O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO GEOMÉTRICO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: AÇÕES DE UMA DISCIPLINA DE ENSINO DE GEOMETRIA
Anna Flávia Magnoni Vieira, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 17/02/2023
O estudo do pensamento geométrico na formação inicial de professores de matemática é um tema emergente que pode reverberar no ensino de geometria na Educação Básica. Nesta pesquisa, buscou-se responder à seguinte questão: que elementos formativos, no contexto de uma disciplina de Ensino de Geometria, oferecem oportunidades para o desenvolvimento do pensamento geométrico de futuros professores de matemática? Para tanto, foi realizada uma pesquisa de natureza qualitativa, de caráter interpretativo, que contou com a participação de 24 futuros professores de matemática (FPM) integrantes de uma disciplina de Ensino de Geometria em um curso de licenciatura em Matemática de uma universidade pública do estado do Paraná - Brasil. Os dados dessa investigação referem-se às ações de formação registradas em vídeo, à produção escrita dos FPM promovidas por tarefas propostas no decorrer dessas ações e aos registros da pesquisadora em diário de campo. Os resultados evidenciaram que as ações de formação promoveram elementos formativos que oferecem oportunidades para o desenvolvimento do pensamento geométrico de FPM associados a conhecimentos teóricos e a conhecimentos inerentes à prática profissional desses futuros professores. No que se refere aos conhecimentos teóricos, os FPM tiveram oportunidade de refletir a respeito: dos níveis de pensamento proposto no modelo de van Hiele para o desenvolvimento do pensamento geométrico; das apreensões em geometria discutidas por Duval; da capacidade de o professor reconhecer, interpretar e decidir sobre aspectos geométricos a serem considerados para o desenvolvimento do pensamento geométrico; e dos conceitos e propriedades geométricas de figuras planas. No que concerne a conhecimentos inerentes à prática profissional, os FPM refletiram a respeito: do papel do professor na prática em sala de aula para o desenvolvimento do pensamento geométrico; da busca de conexões entre as apreensões envolvidas no processo de resolução de tarefas de geometria; das potencialidades e das limitações de tarefas para o desenvolvimento do pensamento geométrico; da capacidade de o professor reconhecer, interpretar e decidir sobre implicações do desenvolvimento do pensamento geométrico para o processo de ensino e de aprendizagem de geometria. Assim, concluiu-se que as ações, como resolução, elaboração e discussão de tarefas de geometria, estudo e discussão de textos teóricos sobre o ensino de geometria e o pensamento geométrico, devem ser consideradas na formação inicial de professores de matemática, uma vez que apresentam potencial para suscitar elementos formativos que oportunizam ao FPM desenvolver o seu pensamento geométrico
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA COMO INTEGRAÇÃO DOS CONTEÚDOS FACTUAL, CONCEITUAL, PROCEDIMENTAL E ATITUDINAL NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Mariana Nardy, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 26/07/2013
A fim de acompanhar a aprendizagem do tema Conservação Ambiental este trabalho propõe um referencial analítico que alcança os aspectos humanísticos da Teoria da Aprendizagem Significativa, os conteúdos de aprendizagem e a Educação Ambiental. Com base nesses preceitos, desenvolveu-se um estudo envolvendo dois alunos do Ensino Fundamental II de uma escola particular do norte do Estado do Paraná. A realização de atividades multimodais de ensino proporcionou uma coleta de dados diversificada e exigiu a criação de um instrumento analítico singular. Os resultados deram abertura para discussões que evidenciam que a integração dos conteúdos de aprendizagem pode conduzir a uma aprendizagem significativa, traduzida na apropriação crítica de conhecimentos, atitudes, valores e comportamentos que contribuem para a construção de uma sociedade sustentável.
