Teses e Dissertações
Palavra-chave: educação matemática
Correção de uma prova escrita de matemática: algumas considerações
Marco Antonio Gonzalez Moraes, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 15/07/2013
Este estudo apresenta um episódio de múltiplas correções de uma prova escrita de matemática. A prova, composta de quatro questões, abrange parte do conteúdo de matemática da Educação Básica. Alunos do 1o ano de um curso de Engenharia de uma faculdade particular em Londrina, estado do Paraná, resolveram a prova, e um grupo de professores que atuam no Ensino Médio e Superior corrigiram-na. É um estudo predominantemente qualitativo de cunho interpretativo, com base na abordagem da Educação Matemática Realística, na perspectiva da avaliação escolar como oportunidade de aprendizagem. Os resultados mostram que ainda se valorizam mais as respostas do que os processos; que não se consideram significativamente as diferentes estratégias e os respectivos procedimentos utilizados; que não há claro estabelecimento de critérios para a correção; que itens presumidamente mais difíceis recebem pontuação mais alta do que os mais fáceis; que se corrige de forma distinta um mesmo item resolvido de maneira muito semelhante. Ao final, apresenta-se uma condução para a correção dessa prova como mote para provocar reflexão a respeito do papel do professor tanto nas suas aulas quanto na correção das provas que aplica.
Conhecimentos mobilizados em um processo de formação continuada por uma professora que ensina matemática
Ivnna Gurniski Carniel, Profª Drª Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 05/08/2013
No presente estudo, investigamos que conhecimentos são mobilizados por uma
professora que ensina Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
desencadeados por uma proposta de formação continuada, com ênfase em tarefas
matemáticas que tem o potencial para mobilizar o pensamento algébrico. Para tanto,
estivemos em contato com um grupo em formação continuada, formado pelas
professoras e a coordenadora pedagógica de uma escola da cidade de Apucarana - PR,
dentre as quais escolhemos uma professora para ser investigada. Esta investigação
constitui-se como uma pesquisa qualitativa de cunho interpretativo e os pressupostos
teóricos envolvem a formação de professores, os conhecimentos específicos do
professor e os tipos de pensamento algébrico. Utilizamos como instrumentos para coleta
de informações o diário de campo, gravações dos encontros do grupo e produções
escritas da professora investigada. Nossa pesquisa mostra que em um contexto de
formação continuada é possível proporcionar ao professor momentos de reflexão acerca
da Matemática e de sua prática letiva, colaborando com o desenvolvimento de
potencialidades e a construção de novos saberes, articulados aos seus interesses,
necessidades e seu contexto profissional. As ações desenvolvidas na proposta de
formação continuada, cenário da pesquisa, provocaram discussões e reflexões que nos
permitiram identificar aspectos da prática letiva da professora investigada, de modo a
caracterizar os conhecimentos mobilizados ao longo desse processo.
Empreendimentos de uma Comunidade de Prática de professores de Matemática na busca de aprender e ensinar frações
Márcio Roberto da Rocha, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 25/06/2013
No presente estudo, investigamos como um contexto de formação, caracterizado como
Comunidade de Prática (WENGER, 1998), colabora para aprendizagens de professores que
ensinam Matemática. A formação foi constituída por reuniões semanais no Colégio
Estadual de Paranavaí, com a participação de seis professoras dos anos finais de Ensino
Fundamental, uma professora recém-formada, professora formadora e o pesquisador. Ao
longo do período da pesquisa foram constatados elementos que evidenciaram como o grupo
investigado foi se constituindo uma Comunidade de Prática. Optamos pela abordagem
qualitativa na intenção de responder à questão de investigação Que elementos do contexto
de uma Comunidade de Prática de professores de Matemática permitem aprendizagens de
seus membros ao lidarem com empreendimentos na busca de aprender e ensinar
frações?Para isso, buscamos descrever a trajetória da comunidade investigada para
identificar os empreendimentos mobilizados na busca de aprender e ensinar frações. A
análise das informações foi feita a partir de episódios que revelaram processos de
negociação de significados, destacando a interação entre os processos de participação e
reificação ocorridos na articulação e desenvolvimento dos empreendimentos, no sentido de
evidenciar o que os membros dessa comunidade, aprenderam no que se refere aos
conhecimentos profissionais de professores de Matemática. Desse modo, foi possível
identificar elementos da prática da comunidade investigada que permitiram essas
aprendizagens, nomeadamente a oportunidade de: refletir/discutir a respeito da prática
pedagógica; compartilhar experiências; produzir material manipulativo (oficina) explorando
suas potencialidades; elaborar e resolver tarefas associadas ao material manipulativo
construído; refletir sobre aplicação dessas tarefas em sala de aula; enfrentar desafios;
questionar e ser questionado (compromisso com a justificação); reflexão a respeito do
processo de formação continuada.
