Teses e Dissertações
Palavra-chave: educação matemática
Análise crítica de tarefas matemáticas: um estudo com professores que ensinam matemática nos anos iniciais do ensino fundamental
Cristina Cirino de Jesus, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 28/03/2011
No presente estudo, investigamos como um grupo de professoras que ensinam
Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental lidam com a análise
crítica, com a proposição e a implementação de tarefas. Para tanto, formamos
um grupo de estudos com quatorze professoras, as quais atuam nos anos
iniciais do Ensino Fundamental em uma escola da rede municipal de ensino da
cidade de Apucarana, no Paraná. Os encontros do grupo tiveram início no mês
de maio de 2010 e desenvolveram-se até novembro desse mesmo ano,
totalizando dezenove encontros. Esta investigação constitui-se como uma
pesquisa qualitativa de cunho interpretativo e tem como pressupostos teóricos
os níveis de demanda cognitiva de tarefas matemáticas. Utilizamos como
instrumentos para coleta de informações o diário de campo, gravações dos
encontros do grupo, produções escritas elaboradas pelas docentes,
observações de aulas e entrevista semiestruturada. Nossa pesquisa mostra
que realizar a análise crítica das tarefas e conhecer os níveis de demanda
cognitiva auxilia as professoras a repensar suas razões de escolhas, sua
prática pedagógica, a iniciarem um trabalho mais centrado em tarefas de
elevado nível de demanda cognitiva e a tornarem-se mais conscientes da
influência que suas ações têm sobre os processos de ensino e de
aprendizagem. Ao final do desenvolvimento dos encontros, algumas
professoras mostraram indícios de mudança quanto às razões de escolha de
tarefas e desenvolveram um outro olhar a respeito do trabalho do aluno.
Consideramos que o compromisso e o engajamento foram aspectos
fundamentais para a participação dessas docentes no grupo de estudos e para
o seu desenvolvimento profissional.
Uma reconstrução histórico-filosófica do surgimento das geometrias não euclidianas
Línlya Natássia Sachs Camerlengo de Barbosa, Prof. Dr. Marcos Rodrigues da Silva
Data da defesa: 01/03/2011
Diante de justificativas favoráveis à participação da história da matemática no ensino de
matemática, faremos aqui uma reflexão sobre essas justificativas e sobre as possíveis
maneiras de reconstrução dessa história. Apresentaremos, então, uma reconstrução histórico-
filosófica do surgimento das geometrias não euclidianas, envolvendo o quinto postulado de
Euclides, na forma de história de problemas, em que se procura mostrar as tentativas bem
sucedidas e fracassadas na resolução do problema em questão. Faremos, por fim, uma
problematização sobre o que foi apresentado neste trabalho com questionamentos – e não
respostas – sobre a participação da história no ensino de matemática.
Como estudantes do ensino médio lidam com registros de representação semiótica de funções
Nilton César Garcia Salgueiro, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 25/02/2011
Esta pesquisa consistiu em uma investigação de como estudantes do Ensino Médio de
uma escola de Rolândia, PR, lidam com o conceito de função ao se depararem com uma
sequência didática, nos moldes da Engenharia Didática apresentados por Artigue (1996),
trabalhando diferentes registros de representação semiótica desse objeto matemático.
Como referencial teórico utilizou-se a Teoria dos Registros de Representação Semiótica
de Duval (2005), as abordagens do pensamento algébrico de Lins e Gimenez (1997),
Kieran (1992) e Usiskin (1995) e, para os estudos do erro, Cury (2007). A sequência
didática possibilitou aos estudantes a realização de conversões entre os registros de
representação semiótica abordados, quais sejam registros na relação entre dois
conjuntos, registro gráfico e registro algébrico do objeto função. Observaram-se indícios
de pensamento algébrico nos registros escritos quando da generalização de situações e
da utilização de linguagem algébrica e, alguns tipos de erros, como falta de conhecimento
do uso de decimais, falta de entendimento do conceito de função como relação entre
conjuntos, na conversão entre os registros de representação semiótica, no uso da
linguagem algébrica, na determinação do domínio e na representação de funções com
domínios discretos.
Análise da produção escrita de estudantes da EJA em atividades algébricas
ANTONIO RAFEL PEPECE JUNIOR, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 25/02/2011
Esta pesquisa associa dois temas, muitas vezes deixados de lado por
educadores matemáticos, que é o ensino da álgebra e a EJA, Educação de
Jovens e Adultos, segmento de ensino que está voltado a uma classe social
menos favorecida que não teve acesso a escolaridade na idade
apropriada. Tínhamos como objetivo investigar indícios de pensamento
algébrico e de possíveis erros na produção escrita de estudantes da EJA em
atividades algébricas envolvendo equações do primeiro grau. Realizamos a
aplicação de uma sequência didática seguindo os moldes da Engenharia
Didática proposta por Artigue (1996) e Almouloud (2007), a qual era
composta por sete atividades que foram aplicadas a estudantes de uma
classe do nono ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal
do interior de São Paulo. Analisando os registros escritos dos sete estudantes
que participaram do desenvolvimento de todas as atividades fica evidente a
pluralidade entre os mesmos e o aparecimento de indícios de pensamento
algébrico, como utilização de uma linguagem simbólica, padrões e
regularidades, para os quais empregamos teóricos como Lins e Gimenez
(1997). Os erros encontrados nesses registros foram classificados como:
erro por falta de conhecimento prévio do conteúdo ou termos utilizados,
erro por falta de noção das quatro operações, erro por falta de atenção na
resolução, erro na apresentação do resultado, erro por não apresentar solução
para o problema e erro na interpretação do enunciado, ficando evidente a
dificuldade apresentada por alguns estudantes durante tal seqüência. Para
análise dos erros empregamos Cury (1995, 2004, 2007).
