Teses e Dissertações
Palavra-chave: educação matemática
Aspectos do pensamento algébrico e da linguagem manifestados por estudantes do 6° ano em um experimento de ensino
Edilaine Pereira da Silva, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 10/04/2013
Esta investigação, de cunho qualitativo, objetivou identificar, analisar e discutir
aspectos do pensamento algébrico manifestados por estudantes do 6º ano do
Ensino Fundamental ao resolverem problemas em um Experimento de Ensino. O
referencial teórico utilizado reúne informações a respeito de quais processos
matemáticos realizados possam ser evidências de que crianças do Ensino
Fundamental estejam pensando algebricamente. Referimo-nos a aspectos de
pensamento algébrico como evidências de habilidades do pensamento
matemático, consideradas necessárias para o sucesso em álgebra ao resolverem
problemas que envolvem conceitos algébricos. A coleta de informações se deu no
ano de 2012 em uma sala de aula de uma escola pública de Palotina – Pr., por
meio da metodologia baseada no Experimento de Ensino, devida a Steffe e
Thompson (2000). Analisamos três episódios de ensino e registros escritos de dois
problemas à luz da Análise de Conteúdo de Bardin (2004). Foi possível identificar
alguns aspectos de pensamento algébrico nos registros escritos dos estudantes,
destacando o desenvolvimento de uma linguagem sincopada para expressar-se
matematicamente, a utilização de símbolos não convencionais e convencionais
relacionados a conceitos e propriedades, a compreensão dos conceitos envolvidos
no problema, a utilização da proporção direta, a resolução de equações por meio
de operações inversas, a análise e expressão de relações entre grandezas
desconhecidas sem recorrerem a valores específicos, entre outros. Além disso,
verificamos quais aspectos de pensamento algébrico apresentaram-se com maior
e menor frequência e identificamos três modos de pensar matemática
apresentados pelos estudantes do 6º ano: i) um modo algébrico de pensar; ii) um
modo de pensar limitado por crenças e rotinas; iii) um modo ingênuo de pensar.
Ensino e aprendizagem de função do primeiro grau por meio do Modelo da Equivalência de Estímulos
Jader Otavio Dalto, Profª. Drª. Verônica Bender Haydu
Data da defesa: 30/03/2012
Nesta investigação, procurou-se analisar o ensino e aprendizagem de função do primeiro grau
na perspectiva da Análise do Comportamento, mais especificamente, por meio do Modelo da
Equivalência de Estímulos. Ao considerar-se Álgebra Escolar como sendo o domínio
matemático que lida com relações entre grandezas e regularidades numéricas que se
constituem enquanto estruturas em um nível simbólico, procurou-se verificar se o Modelo da
Equivalência de Estímulos é eficiente e eficaz no ensino e na aprendizagem de função do
primeiro grau. Procurou-se fazer com que os participantes da pesquisa formassem classes de
estímulos equivalentes entre diferentes elementos da linguagem algébrica (gráficos, tabelas e
expressões de funções afins); analisar o processo de formação das classes de estímulos
equivalentes e verificar se a formação de classes de estímulos equivalentes entre gráfico,
tabela e expressão de funções afins específicas possibilita a generalização de estímulos, ou
seja, se faz com que o estudante seja capaz de identificar gráficos de outras funções afins que
não fizeram parte das classes anteriores. Para atingir esses objetivos, foi desenvolvido, no
software Equivalência, um procedimento de ensino de discriminações condicionais entre
elementos da linguagem algébrica relacionados a funções do primeiro grau da forma y=ax+b,
com a=1. O procedimento de ensino consistia em uma etapa de ensino, uma de verificação
das relações emergentes entre os elementos da linguagem algébrica e uma etapa de
verificação da generalização de estímulos. Esse procedimento foi aplicado a dois estudantes
do quinto ano do Ensino Fundamental e, apesar de ter sido demonstrada a formação das
classes de equivalência e a generalização de estímulos para ambos, um deles necessitou da
intervenção do pesquisador para aprender as relações entre os elementos da linguagem
algébrica. Assim, o procedimento de ensino foi modificado e aplicado a nove estudantes do
oitavo ano do Ensino Fundamental, juntamente com um Pré-teste e um Pós-teste escritos.
