Sobre a realidade em atividades de Modelagem Matemática
GABRIELE GRANADA VELEDA, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 21/05/2010
Nesse trabalho procuramos caracterizar como a realidade é tratada em trabalhos de Modelagem Matemática na Educação Matemática. Para tanto, selecionamos e analisamos definições de Modelagem Matemática apresentadas em duas edições da Conferência Nacional sobre Modelagem na Educação Matemática (CNMEM) que utilizam o termo ‘realidade’. Identificamos a corrente filosófica que embasa a relação entre Matemática e realidade em cada definição e a caracterização de realidade considerando a elaboração do conhecimento, conforme a exposição de Bicudo (2000). Verificamos ainda como o modelo matemático trata a realidade, adaptando as categorias de análise utilizadas por Borges e Silva (2007) conforme a proposta de Negrelli (2008), que afirma que em atividades de Modelagem Matemática a realidade é passível de ser dividida em realidade inicial e realidade intermediária. Os resultados desse trabalho apontam que a caracterização de Modelagem Matemática está relacionada com a concepção que se tem da relação entre Matemática e realidade e que a qualidade do modelo matemático desenvolvido em uma atividade de Modelagem é determinante na utilidade do resultado e nas possíveis ações na realidade.
Construção do conceito de medição por meio de uma estratégia pedagógica baseada no Modelo Didático de Formulação de Pergunta
Vínicius Montai, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 30/04/2010
O laboratório didático é de suma importância no aprendizado de Física já que contribui para relacionar teoria e prática. Entretanto, estudos relatam que muitos alunos demonstram dificuldade em compreender as atividades experimentais por se encontrarem no Paradigma Pontual e, portanto, carregam representações problemáticas ao se depararem com a realização de atividades investigativas que envolvem mensurações. A utilização de práticas que permitam o desenvolvimento dos conteúdos por meio das interações discursivas constitui uma importante estratégia na superação de problemas que afetam o sistema de ensino em geral e particularmente o ensino de Física. O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de entendimento alcançado pelos alunos durante uma atividade de medição no laboratório didático, no qual o Modelo de Formulação de Perguntas foi adotado para guiar o discurso do professor, como estratégia para a superação das dificuldades enfrentadas pelos estudantes no ensino de Física. Foram analisados 21 alunos do 1º ano de graduação em Engenharia Ambiental de uma universidade pública na cidade de Londrina (Paraná). Questionários escritos foram aplicados antes e após a realização de uma atividade experimental para verificar o entendimento dos alunos sobre o processo de medição. Os alunos foram orientados a realizar a medição do período de um pêndulo simples e após o procedimento, o professor guiou uma discussão orientando-se principalmente nos fundamentos do Modelo Didático de Formulação de Perguntas, a fim de estimular os alunos a refletirem a respeito da atividade realizada e dos resultados encontrados. Com isso, o professor visou explorar possíveis mudanças no entendimento dos alunos a respeito do processo de medição para o paradigma de conjunto. Os resultados mostraram que os 21 alunos encontravam-se no Paradigma Pontual antes da realização da atividade experimental. No entanto, após a discussão baseada no Modelo de Formulação de Perguntas, 16 alunos passaram a ter razões que os enquadravam no Paradigma de Conjunto. Embora inicialmente os alunos tenham apresentado conceitos que se encaixaram no Paradigma Pontual, a devida orientação do professor durante a realização da atividade experimental, guiado pela Modelo de Formulação de Perguntas, demonstrou ser eficiente na condução do raciocínio dos alunos ao Paradigma de Conjunto e, conseqüentemente, contribuiu de maneira positiva na construção do conceito de medição dos estudantes
Um Estudo sobre o Pensamento Algébrico em uma Comunidade de Prática de Formação de Professores de Matemática
Janaina Soler Caldeira, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 16/04/2010
No presente estudo, investigamos uma das ações do projeto de extensão universitária “Educação Matemática de Professores de Matemática”, desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Essa ação foi constituída por reuniões semanais na universidade, com a participação de seis estudantes do curso de Licenciatura em Matemática da UEL, um professor recém-formado, professores formadores da UEL e a autora do presente trabalho. Optamos pela abordagem qualitativa, de cunho interpretativo, na busca de responder à pergunta de investigação “Como uma ação de formação, no contexto do projeto de extensão universitária ‘Educação Matemática de Professores de Matemática’, colabora para aprendizagem de futuros professores de matemática?”. Para isso, buscamos descrever e analisar o processo de constituição e de desenvolvimento de uma Comunidade de Prática (WENGER, 1998) de formação de professores na ação do projeto, e analisar os processos de negociação de significados ocorridos no desenvolvimento de tarefas específicas sobre o pensamento algébrico. O envolvimento com o grupo investigado caracterizou um tipo de pesquisa que, segundo Krainer (2003), combina intervenção e pesquisa, e pode ser chamada de pesquisa intervenção. Desse modo, além de desempenharmos o papel de pesquisadoras, também atuamos como formadoras, na busca de promover o desenvolvimento dos participantes. A análise global descreveu elementos caracterizadores do repertório compartilhado e dos empreendimentos articulados que sustentaram o domínio e a prática da comunidade. A análise local possibilitou definir algumas formas de participação dos membros e descrever “como” alguns termos, alguns conceitos ou algumas expressões sobre o pensamento algébrico foram abordados nas negociações de significados e revelaram mudanças na identidade dos participantes em se formarem professores de Matemática. Concluímos que a formação de Comunidades de Prática em contextos de formação inicial pode colaborar com a aprendizagem de futuros professores, uma vez que possibilita a negociação de significados na prática, e a constituição da identidade em formar-se professor de matemática.
