Unidade de Aprendizagem Interdisciplinar
Diogo da Silva, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 20/12/2018
A perspectiva de interdisciplinaridade educativa promove a contextualização e o envolvimento das partes, constituindo ligações de complementaridade e correlação, interconexões e passagens entre os conhecimentos e especialidades, reconhecendo a complexidade que envolve as situações humanas. Tem como objetivo promover, por intermédio de uma abordagem, a integração de variados conhecimentos, estimulando e desenvolvendo habilidades cognitivas e relacionais, para que ocorra aprendizagem significativa, complexa e então interdisciplinar, assim como preparar o aluno para a interpretação e mudança de sua condição e atitude social frente à sua realidade. Proporcionando e capacitando o sujeito de modo que o mesmo reconheça a legitimidade e faça uso dos saberes científicos na prática cotidiana. Ocorrendo por meio de estratégias de ensino que abordaram questionamentos, reflexões e a participação em decisões. Propusemos a elaboração, aplicação e análise de uma Ilha Interdisciplinar de Racionalidade (IIR), para um grupo de vinte e oito alunos em uma turma interseriada do ensino médio, ora divididos em cinco equipes e ora participando de atividades individuais, assim proporcionando uma situação de aprendizagem em que aconteça a interdisciplinaridade para o ensino de Ciências. Nesta prática foram incluídos e entrelaçado aspectos da abordagem investigativa, da aprendizagem significativa e assim a consideração ao contexto do aluno, bem como princípios da complexidade, o conteúdo disciplinar de Microbiologia e por fim toda intervenção alicerçada nos saberes docentes. Além disso, organizamos e planejamos as etapas de modo que pudéssemos analisar a aprendizagem dos estudantes, por meio do V epistemológico, frente aos conceitos de Microbiologia. Nossa abordagem garantiu a promoção de situações coerentes a fim de manter o desenvolvimento de avanços que integram os conhecimentos cognitivos e sócio-relacional por parte dos estudantes e do professor pesquisador. Reconhecemos que nas propostas em equipe ficou mais evidente que essas relações aconteceram na qual os integrantes, apoiados por outros docentes da instituição, indicados ao longo da abordagem, contribuíram para as demonstrações e para as investigações. Percebemos, também, que a maior noção dos alunos gira ao torno do quesito que reconhecem e caracterizam os microrganismos como agentes benéficos ou prejudiciais à manutenção da vida na Terra. Acreditamos que o uso de uma metodologia investigativa de ensino poderia ser um fator que contribuiu para que as noções alternativas, elaboradas pelos alunos também em seu cotidiano, fossem reformuladas para a adoção de uma aprendizagem mais coerente com os conhecimentos científicos.
Um Estudo do Caráter de Continuidade na Avaliação Didática
José Emídio Gomes Benedito, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 17/12/2018
Esta dissertação apresenta um estudo do caráter de continuidade na avaliação didática, desenvolvido sob a perspectiva metodológica da pesquisa de natureza teórica e especulativa em educação (VAN DER MAREN, 1996; MARTINEAU, SIMARD, GAUTHIER, 2001), uma vez que a intenção é constituir uma produção de enunciados teóricos sobre outros enunciados teóricos (VAN DER MAREN, 1996). Para isso, fez-se um inventário das palavras “contínua”, “feedback” e “continuidade” nos autores estudados. Durante a realização desse inventário, para uma exploração mais ampla, o pesquisador sentiu a necessidade de expandir o rol das palavras inventariadas e, com isso, foram incluídas “finalidade”, “propósito”, “processo”, “objetivo”, “característica”, “função”, “formativa”, “regulação”, “autoavaliação”, “autorregulação” e “tarefa”, objetivando entender o processo de continuidade presente na avaliação didática. Após realizar os inventários, o próximo passo foi cotejar os aspectos julgados relevantes que pudessem identificar o que é tomado como continuidade no processo de avaliação da aprendizagem e, também, identificar o que pode caracterizar uma avaliação da aprendizagem escolar como contínua na perspectiva da Educação Matemática Realística. Pode-se observar que a avaliação, para ser contínua, atende aos princípios de avaliação adotados na RME, possui como propósito buscar evidências, em todos os momentos, considerando toda informação possível que possa permitir ao professor uma ampla visão das ações, formais ou não, subsidiando-o na tomada de decisões e fornecendo suporte para acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.
