Teses e Dissertações
Um ensino para chamar de seu: uma questão de estilo
Ana Lúcia Pereira Baccon, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 11/08/2011
O objetivo desta pesquisa é analisar e interpretar a ação de professores de Física do Ensino
Médio em sala de aula. Tendo por base as definições apresentadas por Gauthier e por Tardif,
elaboramos relatos sobre a ação de professores, procurando descrever como eles realizavam a
gestão da classe e a gestão do conteúdo em suas aulas. Cada relato foi construído a partir de
entrevistas e gravações de aulas de três professores de Física de escolas da rede pública da
cidade de Londrina no estado do Paraná. Os relatos foram posteriormente interpretados por
meio de um instrumento de análise desenvolvido recentemente que considera a gestão da
matéria e a gestão de classe como gestão de relações com o saber (Charlot) em um sistema
didático (Chevallard). Com isso foi possível identificar três estilos de gestão do ensino e da
aprendizagem em sala de aula: i) um estilo de gestão centralizado no conteúdo; ii) um estilo
de gestão centralizado no próprio professor; e iii) um estilo de gestão centralizado no aluno.
Ao apontarmos que o estilo de gestão de cada professor é algo singular e subjetivo
encontramos em conceitos da psicanálise uma interpretação para o estilo docente, o que nos
permite dizer que na Educação um professor também pode ter um ensino para chamar de seu.
Perspectiva semiótica sobre o uso de imagens na aprendizagem significativa do conceito de biotecnologia por alunos do ensino médio
Tania Aparecida da Silva Klein, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 10/06/2011
Este estudo problematiza a relação estabelecida entre os códigos imagéticos e o
processo de construção de significação do conceito de biotecnologia. A pesquisa
buscou articular os aspectos da Teoria Semiótica de Charles S. Peirce com os
fundamentos da Teoria da Aprendizagem Significativa, no intuito de oferecer uma
ferramenta analítica na direção de identificar elementos presentes no processo de
conceituação e à produção de significados científicos. Foram analisadas leituras de
imagens e mapas conceituais sobre DNA, enzima de restrição, transgênico,
clonagem e biotecnologia de nove alunos do nível médio de ensino. Os resultados
foram analisados segundo o modelo proposto e categorizados em domínios e níveis
de significação. Os termos utilizados na produção dos aprendizes foram
categorizados em três domínios interpretativos: domínio interpretativo descritivo,
domínio interpretativo científico e domínio interpretativo valorativo. Os mapas
conceituais analisados apresentaram uma maior interação entre os domínios e
houve maior exploração da amplitude do tema da biotecnologia do que na atividade
de leitura de imagens, cujos resultados demonstraram uma maior concentração no
domínio científico. Observou-se dificuldades na construção de relações
socioculturais, éticas e ambientais com a biotecnologia, mas constatou-se que não
há uma interação dependente entre os domínios e níveis de significação, ou seja, o
percurso de conceituação evidencia-se idiossincrático. Uma reflexão em torno do
papel da imagem no discurso e no ensino de ciências também é explorada neste
trabalho e o instrumento de análise imagética proposto mostra-se eficiente para o
entendimento de como os códigos do modo da imagem convertem-se no modo
verbal escrito, ou vice-versa, e quais as implicações para o processo de
aprendizagem.