Matematização e modelagem matemática: possíveis aproximações
HELOISA CRISTINA DA SILVA, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 12/03/2013
A pesquisa busca aproximações entre a matematização como caracterizada nos
esquemas de modelagem matemática e a matematização como reconhecida na
Educação Matemática Realística. No âmbito da modelagem matemática,
matematização diz respeito a uma transição ou a uma ação cognitiva que se faz
entre diferentes etapas do que se reconhece na literatura como um esquema ou
um ciclo de modelagem. Já na Educação Matemática Realística, a matematização
é um processo e apresenta-se, em geral, uma classificação que a associa uma
matematização horizontal e uma matematização vertical. Com o objetivo de
identificar e caracterizar elementos da matematização, realizada pelos alunos
durante o desenvolvimento de atividades de modelagem matemática, é
desenvolvido um curso de modelagem com alunos de uma universidade pública.
Os dados coletados, obtidos por entrevista, questionários, registros escritos dos
alunos, gravações em áudio e em vídeo, do desenvolvimento das atividades de
modelagem são analisados com base no referencial teórico. Realiza-se análises
que, considerando as caracterizações apresentadas na literatura, evidenciam
aproximações entre a matematização nessas duas sub-áreas da Educação
Matemática. Já a análise dos dados coletados com as atividades de modelagem
desenvolvidas pelos alunos evidencia que os mesmos realizaram matematização
horizontal e matematização vertical, especialmente nas ações de compreensão da
situação, estruturação da situação, matematização e síntese.
Aspectos do pensamento algébrico e da linguagem manifestados por estudantes do 6° ano em um experimento de ensino
Edilaine Pereira da Silva, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 10/04/2013
Esta investigação, de cunho qualitativo, objetivou identificar, analisar e discutir
aspectos do pensamento algébrico manifestados por estudantes do 6º ano do
Ensino Fundamental ao resolverem problemas em um Experimento de Ensino. O
referencial teórico utilizado reúne informações a respeito de quais processos
matemáticos realizados possam ser evidências de que crianças do Ensino
Fundamental estejam pensando algebricamente. Referimo-nos a aspectos de
pensamento algébrico como evidências de habilidades do pensamento
matemático, consideradas necessárias para o sucesso em álgebra ao resolverem
problemas que envolvem conceitos algébricos. A coleta de informações se deu no
ano de 2012 em uma sala de aula de uma escola pública de Palotina – Pr., por
meio da metodologia baseada no Experimento de Ensino, devida a Steffe e
Thompson (2000). Analisamos três episódios de ensino e registros escritos de dois
problemas à luz da Análise de Conteúdo de Bardin (2004). Foi possível identificar
alguns aspectos de pensamento algébrico nos registros escritos dos estudantes,
destacando o desenvolvimento de uma linguagem sincopada para expressar-se
matematicamente, a utilização de símbolos não convencionais e convencionais
relacionados a conceitos e propriedades, a compreensão dos conceitos envolvidos
no problema, a utilização da proporção direta, a resolução de equações por meio
de operações inversas, a análise e expressão de relações entre grandezas
desconhecidas sem recorrerem a valores específicos, entre outros. Além disso,
verificamos quais aspectos de pensamento algébrico apresentaram-se com maior
e menor frequência e identificamos três modos de pensar matemática
apresentados pelos estudantes do 6º ano: i) um modo algébrico de pensar; ii) um
modo de pensar limitado por crenças e rotinas; iii) um modo ingênuo de pensar.