Contribuições axiológicas e epistemológicas ao ensino da teoria da evolução de Darwin
Lucken Bueno Lucas, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 07/04/2010
Inúmeros são os trabalhos que expõem uma diversidade de problemas no ensino de evolução biológica, em diferentes partes do mundo. Além de problemas na compreensão desse conteúdo por parte de alunos e professores, diversas pesquisas apontam que muitos livros didáticos – repletos de divergências conceituais – prejudicam a compreensão dos fenômenos evolutivos. Diante dessa problemática e reconhecendo o papel essencial desse assunto na formação científica dos estudantes, uma pergunta intrigou-nos: “A História e a Filosofia da Ciência podem colaborar na identificação e compreensão de questões axiológicas e epistemológicas relativas ao Darwinismo e a partir de então, contribuir para a investigação da construção de uma sequência didática que auxilie professores de Biologia do Nível Médio no ensino dessa temática?”. Na busca por respostas, iniciamos uma pesquisa qualitativa de cunho interpretativo, segundo aportes da Didática da Ciência e da Aprendizagem Significativa Crítica, cujas principais etapas compreendem um levantamento bibliográfico, uma reconstrução histórica do Darwinismo, a elaboração de uma sequência didática para o ensino de evolução e análise da mesma.
A Rede Sociotécnica de um Laboratório de Química do Ensino Médio
Cristiane Beatriz Dal Bosco Rezzadori, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 29/03/2010
A presente dissertação tem como objetivo principal descrever a rede sociotécnica de um laboratório de Química do Ensino Médio a partir dos processos de tradução/translação. Possui como campo de estudo os laboratórios de Química do Centro Estadual de Educação Profissional Professora Maria do Rosário Castaldi, no município de Londrina-PR, onde a pesquisa foi realizada no período de setembro a dezembro de 2008 e de fevereiro a abril de 2009. A opção teórico-metodológica esteve vinculada à experiência etnográfica, na qual a pesquisadora acompanhou alguns momentos em que um embrião de laboratório de Química lutava para tornar-se um acontecimento com o intuito de tomar notas, analisar, escrever, revisar, para posteriormente, descrever aquilo que foi vivido e sentido naqueles espaços. Os dados de observação foram registrados através de gravação em áudio e anotações em diário de campo, seguindo os procedimentos de coleta e análise e adotando como marca e recorte as perspectivas dos Estudos de Laboratório e, em especial, da Teoria Ator-Rede ou Rede sociotécnica, defendidos por Bruno Latour. De acordo com esta perspectiva, o laboratório é entendido como uma imbricada rede composta por diversos elementos, instâncias, interesses, parcerias, procedimentos e saberes, produzidos por entidades humanas e não-humanas que constituem os objetos e os significados que conhecemos como ciências ou práticas científicas. Além disso, o conceito de tradução/translação, conceito chave deste corpo teórico, auxiliou na compreensão do conjunto heterogêneo de elementos que foram mobilizados pelos seus atores com o objetivo de tornar o laboratório uma organização reconhecida e consolidada. A observação e a descrição do material apontam para como a rede faz do laboratório estudado algo completamente “dependente” e producente da rede que atua, ou seja, como o processo de materialização do laboratório é dependente de uma série de associações, negociações, alinhamentos e estratégias realizadas pelos atuantes, que interligam o maior número de elementos a fim de dar viabilidade à construção deste espaço. No entanto, pelo que pôde ser observado, sua permanência e, conseqüentemente, seu sucesso não são garantidos haja vista que todos este processo de mobilização coletiva está sempre prestes a romper ou a se desfazer em algum ponto.