O trabalho docente em ciências como tradição pedagógica
Fabiano Antunes, Profª. Drª. Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 20/05/2011
O que está entranhado na docência é sua qualidade investigativa e, assim,
professores levantam hipóteses que eles mesmos testam ao investigarem as
situações em que trabalham. O caráter investigativo, que é inerente à docência em
Ciências, produz conhecimentos importantes para os professores, pois significam
respostas a questões, a problemas relevantes da prática. Tais saberes produzidos
não são ausentes de sentidos, de significados, os quais validam a própria produção
de conhecimentos. Estes são relativos a ideias, hipóteses, interpretações sobre a
realidade, métodos de trabalho, objetivos e valores. Para buscar compreender
relações entre esses conhecimentos, busquei inspiração na epistemologia de Larry
Laudan, especialmente na ideia de Tradição de Pesquisa e a Ciência como atividade
de resolução de problemas. Assim como uma Tradição de Pesquisa é formada por
um campo teórico, um axiológico e um metodológico, defendo que há relações de
interdependência entre os campos teórico, metodológico e axiológico da docência
em Ciências. Nesse quesito, o campo teórico refere-se aquilo que é teorizado pelo
professor, são hipóteses que guiam o campo metodológico e por ele é justificada. O
campo metodológico é caracterizado por um conjunto de métodos de trabalho, o
qual implica em fazeres que buscam satisfazer os objetivos e valores assumidos
pelo docente, o qual caracteriza o campo axiológico. Essas relações podem sofrer
tensões quando um dos campos sofre alteração frente a um problema enfrentado na
docência. Nesse sentido, me inspiro na epistemologia de Laudan relativa ao
comportamento da Ciência, para uma nova compreensão do conceito de professor-
investigador, tendo como interface a analogia entre o caráter investigativo e de
resolução de problemas da Ciência e da docência. Desse modo trago, em forma de
narrativa, situações oriundas de um curso de formação continuada que explicitam
dinâmicas entre teorias, metodologias, valores e objetivos dos docentes
participantes e que podem dar uma nova perspectiva sobre o conceito de professor-
investigador.
Interações discursivas e aprendizagem em Modelagem Matemática
Elaine Cristina Ferruzzi, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 19/04/2011
Esta pesquisa teve por objetivo “Investigar as interações que emergem durante o
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática na sala de aula”,
procurando identificar características que podem nos oferecer subsídios para
compreender o papel destas interações na aprendizagem dos alunos. Observamos
na literatura da área que diversas pesquisas têm sido realizadas tratando do
desenvolvimento de atividades de Modelagem em sala de aula, apresentando
argumentos favoráveis à sua inserção. Por outro lado, outras tantas sinalizam o
papel fundamental das interações para a aprendizagem do indivíduo, apresentando
características de interações que favorecem a aprendizagem. Diante disto, em
nossa pesquisa nos preocupamos em investigar se estas características estavam
presentes nas interações oportunizadas pela Modelagem em sala de aula. Com este
intuito desenvolvemos com um grupo de alunos de uma Universidade Tecnológica
Federal atividades de Modelagem Matemática. Com os dados obtidos da
observação, filmagem e gravação em áudio do desenvolvimento destas atividades e,
com base no referencial teórico adotado nesta pesquisa, concluímos que as
atividades de Modelagem Matemática contribuem com a ocorrência de interações
que possuem características que favorecem a aprendizagem dos alunos. Estas
características estão alinhadas com as condições elencadas por Noreen Webb,
Anna Sfard, Mortimer e Scott (2002) e Alro e Skovsmose (2006). Respeitando-se as
limitações desta pesquisa concluímos que as interações oportunizadas pelo
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática contribuem
significativamente para a aprendizagem do aluno.
Investigações sobre as interações discursivas na elaboração do conhecimento de densidade nas aulas de ciências
Zoraya Lúcia Dalossi Picelli, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 28/07/2011
Este estudo teve como principal objetivo investigar as interações discursivas construídas pelas
perguntas do professor e pelas respostas dos alunos na elaboração do conhecimento sobre
Densidade nas aulas de Ciências da 9ª série do ensino fundamental de uma escola da rede
pública estadual do município de Andirá (PR). Foram realizadas transcrições das interações
discursivas áudio-gravadas, ocorridas durante as atividades desenvolvidas que serviram como
registro de dados para posterior análise. A análise dos resultados obtidos foi realizada sob a
perspectiva sócio construtivista vygotskyana, tendo a ferramenta analítica das interações
discursivas adaptada dos estudos de Mortimer e Scott (2002), bem como uma análise
interpretativa cognitivista baseada na Aprendizagem Significativa ausubeliana dos possíveis
efeitos das interações discursivas na atribuição, negociação e compartilhamento dos
significados do conceito de Densidade. Com base nesses pressupostos, a investigação
identificou as diferentes formas de abordagens comunicativas de interação professor-aluno,
bem como, analisou a relação e o impacto da utilização desses diferentes padrões sobre a
participação efetiva dos alunos nas interações discursivas e seus efeitos sobre o processo de
elaboração do conhecimento; verificou a utilização das perguntas como ferramenta tanto na
criação, como na forma de ajuda ou andaime na ampliação da Zona de Desenvolvimento
Proximal (ZDP) do aluno; averigou as situações de conflito sócio-cognitivo nos alunos
provocadas pelas perguntas do professor, e as implicações na elaboração do conhecimento. Os
resultados obtidos indicam que as interações discursivas com conflitos sócio- cognitivos,
ajudas/andaimes e ampliações da ZDP promovidas tanto pelo professor como pelos alunos de
modo coletivo, possibilitam a construção de significados sobre o conceito de Densidade.