Análise de uma proposta aplicada em sala de aula sobre geometria com foco na demonstração
Edelaine Cristina de Andrade, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 15/02/2011
No presente estudo, investigamos as percepções referentes ao método
demonstrativo de Euclides quanto à primeira Proposição – da obra Os
Elementos – na ótica de um grupo de alunos do primeiro ano do Ensino Médio
de uma escola estadual do norte do Paraná. Para isso, realizamos uma
pesquisa de abordagem qualitativa de cunho interpretativo na busca de
compreender como os conceitos da geometria demonstrativa eram
recepcionados neste contexto didático. O referencial investigativo adotado foi a
análise textual discursiva, a partir da qual foi possível constituir uma base de
dados, ou seja, o corpus. A principal questão que norteou esta pesquisa foi: De
que modo os alunos compreenderam a proposta que lhes mostrou o método
demonstrativo euclidiano referente à primeira Proposição? Nesta pesquisa
mostramos um breve histórico da geometria grega; tecemos alguns
comentários sobre o método axiomático; apresentamos duas propostas por nós
sugeridas para a intervenção didática; realizamos um estudo buscando
algumas causas que justificassem a ausência ou o pouco estudo da geometria
demonstrativa nas salas de aula, e conseguimos no decorrer de nosso
trabalho, identificar três delas: o abandono da geometria no período do
Movimento da Matemática Moderna; a formação dos professores e a
supressão da demonstração geométrica nos livros didáticos. Esses estudos
iniciais nos proporcionaram inspirações, compreensão e entendimento para a
conjectura dessa intervenção em busca das percepções dos alunos a respeito
da demonstração da Proposição I. A investigação realizada evidenciou que,
para os participantes da pesquisa, a demonstração euclidiana fica mais
evidente tendo em mãos a figura geométrica que a representa e que mesmo
faltando vocabulário, os participantes conseguiram avançar no raciocínio
geométrico.
Modelagem Matemática e Pensamento Matemático: um estudo à luz dos Três Mundos da Matemática
Barbara Nivalda Palharim Alvim Souza, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 29/06/2010
Este trabalho descreve uma investigação que busca apontar elementos sobre o modo
como ocorre o pensamento matemático de alunos envolvidos em atividades de
Modelagem Matemática. O estudo está fundamentado na teoria do pensamento
matemático e seu desenvolvimento nos Três Mundos da Matemática da teoria de David
Tall, bem como na Modelagem Matemática como uma alternativa pedagógica e prática
investigativa. A identificação destes elementos se dá na busca por processos que Tall
(2002) associa ao ‘pensamento matemático elementar’ e ‘pensamento matemático
avançado’ e o trânsito dos alunos pelo que Tall (2004d) caracteriza como os ‘Três
Mundos da Matemática’ no desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática. A
pesquisa ocorreu no âmbito da disciplina de Modelagem Matemática na Perspectiva da
Educação Matemática em um curso de Licenciatura em Matemática. A pesquisa usa uma
abordagem qualitativa e uma análise interpretativa à luz do referencial teórico é realizada
a partir de dados coletados com os estudantes da disciplina. Identificamos, nas análises,
que atividades de Modelagem Matemática favorecem a utilização de diversos modos de
operação relacionados aos Três Mundos da Matemática e, que alunos envolvidos em
atividades de Modelagem Matemática, por meio destes modos de operação desenvolvem
processos cognitivos que propiciam interações entre ‘pensamento matemático elementar’
e ‘pensamento matemático avançado’
Sobre a realidade em atividades de Modelagem Matemática
GABRIELE GRANADA VELEDA, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 21/05/2010
Nesse trabalho procuramos caracterizar como a realidade é tratada em trabalhos de
Modelagem Matemática na Educação Matemática. Para tanto, selecionamos e
analisamos definições de Modelagem Matemática apresentadas em duas edições da
Conferência Nacional sobre Modelagem na Educação Matemática (CNMEM) que utilizam
o termo ‘realidade’. Identificamos a corrente filosófica que embasa a relação entre
Matemática e realidade em cada definição e a caracterização de realidade considerando a
elaboração do conhecimento, conforme a exposição de Bicudo (2000). Verificamos ainda
como o modelo matemático trata a realidade, adaptando as categorias de análise
utilizadas por Borges e Silva (2007) conforme a proposta de Negrelli (2008), que afirma
que em atividades de Modelagem Matemática a realidade é passível de ser dividida em
realidade inicial e realidade intermediária. Os resultados desse trabalho apontam que a
caracterização de Modelagem Matemática está relacionada com a concepção que se tem
da relação entre Matemática e realidade e que a qualidade do modelo matemático
desenvolvido em uma atividade de Modelagem é determinante na utilidade do resultado e
nas possíveis ações na realidade.
