Teses e Dissertações
As funções dos signos em atividades de Modelagem Matemática
Michele Regiane Dias Veronez, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 02/12/2013
Ao considerar que em atividades de modelagem os alunos utilizam e/ou produzem signos,
durante suas ações cognitivas, atrelados à situação, ao problema, aos objetos matemáticos e à
resposta reconhecida como uma solução para o problema, buscamos, nesta investigação, refletir
acerca desses signos. Para isso assumimos signo na perspectiva de Charles Sanders Peirce e
pautamo-nos nas ideias de Heinz Steinbring, de que o signo tem duas funções, uma semiótica –
representa algo – e uma epistemológica – o signo revela conhecimento sobre o que ele
representa –, a fim de investigar como o desenvolvimento de atividades de modelagem
matemática se relaciona com as funções dos signos. Para tanto, identificamos os signos
utilizados e/ou produzidos por alunos de um curso de Licenciatura em Matemática envolvidos
com atividades de modelagem, bem como os papéis desses signos nos encaminhamentos dados
pelos alunos no desenvolvimento de suas atividades. A opção metodológica baseia-se nas
considerações da pesquisa qualitativa e a análise dos dados segue orientações da Análise de
Conteúdo, proposta por Laurence Bardin. Da relação entre os papéis dos signos e os
encaminhamentos dos alunos construímos triângulos epistemológicos que nos possibilitaram
reconhecer que os signos utilizados e/ou produzidos pelos alunos na busca por uma solução para
o problema em estudo na atividade de modelagem matemática se complementam. Essa
complementaridade dos signos, associada às suas funções semiótica e epistemológica, confere
ao triângulo epistemológico um caráter dinâmico. Nesse sentido, o que é considerado signo em
um momento da atividade, se configura, em outro momento, em contexto de referência, que por
sua vez, leva os alunos à produção de outros signos, que em momento posterior assumem
conotação de contexto de referência e assim por diante, sempre suscitando diferentes conceitos.
A análise revela também que esta dinamicidade e complementaridade dos signos influenciam o
encaminhamento que os alunos dão ao desenvolvimento das atividades de modelagem
matemática, de modo que tais signos representam algo que se pretende comunicar e indicam
mobilização e/ou produção de conhecimentos dos alunos acerca do que o signo representa.
O estágio supervisionado e o desenvolvimento profissional de futuros professores de Matemática: uma análise a respeito da identidade profissional docente
Bruno Rodrigo Teixeira, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 25/10/2013
O objetivo do presente estudo foi investigar a participação do Estágio Supervisionado no
desenvolvimento da identidade profissional docente de futuros professores de
Matemática, na ótica de licenciandos em Matemática, a fim de responder as seguintes
questões: Que elementos relacionados à identidade profissional docente são
mobilizados/desenvolvidos no contexto do Estágio Supervisionado? Como as ações
desenvolvidas no âmbito do Estágio Supervisionado contribuem para a
mobilização/desenvolvimento desses elementos? Para atender a esse propósito,
desenvolvemos uma pesquisa qualitativa de cunho interpretativo, tendo como
instrumento de coleta de informações uma entrevista semiestruturada, realizada com
graduandos do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de
Londrina. Utilizamos como parâmetro de análise a busca por elementos relacionados ao
“eu profissional que [futuros professores] constroem e reconstroem tornando-se e sendo
professores” (PONTE; CHAPMAN, 2008, p. 242). Os futuros professores revelaram que,
no decorrer do Estágio Supervisionado, tiveram a intenção de incorporar ou não aspectos
da prática pedagógica observados em outros professores; uma visão a respeito de uma
boa aula; desveladas crenças a respeito do planejamento de aulas; o despertar de um
