A disciplina de Libras na formação de licenciandos de Química e Ciências Biológicas: um estudo por meio das perspectivas das ementas, dos professores e estudantes
Thalita Gabriela Comar Charallo, Profa. Dra. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 01/07/2022
Este trabalho mostra os resultados de uma pesquisa que buscou investigar e analisar as contribuições da disciplina de Libras na formação inicial de professores de Química e Ciências Biológicas por meio de análise com ementas das disciplinas de Libras de Instituições de Ensino Superior (IES), públicas do Brasil, buscando evidências dos conteúdos que devem ser abordados nos cursos; entrevistas com professores surdos e ouvintes acerca dos conteúdos, objetivos e impacto na formação de professores e por último, as potencialidades da disciplina segundo os alunos egressos de cursos de licenciatura em Química e Ciências Biológicas. Para a obtenção dos dados pesquisouse nos sites das IES as ementas dos cursos, realizou-se as entrevistas com os professores participantes em Libras com os professores surdos gravadas e transcritas para a língua portuguesa e aplicou-se um questionário semiestruturado com egressos e alunos que estavam em fase final da disciplina. Todos os dados foram analisados e categorizados qualitativamente com base na Análise de Conteúdos baseada em Bardin (2011) e interpretados a partir de unidades de conteúdo e de registros, que permitiram algumas reflexões acerca da oferta da disciplina de Libras como disciplina curricular obrigatória nos cursos de licenciatura do país, após dezessete anos de exigência do Decreto nº 5626 de 2005. Os resultados evidenciaram que a falta de informações mais detalhadas sobre o papel e o objetivo da disciplina de Libras nos cursos de formação docente, que não são contemplados no Decreto supracitado, permite que cada IES definam segundo suas percepções como será ofertada disciplina em cada curso e quais conteúdos ou temáticas serão trabalhados. Diante disso, as análises apontaram que algumas disciplinas tem um perfil de curso básico de Libras, voltado para o ensino de sinais, enquanto outras dividem a disciplina em conteúdos teórico e práticos e, que discussões mais específicas relacionadas a área da Ciências e a formação de professores que vão atuar com alunos surdos no ensino de Química e Ciências biológicas, entre outros, dificilmente são contemplados pela disciplina
A docência em tempos de pandemia: um estudo sobre o que dizem os professores das áreas de ciências e matemática da educação básica.
Leticia Juliani Valente, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 05/04/2022
A presente pesquisa foi desenvolvida durante as incertezas da pandemia da Covid19, contexto deste estudo. O período pandêmico mexeu com emoções, sensações e também com a educação, as escolas foram fechadas, o distanciamento e o isolamento social foram impostos, e com isso as salas de aula ficaram vazias. Fezse então necessária a inclusão tecnológica e um ensino todo realizado de maneira remota, o Ensino Remoto Emergencial (ERE). Infelizmente, tanto professores quanto alunos não estavam preparados para tamanha mudança de realidade, professores depararam-se com uma alta carga de trabalho e responsabilidades impostas a eles, junto com agregados psicológicos de insegurança e medo. Buscou-se então entender o que dizem os professores que ensinam Ciências e Matemática na Educação Básica a respeito de sua atuação docente durante a pandemia, e compreender nessas falas coisas além, como seus sentimentos, preocupações e percepções sobre o ensino no momento pandêmico. Para isso foram entrevistados sete professores das áreas de química, física, matemática e biologia, realizadas entrevistas semiestruturadas, para que os entrevistados conseguissem abranger mais temas e constatações, realizou-se a transcrição e foi iniciado o movimento de análise, segundo a Análise Textual Discursiva, de Moraes e Galiazzi (2011). A partir do estudo realizado emergiram cinco categorias, o que o professor fala sobre ele (professor), seus alunos, o sistema, o conteúdo e sobre a escola. Destrinchando essas categorias emergiram outras variadas subcategorias, incluindo as inovações propostas a partir de tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), como metodologias ativas puderam auxiliar na prática docente, sentimentos relacionados a incerteza, sobrecarga e frustração dos professores frente aos mais variados aspectos de evasão de sala de aula, falta de alunos em reuniões no Google Meet e no Microsoft Teams, falta de auxílio com novas tecnologias e outros diversos pontos abordados no tópico de apresentação e análise de dados. O estudo mostrou na prática o quanto o ensino foi revolucionado no Brasil durante a pandemia, sendo possível entender e visualizar o que os professores passaram e ainda estão passando com tamanhas mudanças na maneira de ensinar, e também o quanto de lacunas foram criadas até que aluno e professor conseguissem se adaptar ao novo meio em que se aprende e se ensina
Dimensões da Aprendizagem Científica manifestadas por licenciandos em Química em atividades experimentais.
