Análise da dinâmica de um grupo de aprendizagem em ciências no ensino fundamental
Zenaide de Fátima dante correia rocha, Prof. Dr. Marcelo Alves Barros.
Data da defesa: 11/10/2005
Este trabalho pretende investigar os vínculos de diferentes naturezas que se estabelecem nos grupos em situações de ensino e, ao mesmo tempo, compreender a maneira como se estruturam para a realização de suas tarefas. Descreve a dinâmica de um grupo constituído por quatro alunos entre 9-10 anos de idade em uma oficina de ciências. O referencial teórico utilizado para análise e interpretação dos dados é de orientação psicanalítica, particularmente a Teoria do Vínculo de Pichon-Rivière. A análise dos dados focaliza os vínculos estabelecidos pelo grupo com a atividade, com a professora e entre seus membros, assim como os papéis assumidos pelos alunos na realização das atividades propostas pela professora. Conclui apontando alguns subsídios para o professor planejar sua intervenção, refletir sobre seu papel como líder e coordenador do trabalho em sala de aula, no sentido de favorecer a aprendizagem em situações nas quais as tarefas são realizadas em grupos
Modelagem Matemática: Uma Perspectiva voltada para a Educação Matemática Crítica
André Gustavo Oliveira da Silva , Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 25/10/2005
Nesta pesquisa investigamos algumas contribuições para a formação cidadã dos estudantes, quando adotamos a modelagem matemática, na perspectiva da Educação Matemática Crítica, como alternativa para o ensino de Matemática. Abordamos a questão da cidadania como um processo em construção e permanentemente aperfeiçoável, para isto nos ancoramos na idéia de Skovsmose (2001) na qual aponta o desenvolvimento do conhecimento reflexivo num processo de critização (FREIRE, 1983) como fundamental para o exercício de uma cidadania consciente. A pesquisa foi desenvolvida, numa abordagem qualitativa, num internato misto com alunos do segundo ano do Ensino Médio. As informações foram coletadas por meio de observação direta dos alunos-colaboradores, entrevistas, questionários, análise dos trabalhos escritos e conversas informais. A análise aponta para o grande potencial que há no uso da modelagem matemática como meio de aproximar o conteúdo matemático das questões sociais pertinentes à realidade dos estudantes, estabelecendo conexões que garantem a criação de um espaço para reflexão, para o desenvolvimento do senso crítico e favorecendo o aprendizado.
Utilização de diferentes registros de representação: um estudo envolvendo funções exponenciais
Nilcéia Regina Ferreira Dominoni, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 01/09/2005
Este estudo propõe verificar se a utilização de uma seqüência didática que considere o tratamento, a conversão e a coordenação dos diferentes Registros de Representação da Função Exponencial contribui para a apreensão do objeto matemático Função Exponencial. O estudo está fundamentado na Teoria dos Registros de Representação Semióticos de Raymond Duval, que afirma que a coordenação dos diferentes registros de representação, pode proporcionar a apreensão de um conceito matemático. A metodologia utilizada, segue os princípios da Engenharia Didática. Na análise a priori, foram elaboradas as atividades da seqüência visando à utilização dos diferentes registros e analisando seus aspectos matemáticos e didáticos. Esta seqüência foi aplicada a alunos da primeira série do Ensino Médio de uma escola particular da cidade de Arapongas, Paraná. Foram analisadas as produções de dezesseis alunos que participaram de todas as atividades da seqüência. Com a análise das produções dos alunos, infere-se que as atividades envolvendo o tratamento, a conversão e a coordenação dos diferentes registros de representação contribuem para a apreensão do conceito Função Exponencial.