senso crítico no planejamento de aulas; abertura para o trabalho com os pares; o
desenvolvimento de uma atitude de pesquisa e de novos conhecimentos a respeito do
ensino; apropriação de características profissionais do orientador; consciência a respeito
de situações imprevistas; a incorporação de atitudes que interferem no ambiente de
aprendizagem; e reafirmação da decisão de ser professor. Ao longo das análises,
também foi possível evidenciar/adaptar para o contexto investigado alguns dos elementos
relacionados à identidade profissional docente destacados por Ponte e Chapman (2008),
a saber, apropriação de valores da profissão, crenças sobre o ensino e sobre si mesmos
como professores, visão do tipo de professor que querem ser, um entendimento de si
mesmos como aprendizes e capacidade de refletir sobre a experiência. Para que os
futuros professores de Matemática mobilizassem/desenvolvessem esses elementos,
mostraram-se fundamentais: a análise da prática pedagógica de professores que atuam
na Educação Básica, as interações promovidas junto a orientadores com uma atitude
questionadora, a dinâmica de trabalho estabelecida por eles na regência, a socialização
de avaliações realizadas pelos supervisores a respeito de sua atuação como professores
na regência, bem como o roteiro utilizado para a elaboração do Relatório Final de
Estágio, que os incentiva a descreverem detalhadamente como se deu o
desenvolvimento de suas aulas no Estágio de Regência e analisá-las criticamente. Além
desses resultados apresentados, foi possível evidenciar também que, ao participar do
desenvolvimento da identidade profissional docente de professores de Matemática em
formação inicial, o Estágio Supervisionado possibilita aprendizagens a respeito da
docência diretamente relacionadas à prática letiva do professor que podem subsidiá-los
futuramente nos diferentes momentos de seu trabalho: antes, durante e após as aulas
O PIBID e as relações de saber na formação inicial de professores de Matemática
Vanessa Largo, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 02/07/2013
Nesta pesquisa temos a intenção, por meio dos depoimentos de estudantes –
licenciandos em Matemática e bolsistas, do Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência – PIBID, de apresentar as nossas compreensões das
relações estabelecidas com o ensinar, com o saber e com o aprender que os
estudantes desenvolveram durante os dois anos de participação nesse
programa, e, também, falar sobre a aprendizagem da docência no contexto
PIBID. Entendemos essas “relações com o saber”, de Charlot, no interior do
“sistema didático” de Chevallard, em três dimensões, relações epistêmicas,
pessoais e sociais com o conteúdo matemático, com o ensino e com a
aprendizagem dos alunos. Nesta investigação, para buscarmos uma reflexão
sobre as considerações apresentadas sobre o programa, nos apoiamos em
referenciais teóricos referentes ao estágio supervisionado, apesar de nós
entendermos os contextos estágio supervisionado do curso de Licenciatura e o
PIBID como “distintos”, mas com semelhanças no que diz respeito às regências
dos estudantes. A coleta de nossas informações ocorreram por meio de
entrevistas semiestruturadas, gravadas em áudio e vídeo, no decorrer dos dois
primeiros anos de implementação do PIBID. Analisamos estes dados de acordo
com a “matriz 3x3” – Instrumento para a Análise da Ação Docente em Sala de
Aula, de Arruda et al. (2011), e como teoria estruturante dos procedimentos
metodológicos, a Análise Textual Discursiva, de Moraes e Galiazzi (2011).
Alguns resultados relevantes da pesquisa: a decisão de um estudante em se
manter na profissão docente por ter participado no PIBID; a valorização por
parte dos estudantes, dos saberes experienciais dos supervisores; e o PIBID
como um momento de formação continuada para os estudantes que atuavam
na docência, e para os que nunca haviam atuado como professores, como um
momento para mobilizar e articular o seu saber-fazer.