A permanência na carreira do professor de ciências: uma leitura baseada em Charlot
Marcela Yaemi Ogo, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 19/03/2010
O ciclo de vida profissional do professor já foi delimitado por autores como Huberman. Coloca-se à literatura a necessidade da realização de pesquisas que tragam novas perspectivas sobre a carreira desse profissional e em específico do professor de Ciências. Ao compararmos os obstáculos e as satisfações encontradas na carreira encontramos nítidas diferenças entre os profissionais docentes, o que justifica a preocupação de focar atenção nos aspectos que mantêm o docente de Ciências na carreira, apesar dos inúmeros desafios por ele encontrados. O referencial teórico utilizado baseia-se em uma leitura das relações com o saber de Charlot, a fim de buscar um novo olhar para esse problema. Também empregamos o referencial de ciclo de vida de professores de Huberman para obter a história de vida dos professores, definir o professorado a ser analisado e construir um instrumento de entrevista. A amostra selecionada de professores encontra-se na terceira fase descrita pelo autor anterior, de Diversificação ou Questionamento. O referencial de Charlot servirá para analisar essa fase da carreira docente para que compreendamos a razão ou razões que fazem com que o professor de Ciências persista na carreira
Como professores e alunos do ensino médio lidam com conteúdos algébricos em sua produção escrita
Gefferson Luiz dos Santos, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 22/02/2010
Neste trabalho analisamos a produção escrita de professores e estudantes do Ensino Médio, verificando os modos de resolução que estes utilizaram para resolver as de questões de Álgebra das provas de conhecimentos gerais de alguns vestibulares de universidades estaduais paranaenses. Numa abordagem predominantemente qualitativa, com cunho interpretativo, buscamos, por meio da análise da produção escrita, identificar os conteúdos algébricos presentes nas questões e também os modos e de resolução utilizados pelos participantes da pesquisa ao resolverem tais questões, inferindo sobre as possíveis características do pensamento algébrico, bem como a linguagem e simbologia algébricas. Os conteúdos abordados nas questões são, em sua maioria, conteúdos trabalhados no Ensino Fundamental. Os professores e alunos apresentaram modos de resolução baseados na Matemática Escolar trabalhada na Educação Básica e indícios do pensamento algébrico numa fase de transição permeada pela linguagem natural e alguns símbolos algébricos, considerando que muitas vezes o próprio enunciado das questões possa ter norteado algumas das produções apresentadas.
Registros escritos de alunos paranaenses em questões não-rotineiras da área de conteúdo Quantidade: um estudo
Gisleine Correa Bezerra, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 22/02/2010
O presente trabalho tem como objetivo analisar os registros escritos contidos nas provas de uma amostra de alunos paranaenses em seis (6) questões discursivas de matemática, consideradas não-rotineiras, classificadas como as que envolvem aspectos da área de conteúdo Quantidade, a fim de compreender o modo como os alunos lidam com essas questões em situação de avaliação. Este estudo é, para tanto, predominantemente qualitativo, realizado sob a luz da avaliação como prática de investigação e das orientações da Análise de Conteúdo. Mediante a análise das estratégias, dos procedimentos utilizados e da forma como os estudantes lidaram com as técnicas operatórias das operações aritméticas, buscou-se identificar indícios do pensamento aritmético e aspectos da matematização horizontal presentes nos seus registros escritos. De modo geral, foi possível identificar que os alunos, exceto em alguns casos, embora tenham interpretado incorretamente o enunciado e elaborado uma estratégia que não resolvia a questão, desenvolveram corretamente os procedimentos aritméticos necessários para resolvê-la, o que nos permitiu inferir que os alunos mostram dominar as técnicas operatórias de cada operação. Também foi possível identificar algumas características do pensamento aritmético e indícios do processo de matematização horizontal realizado pelos alunos
Análise interpretativa de questões não-rotineiras de matemática
Juliana Maira Soares Lopez, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 22/02/2010
O presente trabalho tem como objetivo analisar a produção escrita de uma amostra de alunos paranaenses em sete questões de matemática da aferição do PISA/2006, consideradas não-rotineiras, relacionadas com a ideia estruturadora de Mudança e Relações, para compreender como lidam com essas questões em situação de avaliação. A abordagem utilizada para esta investigação foi predominantemente qualitativa de cunho interpretativo, realizada com base nas orientações da Análise de Conteúdo, assumindo a avaliação como prática de investigação. O estudo envolveu a identificação, o inventário e a análise de estratégias e procedimentos utilizados por esses alunos. Considerando as semelhanças existentes entre as resoluções dos estudantes nas questões, foram construídos agrupamentos conforme os procedimentos adotados por eles. De modo geral, entre outros, foi possível identificar que algumas das interpretações e resoluções são diferentes das consideradas corretas; os alunos apresentaram pouco envolvimento com as questões, e, apesar do aparente domínio dos procedimentos necessários para solucioná-las, tiveram dificuldade em resolvê-las.
Compreensão de estudantes de um curso de Matemática a respeito do conceito de Indução Finita
Eduardo Machado da Silva, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 02/11/2010
Neste trabalho analisamos a produção escrita de professores e estudantes do Ensino Médio, verificando os modos de resolução que estes utilizaram para resolver as de questões de Álgebra das provas de conhecimentos gerais de alguns vestibulares de universidades estaduais paranaenses. Numa abordagem predominantemente qualitativa, com cunho interpretativo, buscamos, por meio da análise da produção escrita, identificar os conteúdos algébricos presentes nas questões e também os modos e de resolução utilizados pelos participantes da pesquisa ao resolverem tais questões, inferindo sobre as possíveis características do pensamento algébrico, bem como a linguagem e simbologia algébricas. Os conteúdos abordados nas questões são, em sua maioria, conteúdos trabalhados no Ensino Fundamental. Os professores e alunos apresentaram modos de resolução baseados na Matemática Escolar trabalhada na Educação Básica e indícios do pensamento algébrico numa fase de transição permeada pela linguagem natural e alguns símbolos algébricos, considerando que muitas vezes o próprio enunciado das questões possa ter norteado algumas das produções apresentadas.