas por licenciandos em Química em atividades experimentais.
Keila Padilha de Oliveira Camargo Lima, Profa. Dra. Fabiele Cristiane Dias Broietti
Data da defesa: 23/03/2023
A experimentação nas aulas de Ciências é uma estratégia que pode auxiliar na
aprendizagem dos conceitos, conduzindo os estudantes a construir uma relação mais
estreita entre a teoria e a prática, bem como suas concepções a respeito da Ciência.
Nos últimos anos observa-se uma tendência que sinaliza formas de ensinar e
aprender Ciências, por meio da participação ativa dos estudantes e no
desenvolvimento de um conjunto de dimensões que visam contribuir com a
aprendizagem científica. Tais dimensões, denominadas como Práticas Científicas,
Conceitos Transversais e Ideias Centrais Disciplinares, ao serem integradas nos
currículos podem conduzir os estudantes a desenvolver habilidades para descrever,
observar e explicar os fenômenos ocorridos à sua volta. Neste contexto, a pesquisa
buscou responder à seguinte questão: Quais Dimensões da Aprendizagem Científica
são manifestadas por licenciandos ao participarem de atividades experimentais em
aulas remotas de Química? Para tal propósito foram recolhidas e analisadas as
respostas dos licenciandos às questões pré e pós-experimento, de quatro atividades
experimentais dos temas Plantação de feijão, Plásticos, Combustão e Mar morto. Os
dados foram organizados e analisados com base nos pressupostos da análise de
conteúdo. Mediante as análises, foram identificadas seis Práticas Científicas
relacionadas ao fazer Ciência, sete Conceitos Transversais, que atravessam
fronteiras disciplinares, que vão desde a identificação de padrões ao reconhecimento
das causas e efeitos dos fenômenos em estudo e dois grupos de Ideias Centrais
Disciplinares, relacionados à conceitos científicos diversos. Dessa forma, ao se
empenhar nas atividades experimentais propostas, os estudantes puderam se
envolver com diferentes Dimensões da Aprendizagem Científica. Portanto,
acreditamos que participar de atividades de ensino que relacionam as três dimensões
oportunizam aos estudantes construírem uma compreensão mais ampla e sólida das
ideias das Ciências. Ressaltamos que o professor pode explorar cada uma das
dimensões em momentos oportunos e/ou integrá-las sempre que possível. Vale
ressaltar que tal integração não ocorre em apenas uma aula, ou uma única atividade.
Fração no Ensino Fundamental: Uma análise de pesquisas realizadas entre 2010 e 2020.
Giovana Rodrigues Castilho, Profa. Dra. Ângela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 24/05/2022
Neste trabalho, o objetivo foi verificar o que apresentam os resultados de algumas
pesquisas realizadas com estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental a fim
de evidenciar seus conhecimentos a respeito do conceito de fração (ordinárias ou não)
e suas interpretações: medida, número, operador, parte-todo, quociente e razão,
segundo Kieren e Behr et al, que apontam a necessidade dessas interpretações para
o ensino de fração. Essa pesquisa configurou-se do tipo bibliográfica e para a análise
dos documentos, os dados foram analisados à luz da Análise do Conteúdo. Dessa
forma, escolheu-se sete pesquisas que apresentam informações a respeito do
conhecimento dos estudantes do Ensino Fundamental a respeito de fração. Dos
resultados das pesquisas, identificou-se lacunas por parte dos estudantes a respeito
do conceito de fração e suas interpretações. Entre as dificuldades, viu-se que os
estudantes não compreendem nem a noção de inteiro, que é imprescindível para o
domínio do conceito de fração. Além disso, seis dos sete trabalhos analisados
apontaram que os estudantes não compreendem a fração como parte-todo, noção
essencial para compreensão posterior das interpretações medida e número segundo
Kieren.