Alfabetização Visual como estratégia de Educação Ambiental sobre resíduo sólido doméstico: os interpretantes de Peirce na compreensão das representações de estudantes de Ensino Médio
Patrícia de Oliveira Rosa da Silva, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 14/08/2013
Esta tese apresenta os resultados de um estudo em que se buscou encontrar o modo de
generalização típico de estudantes do Ensino Médio quando se trata do tema resíduos
sólidos domésticos. A fundamentação teórico-metodológica é inspirada no conceito de
interpretante da teoria semiótica de Charles S. Peirce, em cuja base se encontra a noção
de símbolo e legissigno. Os guias de análise foram definidos com a inserção de
raciocínio diagramático, processo que igualmente orientou a própria coleta de dados.
Produziu-se uma investigação em que o estudante se manifestava por meio da
linguagem verbal e pictórica compondo uma expressão híbrida, ou seja, ao mesmo
tempo em que passavam por uma experiência de aprendizagem como parte de um
conteúdo de Educação Ambiental, conheciam e desenvolviam maneiras combinadas
(não exclusivamente verbais) de expor as novas percepções que iam adquirindo.
Integrado à Educação Científica, esse fator operou no sentido de tornar possíveis as
inferências da pesquisa, além de revelar as condições em que se estabelece a
alfabetização visual.
Práticas de Monitoramento Cognitivo em Atividades de Modelagem Matemática
Rodolfo Eduardo Vertuan, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 02/04/2013
Nessa pesquisa, buscamos investigar o que evidenciam ou revelam as
atividades de Modelagem Matemática em relação ao monitoramento cognitivo
dos estudantes. Em outros termos, intentamos investigar como os alunos
monitoram as próprias ações cognitivas quando desenvolvem atividades de
Modelagem e quais as influências deste monitoramento no desenvolvimento da
própria atividade de Modelagem. A coleta de dados foi realizada em uma
universidade federal a partir de um curso intitulado “Investigações de assuntos
do cotidiano por meio da Matemática”. Participaram do curso alunos do Ensino
Médio e alunos do curso de Licenciatura em Matemática. Nessa pesquisa,
tomamos o monitoramento cognitivo segundo a vertente processual da
metacognição e nesse sentido é que os aspectos da metacognição segundo
Flavell e Wellman (1977) e as dimensões do monitoramento de Tovar-Gàlvez
(2008) foram considerados. Dentre os resultados, inferimos que as práticas de
monitoramento cognitivo são aprendidas pelos sujeitos em seu entorno social e
cultural, que tais práticas fortalecem a consideração da unicidade da atividade
de Modelagem Matemática e que o trabalho em grupo, característico das
atividades de Modelagem Matemática, instaura práticas de monitoramento que embora sejam inicialmente individuais, tornam-se coletivas quando adquirem configurações do grupo e exercem influência no desenvolvimento da atividade
e nas aprendizagens dos sujeitos. Trata-se do que denominamos
“metacognição social”
Trajetórias de Aprendizagem de Professoras que Ensinam Matemática em uma Comunidade de Prática
Marcia Cristina Nagy, Profª Drª Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 21/03/2013
No presente trabalho, tivemos por objetivo descrever e analisar algumas
aprendizagens de professoras que ensinam matemática nos anos iniciais do
Ensino Fundamental ocorridas em uma comunidade de prática (Cop-
MatAnosIniciais) para, então, buscar identificar e discutir elementos do contexto
dessa comunidade de prática que revelaram/permitiram aprendizagens dessas
professoras relacionadas ao seu conhecimento profissional. Tratar de
processos de aprendizagem de professoras é importante porque nosso
interesse está em explicitar o que permitiu a aprendizagem das participantes
durante o desenvolvimento de empreendimentos, priorizando, desse modo,
como aprenderam, ao invés de somente identificar o quê aprenderam.