Como resultados principais, tem-se que as modificações realizadas no procedimento de ensino
foram satisfatórias, uma vez que foi verificada a formação das classes de equivalência e a
generalização de estímulos para sete dos nove participantes. Além disso, sete participantes
apresentaram uma grande diferença no desempenho dos testes escritos, sendo que cinco deles
também apresentaram aumento de desempenho no Pós-teste com o software. Esses resultados
são consistentes com os apresentados na literatura no que se refere à efetividade da utilização
do Modelo da Equivalência de Estímulos como mais uma estratégia de ensino e de
aprendizagem de Matemática.
Caracterizações do pensamento algébrico em tarefas realizadas por estudantes do Ensino Fundamental I
Daniele Peres da Silva, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 05/12/2012
Tomando a Early Algebra como área de pesquisa, a qual visa uma abordagem para o
ensino e aprendizagem da álgebra inicial, esta investigação apresenta uma análise
das produções escritas, atitudes, indagações, enfim, o comportamento de crianças
durante a resolução de tarefas. O objetivo foi identificar, analisar e discutir
características do pensamento algébrico em oito tarefas aplicadas a estudantes do
Ensino Fundamental I. Mais especificamente, buscamos compreender como trinta e
cinco estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental I de uma escola pública do
município de Apucarana-PR lidam com tarefas da Early Algebra. Para organização e
interpretação dos dados, empregamos procedimentos à luz da Análise de Conteúdo,
sendo esta uma modalidade de pesquisa qualitativa. Por meio das respostas
apresentadas e das indagações e afirmações dos estudantes durante a resolução das
tarefas, o estudo mostrou que, embora as resoluções nem sempre estivessem
corretas, estas evidenciam indícios de pensamento algébrico, uma vez que os
participantes desse estudo perceberam e tentaram expressar as estruturas aritméticas
das tarefas, assim como, descreveram seus processos de pensamento. Portanto,
esses estudantes do Ensino Fundamental I têm condições de lidar e de desenvolver
aspectos relacionados ao pensamento algébrico, mesmo não apresentando uma
linguagem simbólica algébrica.
Dificuldades evidenciadas em registros escritos a respeito de demonstrações matemáticas
Debora Cristiane Barbosa Kirnev, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 30/08/2012
A presente pesquisa investiga dificuldades relacionadas as formas de
demonstrações matemáticas sejam direta, contrapositivas, por redução ao
absurdo, por contraexemplo, evidenciadas em registros de graduandos do
curso de matemática de uma universidade norte paranaense. Entendemos que
seja necessário um conteúdo para abordar o tema de pesquisa, deste modo selecionamos os conteúdos conjuntos e funções para elaborar uma proposta
de atividades que foi aplicada aos sujeitos participantes dessa investigação.
Para subsidiar a pesquisa nos apoiamos principalmente nos teóricos Balacheff
(1987), em seus estudos sobre provas e demonstrações, e, Dreyfus (1991)
acerca do pensamento matemático avançado. As análises consistiram em
categorizar agrupamentos com resoluções similares e evidenciar as
dificuldades explicitadas.
Educadores matemáticos brasileiros e as configurações informais de aprendizagem
Tatiany Mottin Dartora, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 02/07/2012
Esta pesquisa apresenta um estudo sobre configurações informais de aprendizagem
tendo como base os artigos publicados nos anais do Encontro Nacional de
Educação Matemática, nos anos de 2001, 2004, 2007 e 2010. A principal questão
que orientou esta pesquisa foi: Como os educadores matemáticos brasileiros por
meio de seus artigos caracterizam as configurações informais de aprendizagem?