Keila Padilha de Oliveira Camargo Lima, Profa. Dra. Fabiele Cristiane Dias Broietti
Data da defesa: 23/03/2023
A experimentação nas aulas de Ciências é uma estratégia que pode auxiliar na aprendizagem dos conceitos, conduzindo os estudantes a construir uma relação mais estreita entre a teoria e a prática, bem como suas concepções a respeito da Ciência. Nos últimos anos observa-se uma tendência que sinaliza formas de ensinar e aprender Ciências, por meio da participação ativa dos estudantes e no desenvolvimento de um conjunto de dimensões que visam contribuir com a aprendizagem científica. Tais dimensões, denominadas como Práticas Científicas, Conceitos Transversais e Ideias Centrais Disciplinares, ao serem integradas nos currículos podem conduzir os estudantes a desenvolver habilidades para descrever, observar e explicar os fenômenos ocorridos à sua volta. Neste contexto, a pesquisa buscou responder à seguinte questão: Quais Dimensões da Aprendizagem Científica são manifestadas por licenciandos ao participarem de atividades experimentais em aulas remotas de Química? Para tal propósito foram recolhidas e analisadas as respostas dos licenciandos às questões pré e pós-experimento, de quatro atividades experimentais dos temas Plantação de feijão, Plásticos, Combustão e Mar morto. Os dados foram organizados e analisados com base nos pressupostos da análise de conteúdo. Mediante as análises, foram identificadas seis Práticas Científicas relacionadas ao fazer Ciência, sete Conceitos Transversais, que atravessam fronteiras disciplinares, que vão desde a identificação de padrões ao reconhecimento das causas e efeitos dos fenômenos em estudo e dois grupos de Ideias Centrais Disciplinares, relacionados à conceitos científicos diversos. Dessa forma, ao se empenhar nas atividades experimentais propostas, os estudantes puderam se envolver com diferentes Dimensões da Aprendizagem Científica. Portanto, acreditamos que participar de atividades de ensino que relacionam as três dimensões oportunizam aos estudantes construírem uma compreensão mais ampla e sólida das ideias das Ciências. Ressaltamos que o professor pode explorar cada uma das dimensões em momentos oportunos e/ou integrá-las sempre que possível. Vale ressaltar que tal integração não ocorre em apenas uma aula, ou uma única atividade.
Fração no Ensino Fundamental: Uma análise de pesquisas realizadas entre 2010 e 2020.
Giovana Rodrigues Castilho, Profa. Dra. Ângela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 24/05/2022
Neste trabalho, o objetivo foi verificar o que apresentam os resultados de algumas pesquisas realizadas com estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental a fim de evidenciar seus conhecimentos a respeito do conceito de fração (ordinárias ou não) e suas interpretações: medida, número, operador, parte-todo, quociente e razão, segundo Kieren e Behr et al, que apontam a necessidade dessas interpretações para o ensino de fração. Essa pesquisa configurou-se do tipo bibliográfica e para a análise dos documentos, os dados foram analisados à luz da Análise do Conteúdo. Dessa forma, escolheu-se sete pesquisas que apresentam informações a respeito do conhecimento dos estudantes do Ensino Fundamental a respeito de fração. Dos resultados das pesquisas, identificou-se lacunas por parte dos estudantes a respeito do conceito de fração e suas interpretações. Entre as dificuldades, viu-se que os estudantes não compreendem nem a noção de inteiro, que é imprescindível para o domínio do conceito de fração. Além disso, seis dos sete trabalhos analisados apontaram que os estudantes não compreendem a fração como parte-todo, noção essencial para compreensão posterior das interpretações medida e número segundo Kieren.
Ações docentes com características avaliativas em aulas de Matemática no Ensino Secundário Geral moçambicano.
