Teses e Dissertações
A constituição do sujeito deficiente visual a partir do movimento de inclusão escolar: uma análise na perspectiva foucaultiana
Débora Ferreira da Silva, Profª. Drª. Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 19/07/2017
A presente tese teve como objetivos analisar, a partir dos enunciados dispersos nos
documentos oficiais que compõem o corpus do trabalho, quais as condições de
possibilidade para que o movimento de normalização/integração escolar perdesse
força e desse lugar ao movimento de inclusão escolar no Brasil, dando destaque à
deficiência visual; apontar como o processo de inclusão escolar, construído a partir
de uma governamentalidade neoliberal, tem se caracterizado como imperativo de
Estado e atuado como estratégia educacional e de mercado; e analisar o modo
como os alunos com deficiência, mais especificamente os alunos com deficiência
visual, tem sido caracterizados e posicionados nas recorrências discursivas dos
documentos oficiais nacionais e internacionais. A partir da análise do corpus, duas
questões apresentaram maior destaque: 1) O processo de inclusão escolar não é
mais operado por opção, seja das famílias, das escolas ou dos próprios órgãos
gestores destas políticas; ao se tornarem imperativas, tais políticas passam a ser
operadas por uma questão de obrigatoriedade legal. Nessa perspectiva, todas as
crianças devem ser matriculadas em escolas regulares, tenham elas deficiências ou
não, e cabe às escolas, à comunidade e ao Estado se organizarem para a
efetivação desse processo. 2) As práticas inclusivas, instituídas com esses
documentos, proclamam a operação da governamentalidade neoliberal para a
constituição de sujeitos capazes de participar do jogo econômico. Para tanto, é
preciso que esses sujeitos desenvolvam determinadas habilidades e competências e
tenham determinados modos de comportamento, possibilitando que a seguridade de
todos seja mantida. Ao fim do trabalho, considerou-se dar continuidade à pesquisa a
partir do desenvolvimento do dispositivo de cegagem, relacionando os elementos
heterogêneos que o compõem.
A Matemática em Atividades de Modelagem Matemática: Uma Perspectiva Wittgensteiniana
Bárbara Nivalda Palharini Alvim Sousa, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 14/03/2017
Nessa pesquisa buscamos investigar, sob uma perspectiva wittgensteiniana, o uso da
linguagem e de procedimentos matemáticos em atividades de modelagem matemática. O
estudo está fundamentado na Modelagem Matemática na Educação Matemática e tem como
base filosófica os estudos de Ludwig Wittgenstein sobre linguagem e matemática. Para
compor os dados empíricos da pesquisa, atividades de modelagem matemática foram
desenvolvidas por alunos de um curso de Licenciatura em Matemática nas disciplinas de
Equações Diferenciais Ordinárias e de Introdução à Modelagem Matemática. O
desenvolvimento da pesquisa, a coleta de dados e o encaminhamento da análise
fundamentam a metodologia de pesquisa como qualitativa. Os dados foram coletados por
meio de registros escritos, gravações em áudio e vídeo, questionários e entrevistas. A
análise dos dados, coletados com treze alunos no desenvolvimento de onze atividades de
modelagem matemática, tem como suporte a metodologia de análise de dados que
considera o uso da linguagem e as práticas discursivas dos alunos engajados nas atividades
de modelagem matemática. No desenvolvimento das atividades de modelagem matemática
a linguagem em uso é analisada e árvores de associação de ideias e linhas narrativas são os
recursos analíticos que apresentam os resultados para a investigação. A partir da pesquisa
empírica por meio de análises específicas investigamos os usos da linguagem e dos
procedimentos matemáticos utilizados nas atividades de modelagem matemática, ou seja,
equações diferenciais de primeira ordem, equações diferenciais ordinárias de segunda
ordem e o recurso ao ajuste de curvas. Com base nas análises específicas, o cruzamento
com as teorias de base nos permitiram definir três categorias a posteriori, às quais
detalham, com base na perspectiva wittgensteiniana, a natureza das justificativas e
proposições utilizadas em atividades de modelagem matemática, o uso de regras nas
atividades de modelagem matemática e a ocorrência da formação de conceitos matemáticos
no desenvolvimento das atividades de modelagem matemática.