Podemos considerar ainda que os alunos atribuíram significados ao conceito com ajuda do
professor, no sentido de se aproximar do conhecimento científico, no entanto, em
determinados contextos das atividades ocorreu um regressão das concepções para aquelas
primeiramente apresentas. Portanto, os resultados indicam um movimento cognitivo de
progresso e regressão, isto é, aproximações e distanciamentos dos significados construídos
durante a ZDP, do conceito de Densidade. Consideramos que as interações discursivas com
intervenções do professor no sentido da negociação dos significados, sem prevalecer um
discurso de autoridade, possibilitam essa dinâmica da elaboração do conhecimento profícua
para o desenvolvimento de habilidades cognitivas para construção de significados.
(Re)significações da sexualidade: olhando um vídeo caseiro no YouTube
Maria Lúcia Corrêa, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 14/06/2011
Neste trabalho olho o vídeo caseiro produzido e postado no YouTube, como
estratégia, por meio da qual procuro chamar a atenção para o papel que as
tecnologias da comunicação e informática, em especial este site, adquire enquanto
dispositivo implicado na produção de inscrições de corpos e nele, da sexualidade.
Ao transitar pelos conceitos/ferramentas de autores do campo dos Estudos
Culturais, numa perspectiva foucaultiana, utilizo a etnografia virtual como
metodologia, procurando deslocar conceitos, tais como identidade, cultura, verdade,
sexualidade e corpo, procurando mostrar o papel constitutivo das práticas culturais
em funcionamento em diferentes instâncias e o caráter construído das identidades, e
nelas, dos corpos e suas sexualidades. Para isto dois instrumentos da produção
cinematográfica foram utilizados como ferramenta analítica: decupagem e
endereçamento, uma como estratégia da produção de um vídeo e a outra como um
evento ou uma estruturação, que atravessa deliberadamente esta montagem. Com
estes instrumentos realizei uma (des)construção do vídeo com vista ao
entendimento das relações de poder que atravessam o discurso de sexualidade. Os
vídeos caseiros, postados neste site que discursam a respeito de corpo e
sexualidade, permitem uma difusão e proliferação da sexualidade construída nas
interações estabelecidas nestas relações de poder entendendo que, por meio desta
tecnologia incutida da cibercultura. O vídeo analisado neste trabalho mostrou que
corpo e sexualidade são difundidos e proliferados em uma leitura além de seus
aspectos biológicos, revelando um discurso que pode trazer entonações históricas,
políticas e sociais, cujas relações de poder podem ser lidas e interpretadas,
constituindo um poder circulante neste vídeo, no próprio acontecimento registrado,
mostrando um dispositivo que revela a sexualidade proferida no dia-a-dia,
atravessando identidades, revelando diferentes corpos e diferentes maneiras de
colocar o sexo em discurso.
Formação de professores para os anos iniciais: uma experiência com ensino de ciências
Henri Araujo Leboeuf, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 29/07/2012
A formação de professores para o ensino de ciências tem recebido inúmeras críticas,
em especial sobre o distanciamento entre as abordagens formativas e aquilo que se
espera do futuro professor. No caso da formação para o anos iniciais do Ensino
Fundamental, levantam-se outras questões, como a pequena ou nenhuma formação
na área de conteúdos de ciências e mesmo nas metodologias de ensino de ciências.