Relações sintagmáticas e paradigmáticas para auxiliar a apropriação de conceitos de termoquímica no Ensino Médio
Josiane Letícia Hernandes, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 06/04/2018
O presente trabalho apresenta uma proposta de estratégia de ensino de Química que emprega as relações linguísticas paradigmáticas e sintagmáticas, de modo a estimular e explorar narrativas textuais em formas diversificadas, com o objetivo de auxiliar os aprendizes na apropriação de conceitos de Termoquímica. As relações paradigmáticas e sintagmáticas são originárias da Ciência Semiótica, sendo derivadas da Semiologia de Saussure. O trabalho está inserido na linha de pesquisa de multimodos de representação, com foco na modalidade verbal escrita. A metodologia da pesquisa consistiu na realização de um pré-teste, com o intuito de identificar os conceitos que os estudantes já possuíam, seguido da realização da estratégia de ensino, em que foram trabalhadas quatro atividades envolvendo as relações linguísticas citadas. Por fim, realizou-se um pós-teste intencionando a constatação das apropriações realizadas pelos aprendizes ao final da estratégia. A passagem dos estudantes pela estratégia das relações linguísticas induz à efetivação de autênticas paráfrases, competência que, ao ser atingida, permite garantir a aprendizagem. Desta forma, é por meio de paráfrases que a conceituação trazida pelos estudantes é identificada nos testes. A pesquisa tem caráter qualitativo, na interpretação das produções dos estudantes e, caráter quantitativo na avaliação da metodologia, sendo este o principal objetivo do trabalho. Resultados indicam que as atividades com as relações linguísticas podem evidenciar o repertório do estudante em conceitos-chave de Ciências, ao utilizar as associações termo a termo em conjunto com as combinações permitidas pela estrutura da língua. Por sua vez, por meio do uso das paráfrases, ficou evidenciado que a estratégia didática gerou apropriações dos conceitos de Termoquímica. O estudo constatou que o uso das relações linguísticas, bem como da paráfrase, pode favorecer apropriações de enunciados-chave dentro da aprendizagem científica e definir critérios para que os docentes evitem respostas estereotipadas.
A Arte de Viver e Fazer Ciência
Patrícia Góis, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 04/03/2018
Por que estudar os laboratórios, uma vez que são heterogêneos e conduzidos pelas influências de um grupo, ciência ou sociedade? Como compreender o seu movimento através de uma visão ampla e disseminada e quais os caminhos a serem percorridos por seus cientistas, formadores de opiniões e pesquisadores, que movem as descobertas de um povo e todos seus avanços científicos? Os conteúdos de uma ciência são construídos de forma gradativa e estão atrelados às relações e estruturas sociais, o contexto social influencia toda a jornada de pesquisas assim como as empresas privadas que coordenam estes avanços em compasso com suas necessidades primárias e objetivações mercadológicas. A base de tudo são as pesquisas e os centros educacionais formadores de profissionais do ramo científico, mas qual o papel do educador? Como estes docentes se comportam diante dos desejos individuais de seus estagiários e como estes são manipulados (intencionalmente ou não) para que corroborem com o engrandecimento curricular do professor. A solução então seria sobreviver, e é através desta vertente que o presente trabalho fará uma abordagem conceitual de crédito/credibilidade estabelecida por Latour acerca da postura profissional de uma química acadêmica e todas as influências por ela sofridas, tais observações serão referenciadas e também descritas através de um texto narrativo e em forma de “diário” desenvolvido durante o estágio da autora. Todas estas descrições estarão relacionadas às condutas de todos os envolvidos no laboratório DIA da UEL: desde a docente/ pesquisadora, até os doutorandos e pós-graduandos. O objetivo deste trabalho será trazer uma nova perspectiva de olhar os laboratórios universitários para além da ideia geral do pensamento Liberal Tecnicista de pesquisas acadêmicas com fins educacionais e de reprodução cientifica, mas olhar a realidade do laboratório universitário como ciência em ação, a ciência como acontecimento e processo contingente. Olhar uma profissional de laboratório universitário como investidora de sua própria carreira, uma negociadora que utiliza variadas estratégias a fim de acumular crédito/credibilidade para um posterior (re)investimento, pois será o tamanho de sua credibilidade científica, capital, que definirá como serão direcionados ou redirecionados as suas pesquisas e o seu sucesso. O viver ciência num laboratório universitário mostrou-se muito mais complexo, do que um lugar de reprodução de técnicas.