O Contexto de Formação a Partir da Exploração de um caso Multimídia: Aprendizagens Profissionais de Futuros Professores de Matemática
Renata Viviane Raffa Rodrigues, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 12/04/2017
Esta pesquisa-intervenção, em que a pesquisadora assume o papel de formadora, situa-se em
uma disciplina de prática como componente curricular de natureza interdisciplinar e
integradora da teoria e da prática docente na formação inicial de professores de Matemática.
Nesse campo, a investigação centra-se na questão geral: Que elementos do contexto de
formação, assente em um caso multimídia de uma aula na perspectiva do Ensino
Exploratório, oferecem oportunidades de aprendizagem profissional a futuros professores de
Matemática? A aula contemplada nesse caso é desenvolvida por uma professora experiente
no Ensino Exploratório e volta-se à promoção do pensamento algébrico de alunos de um 6º
ano do Ensino Fundamental de uma escola pública. Além de vídeos da aula, o recurso
multimídia engloba o plano de aula, a tarefa matemática, áudios de entrevistas com a
professora antes e após a aula, bem como as produções escritas dos alunos. Esta pesquisa
segue uma metodologia de investigação qualitativa baseada na perspectiva interpretativa.
Nessa direção, utiliza as respostas escritas que os futuros professores (FP) expressaram às
questões integrantes do caso multimídia e as transcrições das discussões conjuntas de
formação entre os FP e a formadora como fontes de dados. Os componentes da visão
profissional do professor foram teórica e analiticamente adotados como indicadores dos
conhecimentos e capacidades dos FP revelados no processo de perceber e raciocinar sobre
aspectos relevantes do ensino e da aprendizagem nas mídias analisadas. Face ao ponto de
partida dos 15 participantes desta pesquisa, os resultados da exploração, ao longo das duas
primeiras etapas do caso multimídia, revelam evoluções na visão profissional dos sete grupos
constituídos. O desenvolvimento dessa capacidade explicita aprendizagens mobilizadas sobre
elementos nucleares do Ensino Exploratório – colaboração e comunicação, engajamento e
autoridade matemática dos alunos, condizentes às abordagens de inquiry e à perspectiva
dialógica, por conseguinte, difíceis de identificar e interpretar nas interações de sala de aula.
De modo mais específico, os FP compreendem a constituição, articulação e sustentação de
duas fases fundamentais em aulas dessa natureza – o desenvolvimento da tarefa e a discussão
coletiva; bem como o papel do professor no seu planejamento e na promoção de
aprendizagens e de interações dialógicas com e entre os alunos. Além disso, tomar decisões
de ensino relativas à seleção e ao sequenciamento das resoluções dos alunos para a discussão
coletiva caracteriza-se como uma capacidade profissional desafiadora para os FP, exigindo-
lhes a percepção de aspectos do pensamento algébrico e compreensão matemática dos alunos
combinada a outros elementos situacionais em jogo. Conclui-se que esse contexto oferece
oportunidades diversificadas e substanciais de aprendizagem profissional a FP de Matemática
ancorada em situações que representam mudanças significativas nos papéis tradicionais do
professor e do aluno na cultura de sala de aula, cujos principais elementos associam-se ao
formato e conteúdo das mídias; às questões propostas pelo multimídia; à organização e ao
sequenciamento do multimídia; à dinâmica de exploração do caso multimídia e ao papel do
formador no planejamento, suporte e orientação desse processo.
Aulas de Matemática: Narrativas de uma Professora em Transição
Angela Fontana Marques, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 20/02/2017
Este trabalho apresenta narrativas cuja fonte foram aulas ministradas semanalmente em uma
turma do 3º ano de um curso técnico do Ensino Médio, com 22 alunos, durante o primeiro
semestre do ano de 2013, em uma escola de um município situado no noroeste do Paraná. O
principal objetivo foi conhecer aspectos da minha prática letiva na qual pensei atender os
princípios e ideias da abordagem Educação Matemática Realística, entre eles, a Matemática
como atividade humana, a aprendizagem Matemática por meio da matematização, o ensino
e a aprendizagem por meio da Reinvenção Guiada. Analisando minha prática narrada nesta
investigação percebo a grande dificuldade que ainda tenho de esperar o aluno pensar,
construir estratégias e procedimentos por ele mesmo. Entendi que os princípios e
pressupostos da RME vão além do planejar bem as aulas uma vez que estão na ação do
professor, na prática docente, na ação do aluno, na dinâmica das aulas. A matemática como
atividade humana faz parte da concepção de ensino da matemática do professor que se
dispõe a trabalhar nessa perspectiva.
