Teses e Dissertações
Palavra-chave: educação matemática
Dificuldades de estudantes de Licenciatura em Matemática na compreensão de conceitos de grupos e/ou isomorfismo de grupos
Henrique Rizek Elias, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 16/02/2012
A presente pesquisa teve como objetivo identificar e interpretar dificuldades
apresentadas por estudantes de licenciatura e bacharelado em Matemática da
Universidade Estadual de Londrina na compreensão de conceitos de grupo e/ou
isomorfismo de grupos. Embasados em teóricos como Dubinsky et al. (1994),
Dubinsky (2002), Brown et al. (1997) e Lajoie (2000), elaboramos um roteiro com
algumas perguntas e realizamos entrevistas semiestruturadas com oito estudantes
que já haviam estudado os conceitos. Essas entrevistas nos forneceram dados que,
a partir das respostas incorretas dadas pelos estudantes, nos permitiram identificar
dificuldades na compreensão de conceitos de grupo e/ou isomorfismo de grupos.
Uma vez que o entendimento de alguns desses conceitos da Álgebra Abstrata exige
um pensamento matemático avançado, fundamentamo-nos para interpretar as
dificuldades encontradas, essencialmente, na teoria APOS, de Ed Dubinsky,
identificando a concepção (ação, processo, objeto) dos estudantes, e na teoria da
reificação, de Anna Sfard. Das análises, pudemos identificar vinte e nove
dificuldades manifestadas, as quais evidenciam, entre outras coisas, que estudantes
participantes apresentam dificuldades com conceitos prévios, como dificuldade em
lidar com conjuntos diversos, que não somente os conjuntos numéricos, ou
dificuldades com relação à definição de função, e que alguns ainda permanecem
com um pensamento matemático elementar, no sentido de Tall (1995, 2002),
mostrando que ainda não se desprenderam de um padrão de imitar soluções do qual
estavam acostumados.
O estágio curricular supervisionado e a decisão do licenciado em querer ser professor de matemática
Diego Fogaça Carvalho, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 25/01/2012
Nesta investigação de cunho qualitativo, procurou-se identificar e compreender
os elementos sustentadores da manutenção ou alteração das escolhas de
estagiários do curso de Licenciatura em Matemática a respeito das suas
decisões de querer ser professor de matemática antes, durante e depois do
desenvolvimento das atividades de observação e regência, previstas na
disciplina de estágio supervisionado. O estudo foi desenvolvido no terceiro ano
do curso de Licenciatura em Matemática ofertado pela Universidade Estadual
de Londrina, no ano de 2010, com a participação de dezessete estagiários.
Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas realizadas durante o ano letivo
que retomou as seguintes questões: você quer ser professor de matemática?
Você mantém a decisão tomada na entrevista anterior? As transcrições das
entrevistas foram submetidas aos procedimentos analíticos da análise textual
que possibilitou evidenciar os elementos sustentadores da manutenção das
respostas dos estagiários: satisfação pessoal do estagiário ao ser professor de
matemática; as ações que poderá realizar ao ser professor de matemática; por
ter convicção de que poderá se constituir um bom professor de matemática;
interesse pela área da matemática; busca por alunos mais autônomos; o
desgaste decorrente da profissão e a falta de interesse dos alunos. Quanto aos
depoentes que alteraram suas respostas eles indicaram que a atitude tomada é
decorrente: da possibilidade de trabalhar com adultos na educação básica; do
interesse pela pesquisa na área da matemática; do interesse em trabalhar na
área de desenho; e de não saber mais o que é ser professor de matemática.
Aliado a essas justificativas, foram encontrados outros elementos provindos do
cenário da formação inicial de professores de matemática que se interpretou ter
influenciado na manutenção ou alteração das respostas dos estagiários que
querem ser pofessor da educação básica: mudança no modo de conceber a
relação professor-aluno; mudança nos condicionantes de uma boa aula de
matemática; mudança no tipo de escola e de sala de aula em que almejam
trabalhar no futuro; limites aos efeitos das ações e das intenções do professor
para com o aluno; escolha do perfil do professor de matemática que pretende
ser no futuro; reafirmações das representações e dos objetivos já traçados para
seu futuro profissional. Para os estagiários que não querem ser professor de
matemática na educação básica, identificou-se: não se sentirem como
professores de matemática; não saberem lidar com pessoas e falar em público;
que em suas percepções atuar no Ensino Superior leva o professor a ter
menos preocupação com a aprendizagem do aluno; recusa quanto ao
engajamento em uma formação contínua e dificuldade em assumir o papel de
educador. Em suma, interpretou-se que o estágio se configurou como um
ambiente rico para o desenvolvimento da identidade profissional do futuro
professor de matemática.