Ações docentes e discentes em atividades de Modelagem Matemática no Ensino Superior
Caio Juvanelli, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 27/02/2023
Esta é uma pesquisa qualitativa, que teve o objetivo de descrever ações docentes e discentes em atividades de Modelagem Matemática, realizadas durante aulas remotas de um curso de Licenciatura em Matemática. A questão norteadora da investigação foi: quais categorias podem descrever as ações docentes e discentes no desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática durante aulas remotas em curso de Licenciatura em Matemática? Os dados foram coletados no decorrer do ano letivo de 2021 durante aulas de uma disciplina de Modelagem Matemática na Perspectiva da Educação Matemática, de um curso de Licenciatura em Matemática em uma universidade estadual do Paraná. As aulas foram gravadas e analisadas de acordo com a Análise de Conteúdo. Do nosso movimento analítico foi possível elencar categorias gerais de ação docente: Perguntar(Doc) e Explicar(Doc), que são complementadas por um conjunto de subcategorias (PDOC1, PDOC2, PDOC3, PDOC4, EDOC1, EDOC2, EDOC3, EDO4 e EDOC5). E para a ação discente as seguintes categorias: Perguntar(Dis) e Explicar(Dis), que são complementadas por um conjunto de subcategorias (PDIS1, PDIS2, PDIS3, PDIS4, EDIS1, EDIS2 e EDIS3). Os dados revelam que a professora esteve nos diferentes momentos da aula, perguntando, questionando e indagando os alunos no decorrer do desenvolvimento da atividade, além de ter proferido explicações sobre os temas desenvolvidos, elucidado termos, conceitos e os direcionado para a resolução e validação dos resultados. Os discentes realizaram perguntas, questionamentos e indagações, além de descreverem seus raciocínios, articulando ideias e argumentarem com outros colegas e a professora no desenvolvimento da atividade.
Contextos educacionais inclusivos de alunos surdos: ações frente à realidade inclusiva de professores de matemática da educação básica
MARCIA CRISTINA DE SOUZA PEREIRA, Profa. Dra. Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 30/04/2013
Este trabalho, de cunho qualitativo, fundamenta-se nas ações docentes dos professores de matemática da educação básica que tem em suas turmas alunos surdos incluídos. Tem como objetivo compreender a realidade de tais contextos educacionais inclusivos e contribuir com os debates e estudos sobre o processo de inclusão de alunos surdos na educação básica. Foram utilizadas entrevistas estruturadas com quinze professores de Andirá-PR e municípios vizinhos, que trabalhavam em 2011 com alunos surdos incluídos em suas aulas de matemática. As transcrições das entrevistas foram submetidas aos procedimentos e conceitos apresentados pela Análise de Conteúdo (AC) proposta por Bardin (1977) até a sua estruturação e após a organização das informações, na fase da análise, migrou-se para uma interpretação utilizando-se da Metanálise, proposta por Fiorentini e Lorenzato (2009). As respostas dos professores de matemática da região pesquisada possibilitou a compreensão de seus conhecimentos sobre a surdez, sobre as políticas de inclusão e sobre as ações educativas na educação inclusiva do aluno surdo. Foi possível também levantar informações sobre a necessidade de maiores investimentos na formação continuada dos professores para que os mesmos possam participar da construção de currículos inclusivos como solicita as Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a construção de currículos Inclusivos (PARANÁ, 2006). Espera-se com os resultados da pesquisa contribuir para o avanço dos estudos referentes à educação inclusiva de alunos surdos de maneira geral. Em suma, o presente trabalho adentrou os ambientes inclusivos e verificou que ainda são muitas as dificuldades vivenciadas pelos professores com a inclusão do aluno surdo pois existe falta de aprofundamento teórico desses profissionais da educação e os ambientes educacionais não estão gerenciados e estruturados de acordo com as leis de inclusão.