Inspirados na Análise Textual Discursiva foi possível constituir a base de dados, ou
seja, um corpus, e desenvolver uma investigação de âmbito qualitativo. Para a
constituição do corpus foram analisados 1616 artigos, tendo sido localizados apenas
51 relacionados à temática em questão, mesmo que de modo implícito. Com isso foi
possível observar que a produção de artigos sobre esse tema tem aumentado no
decorrer da última década. Após a constituição do corpus, foram identificados,
selecionados e categorizados os objetivos, os sujeitos, os locais enunciados nos
artigos. Nesse processo, observou-se que em relação aos sujeitos, as configurações
espaços planejados para a educação informal e para os programas de
aprendizagem fora da escola são convergentes nas categorias: docentes, discentes
e pessoas da comunidade, já na configuração experiências do dia a dia os sujeitos
são a família, amigos e colegas de trabalho, e os locais são considerados os
espaços naturais, onde as pessoas desenvolvem suas atividades de lazer ou de
trabalho. Como o nome indica, na primeira configuração os locais são estruturados
fisicamente para proporcionar a aprendizagem, porém a segunda configuração é
desenvolvida em todos os locais citados anteriormente. Entretanto, não são apenas
os locais e os sujeitos que são fatores de classificação de uma configuração informal
de aprendizagem, depende também da quantidade de evidências relacionadas no
contexto educacional e da intensidade em que elas aparecem: a estrutura do
ambiente físico; a interferência de monitor, ou professor; grau de precisão em que se
avalia a educação; a presença de um currículo a ser desenvolvido. Observando
essas três categorias, podemos distinguir as configurações informais de
aprendizagem em determinado contexto educacional. Nesta investigação também
analisamos as ações enunciadas nos objetivos, e as considerações finais dos 51
artigos, sendo possível verificar que a maior parte das ações investigadas é reflexiva
e descritiva, sendo convergentes entres as configurações espaços planejados para a
educação informal e programas de aprendizagem realizado fora da escola. Em
relação às considerações finais, em todas as configurações, estão presentes a
preocupação em sugerir que as experiências dos artigos sejam levadas para a sala
de aula e a atenção voltada para a formação do cidadão. Este trabalho produziu um
conjunto de descrições sobre como estão sendo abordadas as configurações
informais de aprendizagem, que poderá servir de orientação para futuras
investigações.
onhecimentos e compreensões revelados por estudantes de Licenciatura em Matemática sobre sistemas de equações lineares
Kátia Socorro Bertolazi, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 27/02/2012
A presente dissertação tem por objetivo investigar processos de pensamento
matemático avançado manifestados em registros escritos de estudantes de
Licenciatura em Matemática em tarefas sobre Sistemas de Equações Lineares. Para
tanto, construímos uma Proposta de Avaliação Reflexiva sobre o conteúdo
matemático em questão constituída de três partes, a qual foi aplicada em estudantes
da 4a série de um curso de Licenciatura em Matemática, em uma universidade
estadual pública do norte paranaense. Com uma abordagem, predominantemente,
qualitativa de caráter descritivo-interpretativo buscamos nos registros escritos relatos
e indícios que assinalassem a presença de processos de pensamento matemático
avançado, conforme Dreyfus (1991) e Resnick (1987), e um perfil conciso dos
participantes evidenciando a concepção de matemática no sentido de Thompson
(1997), e ainda indícios de atitudes de professor reflexivo à luz de Freire (2004 e
2011). Examinamos questão por questão de cada um dos participantes
inventariando seus conhecimentos e compreensões acerca de Sistemas de
Equações Lineares. Entendemos que os participantes já demonstram, em suas
resoluções, serem conscientes de muitas interações que ocorrem durante o
processo de representação, mas ainda provavelmente lhes faltem oportunidades
para desenvolverem atividades que os instiguem a formalizar e sintetizar diferentes
aspectos de um conceito ou tema matemático, ação que de acordo com Dreyfus
(1991) favorece o processo de abstração matemática. As análises revelaram que de
dezessete participantes, apenas três desses atingiram o processo de abstração
matemática, isto é, a capacidade de sintetizar, formalizar e generalizar pensamentos
matemáticos. Ainda, inferimos que a maioria dos participantes apresentou uma visão
platônica da matemática no sentido de Thompson (1997).