Interações discursivas e aprendizagem em Modelagem Matemática
Elaine Cristina Ferruzzi, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 19/04/2011
Esta pesquisa teve por objetivo “Investigar as interações que emergem durante o
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática na sala de aula”,
procurando identificar características que podem nos oferecer subsídios para
compreender o papel destas interações na aprendizagem dos alunos. Observamos
na literatura da área que diversas pesquisas têm sido realizadas tratando do
desenvolvimento de atividades de Modelagem em sala de aula, apresentando
argumentos favoráveis à sua inserção. Por outro lado, outras tantas sinalizam o
papel fundamental das interações para a aprendizagem do indivíduo, apresentando
características de interações que favorecem a aprendizagem. Diante disto, em
nossa pesquisa nos preocupamos em investigar se estas características estavam
presentes nas interações oportunizadas pela Modelagem em sala de aula. Com este
intuito desenvolvemos com um grupo de alunos de uma Universidade Tecnológica
Federal atividades de Modelagem Matemática. Com os dados obtidos da
observação, filmagem e gravação em áudio do desenvolvimento destas atividades e,
com base no referencial teórico adotado nesta pesquisa, concluímos que as
atividades de Modelagem Matemática contribuem com a ocorrência de interações
que possuem características que favorecem a aprendizagem dos alunos. Estas
características estão alinhadas com as condições elencadas por Noreen Webb,
Anna Sfard, Mortimer e Scott (2002) e Alro e Skovsmose (2006). Respeitando-se as
limitações desta pesquisa concluímos que as interações oportunizadas pelo
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática contribuem
significativamente para a aprendizagem do aluno.
Modelagem matemática do crescimento populacional: um olhar à luz da socioepistemologia
Camila Fogaça de Oliveira, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 08/07/2011
Esta pesquisa teve o objetivo de investigar a modelagem matemática do
crescimento populacional e as práticas sociais e matemáticas associadas a
esta modelagem. Para este propósito, uma perspectiva teórica chamada de
Socioepistemologia foi adotada, investigando as componentes didática,
epistemológica e social. Em termos gerais, no que se refere a componente
epistemológica, consideramos que as matemáticas se constituíram em
diferentes práticas sociais, as quais propiciaram a construção de
conhecimentos. No que se refere a componente didática, verificamos a
existência de diferentes práticas: algumas relacionadas aos autores dos livros
didáticos e outras relacionadas aos alunos quando envolvidos em atividades de
Modelagem Matemática. Concluímos que as práticas dos alunos, quer do ponto
de vista matemático, quer do ponto de vista social, mostram semelhanças entre
as práticas dos autores de crescimento populacional do final do século XVIII e
início do século XIX. Sendo assim, os significados se encontram no uso da
linguagem e não estão determinados previamente, conforme abordado por
Wittgenstein, mas encontram sua origem na atividade humana, por meio da
interação entre indivíduos.