Semmelweis e a Febre Puerperal: Uma Análise na Perspectiva da Teoria do Ator-Rede
Aline de Moura Mattos, Prof. Dr. Marcos Rodrigues da Silva
Data da defesa: 07/03/2017
Neste trabalho proponho analisar um episódio da história da medicina ocidental do
século XIX, envolvendo o médico Ignáz Semmelweis, que propôs uma etiologia e uma
profilaxia para a doença que era conhecida como febre puerperal por acometer mulheres
em seus períodos de pós-parto. Assim que começou a trabalhar na maternidade do
Hospital Geral de Viena, em 1846, Semmelweis foi afetado por uma diferença nas taxas
de mortalidade por febre puerperal que havia entre duas divisões da maternidade: a
Primeira Divisão era dedicada à atuação de médicos e ao treinamento e formação de
residentes; a Segunda, dedicada ao treinamento de parteiras. Na Primeira Divisão, a taxa
de mortalidade por febre puerperal chegava a ser quatro vezes maior que na Segunda
Divisão. Após investigar uma série de hipóteses que pudessem justificar essa
perturbadora diferença e de um episódio crucial para a elaboração de sua hipótese,
Semmelweis concluiu que a maior taxa de mortalidade na Primeira Divisão era devido
ao que denominou de “matéria cadavérica”, transmitida às parturientes pelas mãos de
médicos e residentes que realizavam dissecações em cadáveres, prática comum da
anatomia patológica que começava a se instituir no século XIX. Assim, Semmelweis
obrigou que todos lavassem as mãos com solução de cloreto, substância que, para ele,
destruía a “matéria cadavérica”. Os resultados foram animadores: as taxas de
mortalidade diminuíram significativamente assim que a higienização das mãos foi
implantada; porém, apesar de tantas evidências e resultados que demonstrassem a
eficiência da higienização nas práticas hospitalares, sua hipótese não foi aceita como um
fato em sua época. Neste trabalho, analisarei Semmelweis como um construtor de fatos,
buscando alimentar este episódio de controvérsias, de interesses heterogêneos e
atribuindo à “matéria cadavérica” tanta ação como a Semmelweis. A intenção é pensar
acerca das ações e conexões, das provas que uma hipótese terá de resistir para que possa
adquirir o status de verdadeira e real. A realidade, na perspectiva adotada, é aquilo que
resiste. Quanto mais articulada e conectada estiver uma hipótese, mais autonomia ela
terá, mais chances de resistir, mais possibilidades de emergir como um fato, se tornar a
realidade acerca de um fenômeno e ser aceita. É disso que trata a Teoria do Ator-Rede,
abordagem que me valho para a criação da problemática e análise deste episódio da
história da medicina. Não pretendo sugerir o que Semmelweis deveria ter feito para que
sua hipótese fosse aceita, o objetivo é criar visibilidades para o quão complexa possa ser
a aceitação de hipóteses científicas. Este trabalho se justifica na tentativa de trazer um
enredo sobre práticas científicas que contribua para a desconstrução da noção, um tanto
caricaturada, de investigações obedecendo a padrões gerais e duradouros de
racionalidade.