Um Estudo sobre a Função do Técnico de Laboratório Didático de Ciências
Ferdinando Vinicius Domenes Zapparoli, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 31/08/2005
O trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a função do técnico do laboratório didático na Universidade Estadual de Londrina. A pesquisa procurou entender qual é a identidade ocupacional dos técnicos de laboratório. O pensamento do técnico em relação à sua atividade ocupacional, a sua relação com os seus pares, com os docentes, com os alunos e com o seu laboratório e/ou equipamento, norteiam a pesquisa, pois esses fatores influenciam diretamente a sua identidade ocupacional, isto é, a autopercepção da sua função e das expectativas que os demais indivíduos de relação a ele. Para essa análise foram realizadas entrevistas com técnicos de laboratório de Física, Química e Biologia, com curso superior na área em que atuam. Os resultados iniciais indicam que os funcionários que atuam no laboratório reconhecem a sua importância para o funcionamento do mesmo, para a melhoria do aprendizado dos alunos, para o seu desenvolvimento ocupacional e até mesmo para a sua vida, entretanto, apresentam dificuldades para descrever a sua identidade ocupacional. Os referenciais usados foram: a relação com saber, descrita por Charlot, as perspectivas do que é um laboratório didático e a sua função, a identidade pessoal e ocupacional, por Bohoslavsky e a captura por discursos. A relação entre o técnico e o colega, o docente, ou os alunos da instituição afeta profundamente essa identificação. Por esse motivo, as respostas foram categorizadas desse modo. Com base nessas informações, procuramos defender a idéia que o técnico é aquele que ajuda na construção do ambiente de aprendizagem, que prepara o alicerce, a base da aula prática do professor, adaptando as atividades de tal modo que elas possam dar uma idéia mais completa de um determinado paradigma.
A Física de Partículas Elementares nos Cursos de Licenciatura em Física
George Francisco Santiago Martin, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 28/08/2005
Este trabalho estuda os cursos de formação inicial do professor de Física. Para iniciá-lo, buscamos as bases e os direcionamentos da educação brasileira. Em documentos oficiais do Ministério da Educação, analisamos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), e as Diretrizes Curriculares para orientar a estrutura do Ensino Superior. Nesse estudo, o enfoque recai sobre a Física de Partículas Elementares (FPE) e sobre o Modelo Padrão, entendendo que estes tópicos propiciam uma ampla visão das interações fundamentais da natureza e seus desdobramentos. Diante da percebida importância, investigamos o quanto e como a Física Moderna e Contemporânea é abordada no ensino superior; e no caso de sua não-ocorrência, o motivo pelo qual isso não é realizado. Considerando que sua aprendizagem efetiva depende de noções sobre a constituição elementar da matéria e da astrofísica, tornado indispensável o domínio dos conhecimentos de Física de Partículas Elementares, verificamos tais conteúdos como efetivamente previstos pelas Diretrizes Curriculares dos cursos de licenciatura em Física, mas conforme o depoimento de alguns coordenadores dos mesmos, nem sempre há tal prática. Em seguida, apresentamos uma análise das grades curriculares de alguns desses cursos em instituições como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade de Londrina (UEL). Os resultados mostram que, mesmo nos cursos já reformulados, a incidência da Física Moderna e Contemporânea ainda é relativamente baixa, denotando a necessidade de se estudar sua importância nas estruturas curriculares. Finalmente, propomos um currículo alternativo para as licenciaturas em Física estruturado na metáfora de rede (MACHADO< 1995), buscando uma articulação entre os conteúdos, disciplinas e uma abordagem contemporânea, de modo a oferecer uma melhor formação inicial ao futuro professor.
Análise de um modelo de formação continuada de professores de ciências e matemática no contexto da escola em que atuam
Heliete Meire Coelho Arruda Aragão , Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 25/05/2005
Esta pesquisa tem o intuito de contribuir com a discussão a respeito da formação continuada de professores no ambiente da escola em que atuam e constroem suas experiências de vida e de trabalho. Para tanto, foi realizada a investigação do Projeto de Formação que uma escola particular da região urbana de Londrina, Paraná, desenvolve junto aos seus professores, identificando os elementos que descrevem as concepções impregnadas no modelo de formação, as contribuições que as ações privilegiadas por este modelo proporcionam aos professores das áreas de Ciências e Matemática, bem como as suas limitações. O motivo que impulsionou esta investigação foi a tentativa de responder às questões: quais as concepções envolvidas em um modelo de formação promovido no interior de uma escola particular da região central de Londrina/PR e quais as contribuições que este modelo proporciona aos professores das Áreas de Ciências e Matemática nos seus fazeres docentes? Por reconhecermos que o objeto em estudo faz parte de um contexto particular que contem os ingredientes necessários para o levantamento de informações que respondem a essas perguntas, esta pesquisa se caracteriza como estudo de caso, conforme descrição de Bogdan e Biklen (1984) e Ludke e André (1986), considerando a concepção indiciária de Ginzburg (1989). Como fontes de informações, foram utilizados diferentes instrumentos e procedimentos, constituindo-se como principais as entrevistas com seis professores e dois responsáveis pela formação, análise de documentos e observação participante. Como aporte teórico foram considerados os atuais paradigmas sobre professor e sua formação e realizado um mapeamento das discussões de vários autores sobre a temática da formação continuada em serviço, tomando, no entanto, Imbernóm como principal referencial subjetivo para o favorecimento da leitura dos dados, acompanhado das contribuições de Zeichner, Thurler e Perrenoud, dentre outros. Nossa análise permitiu estabelecer um olhar para uma escola, autora do projeto de formação continuada de seus professores, com características não formais e não convencionais, revelando o movimento que escola e professores desenvolvem na busca de aperfeiçoar os fazeres docente e resolver seus problemas cotidianos, bem como as contribuições e limitações para com o desenvolvimento profissional dos professores de Ciências e Matemática.