Ensino e aprendizagem de função do primeiro grau por meio do Modelo da Equivalência de Estímulos
Jader Otavio Dalto, Profª. Drª. Verônica Bender Haydu
Data da defesa: 30/03/2012
Nesta investigação, procurou-se analisar o ensino e aprendizagem de função do primeiro grau
na perspectiva da Análise do Comportamento, mais especificamente, por meio do Modelo da
Equivalência de Estímulos. Ao considerar-se Álgebra Escolar como sendo o domínio
matemático que lida com relações entre grandezas e regularidades numéricas que se
constituem enquanto estruturas em um nível simbólico, procurou-se verificar se o Modelo da
Equivalência de Estímulos é eficiente e eficaz no ensino e na aprendizagem de função do
primeiro grau. Procurou-se fazer com que os participantes da pesquisa formassem classes de
estímulos equivalentes entre diferentes elementos da linguagem algébrica (gráficos, tabelas e
expressões de funções afins); analisar o processo de formação das classes de estímulos
equivalentes e verificar se a formação de classes de estímulos equivalentes entre gráfico,
tabela e expressão de funções afins específicas possibilita a generalização de estímulos, ou
seja, se faz com que o estudante seja capaz de identificar gráficos de outras funções afins que
não fizeram parte das classes anteriores. Para atingir esses objetivos, foi desenvolvido, no
software Equivalência, um procedimento de ensino de discriminações condicionais entre
elementos da linguagem algébrica relacionados a funções do primeiro grau da forma y=ax+b,
com a=1. O procedimento de ensino consistia em uma etapa de ensino, uma de verificação
das relações emergentes entre os elementos da linguagem algébrica e uma etapa de
verificação da generalização de estímulos. Esse procedimento foi aplicado a dois estudantes
do quinto ano do Ensino Fundamental e, apesar de ter sido demonstrada a formação das
classes de equivalência e a generalização de estímulos para ambos, um deles necessitou da
intervenção do pesquisador para aprender as relações entre os elementos da linguagem
algébrica. Assim, o procedimento de ensino foi modificado e aplicado a nove estudantes do
oitavo ano do Ensino Fundamental, juntamente com um Pré-teste e um Pós-teste escritos.
Como resultados principais, tem-se que as modificações realizadas no procedimento de ensino
foram satisfatórias, uma vez que foi verificada a formação das classes de equivalência e a
generalização de estímulos para sete dos nove participantes. Além disso, sete participantes
apresentaram uma grande diferença no desempenho dos testes escritos, sendo que cinco deles
também apresentaram aumento de desempenho no Pós-teste com o software. Esses resultados
são consistentes com os apresentados na literatura no que se refere à efetividade da utilização
do Modelo da Equivalência de Estímulos como mais uma estratégia de ensino e de
aprendizagem de Matemática.
Caracterizações do pensamento algébrico em tarefas realizadas por estudantes do Ensino Fundamental I
Daniele Peres da Silva, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 05/12/2012
Tomando a Early Algebra como área de pesquisa, a qual visa uma abordagem para o
ensino e aprendizagem da álgebra inicial, esta investigação apresenta uma análise
das produções escritas, atitudes, indagações, enfim, o comportamento de crianças
durante a resolução de tarefas. O objetivo foi identificar, analisar e discutir
características do pensamento algébrico em oito tarefas aplicadas a estudantes do
Ensino Fundamental I. Mais especificamente, buscamos compreender como trinta e
cinco estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental I de uma escola pública do
município de Apucarana-PR lidam com tarefas da Early Algebra. Para organização e
interpretação dos dados, empregamos procedimentos à luz da Análise de Conteúdo,
sendo esta uma modalidade de pesquisa qualitativa. Por meio das respostas
apresentadas e das indagações e afirmações dos estudantes durante a resolução das
tarefas, o estudo mostrou que, embora as resoluções nem sempre estivessem
corretas, estas evidenciam indícios de pensamento algébrico, uma vez que os
participantes desse estudo perceberam e tentaram expressar as estruturas aritméticas
das tarefas, assim como, descreveram seus processos de pensamento. Portanto,
esses estudantes do Ensino Fundamental I têm condições de lidar e de desenvolver
aspectos relacionados ao pensamento algébrico, mesmo não apresentando uma
linguagem simbólica algébrica.
Dificuldades evidenciadas em registros escritos a respeito de demonstrações matemáticas
Debora Cristiane Barbosa Kirnev, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 30/08/2012
A presente pesquisa investiga dificuldades relacionadas as formas de
demonstrações matemáticas sejam direta, contrapositivas, por redução ao
absurdo, por contraexemplo, evidenciadas em registros de graduandos do
curso de matemática de uma universidade norte paranaense. Entendemos que
seja necessário um conteúdo para abordar o tema de pesquisa, deste modo selecionamos os conteúdos conjuntos e funções para elaborar uma proposta
de atividades que foi aplicada aos sujeitos participantes dessa investigação.
Para subsidiar a pesquisa nos apoiamos principalmente nos teóricos Balacheff
(1987), em seus estudos sobre provas e demonstrações, e, Dreyfus (1991)
acerca do pensamento matemático avançado. As análises consistiram em
categorizar agrupamentos com resoluções similares e evidenciar as
dificuldades explicitadas.