Optamos por tratar da aprendizagem na formação de professores a partir da
Teoria Social da Aprendizagem, desenvolvida por Wenger (1998), na qual
aprender é consequência de “pertencer a” ou “ser membro de” uma
Comunidade de Prática. Para tanto, realizamos uma pesquisa qualitativa, com
enfoque interpretativo, na qual a análise de conteúdo contribuiu para a
compreensão das informações obtidas. Identificamos e descrevemos
aprendizagens das professoras em dois empreendimentos da Cop-
MatAnosIniciais, nomeadamente resolução e discussão de tarefas, e relato e
análise do relato do desenvolvimento de tarefas em sala de aula. Na análise de
tais empreendimentos, identificamos os seguintes elementos que permitiram
aprendizagens de seus membros: a oportunidade de expor/explicar a resolução
de tarefas; a oportunidade de partilhar informações; a aceitação do desafio de
interações comunicativas por meio de questionamento inquiridor; o relato do
ocorrido no encontro anterior para os membros que não estavam presentes; a
oportunidade de partilhar experiências de sala de aula. Durante essa análise,
observamos ainda que os elementos identificados emergiram devido à
presença de alguns fatores presentes no contexto da Cop-MatAnosIniciais,
como respeito, confiança, desafio e solidariedade, indicando, então, a
importância de relações pessoais no desenvolvimento profissional das
professoras. Os resultados de nossas análises sugerem que propostas de
formação que incluam elementos e fatores como os indicados neste estudo
mostram-se adequadas ao processo de formação do professor que ensina
matemática, apresentando-se, então, como uma alternativa para programas de
formação de professores, geralmente pautados em cursos de treinamento.
Uma interpretação semiótica de atividades de Modelagem Matemática: implicações para a atribuição de significado
Karina Alessandra Pessôa da Silva, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 19/03/2013
Esta pesquisa teve como objetivo investigar “Como emergem os signos interpretantes nas
diferentes fases do desenvolvimento de uma atividade de Modelagem Matemática?”. Para
tanto, nos pautamos em pressupostos teóricos da Modelagem Matemática na perspectiva da
Educação Matemática e da Semiótica Peirceana no que se refere à atribuição de significado
para o objeto em estudo. Por meio da tríade peirceana signo-objeto-interpretante fazemos uma
interpretação semiótica de atividades de modelagem com vistas a identificar atribuição de
significado para o objeto. Neste sentido, propomos uma articulação entre a tríade peirceana e
ações que o aluno pode ter frente a atividades de modelagem e destacamos as tríades
símbolo/significado para o objeto/interpretante e Perceber/Agir/Significar. Com este intuito
desenvolvemos atividades de Modelagem Matemática com alunos do 4.º ano do curso de
Licenciatura em Matemática da UEL durante a disciplina de Modelagem na perspectiva da
Educação Matemática. As atividades foram desenvolvidas seguindo os momentos de
familiarização dos alunos com atividades de Modelagem Matemática propostos por Almeida
& Dias (2004). Neste sentido, a pesquisa consiste na observação, descrição e análise dos
signos produzidos pelos alunos em atividades de modelagem. A opção metodológica baseia-
se nas considerações da pesquisa qualitativa. A análise dos dados é inspirada na proposta
metodológica da Teoria Fundamentada baseada, principalmente, nas indicações de Kathy
Charmaz (2006, 2009). A análise revela que os signos interpretantes emergem com o
envolvimento do aluno (intérprete) durante o desenvolvimento de uma atividade de
modelagem e se modificam com a familiarização com atividades desta natureza. Como a
atribuição de significado está atrelada aos interpretantes produzidos pelo intérprete, inferimos
que o significado para o problema e o objeto matemático se intensifica com a familiarização
com atividades de modelagem
Prova em fases e um repensar da prática avaliativa em Matemática
André Luis Trevisan, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 04/03/2013
Este texto tem por objetivo apresentar reflexões oriundas da utilização da prova
em fases como instrumento de avaliação em aulas de Matemática, em uma
turma de Educação Profissional de Nível Médio. Para isso, apresentamos
inicialmente uma descrição pormenorizada da experiência, tomada inicialmente
como um “fracasso”, mas aos poucos percebida como fundamental na
modificação na própria prática pedagógica. Nesse processo, a atitude passiva
frente a uma avaliação em que se busca medir o quanto de uma técnica ou
algoritmo é reproduzida pelo estudante foi aos poucos “caindo por terra”. A
apresentação das percepções dos estudantes frente a um instrumento
diferenciado de avaliação, bem como uma análise de sua produção escrita em
questões da prova trouxeram elementos que permitiram analisá-lo criticamente.