Análise crítica de tarefas matemáticas: um estudo com professores que ensinam matemática nos anos iniciais do ensino fundamental
Cristina Cirino de Jesus, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 28/03/2011
No presente estudo, investigamos como um grupo de professoras que ensinam
Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental lidam com a análise
crítica, com a proposição e a implementação de tarefas. Para tanto, formamos
um grupo de estudos com quatorze professoras, as quais atuam nos anos
iniciais do Ensino Fundamental em uma escola da rede municipal de ensino da
cidade de Apucarana, no Paraná. Os encontros do grupo tiveram início no mês
de maio de 2010 e desenvolveram-se até novembro desse mesmo ano,
totalizando dezenove encontros. Esta investigação constitui-se como uma
pesquisa qualitativa de cunho interpretativo e tem como pressupostos teóricos
os níveis de demanda cognitiva de tarefas matemáticas. Utilizamos como
instrumentos para coleta de informações o diário de campo, gravações dos
encontros do grupo, produções escritas elaboradas pelas docentes,
observações de aulas e entrevista semiestruturada. Nossa pesquisa mostra
que realizar a análise crítica das tarefas e conhecer os níveis de demanda
cognitiva auxilia as professoras a repensar suas razões de escolhas, sua
prática pedagógica, a iniciarem um trabalho mais centrado em tarefas de
elevado nível de demanda cognitiva e a tornarem-se mais conscientes da
influência que suas ações têm sobre os processos de ensino e de
aprendizagem. Ao final do desenvolvimento dos encontros, algumas
professoras mostraram indícios de mudança quanto às razões de escolha de
tarefas e desenvolveram um outro olhar a respeito do trabalho do aluno.
Consideramos que o compromisso e o engajamento foram aspectos
fundamentais para a participação dessas docentes no grupo de estudos e para
o seu desenvolvimento profissional.
Uma reconstrução histórico-filosófica do surgimento das geometrias não euclidianas
Línlya Natássia Sachs Camerlengo de Barbosa, Prof. Dr. Marcos Rodrigues da Silva
Data da defesa: 01/03/2011
Diante de justificativas favoráveis à participação da história da matemática no ensino de
matemática, faremos aqui uma reflexão sobre essas justificativas e sobre as possíveis
maneiras de reconstrução dessa história. Apresentaremos, então, uma reconstrução histórico-
filosófica do surgimento das geometrias não euclidianas, envolvendo o quinto postulado de
Euclides, na forma de história de problemas, em que se procura mostrar as tentativas bem
sucedidas e fracassadas na resolução do problema em questão. Faremos, por fim, uma
problematização sobre o que foi apresentado neste trabalho com questionamentos – e não
respostas – sobre a participação da história no ensino de matemática.
Como estudantes do ensino médio lidam com registros de representação semiótica de funções
Nilton César Garcia Salgueiro, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 25/02/2011
Esta pesquisa consistiu em uma investigação de como estudantes do Ensino Médio de
uma escola de Rolândia, PR, lidam com o conceito de função ao se depararem com uma
sequência didática, nos moldes da Engenharia Didática apresentados por Artigue (1996),
trabalhando diferentes registros de representação semiótica desse objeto matemático.
Como referencial teórico utilizou-se a Teoria dos Registros de Representação Semiótica
de Duval (2005), as abordagens do pensamento algébrico de Lins e Gimenez (1997),
Kieran (1992) e Usiskin (1995) e, para os estudos do erro, Cury (2007). A sequência
didática possibilitou aos estudantes a realização de conversões entre os registros de
representação semiótica abordados, quais sejam registros na relação entre dois
conjuntos, registro gráfico e registro algébrico do objeto função. Observaram-se indícios
de pensamento algébrico nos registros escritos quando da generalização de situações e
da utilização de linguagem algébrica e, alguns tipos de erros, como falta de conhecimento
do uso de decimais, falta de entendimento do conceito de função como relação entre
conjuntos, na conversão entre os registros de representação semiótica, no uso da
linguagem algébrica, na determinação do domínio e na representação de funções com
domínios discretos.
Análise da produção escrita de estudantes da EJA em atividades algébricas
ANTONIO RAFEL PEPECE JUNIOR, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 25/02/2011
Esta pesquisa associa dois temas, muitas vezes deixados de lado por
educadores matemáticos, que é o ensino da álgebra e a EJA, Educação de
Jovens e Adultos, segmento de ensino que está voltado a uma classe social
menos favorecida que não teve acesso a escolaridade na idade
apropriada. Tínhamos como objetivo investigar indícios de pensamento
algébrico e de possíveis erros na produção escrita de estudantes da EJA em
atividades algébricas envolvendo equações do primeiro grau. Realizamos a
aplicação de uma sequência didática seguindo os moldes da Engenharia
Didática proposta por Artigue (1996) e Almouloud (2007), a qual era
composta por sete atividades que foram aplicadas a estudantes de uma
classe do nono ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal
do interior de São Paulo. Analisando os registros escritos dos sete estudantes
que participaram do desenvolvimento de todas as atividades fica evidente a
pluralidade entre os mesmos e o aparecimento de indícios de pensamento
algébrico, como utilização de uma linguagem simbólica, padrões e
regularidades, para os quais empregamos teóricos como Lins e Gimenez
(1997). Os erros encontrados nesses registros foram classificados como:
erro por falta de conhecimento prévio do conteúdo ou termos utilizados,
erro por falta de noção das quatro operações, erro por falta de atenção na
resolução, erro na apresentação do resultado, erro por não apresentar solução
para o problema e erro na interpretação do enunciado, ficando evidente a
dificuldade apresentada por alguns estudantes durante tal seqüência. Para
análise dos erros empregamos Cury (1995, 2004, 2007).
