Contribuições da modelagem matemática para o pensamento reflexivo: um estudo
Reginaldo Fidelis, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 04/04/2005
Este trabalho descreve uma investigação sobre as possíveis contribuições da modelagem matemática para o desenvolvimento do pensamento reflexivo dos alunos, futuros professores de Matemática. Num primeiro momento o que se pode perceber é que o pensamento de pensamento reflexivo dos estudantes não está desvinculado das impressões que os alunos possuem acerca da matemática, seu ensino e da modelagem matemática. Para tanto, analisamos as impressões dos alunos acerca da matemática, seu ensino e da modelagem matemática no início e no final do ano letivo de 2004. A pesquisa ocorreu no âmbito da disciplina de Introdução à modelagem matemática em curso de licenciatura em matemática. Três alunos, futuros professores, são os sujeitos analisados na pesquisa. A pesquisa tem uma abordagem qualitativa e os meios empregados para a coleta de informações são a observação direta, diário de campo, questionários e entrevistas.
A Educação Sexual na Escola e as Tendências da Prática Pedagógica dos Professores
Mateus Luiz Biancon , Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 30/03/2005
O presente estudo é o resultado das investigações acerca das tendências e dificuldades pedagógicas dos professores do 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental, enfatizando os professores de Ciências, em desenvolverem em sala de aula a temática da sexualidade. Através de entrevistas semi-estruturadas audiogravadas, os dados foram obtidos em quatro escolas da rede pública de Ensino Fundamental do município de Londrina-PR. As falas dos professores foram analisadas qualitativamente e categorizadas quanto à natureza das dificuldades. Estas tendem em práticas educativas desenvolvidas com os alunos, nas quais a sexualidade é tratada sob o enfoque de uma ‘biologização’ da sexualidade. Para os professores, os aspectos biológicos da sexualidade são suficientes para a construção da sexualidade dos alunos. Admitem que as informações de cunho biológico dão conta da conscientização sobre eventuais problemas que os adolescentes enfrentam acerca da sexualidade. Portanto, consideramos que a Formação Inicial e Continuada de professores de Ciências e de outras áreas possui uma lacuna quando se trata do desenvolvimento da referida temática. As tendências e dificuldades identificadas neste estudo servem para balizar os conteúdos de um programa de formação de Educadores Sexuais, em que os assuntos não estejam restritos à biologia do aparelho reprodutor, mas sejam ampliados pelos aspectos sociais, culturais, éticos, filosóficos e outros. Deste modo, são os aspectos socioculturais e psicológicos, em conjunto com a biologia, que dão sentido à sexualidade e capacitam os professores para desenvolverem esta temática em sala de aula.
Uma experiência com Modelagem Matemática na formação continuada de professores
Michele Regiane Dias , Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 25/02/2005
Nesta pesquisa investigamos as impressões de professores de Matemática acerca desta disciplina e de seu ensino e suas impressões de Modelagem Matemática enquanto alternativa pedagógica e procuramos estabelecer relações entre esta alternativa e o desenvolvimento profissional dos professores. Para tanto organizamos um “programa de formação em modelagem”, no qual os professores se envolveram com um conjunto de atividades de modelagem e foram incentivados a também envolverem seus alunos neste ambiente de ensino. Sete professores participaram da pesquisa e todos lecionam no Ensino Fundamental e/ou Médio. A observação direta da atuação dos professores durante os encontros do “programa de formação”, a aplicação de questionários e entrevista foram os meios empregados na coleta de informações. Essas informações possibilitaram analisar as relações dos professores com a Modelagem Matemática, com a Matemática e seu ensino e com o seu desenvolvimento profissional. A pesquisa usa uma abordagem qualitativa e sustentamos nossas justificativas na possibilidade de gerar subsídios para discutir os processos de formação de professores em Modelagem e as contribuições que esta alternativa de ensino pode proporcionar para o desenvolvimento profissional dos professores e às suas práticas docentes.
As dificuldades pedagógicas do professor de matemática no desenvolvimento profissional: subsídios para a disciplina de prática de ensino
Vanessa Largo, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 26/03/2004
Este estudo fundamenta-se na identificação das dificuldades pedagógicas enfrentadas pelos professores de Matemática do Ensino Fundamental e Médio no exercício da sua prática educativa cotidiana durante o desenvolvimento profissional. Essas dificuldades pedagógicas foram identificadas por meio da análise qualitativa de entrevistas com 8 professores de Matemática, possibilitando o estabelecimento de 5 parâmetros: carência de saberes, reconhecimento do papel de professor, indisciplina dos alunos, compartilhamento de experiência e organização escolar. Os elementos presentes nesses parâmetros serviram como subsídios para nortear algumas diretrizes que poderiam ser implementadas na disciplina de Prática de Ensino de Matemática para promoverem o desenvolvimento profissional docente. Considerando a disciplina de Prática de Ensino como a principal responsável pela integração do saber com o saber fazer docente, os resultados obtidos no presente estudo indicam que as dificuldades pedagógicas apontadas pelos professores poderiam ser evitadas, se a Licenciatura em Matemática concebesse a sala de aula das escolas, nas quais ocorrem os Estágios supervisionados dos alunos, futuros professores, como espaço de formação inicial para a construção de saberes docentes ajustados à realidade educativa.
A tensão essencial na formação do professor de física: entre o pensamento convergente e o pensamento divergente
Michele Hidemi Ueno, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 27/02/2004
Este trabalho traz uma reflexão acerca da formação inicial, do professor de física. Fizemos um estudo com alguns estudantes do curso sobre as razões que fundamentam as suas opções pelo curso de física da Universidade Estadual de Londrina, bem como a respeito dos fatores que exerceram influência positiva para a sua permanência e os obstáculos, que eles enfrentaram no transcorrer da graduação. O estudo foi motivado pela constatação da baixa terminalidade desse cursos, em relação a outros oferecidos pela mesma instituição, que parece ser uma característica geral dos cursos de física no Brasil. As análises foram baseadas nos referenciais teóricos de Gaston Bachelard e Thomas S. Khun. Bachelard traz a idéia de obstáculos epistemológicos - resistências que dificultam o aprendizado científico. Nas entrevistas pudemos constatar a existência de vários obstáculos para a formação do professor de física; porém, nos detivemos em apenas dois deles: as dificuldades relacionadas a resolução de problemas em física e o relacionamento aluno-professor. Ao final, inspirados em Thomas Kuhn, foi possível compreender a aformação do professor de física como se situando entre duas formas distintas de pensamento. Por um lado, os professores enquanto físicos, devem ser iniciados em uma forma convergente de pensar o mundo, pois a aprendizagem científica, conforme expressa por Kuhn consiste basicamente na exposição sistemática do aprendiz aos exemplares, aos paradigmas partilhados pela comunidade científica, cujos pressupostos não são em nenhum momento postos em dúvida. Por outro lado, ao ir para a sala de aula, o futuro professor depararar-se-á com uma outra realidade, cuja análise exige um tipo de pensamento, que poderíamos chamar de divergente, pois: o "objeto" de suas reflexões (o aluno) não pode ser pensado a partir de paradigmas bem definidos; os problemas com os quais ele encontrará não parecem ter uma única solução; além disso, não parece haver uma única metodologia que garanta um aprendizado significativo para todos os alunos. Ou seja, a formação do professor de física envolve a iniciação do aluno a ambos os tipos de pensamento: o convergente e o divergente. Parafraseando Kuhn, poderíamos dizer que essa seria a "pensão essencial" presente na formação do professor de física.