Gabriel Mulalia Maulana, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 15/08/2022
Esta tese apresenta uma pesquisa que investigou ações docentes avaliativas em aulas de Matemática no 2º ciclo do Ensino Secundário Geral moçambicano, com o objetivo de descrevê-las e interpretá-las. Consideramos ação docente avaliativa, toda a ação docente com característica avaliativa, ou seja, toda a ação docente pela qual o professor investiga e/ou modifica ou mantém o status do saber do aluno. A questão de pesquisa foi: Quais ações docentes com características avaliativas são realizadas pelos professores de Matemática em suas aulas no Ensino Secundário Geral moçambicano e como elas podem ser interpretadas? A pesquisa foi realizada envolvendo quatro professores de Matemática de três Escolas Secundárias Gerais da Província de Cabo Delgado, Moçambique, e os dados foram coletados por meio da observação direta em sala de aula, autoscopia e entrevista reflexiva e analisados qualitativamente segundo procedimentos da Análise de Conteúdo. A descrição fundamentou-se nas ações docentes em aulas de Matemática e a interpretação nos preceitos da avaliação concebida como vetor [investigação, aprendizagem] e que cumpre as etapas de Estimular, Acessar, Interpretar e Regular. Desse processo analítico-interpretativo identificamos quinze ações docentes avaliativas: Advertir, Comentar, Deslocar, Escrever, Esperar, Explicar, Indicar, Interpretar, Ouvir, Pedir, Perguntar, Relembrar, Reprovar, Validar e Ver. Essas ações docentes estão relacionadas às etapas da avaliação da seguinte forma: Estimular (Escrever, Explicar, Indicar, Pedir, Perguntar), Acessar (Ouvir e Ver), Interpretar (Interpretar) e Regular (Advertir, Escrever, Explicar, Pedir, Perguntar, Relembrar, Reprovar e Validar). As ações de Deslocar e Esperar agenciam as ações de Acessar. Os atos avaliativos das ações docentes foram mais frequentes do que os de ensino, tanto em cada ação, assim como em cada momento da aula e a avaliação realizada por meio dessas ações docentes foi formativa. Esses resultados alargam a compreensão das relações com o saber que são estabelecidas em aulas de Matemática e expõem o descompasso caracterizado por mínima menção de ações docentes avaliativas nos discursos, em relação às realizadas na prática, que são muitas.
Ações docentes remotas de professores que ensinam Matemática no Ensino Superior
Vanessa Cristina Rhea, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 24/02/2022
As ações docentes vêm sendo foco de pesquisas em várias áreas do ensino. Até então, tais investigações se destinavam às ações docentes referentes ao ensino presencial. Porém, a pandemia de COVID-19, que impôs que o ensino acontecesse de forma remota, propiciou condições para que fosse estendida também tal investigação a esta modalidade de ensino. Assim, esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de identificar e categorizar as ações que os professores que ensinam Matemática no Ensino Superior alegam ter feito para organizar e ministrar aulas no Ensino Remoto Emergencial. As ações docentes remotas foram definidas como sendo as ações exercidas pelo professor durante as aulas remotas e aquelas em que ele empreende para planejar e organizar as aulas e as disciplinas neste formato de ensino. Tais ações são oriundas de um processo teórico-prático, considerando o que o docente tem de possibilidades ao seu alcance nos diferentes momentos e aulas. Esta investigação aconteceu com onze professores que ensinaram Matemática no Ensino Superior de forma remota entre os meses de março de 2020 e janeiro de 2021, em seis diferentes instituições de ensino do estado do Paraná. A metodologia utilizada foi a abordagem Qualitativa e a Análise Textual Discursiva (ATD) para as análises dos dados, que foram obtidos por meio de entrevistas realizadas via Google Meet, gravadas e transcritas. A partir das análises, as ações docentes remotas identificadas foram agrupadas em dois momentos, denominados Poscênio e Execução. O Poscênio abrangeu um conjunto de 7 ações (Autoforma, Adquire, Organiza, Elabora, Envia, Comunica e Avalia), que envolveram 50 microações diferentes, as quais caracterizam o preparo da disciplina e das aulas. O momento Execução, compreendeu 6 ações (Operacionaliza, Escreve, Explica, Responde, Espera e Interrompe) e 38 microações que indicam o que o professor colocou em prática de forma síncrona em suas aulas. Com base em resultados obtidos, como o maior número de ações e microações no Poscênio quando comparado à Execução, concluímos que o Ensino Remoto exigiu dos professores um grande esforço na busca por informações e um elaborado planejamento para a realização das aulas, o que talvez explique as angústias reveladas por eles durante as entrevistas realizadas para esta pesquisa.