Em função disso, investiga-se quais as possíveis contribuições de uma abordagem
de ensino potencialmente significativa e que integre aspectos conceituais e
metodológicos na formação inicial de professores de Ciências dos anos iniciais. Para
isso,uma sequência de atividades que integra aspectos conceituais e metodológicos
na formação inicial de professores de ciências para os anos iniciais do Ensino
Fundamental sobre o tópico “Óptica da Visão” foi desenvolvida e utilizada com
futuros professores.A abordagem didática foi fundamentada na teoria da
aprendizagem significativa, em especial na sua vertente crítica, nas contribuições de
pesquisa em ensino de ciências, sobre as ideias prévias dos alunos sobre o tema
tratado e no uso de abordagens histórico-filosóficas no ensino. O instrumento
heurístico, conhecido como Diagrama V de Gowin, foi utilizado durante o processo
na condição de facilitador da aprendizagem e instrumento de avaliação e coleta de
dados. O objetivo foi investigar a influência deste tipo de abordagem na formação de
professores, partindo do princípio de que temos que oferecer, durante a formação,
aquilo que se exige do professor em exercício. Assim, os alunos teriam oportunidade
de, simultaneamente, discutir aspectos ligados ao conteúdo científico, sua história,
seu ensino e aprendizagem a partir de uma vivência práticana condição de aluno e
de sua discussão na condição de futuro professor. O público investigado foi uma
turma de alunos do 5º período do curso de Licenciatura em Pedagogia de uma
faculdade privada em Foz do Iguaçu, PR, matriculados regularmente na disciplina
“Fundamentos de Ciências e sua Didática I”, ministrada pelo próprio
investigador.Foram utilizados um caderno de campo, questionários e o Diagrama V
como instrumentos de coleta de dados. A análise qualitativa realizada com um
corpus constituido dos registros de 15 alunos da turma permitiu evidenciar a
relevância da abordagem para a compreensão de conceitos científicos, da
metodologia utilizada, em especial acerca do Diagrama V e possíveis consequências
para a futura atuação docente dos alunos envolvidos.
Construção de uma sessão de cúpula para o ensino de física em um planetário
Juliana Romanzini, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 25/02/2011
Nossa pesquisa, de cunho qualitativo, se baseia na investigação do potencial
pedagógico que os Planetários podem oferecer para o ensino de conceitos
científicos que vão além da área da Astronomia, abrangendo também outras
Ciências, tais como a Física, Biologia, Química e Matemática. Para isso
investigamos a construção de uma sessão de cúpula para o ensino de
conceitos físicos relacionados ao funcionamento dos telescópios. As sessões
de cúpula são uma das principais atividades realizadas nos Planetários, e se
constituem de apresentações realizadas para abordar conceitos diversos,
utilizando-se para isso um projetor de estrelas e diversos equipamentos
auxiliares, que criam momentos imersivos em que o público se sente parte do
ambiente simulado. Como suporte para a elaboração e construção de uma
sessão de cúpula com tais objetivos, utilizamos os referenciais advindos da
Didática das Ciências e da História da Ciência. O título sugerido para a mesma
foi “Além dos olhos – a Astronomia a partir dos telescópios”. Com tal
elaboração e posterior aplicação dessa sessão de cúpula no Planetário de
Londrina/PR para estudantes do Ensino Médio, acompanhada de aplicação de
questionários pré e pós-atividade, identificamos uma influência dessa atividade
mais claramente nos registros escritos dos alunos que nada conheciam do
assunto. Houve também uma ocorrência da emissão de asserções de valor
pelos alunos em relação a valores cognitivos, sociais e pedagógicos
pertinentes à atividade, e o interesse do público participante no aprimoramento
da sessão, notadamente na aproximação das sessões de cúpula aos vários
assuntos escolares que vivenciam. Acreditamos que esses elementos
evidenciam o papel colaborativo das sessões de cúpula no ensino não-formal.