Ações docentes com características avaliativas em aulas de Matemática no Ensino Secundário Geral moçambicano
Gabriel Mulalia Maulana, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 15/08/2022
Esta tese apresenta uma pesquisa que investigou ações docentes avaliativas em
aulas de Matemática no 2º ciclo do Ensino Secundário Geral moçambicano, com
o objetivo de descrevê-las e interpretá-las. Consideramos ação docente
avaliativa, toda a ação docente com característica avaliativa, ou seja, toda a ação
docente pela qual o professor investiga e/ou modifica ou mantém o status do
saber do aluno. A questão de pesquisa foi: Quais ações docentes com
características avaliativas são realizadas pelos professores de Matemática em
suas aulas no Ensino Secundário Geral moçambicano e como elas podem ser
interpretadas? A pesquisa foi realizada envolvendo quatro professores de
Matemática de três Escolas Secundárias Gerais da Província de Cabo Delgado,
Moçambique, e os dados foram coletados por meio da observação direta em sala
de aula, autoscopia e entrevista reflexiva e analisados qualitativamente segundo
procedimentos da Análise de Conteúdo. A descrição fundamentou-se nas ações
docentes em aulas de Matemática e a interpretação nos preceitos da avaliação
concebida como vetor [investigação, aprendizagem] e que cumpre as etapas de
Estimular, Acessar, Interpretar e Regular. Desse processo analítico-interpretativo
identificamos quinze ações docentes avaliativas: Advertir, Comentar, Deslocar,
Escrever, Esperar, Explicar, Indicar, Interpretar, Ouvir, Pedir, Perguntar,
Relembrar, Reprovar, Validar e Ver. Essas ações docentes estão relacionadas
às etapas da avaliação da seguinte forma: Estimular (Escrever, Explicar, Indicar,
Pedir, Perguntar), Acessar (Ouvir e Ver), Interpretar (Interpretar) e Regular
(Advertir, Escrever, Explicar, Pedir, Perguntar, Relembrar, Reprovar e Validar).
As ações de Deslocar e Esperar agenciam as ações de Acessar. Os atos
avaliativos das ações docentes foram mais frequentes do que os de ensino, tanto
em cada ação, assim como em cada momento da aula e a avaliação realizada
por meio dessas ações docentes foi formativa. Esses resultados alargam a
compreensão das relações com o saber que são estabelecidas em aulas de
Matemática e expõem o descompasso caracterizado por mínima menção de
ações docentes avaliativas nos discursos, em relação às realizadas na prática,
que são muitas.
Ações docentes remotas de professores que ensinam Matemática no Ensino Superior
Vanessa Cristina Rhea, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 24/02/2022
As ações docentes vêm sendo foco de pesquisas em várias áreas do ensino. Até
então, tais investigações se destinavam às ações docentes referentes ao ensino
presencial. Porém, a pandemia de COVID-19, que impôs que o ensino acontecesse
de forma remota, propiciou condições para que fosse estendida também tal
investigação a esta modalidade de ensino. Assim, esta pesquisa foi desenvolvida com
o objetivo de identificar e categorizar as ações que os professores que ensinam
Matemática no Ensino Superior alegam ter feito para organizar e ministrar aulas no
Ensino Remoto Emergencial. As ações docentes remotas foram definidas como sendo
as ações exercidas pelo professor durante as aulas remotas e aquelas em que ele
empreende para planejar e organizar as aulas e as disciplinas neste formato de
ensino. Tais ações são oriundas de um processo teórico-prático, considerando o que
o docente tem de possibilidades ao seu alcance nos diferentes momentos e aulas.
Esta investigação aconteceu com onze professores que ensinaram Matemática no
Ensino Superior de forma remota entre os meses de março de 2020 e janeiro de 2021,
em seis diferentes instituições de ensino do estado do Paraná. A metodologia utilizada
foi a abordagem Qualitativa e a Análise Textual Discursiva (ATD) para as análises dos
dados, que foram obtidos por meio de entrevistas realizadas via Google Meet,
gravadas e transcritas. A partir das análises, as ações docentes remotas identificadas
foram agrupadas em dois momentos, denominados Poscênio e Execução. O Poscênio
abrangeu um conjunto de 7 ações (Autoforma, Adquire, Organiza, Elabora, Envia,
Comunica e Avalia), que envolveram 50 microações diferentes, as quais caracterizam
o preparo da disciplina e das aulas. O momento Execução, compreendeu 6 ações
(Operacionaliza, Escreve, Explica, Responde, Espera e Interrompe) e 38 microações
que indicam o que o professor colocou em prática de forma síncrona em suas aulas.