Análise de uma proposta aplicada em sala de aula sobre geometria com foco na demonstração
Edelaine Cristina de Andrade, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 15/02/2011
No presente estudo, investigamos as percepções referentes ao método
demonstrativo de Euclides quanto à primeira Proposição – da obra Os
Elementos – na ótica de um grupo de alunos do primeiro ano do Ensino Médio
de uma escola estadual do norte do Paraná. Para isso, realizamos uma
pesquisa de abordagem qualitativa de cunho interpretativo na busca de
compreender como os conceitos da geometria demonstrativa eram
recepcionados neste contexto didático. O referencial investigativo adotado foi a
análise textual discursiva, a partir da qual foi possível constituir uma base de
dados, ou seja, o corpus. A principal questão que norteou esta pesquisa foi: De
que modo os alunos compreenderam a proposta que lhes mostrou o método
demonstrativo euclidiano referente à primeira Proposição? Nesta pesquisa
mostramos um breve histórico da geometria grega; tecemos alguns
comentários sobre o método axiomático; apresentamos duas propostas por nós
sugeridas para a intervenção didática; realizamos um estudo buscando
algumas causas que justificassem a ausência ou o pouco estudo da geometria
demonstrativa nas salas de aula, e conseguimos no decorrer de nosso
trabalho, identificar três delas: o abandono da geometria no período do
Movimento da Matemática Moderna; a formação dos professores e a
supressão da demonstração geométrica nos livros didáticos. Esses estudos
iniciais nos proporcionaram inspirações, compreensão e entendimento para a
conjectura dessa intervenção em busca das percepções dos alunos a respeito
da demonstração da Proposição I. A investigação realizada evidenciou que,
para os participantes da pesquisa, a demonstração euclidiana fica mais
evidente tendo em mãos a figura geométrica que a representa e que mesmo
faltando vocabulário, os participantes conseguiram avançar no raciocínio
geométrico.
Modelagem Matemática e Pensamento Matemático: um estudo à luz dos Três Mundos da Matemática
Barbara Nivalda Palharim Alvim Souza, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 29/06/2010
Este trabalho descreve uma investigação que busca apontar elementos sobre o modo
como ocorre o pensamento matemático de alunos envolvidos em atividades de
Modelagem Matemática. O estudo está fundamentado na teoria do pensamento
matemático e seu desenvolvimento nos Três Mundos da Matemática da teoria de David
Tall, bem como na Modelagem Matemática como uma alternativa pedagógica e prática
investigativa. A identificação destes elementos se dá na busca por processos que Tall
(2002) associa ao ‘pensamento matemático elementar’ e ‘pensamento matemático
avançado’ e o trânsito dos alunos pelo que Tall (2004d) caracteriza como os ‘Três
Mundos da Matemática’ no desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática. A
pesquisa ocorreu no âmbito da disciplina de Modelagem Matemática na Perspectiva da
Educação Matemática em um curso de Licenciatura em Matemática. A pesquisa usa uma
abordagem qualitativa e uma análise interpretativa à luz do referencial teórico é realizada
a partir de dados coletados com os estudantes da disciplina. Identificamos, nas análises,
que atividades de Modelagem Matemática favorecem a utilização de diversos modos de
operação relacionados aos Três Mundos da Matemática e, que alunos envolvidos em
atividades de Modelagem Matemática, por meio destes modos de operação desenvolvem
processos cognitivos que propiciam interações entre ‘pensamento matemático elementar’
e ‘pensamento matemático avançado’