Sustentação discursiva dialógico-de autoridade por meio de conotação sígnica para a elaboração do significado de conservação ambiental
ELISA BARBOSA LEITE DA FREIRIA ESTEVAO, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 25/07/2013
A pesquisa discute a utilização do discurso dialógico-de autoridade em sala de aula. Este se caracteriza por ser originado de dois tipos distintos de discurso: dialógico e de autoridade. O primeiro refere-se àquele em que, estando em sala de aula, o professor atua como intermediário para a expressão de diferentes pontos de vista dos alunos sobre dado conteúdo, auxiliando-os dialogicamente. O professor, neste caso, leva em consideração as opiniões expressas, quaisquer que sejam. O discurso de autoridade, por outro lado, ainda que permita a verbalização de diferentes opiniões, considera apenas a versão cientificamente correta dos fatos, deixando de lado outras versões alternativas vindas dos alunos. Neste segundo, o professor é a autoridade máxima do discurso, atuando como responsável por apresentar o conhecimento científico aos alunos. Os trabalhos que fundamentam essa pesquisa sugerem certo equilíbrio no uso dos dois discursos; entretanto, aponta-se a dificuldade enfrentada por professores ao adotarem o discurso dialógico-de autoridade. Por esta razão, o presente estudo ocupou- se com a proposta de provocar e sustentar o discurso dialógico-de autoridade por meio de uma estratégia didática de denotação e conotação de signos artísticos, a fim de que fosse discutido o tema “conservação ambiental”. A coleta de dados foi realizada com alunos de segundo ano do Ensino Técnico em Meio Ambiente, no contexto de um curso de leitura de imagens, ministrado em 4 módulos. Os diálogos resultantes dos questionamentos, discussões e reflexões foram videogravados e, posteriormente, transcritos e analisados. Os resultados foram satisfatórios e a explicação para isso reside no fato de que signos artísticos possuem função estética, e não semântica. Ou seja, eles não se comprometem com um ponto de vista único, permitindo a vocalização de ideias distintas. Por esse motivo, o discurso dialógico-de autoridade sobre o tema “conservação ambiental” ocorreu numa sustentação discursiva que permitiu o debate de opiniões diversas.
Saberes docentes e valores: uma investigação no ensino de evolução
DEBORA RAQUEL SARMENTO LIMA, Profa Dra Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 27/09/2013
Diversos trabalhos abordam o ensino de evolução e os diferentes problemas que o envolvem. Entretanto, o aspecto pessoal do professor é pouco evidente em pesquisas científicas, por isso, buscou-se nessa investigação abordar os valores pessoais e sociais dos docentes relacionados à prática docente, os saberes legitimados ou desenvolvidos no contexto do ensino de evolução biológica. Na busca por identificar os valores e os saberes, e traçar possíveis relações, iniciou-se uma pesquisa qualitativa, cujas principais etapas são: discussão dos valores e das brechas na atividade científica, formação e saberes docentes e análise a partir de entrevistas de professoras de Biologia do Ensino Básico da rede pública, segundo os pressupostos da Análise de Conteúdo.
Conhecimento profissional de Professoras que Ensinam Matemática envolvendo o Pensamento Algébrico na formação continuada
MAYARA CRISTINA SUGIGAN, Profa. Dra. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 25/08/2021
Este estudo tem por objetivo discutir os aspectos do conhecimento profissional que são mobilizados por professoras que ensinam matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental (PEMAI-EF) no trabalho envolvendo o pensamento algébrico em um contexto de formação continuada. Para tanto, foi investigado um grupo de estudos, no âmbito da formação continuada, constituído por dez professoras que atuam em escolas da rede municipal de ensino de Maringá- PR. Este estudo, de natureza qualitativa, configurou-se como uma pesquisa- intervenção, de cunho interpretativo. Foram utilizados, como instrumentos para coleta de informações, as produções escritas elaboradas pelas professoras, as gravações em áudio das discussões realizadas durante os encontros e o diário de campo da pesquisadora. O relatório de pesquisa, organizado no formato multipaper, encontra-se estruturado por um capítulo introdutório (capítulo I), três artigos (capítulos II, III e IV), norteados por objetivos específicos distintos, mas articulados entre si e, as considerações finais da pesquisa. Na introdução, estão organizados o