Modelagem matemática do crescimento populacional: um olhar à luz da socioepistemologia
Camila Fogaça de Oliveira, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 08/07/2011
Esta pesquisa teve o objetivo de investigar a modelagem matemática do
crescimento populacional e as práticas sociais e matemáticas associadas a
esta modelagem. Para este propósito, uma perspectiva teórica chamada de
Socioepistemologia foi adotada, investigando as componentes didática,
epistemológica e social. Em termos gerais, no que se refere a componente
epistemológica, consideramos que as matemáticas se constituíram em
diferentes práticas sociais, as quais propiciaram a construção de
conhecimentos. No que se refere a componente didática, verificamos a
existência de diferentes práticas: algumas relacionadas aos autores dos livros
didáticos e outras relacionadas aos alunos quando envolvidos em atividades de
Modelagem Matemática. Concluímos que as práticas dos alunos, quer do ponto
de vista matemático, quer do ponto de vista social, mostram semelhanças entre
as práticas dos autores de crescimento populacional do final do século XVIII e
início do século XIX. Sendo assim, os significados se encontram no uso da
linguagem e não estão determinados previamente, conforme abordado por
Wittgenstein, mas encontram sua origem na atividade humana, por meio da
interação entre indivíduos.
O trabalho de campo em periódicos da área de Ensino de Ciências: categorização e tipologia
Marcelo Augusto da ROcha, Profª. Drª. Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 29/03/2011
Buscou-se aliar neste estudo, um tema que fosse suficientemente interessante tanto
para a área de Ensino de Ciências, de uma forma geral, como para a Geografia,
especificamente. Deste modo, a ocorrência deste encontro pode render frutos de
ambos os lados, favorecendo o ensino-aprendizagem de diversos conteúdos
científicos, por meio das revelações incididas a partir desta análise. Pretendeu-se
investigar, como vem sendo utilizado os trabalhos de campo no contexto do Ensino
de Ciências, identificando quais questões estão sendo levantadas e como elas vêm
sendo abordadas, buscando, deste modo, um maior aprofundamento teórico sobre
este cenário investigativo, sobretudo no Brasil, por meio dos artigos publicados em
periódicos desta área de concentração. A elaboração deste estudo se deu em duas
fases, sendo que, a primeira, correspondeu ao levantamento e organização dos
artigos que tratavam de alguma forma de saídas de campo. Utilizou-se como fontes,
artigos publicados nos principais periódicos da área 46 (Ensino de Ciências) e de
Qualis A e B da CAPES, ano base 2007, antes de haverem, as atuais alterações. O
recorte temporal desta pesquisa compreendeu os anos de 2005 a 2009, ou seja, os
últimos cinco anos de publicações. A segunda fase correspondeu à análise desses
trabalhos por meio do uso da Análise Textual Discursiva. O Capítulo I estabelece
diferenciações ou aproximações entre as diversas tipologias encontradas, em
relação às saídas de Campo. O Capítulo II trata da fundamentação da metodologia
utilizada na pesquisa, esclarecendo-a conceitualmente, e explicitando as etapas
desenvolvidas tanto para a seleção, classificação e acervo dos artigos, como para a
análise dos dados obtidos. Já no Capítulo III tem início a categorização, unitarização
e análise dos dados. Uma das principais conclusões deste estudo é o fato de haver
poucos pesquisadores preocupados em teorizar ou mesmo utilizar os trabalhos de
campo em sua prática. O estudo demonstra ainda que a Geografia vem contribuindo
a partir das suas conversas interdisciplinares com as disciplinas de ciências para os
trabalhos de campo no ensino. Porém, ainda de forma acanhada e muito menos do
que poderia, dentro do Ensino de Ciências. Isso demonstra o quanto essa área
ainda permanece fechada para compreensões e práticas além das usuais da
Química, Física e Biologia. Espera-se que a elaboração deste estudo surja como
uma ação positiva abrindo um leque de novas investigações acerca das inúmeras
questões que surgiram ao longo dos processos de observação, desenvolvimento e
construção dos resultados, objetivando, dessa forma, o contínuo avanço do
conhecimento científico e da qualidade da Educação Científica praticada atualmente
nas escolas.