Com base em resultados obtidos, como o maior número de ações e microações no
Poscênio quando comparado à Execução, concluímos que o Ensino Remoto exigiu
dos professores um grande esforço na busca por informações e um elaborado
planejamento para a realização das aulas, o que talvez explique as angústias
reveladas por eles durante as entrevistas realizadas para esta pesquisa.
Aspectos do ensino de Geometria evidenciados por professores de Matemática em um contexto de formação online: Uma análise à luz dos subsídios teóricos de Raymond Duval
Daiane Gisele de Lima, Profa. Dra. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 24/02/2023
Este estudo tem como objetivo compreender os processos de visualização, construção e raciocínio
mobilizados por professores de Matemática em uma Ação Formativa envolvendo o software GeoGebra
à luz da teoria de Raymond Duval, na busca de responder à seguinte questão: que elementos geométricos
são evidenciados em tarefas propostas por professores de Matemática em uma Ação Formativa
envolvendo o software GeoGebra podem mobilizar processos cognitivos que abrangem o ensino de
Geometria? Para tanto, foi realizada uma pesquisa de natureza qualitativa, de caráter interpretativo, em
um contexto de formação online denominado Curso de GeoGebra. Os professores investigados atuam
na Educação Básica e fizeram parte da 18ª Edição deste curso. As informações foram coletadas no
módulo três – destinado ao estudo de Geometria. Os resultados evidenciaram que as tarefas propostas
pelos professores em formação oferecem condições para a mobilização de elementos geométricos (como
pontos, retas, segmentos, vértices e arestas) e de processos cognitivos que abrangem o ensino da
Geometria, sendo destacados o processo de visualização e os processos discursivos (raciocínio). Com
isso, propõe-se que sejam fomentadas políticas públicas que proporcionem espaços formativos que
possibilitem aos professores de matemática acesso: a metodologias de ensino de geometria
diferenciadas; a momentos de diálogos entre os pares a respeito do ensino de Geometria; à mobilização
de recursos tecnológicos e tecnologias digitais, como o recurso do software GeoGebra. Esse recurso tem
apresentado potencialidades para o ensino, por meio da visualização em Geometria, e para evidenciar o
papel das figuras em uma atividade geométrica, dado que estas exercem um papel fundamental na
resolução de problemas.
A Astronomia nos livros didáticos de Ciências do Ensino Fundamental – Anos Iniciais: uma análise a partir da História da Ciência
Armando Silva Vieira, Profa. Dra. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 27/09/2022
O Ensino de Ciências assume uma importância cada vez maior frente ao avanço científico e tecnológico da sociedade, tendo como papel preparar os estudantes para lidar com esse desenvolvimento, porém há muitos obstáculos nesse caminho, inclusive nos anos iniciais do Ensino Fundamental, como a formação de professores e equívocos encontrados em livros didáticos, e, analisando o Ensino de Astronomia, observamos dificuldades semelhantes. A História da Ciência surge como uma alternativa não somente para ensinar Ciências, mas também para tratar de aspectos da Natureza da Ciência e assim compreender seu desenvolvimento. Sabendo que a História da Ciência pode estar presente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, esse trabalho analisou livros didáticos dessa etapa de ensino, mais especificamente do 4º e 5º ano, a fim de caracterizar a abordagem de conteúdos de Astronomia em relação à utilização da História da Ciência, utilizando a Análise de Conteúdo segundo Bardin (2016), em três eixos de análise: Análise Geral, em que identificamos os principais conteúdos de Astronomia que utilizavam História da Ciência, e observamos uma predominância nos temas de passagem do tempo, localização no espaço, e seus respectivos instrumentos de medida e orientação, além de instrumentos ópticos; Análise de Contexto, na qual investigamos se a História da Ciência era apresentada de maneira contextualizada ou não, e notamos a predominância de conteúdos não contextualizados, trazendo somente datas e locais; e Análise Historiográfica, em que buscamos indícios de erros historiográficos, e identificamos indícios de whiggismo, pseudo-história e quasi-história na maioria dos textos analisados. Essa abordagem descontextualizada da História da Ciência e a presença de erros historiográficos em conteúdos de Astronomia pode contribuir para a perpetuação de ideias equivocadas da Ciência, por isso são necessárias mais
pesquisas sobre esse tema.