referencial teórico assumido nesta investigação, o contexto e os procedimentos metodológicos da pesquisa e a descrição da organização da dissertação. Do segundo capítulo, consta o primeiro artigo que teve por objetivo “discutir perspectivas de pensamento algébrico manifestadas por PEMAI-EF, em um contexto de formação continuada”. Essa investigação sugere que os grupos de estudos que privilegiam o compartilhamento de ideias e a promoção de discussões contribuem para mobilizar distintas perspectivas de pensamento algébrico e modos de produzir significados para os objetos da álgebra. O terceiro capítulo, segundo artigo, teve por objetivo “investigar que conhecimentos profissionais são mobilizados por PEMAI-EF no desenvolvimento de tarefas que envolvem o pensamento algébrico. Este estudo salienta que o trabalho com tarefas matemáticas potencialmente desafiadoras em contextos formativos favorece o desenvolvimento do conhecimento profissional docente. O quarto capítulo, constituído pelo terceiro artigo, teve por objetivo discutir o papel da análise de incidentes críticos na formação continuada de PEMAI-EF. Nesse sentido, foi considerado que a dinâmica de estudos assumida pelo grupo, na exploração de incidentes críticos, mostrou-se pertinente e profícua para a mobilização/constituição de conhecimentos profissionais desencadeada por reflexões e (re)significações de aspectos inerentes à sua prática profissional. Os resultados desta investigação sugerem que as propostas de formação continuada que privilegiam o protagonismo do professor, que exploram empreendimentos e promovem discussões e reflexões, contribuem para a mobilização do conhecimento profissional docente.
Níveis de Apropriação de Tecnologias por Professores da Educação Básica: análise de um curso remoto de formação continuada
DALILLA ALVES COLOMBO, Profa. Dra. Mariana A. Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 25/06/2021
O trabalho docente sempre se depara com diferentes demandas. Em uma sociedade globalizada, em que surgem diversas tecnologias, há ainda mais desafios para a prática docente. Frente a esse cenário e na busca de compreender o trabalho docente no uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), essa pesquisa teve como objetivo geral analisar quais níveis de apropriação de tecnologias apresentam os docentes de uma escola pública do norte do Paraná durante um curso de formação continuada. Para isso contou como referencial a Matriz de Descritores das Competências Digitais dos Professores para a Área Pedagógica desenvolvida pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB). A matriz apresenta cinco níveis de apropriação (Exposição, Familiarização, Adaptação, Integração e Transformação) em três aspectos da prática pedagógica (Autonomia dos alunos, Integração das tecnologias ao currículo e Fluência no uso das tecnologias). Os dados foram analisados por meio da Análise de Conteúdo de Bardin (2011), que utilizou os descritores da matriz para a elaboração das unidades de registro e de contexto. De forma a obter os dados para clarificar o objetivo deste trabalho, foi elaborado e ofertado um curso de formação continuada sobre tecnologias em sala de aula aos docentes de uma escola pública do norte do Paraná, no qual buscou-se proporcionar a instrumentalização dos professores em algumas ferramentas, o emprego de uma metodologia de ensino que possibilite o uso das TIC e discussões acerca do assunto. As informações foram coletadas mediante as atividades desenvolvidas por cinco docentes que participaram do curso, que aconteceu durante a pandemia do novo coronavírus, de maneira remota e por entrevista semiestruturada, que contou com a participação de dois docentes da área de ciências da natureza, ênfase deste trabalho, também participantes do curso. Os dados mostraram que os docentes não se apresentam em apenas um único nível de apropriação, mas sim transitam por diferentes níveis de apropriação a depender de diferentes fatores, como as novas ferramentas que surgem na prática pedagógica, a infraestrutura, as metodologias empregadas para o uso das TIC, a alfabetização digital dos professores e dos alunos. Outro aspecto observado é a apropriação parcial com relação aos descritores dos diferentes níveis, no qual os docentes não apresentam todas as características indicadas em cada descritor. Com isso, os docentes apresentaram parciais de diferentes níveis de apropriação, o que indica que a apropriação das TIC na prática docente acontece de maneira não linear e não uniforme.