Educadores matemáticos brasileiros e as configurações informais de aprendizagem
Tatiany Mottin Dartora, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 02/07/2012
Esta pesquisa apresenta um estudo sobre configurações informais de aprendizagem
tendo como base os artigos publicados nos anais do Encontro Nacional de
Educação Matemática, nos anos de 2001, 2004, 2007 e 2010. A principal questão
que orientou esta pesquisa foi: Como os educadores matemáticos brasileiros por
meio de seus artigos caracterizam as configurações informais de aprendizagem?
Inspirados na Análise Textual Discursiva foi possível constituir a base de dados, ou
seja, um corpus, e desenvolver uma investigação de âmbito qualitativo. Para a
constituição do corpus foram analisados 1616 artigos, tendo sido localizados apenas
51 relacionados à temática em questão, mesmo que de modo implícito. Com isso foi
possível observar que a produção de artigos sobre esse tema tem aumentado no
decorrer da última década. Após a constituição do corpus, foram identificados,
selecionados e categorizados os objetivos, os sujeitos, os locais enunciados nos
artigos. Nesse processo, observou-se que em relação aos sujeitos, as configurações
espaços planejados para a educação informal e para os programas de
aprendizagem fora da escola são convergentes nas categorias: docentes, discentes
e pessoas da comunidade, já na configuração experiências do dia a dia os sujeitos
são a família, amigos e colegas de trabalho, e os locais são considerados os
espaços naturais, onde as pessoas desenvolvem suas atividades de lazer ou de
trabalho. Como o nome indica, na primeira configuração os locais são estruturados
fisicamente para proporcionar a aprendizagem, porém a segunda configuração é
desenvolvida em todos os locais citados anteriormente. Entretanto, não são apenas
os locais e os sujeitos que são fatores de classificação de uma configuração informal
de aprendizagem, depende também da quantidade de evidências relacionadas no
contexto educacional e da intensidade em que elas aparecem: a estrutura do
ambiente físico; a interferência de monitor, ou professor; grau de precisão em que se
avalia a educação; a presença de um currículo a ser desenvolvido. Observando
essas três categorias, podemos distinguir as configurações informais de
aprendizagem em determinado contexto educacional. Nesta investigação também
analisamos as ações enunciadas nos objetivos, e as considerações finais dos 51
artigos, sendo possível verificar que a maior parte das ações investigadas é reflexiva
e descritiva, sendo convergentes entres as configurações espaços planejados para a
educação informal e programas de aprendizagem realizado fora da escola. Em
relação às considerações finais, em todas as configurações, estão presentes a
preocupação em sugerir que as experiências dos artigos sejam levadas para a sala
de aula e a atenção voltada para a formação do cidadão. Este trabalho produziu um
conjunto de descrições sobre como estão sendo abordadas as configurações
informais de aprendizagem, que poderá servir de orientação para futuras
investigações.
onhecimentos e compreensões revelados por estudantes de Licenciatura em Matemática sobre sistemas de equações lineares
Kátia Socorro Bertolazi, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 27/02/2012
A presente dissertação tem por objetivo investigar processos de pensamento
matemático avançado manifestados em registros escritos de estudantes de
Licenciatura em Matemática em tarefas sobre Sistemas de Equações Lineares. Para
tanto, construímos uma Proposta de Avaliação Reflexiva sobre o conteúdo
matemático em questão constituída de três partes, a qual foi aplicada em estudantes
da 4a série de um curso de Licenciatura em Matemática, em uma universidade
estadual pública do norte paranaense. Com uma abordagem, predominantemente,
qualitativa de caráter descritivo-interpretativo buscamos nos registros escritos relatos
e indícios que assinalassem a presença de processos de pensamento matemático
avançado, conforme Dreyfus (1991) e Resnick (1987), e um perfil conciso dos
participantes evidenciando a concepção de matemática no sentido de Thompson
(1997), e ainda indícios de atitudes de professor reflexivo à luz de Freire (2004 e
2011). Examinamos questão por questão de cada um dos participantes
inventariando seus conhecimentos e compreensões acerca de Sistemas de
Equações Lineares. Entendemos que os participantes já demonstram, em suas
resoluções, serem conscientes de muitas interações que ocorrem durante o
processo de representação, mas ainda provavelmente lhes faltem oportunidades
para desenvolverem atividades que os instiguem a formalizar e sintetizar diferentes
aspectos de um conceito ou tema matemático, ação que de acordo com Dreyfus
(1991) favorece o processo de abstração matemática. As análises revelaram que de
dezessete participantes, apenas três desses atingiram o processo de abstração
matemática, isto é, a capacidade de sintetizar, formalizar e generalizar pensamentos
matemáticos. Ainda, inferimos que a maioria dos participantes apresentou uma visão
platônica da matemática no sentido de Thompson (1997).