Um estudo das concepções alternativas presentes em professores de ciências de 5ª série do ensino fundamental sobre fases da lua e eclipses
Deolinda Puzzo, Prof. Dr. Rute Helena Trevisan Lattari
Data da defesa: 16/05/2005
Este trabalho é o resultado de uma investigação sobre as concepções alternativas e as dificuldades quanto ao conteúdo e metodologia usada em sala de aula, por professores de Ciências de 5ª série do Ensino Fundamental, sendo todos da rede pública de ensino. A pesquisa teve como objetivo identificar as concepções alternativas dos professores e as implicações das mesmas para o ensino de Ciências priorizando o ensino e aprendizagem relativa ao conteúdo de fases da Lua e eclipses. Como a fonte de pesquisa utilizada pelos professores para desenvolver esse conteúdo, na maioria das vezes, é o livro didático, esse estudo contemplou um capítulo sobre as falhas existentes nos mesmos, de acordo com o PNLD. As concepções identificadas na fala dos professores foram analisadas num estudo comparativo, utilizando os resultados obtidos por outros pesquisadores. A metodologia utilizada constituiu-se de uma pesquisa qualitativa e os dados foram obtidos por meio da realização de entrevistas semi-estruturadas. Para melhor compreensão e análise das concepções, a investigação do tema fases da Lua e eclipses foi dividida em: formação do professor; mitos e crendices populares; metodologia utilizada pelo professor no ensino desse tema; os conceitos das fases da Lua e eclipses. Os diagramas elaborados pelos professores durante a entrevista foram analisados de acordo com as regularidades. Os resultados mostraram que os professores possuem concepções ora compatíveis com o conhecimento científico, ora incompatíveis. Assim, concluímos que é necessário um conhecimento mais elaborado desse tema para superar essas concepções e chegar ao conhecimento científico.
Aprendendo matemática à distância: a circulação do conhecimento em um curso de formação de professores das séries iniciais
Maria Antonia Leite Monteiro Chiarato, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 05/04/2005
Este trabalho trata da construção e circulação do conhecimento, a interação entre aluno/professor, quando este último está distante fisicamente. A pesquisa seguiu uma metodologia qualitativa, através de um estudo de caso, que foi a observação detalhada de um contexto escolar de aprendizagem, na modalidade EaD. Ela foi realizada durante o módulo de matemática do Curso, que teve duração de aproximadamente seis semanas. Os dados obtidos incluem transcrições de entrevistas, notas de campo e filmes de vídeo. O contexto de aprendizagem era um curso para professores que atuavam nas séries iniciais, sem formação em nível de terceiro grau. O curso, Normal Superior, contava com o uso de aparatos tecnológicos que permitia a sua oferta simultânea a várias turmas diferentes, em vários municípios, com os alunos interagindo em tempo real com seus professores distantes. No contexto da pesquisa, as interações alunos/professor ocorriam em quatro ambientes diferentes. Desses ambientes, somente na sala de aula no ambiente de tutoria é que as interações aconteciam com a presença física de apenas um professor, que era o mesmo para todos módulos do Curso, e sem a mediação dos meios tecnológicos de comunicação bidirecional. Na sala de aula no ambiente de videoconferência as interações se davam entre os alunos e diferentes professores distantes fisicamente. E, além de contar com o uso dos meios tecnológicos de comunicação bidirecional, contava também com a mediação do tutor. Nas salas de aulas nos ambientes de learning space e de chat, não havia a mediação dos tutores e as interações ocorriam com outros diferentes professores distantes fisicamente, através do uso das mídias interativas. Durante a pesquisa, realizada com duas turmas diferentes, foi notada uma grande diferença entre elas. As diferenças diziam respeito às relações dos alunos com o conhecimento. Para analisar tal situação naquele contexto da pesquisa, foi levantada a hipótese daquela ser uma situação característica da pós-modernidade. Para abordar a questão, o referencial teórico adotado, situou como características fundamentais da pós-modernidade, a sedução exacerbada ao consumo que a tudo transforma em mercadoria, inclusive o conhecimento; a ausência ou transformação radical nos valores e/ou ausência ou transformação radical nos projetos, tanto pessoais quanto coletivos; além da intensificação do uso dos aparatos tecnológicos no contexto educativo. Ao analisar os dados obtidos, nas duas turmas diferentes, à luz desse referencial, foi feita uma reflexão acerca do valor do conhecimento no contexto escolar e do papel do tutor no desenvolvimento de um projeto como esse.