Aspectos do ensino de Geometria evidenciados por professores de Matemática em um contexto de formação online: Uma análise à luz dos subsídios teóricos de Raymond Duval
Daiane Gisele de Lima, Profa. Dra. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 24/02/2023
Este estudo tem como objetivo compreender os processos de visualização, construção e raciocínio mobilizados por professores de Matemática em uma Ação Formativa envolvendo o software GeoGebra à luz da teoria de Raymond Duval, na busca de responder à seguinte questão: que elementos geométricos são evidenciados em tarefas propostas por professores de Matemática em uma Ação Formativa envolvendo o software GeoGebra podem mobilizar processos cognitivos que abrangem o ensino de Geometria? Para tanto, foi realizada uma pesquisa de natureza qualitativa, de caráter interpretativo, em um contexto de formação online denominado Curso de GeoGebra. Os professores investigados atuam na Educação Básica e fizeram parte da 18ª Edição deste curso. As informações foram coletadas no módulo três – destinado ao estudo de Geometria. Os resultados evidenciaram que as tarefas propostas pelos professores em formação oferecem condições para a mobilização de elementos geométricos (como pontos, retas, segmentos, vértices e arestas) e de processos cognitivos que abrangem o ensino da Geometria, sendo destacados o processo de visualização e os processos discursivos (raciocínio). Com isso, propõe-se que sejam fomentadas políticas públicas que proporcionem espaços formativos que possibilitem aos professores de matemática acesso: a metodologias de ensino de geometria diferenciadas; a momentos de diálogos entre os pares a respeito do ensino de Geometria; à mobilização de recursos tecnológicos e tecnologias digitais, como o recurso do software GeoGebra. Esse recurso tem apresentado potencialidades para o ensino, por meio da visualização em Geometria, e para evidenciar o papel das figuras em uma atividade geométrica, dado que estas exercem um papel fundamental na resolução de problemas.
A Astronomia nos livros didáticos de Ciências do Ensino Fundamental – Anos Iniciais: uma análise a partir da História da Ciência
Armando Silva Vieira, Profa. Dra. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 27/09/2022
O Ensino de Ciências assume uma importância cada vez maior frente ao avanço científico e tecnológico da sociedade, tendo como papel preparar os estudantes para lidar com esse desenvolvimento, porém há muitos obstáculos nesse caminho, inclusive nos anos iniciais do Ensino Fundamental, como a formação de professores e equívocos encontrados em livros didáticos, e, analisando o Ensino de Astronomia, observamos dificuldades semelhantes. A História da Ciência surge como uma alternativa não somente para ensinar Ciências, mas também para tratar de aspectos da Natureza da Ciência e assim compreender seu desenvolvimento. Sabendo que a História da Ciência pode estar presente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, esse trabalho analisou livros didáticos dessa etapa de ensino, mais especificamente do 4º e 5º ano, a fim de caracterizar a abordagem de conteúdos de Astronomia em relação à utilização da História da Ciência, utilizando a Análise de Conteúdo segundo Bardin (2016), em três eixos de análise: Análise Geral, em que identificamos os principais conteúdos de Astronomia que utilizavam História da Ciência, e observamos uma predominância nos temas de passagem do tempo, localização no espaço, e seus respectivos instrumentos de medida e orientação, além de instrumentos ópticos; Análise de Contexto, na qual investigamos se a História da Ciência era apresentada de maneira contextualizada ou não, e notamos a predominância de conteúdos não contextualizados, trazendo somente datas e locais; e Análise Historiográfica, em que buscamos indícios de erros historiográficos, e identificamos indícios de whiggismo, pseudo-história e quasi-história na maioria dos textos analisados. Essa abordagem descontextualizada da História da Ciência e a presença de erros historiográficos em conteúdos de Astronomia pode contribuir para a perpetuação de ideias equivocadas da Ciência, por isso são necessárias mais pesquisas sobre esse tema.