Um Estudo sobre o Pensamento Algébrico em uma Comunidade de Prática de Formação de Professores de Matemática
Janaina Soler Caldeira, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 16/04/2010
No presente estudo, investigamos uma das ações do projeto de extensão universitária
“Educação Matemática de Professores de Matemática”, desenvolvido na Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Essa ação foi constituída por reuniões semanais na
universidade, com a participação de seis estudantes do curso de Licenciatura em
Matemática da UEL, um professor recém-formado, professores formadores da UEL e a
autora do presente trabalho. Optamos pela abordagem qualitativa, de cunho interpretativo,
na busca de responder à pergunta de investigação “Como uma ação de formação, no
contexto do projeto de extensão universitária ‘Educação Matemática de Professores de
Matemática’, colabora para aprendizagem de futuros professores de matemática?”. Para
isso, buscamos descrever e analisar o processo de constituição e de desenvolvimento de
uma Comunidade de Prática (WENGER, 1998) de formação de professores na ação do
projeto, e analisar os processos de negociação de significados ocorridos no
desenvolvimento de tarefas específicas sobre o pensamento algébrico. O envolvimento
com o grupo investigado caracterizou um tipo de pesquisa que, segundo Krainer (2003),
combina intervenção e pesquisa, e pode ser chamada de pesquisa intervenção. Desse
modo, além de desempenharmos o papel de pesquisadoras, também atuamos como
formadoras, na busca de promover o desenvolvimento dos participantes. A análise global
descreveu elementos caracterizadores do repertório compartilhado e dos
empreendimentos articulados que sustentaram o domínio e a prática da comunidade. A
análise local possibilitou definir algumas formas de participação dos membros e descrever
“como” alguns termos, alguns conceitos ou algumas expressões sobre o pensamento
algébrico foram abordados nas negociações de significados e revelaram mudanças na
identidade dos participantes em se formarem professores de Matemática. Concluímos que
a formação de Comunidades de Prática em contextos de formação inicial pode colaborar
com a aprendizagem de futuros professores, uma vez que possibilita a negociação de
significados na prática, e a constituição da identidade em formar-se professor de
matemática.
Como professores e alunos do ensino médio lidam com conteúdos algébricos em sua produção escrita
Gefferson Luiz dos Santos, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 22/02/2010
Neste trabalho analisamos a produção escrita de professores e estudantes do Ensino Médio,
verificando os modos de resolução que estes utilizaram para resolver as de questões de
Álgebra das provas de conhecimentos gerais de alguns vestibulares de universidades estaduais
paranaenses. Numa abordagem predominantemente qualitativa, com cunho interpretativo,
buscamos, por meio da análise da produção escrita, identificar os conteúdos algébricos
presentes nas questões e também os modos e de resolução utilizados pelos participantes da
pesquisa ao resolverem tais questões, inferindo sobre as possíveis características do
pensamento algébrico, bem como a linguagem e simbologia algébricas. Os conteúdos
abordados nas questões são, em sua maioria, conteúdos trabalhados no Ensino Fundamental.
Os professores e alunos apresentaram modos de resolução baseados na Matemática Escolar
trabalhada na Educação Básica e indícios do pensamento algébrico numa fase de transição
permeada pela linguagem natural e alguns símbolos algébricos, considerando que muitas
vezes o próprio enunciado das questões possa ter norteado algumas das produções
apresentadas.
Registros escritos de alunos paranaenses em questões não-rotineiras da área de conteúdo Quantidade: um estudo
Gisleine Correa Bezerra, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 22/02/2010
O presente trabalho tem como objetivo analisar os registros escritos contidos nas provas
de uma amostra de alunos paranaenses em seis (6) questões discursivas de matemática,
consideradas não-rotineiras, classificadas como as que envolvem aspectos da área de
conteúdo Quantidade, a fim de compreender o modo como os alunos lidam com essas
questões em situação de avaliação. Este estudo é, para tanto, predominantemente
qualitativo, realizado sob a luz da avaliação como prática de investigação e das
orientações da Análise de Conteúdo. Mediante a análise das estratégias, dos
procedimentos utilizados e da forma como os estudantes lidaram com as técnicas
operatórias das operações aritméticas, buscou-se identificar indícios do pensamento
aritmético e aspectos da matematização horizontal presentes nos seus registros escritos.
De modo geral, foi possível identificar que os alunos, exceto em alguns casos, embora
tenham interpretado incorretamente o enunciado e elaborado uma estratégia que não
resolvia a questão, desenvolveram corretamente os procedimentos aritméticos
necessários para resolvê-la, o que nos permitiu inferir que os alunos mostram dominar as
técnicas operatórias de cada operação. Também foi possível identificar algumas
características do pensamento aritmético e indícios do processo de matematização
horizontal realizado pelos alunos