Partindo de considerações a respeito de algumas “falhas” na sua elaboração e
implementação, analisamos as questões que compuseram a prova, à luz da
abordagem conhecida como Educação Matemática Realística, buscando refletir
também a respeito do conteúdo matemático subjacente às questões (a
Trigonometria). Esse repensar aparece segundo três focos: os itens que
compuseram a prova, o conteúdo matemático subjacente a esses itens e as
próprias atitudes enquanto professor de Matemática. Ao longo de todo o texto,
organizado segundo uma estrutura que busca preservar, em essência, o modo
como a pesquisa foi sendo “tecida”, procuramos sempre contrapor criticamente
o que “foi feito” com aquilo que “poderia ter sido feito”, numa tentativa
constante de repensar a própria prática avaliativa.
Oportunidade para aprender: uma prática da reinvenção guiada na prova em fases
Magna Natalia Marin Pires, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 25/02/2013
Este trabalho descreve e analisa uma pesquisa com uma prova em fases,
realizada com nove professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental de
uma escola pública municipal do Paraná. Essa prova foi analisada como uma
forma de realizar uma reinvenção guiada na perspectiva da Educação
Matemática Realística. A Prova em Fases, tomada como instrumento também
de avaliação formativa, viabilizou à pesquisadora/formadora analisar o trabalho
das participantes em diferentes momentos, para fazer intervenções que
considerou oportunas. Na reinvenção guiada conduzida neste estudo como
estratégia de formação continuada, as participantes desempenharam um papel
fundamental como protagonistas da aprendizagem. As questões da prova
foram o ponto de partida para o processo de reinvenção e, nesse processo, a
pesquisadora/formadora participou como guia, recurso, mediando o processo
com perguntas e considerações a respeito da produção escrita das
participantes. Estas, em lugar de serem meras receptoras de uma matemática
pronta e acabada, desempenharam o papel de agentes do processo
desenvolvido e, como tal, foram estimuladas a utilizar sua própria produção na
“re-invenção guiada”, uma vez que diferentes estratégias, por vezes refletindo
diferentes níveis, puderam ser provocadas e utilizadas de forma produtiva no
processo de aprendizagem.
Enunciados de Tarefas de Matemática: um estudo sob a perspectiva da Educação Matemática Realística
Pamela Emanueli Alves Ferreira, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 25/02/2013
Esta pesquisa tem como objetivo apresentar um estudo a respeito de
enunciados de tarefas de matemática. Busca-se elaborar um quadro de
referência com base na perspectiva da Educação Matemática Realística que
permita analisar tarefas de matemática. Com uma abordagem
predominantemente qualitativa, de cunho interpretativo, com base na Análise
de Conteúdo, é realizada uma análise de enunciados de tarefas de matemática
de um livro didático no que diz respeito às suas classificações, características,
potencialidades e constituição, mais especificamente, como o contexto se
classifica, se a tarefa é rotineira ou não, a que tipo de situação e item remete,
se oportuniza matematização, se a tarefa é flexível e permite diferentes
estratégias de resolução, que tipo de competências promove, se é
caracterizada como exercício, problema. Uma intenção subjacente é que este
trabalho sirva como um recurso para professores que ensinam matemática, na
busca de conhecer tarefas de matemática, no sentido de analisar suas
potencialidades e limitações, e utilizá-las em um ambiente de avaliação como
prática de investigação.