O Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual de Londrina, a partir de sua área de concentração em Organizações, Gestão e Sociedade, desdobra-se em duas linhas de pesquisa, sendo elas: Gestão de Organizações (GOR) e Organizações, Poder e Sociedade (OPS).

Gestão de Organizações – GOR

Contexto. Esta linha de pesquisa contempla estudos teóricos e empíricos, nas diversas perspectivas e nos diferentes campos da Administração (Ensino e Pesquisa, Estratégia, Finanças, Gestão de Pessoas, Logística, Marketing, Produção, Teoria das Organizações, entre outros), sobre as inter-relações estabelecidas entre a gestão, as organizações do primeiro (Governo), segundo (Empresas Privadas) e terceiro (ONGs) setores e a sociedade.

Delimitação. Em uma perspectiva reflexiva, considera em seu escopo as mais plurais conjunturas sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais, priorizando as inter-relações estabelecidas entre a gestão, as organizações e a sociedade, nas seguintes frentes de investigação: avaliações sobre estratégias nas organizações e suas afinidades com o campo da competitividade, do desempenho e do desenvolvimento organizacional; o avanço na teoria e na prática de formulação e realização de estratégias corporativas, competitivas e funcionais; processos e intervenções voltados à formação de gestão de alianças estratégicas, fusões e aquisições, parcerias e processos de internacionalização de organizações; ensino e pesquisa em administração; gestão financeira, criação de valor e governança; gestão de custos e eficiência das organizações públicas; gestão de pessoas e liderança; sistemas produtivos e operações; marketing, varejo e vendas; inovação tecnológica; estudos críticos em administração; teoria das organizações; e, sustentabilidade organizacional.

Diretrizes teóricas e metodológicas. São valorizadas contribuições teóricas que discutem a Administração em suas dimensões objetiva, por meio de modelos, políticas e indicadores, e subjetiva, a partir de interpretações sobre as inter-relações estabelecidas entre a gestão, as organizações e a sociedade. Por consequência, são consideradas desde as discussões teóricas mais pragmáticas, vinculadas a diagnósticos e ferramentais de gestão, até as construções teóricas mais reflexivas, associadas à problematização das inter-relações estabelecidas entre a gestão, as organizações e a sociedade. Essas diretrizes permitem a realização de pesquisas teóricas, empíricas, quantitativas e qualitativas conduzidas a partir de uma perspectiva transdisciplinar, multiparadigmática, reflexiva e crítica.


Organizações, Poder e Sociedade – OPS

Contexto. Abriga estudos de caráter reflexivo e crítico sobre as múltiplas relações de poder na produção e reprodução da vida organizada em sociedade. Isso se traduz em estudos que desvelam as práticas organizacionais como mecanismos históricos de diferenças, dominação, desigualdades, degradação ambiental, entre outras formas de relações de poder entre humanos e humanos/não-humanos.

Delimitação. Nesta linha focamos, em uma perspectiva crítica e que se afasta do pensamento hegemônico no campo das organizações, as múltiplas relações e fenômenos constitutivos da vida organizada de humanos e não-humanos a partir da transposição de diferentes conhecimentos disciplinares (sociologia, filosofia, geografia, economia, psicologia social, ciência política) sem, no entanto, desconsiderar outras formas de saberes. Por se concentrar no campo dos estudos organizacionais, que visa compreender as características das organizações – aqui vistas como lócus de poder, ordem e controle e não somente a entidade física e natural – e seus efeitos sobre os sujeitos humanos e não-humanos com as quais interagem, não nos voltamos às prescrições de gestão que são norteadas exclusivamente pelo alcance de resultados econômicos, mas às novas formas de organizações que resistem ao modelo naturalizado e, por meio do estudo das relações de poder, subjetividades, democracia e natureza barata nas sociedades capitalistas periféricas, às práticas organizativas que geram dominação, violência, diferenças e desigualdades, injustiças e degradação ambiental. No que se refere à abrangência de organizações, nos voltamos às empresas, instituições ou entidades públicas, políticas e sociais, como também às diferentes formas de vida social organizada, buscando tanto desconstruir “verdades” hegemônicas advindas do processo de organizar, quanto propiciar possibilidades de transformação social e organizacional. Temas atuais de pesquisa: políticas de subjetivação; subjetividade e espaço urbano; organizações como espaços discursivos de relações de poder; raça, gênero, sexualidade e outras diferenças entre a pedagogia e a resistência dos corpos; trabalho não remunerado da natureza; teoria do valor-trabalho e não-humanos; relações humano x não-humano e natureza barata; politica ambiental e natureza barata; consumo e modos de vida; ecossocioeconomia; democracia econômica; cooperativismo e economia solidária; governança e metagovernança da água e capitalismo; desigualdades e injustiças na gestão de resíduos sólidos urbano; redes e políticas públicas.

Diretrizes teóricas e metodológicas. Em consonância com uma perspectiva crítica, em que não se adota os interesses e conhecimentos do mainstream, nesta linha adotamos abordagens teóricas e metodológicas multidisciplinares, transdisciplinares, complexas e historicamente situadas. Privilegiamos estudos que se afastem da hegemonia positivista/funcionalista, uma vez que entendemos ser central nesta linha a construção de análises e interpretações alternativas sobre os fenômenos organizacionais e seus efeitos sobre a vida organizada.