Tecendo Redes na Formação Inicial Docente em Química: Por uma Identificação Fe(i)tichizada
Gustavo Pricinotto, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 17/02/2017
Neste trabalho, ao problematizarmos as possibilidades de produção de
identidades docentes fixas e inertes nos cursos de Licenciatura em Química,
questionamos os alicerces difusionistas fundamentados nos Estudos de
Laboratório de Bruno Latour, buscando compreender o processo de formação
de uma rede dentro destes cursos de formação inicial, na relação do par
estagiário-professores. Buscamos na metodologia aberta da etnografia pós-
moderna acompanhar durante um ano os atuantes do curso de Licenciatura em
Química da Universidade Estadual de Maringá, na disciplina de Prática de
Ensino e Estágio Supervisionado. As reflexões diante das observações,
entrevistas, questionários e gravações das aulas, nos mostram como ocorre o
processo de fortalecimento de determinados discursos em meio aos
questionamentos que são feitos a identidade tradicional nos cursos. O
processo de formação que visa levar os estudantes a se distanciarem de uma
perspectiva tradicional e buscar ser “diferente” não “surge”, portanto, em sua
oposição entre estes binários (fato-fe(i)tiche), mas da conexão e produção de
uma rede com os mais diversos atuantes no processo de produção de
identificações, móveis e instáveis. Neste sentido, acreditamos que a ideia de
uma identidade de fato deva ser questionada, pois notamos que no curso
proliferam-se identidades heterogêneas e híbridas, ou identificações
fe(i)tichizadas, que ultrapassam o discurso biniarista/saltacionista: de um lado,
tradicional, de outro, diferente. Neste sentido, se a formação é uma produção
instável e passível de modificações ao longo do percurso, não seria mais de
nosso interesse questionarmos os produtos destes curso de formação, mas de
pensa-los enquanto produção, enquanto translações e controvérsias, e assim
pensarmos a formação enquanto fe(i)tiche, enquanto constante identificação.
Desenvolvimento Profissional de Professores de Matemática na Exploração do Caso Multimídia Plano de Telefonia
Júlio Cézar Rodrigues de Oliveira, Profª Drª Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 18/12/2017
A questão que norteou a presente investigação foi: Que elementos de um contexto de
formação continuada possibilitam o desenvolvimento profissional de professores de
Matemática a partir da exploração de um caso multimídia, com foco na fase de discussão
coletiva de uma aula na perspectiva do Ensino Exploratório? Para responder a essa pergunta
estabelecemos os seguintes objetivos: descrever alguns trechos de episódios do
empreendimento exploração do caso multimídia “Plano de Telefonia” em uma Comunidade
de Prática denominada CoP- ProfMARE; e analisar produções escritas e discussões realizadas
na CoP-ProfMARE relacionadas à fase de discussão coletiva da tarefa referente ao caso
multimídia “Plano de Telefonia”. Para as análises tomamos como perspectiva teórica os
objetivos para o desenvolvimento profissional do professor que ensina Matemática, propostos
por Sowder (2007) e as dimensões do que consiste interpretar e reconhecer interações em sala
de aula (VAN ES; SHERIN, 2002; 2008) e classificamos os dados de acordo com essas
perspectivas. A partir dessa classificação, destacamos os elementos do contexto que
possibilitaram o desenvolvimento profissional dos membros da CoP-ProfMARE,
nomeadamente: relatar experiências; discutir perspectivas de ensino alternativas ao ensino
diretivo, em específico o Ensino Exploratório; utilizar aspectos de sua experiência para lidar
com os desafios da/na prática em sala de aula; discutir aspectos da dinâmica da aula, do papel
do professor, do planejamento e da avaliação na perspectiva do Ensino Exploratório; resolver
tarefas; discutir conteúdos matemáticos; levantar hipóteses acerca das dificuldades e dos erros
dos alunos; discutir dificuldades dos alunos no trabalho com perspectivas alternativas ao
ensino diretivo e como superá-las; e socializar opiniões. A liberdade que as professoras
tiveram em compartilhar experiências, em apresentar dúvidas, questões e desafios de sua
prática para serem discutidas na CoP, em propor novos empreendimentos, e a confiança que
elas depositaram em todos os membros da CoP, foram aspectos marcantes para o
desenvolvimento profissional dos envolvidos nesse processo de formação.
Formação de professores de Química: publicação de duas décadas na revista Química Nova na Escola
Any Caroline Ferreira, Profª. Drª. Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 01/08/2017
Esta pesquisa teve como objetivo investigar, nos artigos publicados na revista
Química Nova na Escola (QNESC), como a temática formação de professores de
Química tem sido entendida pelos pesquisadores da área, com o intuito de
caracterizar este tema em questão, em termos de ano de publicação e foco de
pesquisa. Para isto, foi feito um levantamento dos artigos publicados na QNESC, no
período de (1995-2016) que abordavam a formação de professores de Química.