Dificuldades de estudantes de Licenciatura em Matemática na compreensão de conceitos de grupos e/ou isomorfismo de grupos
Henrique Rizek Elias, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 16/02/2012
A presente pesquisa teve como objetivo identificar e interpretar dificuldades
apresentadas por estudantes de licenciatura e bacharelado em Matemática da
Universidade Estadual de Londrina na compreensão de conceitos de grupo e/ou
isomorfismo de grupos. Embasados em teóricos como Dubinsky et al. (1994),
Dubinsky (2002), Brown et al. (1997) e Lajoie (2000), elaboramos um roteiro com
algumas perguntas e realizamos entrevistas semiestruturadas com oito estudantes
que já haviam estudado os conceitos. Essas entrevistas nos forneceram dados que,
a partir das respostas incorretas dadas pelos estudantes, nos permitiram identificar
dificuldades na compreensão de conceitos de grupo e/ou isomorfismo de grupos.
Uma vez que o entendimento de alguns desses conceitos da Álgebra Abstrata exige
um pensamento matemático avançado, fundamentamo-nos para interpretar as
dificuldades encontradas, essencialmente, na teoria APOS, de Ed Dubinsky,
identificando a concepção (ação, processo, objeto) dos estudantes, e na teoria da
reificação, de Anna Sfard. Das análises, pudemos identificar vinte e nove
dificuldades manifestadas, as quais evidenciam, entre outras coisas, que estudantes
participantes apresentam dificuldades com conceitos prévios, como dificuldade em
lidar com conjuntos diversos, que não somente os conjuntos numéricos, ou
dificuldades com relação à definição de função, e que alguns ainda permanecem
com um pensamento matemático elementar, no sentido de Tall (1995, 2002),
mostrando que ainda não se desprenderam de um padrão de imitar soluções do qual
estavam acostumados.
O estágio curricular supervisionado e a decisão do licenciado em querer ser professor de matemática
Diego Fogaça Carvalho, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 25/01/2012
Nesta investigação de cunho qualitativo, procurou-se identificar e compreender
os elementos sustentadores da manutenção ou alteração das escolhas de
estagiários do curso de Licenciatura em Matemática a respeito das suas
decisões de querer ser professor de matemática antes, durante e depois do
desenvolvimento das atividades de observação e regência, previstas na
disciplina de estágio supervisionado. O estudo foi desenvolvido no terceiro ano
do curso de Licenciatura em Matemática ofertado pela Universidade Estadual
de Londrina, no ano de 2010, com a participação de dezessete estagiários.
Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas realizadas durante o ano letivo
que retomou as seguintes questões: você quer ser professor de matemática?
Você mantém a decisão tomada na entrevista anterior? As transcrições das
entrevistas foram submetidas aos procedimentos analíticos da análise textual
que possibilitou evidenciar os elementos sustentadores da manutenção das
respostas dos estagiários: satisfação pessoal do estagiário ao ser professor de
matemática; as ações que poderá realizar ao ser professor de matemática; por
ter convicção de que poderá se constituir um bom professor de matemática;
interesse pela área da matemática; busca por alunos mais autônomos; o
desgaste decorrente da profissão e a falta de interesse dos alunos. Quanto aos
depoentes que alteraram suas respostas eles indicaram que a atitude tomada é
decorrente: da possibilidade de trabalhar com adultos na educação básica; do
interesse pela pesquisa na área da matemática; do interesse em trabalhar na
área de desenho; e de não saber mais o que é ser professor de matemática.