Validação em atividades de modelagem matemática
ROSANGELA MARIA KOWALEK, Prof.a Dra. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 24/03/2022
Nesta pesquisa abordamos a temática validação em atividades de modelagem matemática. Optamos por um relatório no formato multipaper, composto por dois artigos que tratam da temática escolhida. Assim, no primeiro artigo buscamos elucidar, por meio de uma pesquisa inventariante, como a validação em atividades de modelagem matemática vem sendo entendida e realizada em atividades de modelagem matemática na sala de aula. Para isso, buscamos indicativos de validação nos documentos oficiais que norteiam o ensino de Matemática no Brasil, seguida por uma revisão sistemática na literatura sobre a validação em atividades de modelagem matemática e perguntas realizadas a três professores da área de Modelagem Matemática. Os resultados dessa investigação evidenciam duas abordagens para a validação, a validação pode (e deve) se dar no decorrer de todo o desenvolvimento da atividade de modelagem matemática e a validação que se concentra em fases (ou etapas) específicas de uma atividade de modelagem matemática. No segundo artigo investigamos de que modo os alunos realizam a validação em atividades de modelagem matemática e o que dela decorre para a aceitação ou elaboração das respostas para o problema investigado na atividade de modelagem matemática. Os resultados inferidos a partir de uma pesquisa empírica conduzem a construção de um framework para a validação, o qual elucida elementos constitutivos da validação em atividades de modelagem matemática. A partir dos resultados dos artigos, identificamos uma caracterização de validação em atividades de modelagem matemática, em que os entendimentos de validação e as ações dos alunos permeiam uma análise, verificação, revisão, checagem, avaliação dos elementos da atividade de modelagem matemática de acordo com as necessidades que emergem durante o desenvolvimento, ou ao final, visando a confiabilidade da atividade desenvolvida.
A Evolução como o Eixo Integrador da Biologia: análise das visões de professores quanto a uma proposta pedagógica
PEDRO LEONARDO GUARILHA COLLI, Profa. Dra. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 24/03/2022
Ainda que a comunidade científica defenda que a Evolução Biológica (EB) é o eixo central e unificador das Ciências Biológicas e que, portanto, deveria ser ensinada desta maneira, constata-se que não é o que vem acontecendo no ensino de Biologia, em especial na Educação Básica. Discute-se diversos motivos para que isso ocorra, mas um que constantemente se destaca é que as e os professores da disciplina de Biologia não são formados de modo a compreender e abordar o assunto por esta perspectiva. Assim, este trabalho buscou reconhecer e compreender as visões de docentes de Biologia ao analisarem uma Unidade de Ensino Potencialmente Significativa (UEPS) desenvolvida com a finalidade de ser um ponto de partida para um ensino de Biologia permeado e integrado pela EB. Para isso, 11 professoras e professores de Biologia atuantes no Ensino Médio foram investigados, processo que se iniciou com um questionário prévio, passando pela leitura de um material de apresentação da proposta e sendo finalizado com uma entrevista semiestruturada. Os resultados, tratados e interpretados conforme a análise de conteúdo de Bardin (2016), mostraram que a maioria das e dos participantes não conhecia formalmente o conceito de EB como o eixo integrador do conhecimento biológico e, assim, não o praticava em sala de aula. Por outro lado, especialmente após a leitura do material, grande parte delas e deles demonstraram compreender e concordar com a relevância desta ideia para a Biologia e seu ensino. Ademais, uma parcela expressiva das e dos docentes manifestou o entendimento de que a implementação da unidade didática seria viável e que ela teria potencial para ser o primeiro passo na construção de um pensamento evolutivo pelos estudantes que permitisse o desenvolvimento de um ensino de Biologia pautado e integralizado pelo fenômeno evolutivo. Entende-se, portanto, que é fundamental que as e os educadores de Biologia sejam formados para trabalharem a Evolução Biológica numa perspectiva integradora dos conteúdos biológicos, sendo a UEPS analisada um potencial ponto de partida para isso, além de possuir potencial formativo com relação às ideias e metodologias de ensino e aprendizagem propostas.