Contribuições da modelagem matemática para o pensamento reflexivo: um estudo
Reginaldo Fidelis, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 04/04/2005
Este trabalho descreve uma investigação sobre as possíveis contribuições da modelagem matemática para o desenvolvimento do pensamento reflexivo dos alunos, futuros professores de Matemática. Num primeiro momento o que se pode perceber é que o pensamento de pensamento reflexivo dos estudantes não está desvinculado das impressões que os alunos possuem acerca da matemática, seu ensino e da modelagem matemática. Para tanto, analisamos as impressões dos alunos acerca da matemática, seu ensino e da modelagem matemática no início e no final do ano letivo de 2004. A pesquisa ocorreu no âmbito da disciplina de Introdução à modelagem matemática em curso de licenciatura em matemática. Três alunos, futuros professores, são os sujeitos analisados na pesquisa. A pesquisa tem uma abordagem qualitativa e os meios empregados para a coleta de informações são a observação direta, diário de campo, questionários e entrevistas.
As Atividades sobre Sexualidade Aplicadas Transversalmente nas Aulas de Ciências: Limites e Possibilidades
Maria de Fátima Lopes Garcia, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 31/03/2005
O presente estudo tem como principal objetivo investigar as possibilidades e os eventuais limites da inserção transversal da temática da sexualidade no currículo escolar, como orientam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). A coleta de dados foi realizada a partir do desenvolvimento de atividades sobre a sexualidade em aulas de Ciências com alunos da 7ª série do ensino fundamental de uma escola pública do município de Londrina (PR). Primeiramente, foram realizadas seqüências de atividades que envolviam aspectos culturais da sexualidade como: “ficar”, namorar, gravidez precoce e/ou indesejada, masturbação, homossexualidade, relações de gênero, entre outros, para posteriormente desenvolverem-se os conteúdos da anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor humano. As atividades foram analisadas diante de suas contribuições e limitações, no que tange aos objetivos e encaminhamentos metodológicos consolidados no documento do tema transversal Orientação Sexual dos PCNs e de acordo com as contribuições e com limitações da educação dos valores morais, relativamente ao exercício da ética democrática para o aperfeiçoamento da cidadania. Os resultados obtidos indicam que o professor pode desenvolver os temas da sexualidade por meio de atividades, as quais devem abordar e integrar os aspectos educacionais, éticos e culturais. No entanto, as atividades sobre a “cultura da sexualidade” não motivaram, de forma consistente, o aluno a se interessar pelos aspectos biológicos da sexualidade humana. As atividades de debates, as simulações, relatos individuais, leitura de textos e depoimentos, permitem a interação entre professor e alunos e contribuem para o raciocínio moral do aluno, promovendo o juízo de valores na tomada de decisões e no fomento da construção autônoma de valores. É possível desenvolver o conteúdo da sexualidade como um processo em construção, em que o aluno é sujeito ativo na construção do seu conhecimento mediado pelo professor. As atividades sobre sexualidade possibilitam o desenvolvimento do seu raciocínio moral, mas não garante que o adolescente exerça, no contexto do seu cotidiano, uma correspondente ação moral. Portanto, os limites da educação sexual na escola terminam onde começam os limites da educação sexual transmitida pela família do aluno e pelo seu convívio social.