Aliado a essas justificativas, foram encontrados outros elementos provindos do
cenário da formação inicial de professores de matemática que se interpretou ter
influenciado na manutenção ou alteração das respostas dos estagiários que
querem ser pofessor da educação básica: mudança no modo de conceber a
relação professor-aluno; mudança nos condicionantes de uma boa aula de
matemática; mudança no tipo de escola e de sala de aula em que almejam
trabalhar no futuro; limites aos efeitos das ações e das intenções do professor
para com o aluno; escolha do perfil do professor de matemática que pretende
ser no futuro; reafirmações das representações e dos objetivos já traçados para
seu futuro profissional. Para os estagiários que não querem ser professor de
matemática na educação básica, identificou-se: não se sentirem como
professores de matemática; não saberem lidar com pessoas e falar em público;
que em suas percepções atuar no Ensino Superior leva o professor a ter
menos preocupação com a aprendizagem do aluno; recusa quanto ao
engajamento em uma formação contínua e dificuldade em assumir o papel de
educador. Em suma, interpretou-se que o estágio se configurou como um
ambiente rico para o desenvolvimento da identidade profissional do futuro
professor de matemática.
Interações discursivas e aprendizagem em Modelagem Matemática
Elaine Cristina Ferruzzi, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 19/04/2011
Esta pesquisa teve por objetivo “Investigar as interações que emergem durante o
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática na sala de aula”,
procurando identificar características que podem nos oferecer subsídios para
compreender o papel destas interações na aprendizagem dos alunos. Observamos
na literatura da área que diversas pesquisas têm sido realizadas tratando do
desenvolvimento de atividades de Modelagem em sala de aula, apresentando
argumentos favoráveis à sua inserção. Por outro lado, outras tantas sinalizam o
papel fundamental das interações para a aprendizagem do indivíduo, apresentando
características de interações que favorecem a aprendizagem. Diante disto, em
nossa pesquisa nos preocupamos em investigar se estas características estavam
presentes nas interações oportunizadas pela Modelagem em sala de aula. Com este
intuito desenvolvemos com um grupo de alunos de uma Universidade Tecnológica
Federal atividades de Modelagem Matemática. Com os dados obtidos da
observação, filmagem e gravação em áudio do desenvolvimento destas atividades e,
com base no referencial teórico adotado nesta pesquisa, concluímos que as
atividades de Modelagem Matemática contribuem com a ocorrência de interações
que possuem características que favorecem a aprendizagem dos alunos. Estas
características estão alinhadas com as condições elencadas por Noreen Webb,
Anna Sfard, Mortimer e Scott (2002) e Alro e Skovsmose (2006). Respeitando-se as
limitações desta pesquisa concluímos que as interações oportunizadas pelo
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática contribuem
significativamente para a aprendizagem do aluno.
Modelagem matemática do crescimento populacional: um olhar à luz da socioepistemologia
Camila Fogaça de Oliveira, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 08/07/2011
Esta pesquisa teve o objetivo de investigar a modelagem matemática do
crescimento populacional e as práticas sociais e matemáticas associadas a
esta modelagem. Para este propósito, uma perspectiva teórica chamada de
Socioepistemologia foi adotada, investigando as componentes didática,
epistemológica e social. Em termos gerais, no que se refere a componente
epistemológica, consideramos que as matemáticas se constituíram em
diferentes práticas sociais, as quais propiciaram a construção de
conhecimentos. No que se refere a componente didática, verificamos a
existência de diferentes práticas: algumas relacionadas aos autores dos livros
didáticos e outras relacionadas aos alunos quando envolvidos em atividades de
Modelagem Matemática. Concluímos que as práticas dos alunos, quer do ponto
de vista matemático, quer do ponto de vista social, mostram semelhanças entre
as práticas dos autores de crescimento populacional do final do século XVIII e
início do século XIX. Sendo assim, os significados se encontram no uso da
linguagem e não estão determinados previamente, conforme abordado por
Wittgenstein, mas encontram sua origem na atividade humana, por meio da
interação entre indivíduos.