Uma Abordagem Histórico-Conceitual para o Ensino de Introdução a Mecânica na Formação Inicial de Professores de Física
Franceline Cardoso, Profa. Dra. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 04/04/2021
Essa pesquisa apresenta uma discussão a respeito da importância da inserção de tópicos de Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio. Mesmo conhecendo a importância e os argumentos favoráveis a essa inserção, diversas pesquisas indicam que ela de fato não ocorre efetivamente. Dentre os motivos que dificultam essa inserção destacamos as limitações presentes na formação inicial de professores de Física. Tendo em vista essas questões desenvolvemos esse trabalho com o objetivo de investigar metodologicamente a construção de uma Abordagem Didática com enfoque histórico-conceitual a respeito do conceito de Números Quânticos que tenha a potencialidade de enriquecer a base conceitual desses licenciandos e por consequência contribua para sua formação docente. Para atender a esse objetivo, aplicamos um questionário a licenciandos de Física que já haviam cursado disciplinas de Introdução a Mecânica Quântica, contendo questões a respeito de aspectos conceituais da Mecânica Quântica e do conceito de Números Quânticos, além de aspectos da Natureza do Conhecimento Científico. Os dados empíricos provenientes desses resultados foram analisados por meio da Análise de Conteúdo, segundo Bardin (2011). Por meio de nossas análises foi possível identificar limitações conceituais e noções alternativas a respeito dos conceitos abordados. Baseamos assim a construção da Abordagem Didática proposta nos resultados obtidos pela análise dos dados empíricos de forma que ela tivesse o potencial de sanar as dificuldades conceituais identificadas. Além dos resultados empíricos nossa abordagem se baseou nos referenciais teórico metodológicos da Aprendizagem Significativa, das Unidades Didáticas e da Composição histórico-conceitual.
A utilização da rede social Instagram®como meio de Divulgação Científica decolonial no Ensino de Química pela perspectiva da midi-ação científica
Luana Pires Vida Leal, Profa. Dra. Rosana Figueiredo Salvi , Prof. Dr. Leonir Lorenzetti
Data da defesa: 30/05/2022
Em tempos pelos quais nos deparamos com notícias falsas, preconceitos e brutalidades permeando nossa sociedade, recorremos muitas vezes à ciência para que possamos subverter esta lógica negacionista e segregacionista. No entanto, ao compreendermos e revisitarmos as referências daquilo que temos como as bases do conhecimento científico e filosófico atualmente, seguimos pressupostos brancocêntricos, ocidentais e eurocêntricos, que silenciaram as vozes e saberes de outros inúmeros povos, o que acarretou até na marginalização de suas existências, contribuindo para o fomento de racismo e outras atrocidades. Em contrapartida desta invisibilização, surge a perspectiva decolonial, que tem como objetivo principal destituir hábitos de colonização presentes em nosso cotidiano: no falar, no pensar, em cotidianidades, inclusive no estudar. Considerando que atualmente vivemos numa era em que a informação circula com certa rapidez, buscamos, nesta tese, a partir da pesquisa qualitativa, utilizar dos pressupostos da Divulgação Científica para explorar aspectos descolonizadores no Ensino de Química, originando o conceito de midi-ação científica, que visa debater aspectos da descolonização nas redes sociais a partir de cinco eixos estruturantes, baseados em Oliveira e Queiroz (2017): Química e Direitos Humanos, Questões étnico-raciais; Sexualidades e Questões de Gênero, Cultura, saberes ancestrais & científicos e Decolonialidade, contemplando as dimensões social-subjetiva, política e intelectual, seja a partir da criação de atividades que contemplem os eixos ou na apresentação de pesquisas científicas que contemplam os eixos também. Como exemplo, no primeiro momento, esta tese traz o perfil @professoraluli na rede social Instagram®, uma página de divulgação científica com enfoque decolonial, discutindo-se as potencialidades e as adversidades de se usar essa rede social e como efetuar sua transposição para a sala de aula. No segundo momento, a tese discutiu efetivamente como colocar em prática os ideais da midi-ação científica desde o início do processo formativo, numa turma de Licenciandos em Química, a partir de um minicurso ministrado nos dias 29 e 30 de julho de 2021. Em ambos os momentos, as informações foram constituídas a partir da metodologia do corpus latente da internet e analisadas sob o enfoque decolonial, ideário suleador de toda a tese. A partir das informações obtidas, pudemos ver que, a maioria dos licenciandos não tiveram contato com a decolonialidade em sua formação inicial, portanto, o minicurso apresentando a midiação científica oportunizou mostrar esse referencial teórico e seus desdobramentos. As reflexões advindas do curso influenciaram na maneira em que os cursistas divulgaram ciência. Os números providos pelo próprio aplicativo do Instagram® nos deram a ideia de que a rede social pode ser uma aliada na disseminação de informações pela comunidade escolar.