Como metodologia de análise e coleta de dados, utilizou-se a análise textual
discursiva. Para a organização dos dados, foram selecionadas palavras
representativas presentes nas propostas dos artigos que auxiliaram na
categorização. Por meio da análise identificou-se que a maioria dos artigos que
abordam o tema formação de professores de Química foram publicados nos últimos
oito anos. Sendo que 25,34% dos artigos selecionados, descreve e discute questões
da formação inicial, 5,47% faz análise de aspectos da formação continuada, 7,53%
relaciona a formação de professores com a profissionalização docente, 10,27%
discute a prática pedagógica de professores em formação, 10,95% investigou dois
ou mais dos aspectos anteriores em um único artigo e 40,41% abordou a formação
de professores como consequência da pesquisa. A partir dos dados, destacou-se
algumas tendências de pesquisa e possíveis lacunas ainda a serem investigadas, no
que diz respeito à área de formação de professores de Química.
Integração Multimodal e Coordenação de Representações Semióticas em Atividades de Função do 1º Grau
Renata Aparecida de Faria, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 11/08/2017
Este estudo investiga a coordenação de representações semióticas , isto é , o
reconhecimento do mesmo objeto matemático - Função do 1°Grau - em 6 (seis)
atividades. A investigação apresenta os referenciais dos Multimodos e Múltiplas
Representações, com destaque às Funções Pedagógicas ao utilizar uma nova
representação, proposta por Shaaron Ainsworth (1999,2006) e aspectos da
Teoria dos Registros de Representação Semiótica de Raymond Duval
(2004,2011) quanto as transformações semióticas de tratamento, conversão e
coordenação e a natureza e forma dos diferentes registros de representação
semiótica . O trabalho foi realizado com estudantes do 1° ano do Ensino Médio
de uma Escola Pública do Norte do Paraná no ano letivo de 2016, em que a
coleta de dados ocorreu durante 9 (nove) aulas , com anotações de observações
da pesquisadora, gravação em áudio e fotografias. No desenvolvimento das
atividades propostas, as interações dialógicas, caracterizadas como um modo
representacional ,ocorridas entre estudante/pesquisadora e estudante/estudante
possibilitaram a análise quanto às Funções Pedagógicas nas diferentes
representações mobilizadas. Além de evidenciar as vantagens da multiplicidade
representacional no ensino, as resoluções apresentadas pelos estudantes
permitiu verificar a integração de referenciais, pois a partir da mobilização de
dois ou mais registros de representação, ocorre uma ou mais Função
Pedagógica das Múltiplas Representações ao complementar, restringir uma
interpretação errônea e/ ou o aprofundar um novo conhecimento .
As Trilhas Interpretativas Como Atividades de Educação Ambiental: O que Pensam os Professores de Ciências?
Diego Armando Lopes Colman, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 24/05/2017
O presente trabalho busca compreender os limites e possibilidades dentro da Educação
Ambiental (EA), surgindo assim como estratégia de se trabalhar a conscientização do
indivíduo para que o mesmo seja capaz de avaliar a real importância do ambiente que o
cerca. Uma das maneiras de se promover a EA se da por meio da Interpretação
Ambiental (IA), caracterizada como um processo momentâneo de conscientização e
que possui como ferramenta importante as chamadas trilhas de caráter interpretativo
desenvolvida em espaços não formais. Pra que o trabalho fosse desenvolvido usamos
análises de roteiros e entrevistas semiestruturadas, a fim de identificar as possíveis
percepções dos professores ao elaborarem seus planos de aula em um ambiente como
as trilhas de caráter interpretativo. Diante disso é possível afirmar que as trilhas
interpretativas possuem um papel indispensável no processo de conscientização e
formação do cidadão acerca das questões envolvendo o meio ambiente e seu
comportamento. Atividades em EA podem ser desenvolvidas com ferramentas, tempo e
amplitude distintas. Certamente tal trabalho de conscientização não tem fim e perdura
ao longo de toda a vida do indivíduo, sendo a IA com o uso de trilhas um momento
onde a formação será construída.