O ensino por investigação por meio da resolução de problemas: análise de uma sequência didática para o ensino de microrganismos e vírus
Ana Carolina Cola Santos Levorato, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 23/03/2018
Em aulas expositivas tradicionais, o professor expões os conhecimentos e os alunos, simplesmente, acompanham. No Ensino por Investigação, os estudantes tomam o lugar do protagonista em busca da resolução de um problema. Essa modalidade de ensino visa desenvolver habilidades nos alunos que estejam próximas a cultura cientifica, e criar condições para eles trabalharem a partir de um problema, não buscando formar cientistas, mas sim com que os alunos se apropriem do conhecimento cientifico de uma maneira diferente, usando habilidades cognitivas próximas a uma prática científica. A pesquisa, de cunho qualitativo, foi desenvolvida em uma Escola da Rede Estadual de Ensino, com uma turma do 7º ano do Ensino Fundamental II, da cidade de Londrina. Para a realização do trabalho foi elaborada uma Sequência Didática investigativa, baseada na resolução de problemas, que buscou identificar se o Ensino por Investigação é eficaz ao abordar a caracterização e classificação, de maneira contextualizada, de Vírus e dos Reinos Monera, Fungi e Protista, e se o mesmo possibilita que os alunos desenvolvam atividades investigativas de resolução de problemas. Ao final da pesquisa, foi possível considerar que inicialmente as dúvidas apresentadas pelos alunos foram referentes ao desenvolvimento das atividades e sobre a estrutura da Sequência Didática e, com o passar das aulas, elas tornaram-se referentes aos aspectos do conteúdo da Sequência Didática. A falta de vocabulário apresentada pelos alunos e a não realização de uma dinâmica para a preparação dos alunos para trabalharem em grupo foram consideradas empecilhos para a realização do estudo. Porém a motivação dos alunos, frente a nova modalidade de ensino, foi a principal potencialidade apresentada durante o desenvolver das atividades. É possível citar o aumento da autonomia dos estudantes, que foi desenvolvida por eles ao resolverem os problemas propostos, e uma melhora no relacionamento entre eles, pois os mesmos precisavam expor suas ideias, defender seu ponto de vista e chegar a uma conclusão para solucionar os problemas propostos. Assim, o Ensino por Investigação, foi eficaz, pois possibilitou aos alunos o desenvolvimento das atividades investigativas de resolução de problemas e o aprendizado das principais características e classificação dos Vírus e dos Reinos Fungi, Monera e Protista.
Imagens no Ensino de Ciências: análise de taxonomia de imagens presemtes no material didático”caderno do aluno” do Estado de São Paulo
Maristela Yuca Zama, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 19/03/2018
No ensino de ciências da natureza é frequente o uso de diferentes gêneros de leitura como textos, tabelas, gráficos, figuras, mapas, entre outros, comuns no cotidiano e que necessitam, portanto, de interpretações adequadas. A Alfabetização Visual significa aprender a ler imagens, detectar o que se produz no interior desta. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo identificar as imagens e sua diversidade de formas encontradas no “Caderno do Aluno – Ciências 7o ano, volume 2, material do currículo oficial do Estado de São Paulo por meio de adaptações realizadas em algumas subcategorias da taxonomia de Perales e Jiménez (2002) utilizada na disciplina de Física para a disciplina Ciências da Natureza, as relações entre as imagens e os textos ou propostas de ensino de três unidades presentes no material de estudo. Foi realizada uma pesquisa documental abordando o currículo do Estado de São Paulo e posterior categorização e análise das imagens. Quantificamos as imagens em relação às cinco categorias estudadas e suas subcategorias. Observamos que na categoria “Em função das sequências didáticas em que aparecem as ilustrações” a maior quantidade de imagens se encaixou na subcategoria Descrição (11), onde são mostrados eventos supostamente desconhecidos e que permitem fornecer um contexto necessário para entendimento do conceito, contribuindo para entendimento de um todo. Na categoria “Iconicidade” observamos um número expressivo na subcategoria Fotografia (17), visto que nesta disciplina dentro dos eixos temáticos estudados “Ciência e tecnologia” e “Vida e ambiente” este formato de imagem é constantemente utilizado, pois mostram eventos realistas. Na categoria “Funcionalidade” a subcategoria mais constatada foi a Inoperante (15), pois nesses mesmos eixos temáticos muitas das imagens não apresentam detalhes mais complexos. Já na categoria “Relação com o texto principal” dentro do eixo temático “Ser humano e saúde”, a subcategoria mais observada foi a Sinótica (31), aqui várias imagens possuem textos e dados indicadores para se trabalhar as informações que são necessárias para entendimento da imagem como um todo. Posteriormente à categorização, para melhor análise das imagens, escolhemos unidades de ensino que apresentassem imagens com formato diferenciado para observarmos aspectos variados. Com essas informações conseguimos observar que a alfabetização visual é complexa, e que é imprescindível que seja trabalhada com a mesma importância que outros tipos de alfabetização, como a escrita. É necessário se ater ao tipo de imagem a ser analisada, pois não se observa da mesma maneira uma fotografia de um mapa, ou um quadro de um gráfico. Assim, os aspectos a serem considerados também diferem, e as categorias e subcategorias variam de acordo com a finalidade que a imagem se põe a transmitir. Consideramos que este trabalho poderá servir de orientação para que as imagens em outros instrumentos de ensino e em diversas disciplinas possam ser analisadas nos seus variados aspectos e características, facilitando sua análise e interpretação.
A aprendizagem ativa no ensino da temática ambiental: instigando o pensamento reflexivo de estudantes no Ensino Fundamental
Renan Santos Miranda, Profª. Drª. Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 09/03/2018
A presente investigação buscou inserir aspectos que relacionam/abordam a temática ambiental, por meio da aprendizagem ativa com vistas a provocar o pensamento reflexivo, de estudantes do sétimo ano na disciplina de Ciências, oriundos de um colégio público localizado na cidade de Londrina/ Pr. A pesquisa realizada se ancorou nos princípios qualitativos, a mesma foi efetivada no período de Março a Abril/2017, totalizando seis encontros, denominados nesta dissertação de momentos, sendo construídos no formato de oficinas totalizando onze estratégias diversificadas. Os instrumentos de coletas de dados se centraram na produção dos estudantes, após o desenvolvimento das diferentes atividades, ora por meio de texto, desenhos, vídeos, apresentações, ora por meio das fotos tiradas pelo pesquisador e anotações no diário de campo. As produções foram analisadas por meio de quatro níveis de reflexão, elaborados pelo pesquisador -1° interação com o conhecimento; 2°Relações sociais do conhecimento com vistas ao cotidiano; 3° Relações criativas; 4° Elementos que apontam o significado de meio ambiente-, que possuem o objetivo de analisar/ caracterizar atitudes presentes nos estudantes, com atitudes e reflexões nas questões ambientais em estudo. Diante destas análises, foi possível a elaboração de dois quadros, sendo o primeiro quadro síntese 12, que discute/caracteriza os níveis de reflexão nos estudantes durante o processo das atividades, se mostrando relevante como instrumento de caracterização do pensamento reflexivo. Já o quadro síntese 13, discute oito etapas que se mostraram significativas para provocar o pensamento reflexivo durante o processo das atividades, levando a elaboração de um modelo pedagógico ativo para a aprendizagem em temas ambientais. Por fim, o pesquisador aponta para as possibilidades de implementação de atividades ativas, em ambientes que apresentam predominância tradicional.
Um caráter de validade da avaliação na perspectiva da Educação Matemática Realística
Fernanda da Silva, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 05/03/2018
Esta dissertação tem como objetivo apresentar um estudo de características do caráter de validade da avaliação da matemática escolar, na perspectiva da RME, para além dos critérios de validade encontrados na literatura da área, tomando como pressuposto que a escolha de tarefas pode ou não oferecer condições de entendimento e de aprendizagem. Adotada a abordagem qualitativa de cunho especulativo, procura-se neste trabalho identificar um tipo de validade que redimensione o papel da avaliação como prática de investigação e como uma oportunidade de aprendizagem. Para isso, a busca da certeza psicométrica é abandonada, dando lugar a uma abordagem hermenêutica. Uma conclusão é que o caráter de validade na perspectiva da Educação Matemática Realística depende do sucesso das ações desenvolvidas tanto pelo professor quanto pelos alunos nos processos de ensinar e aprender matemática na escola.
Formação inicial em química e aulas experimentais: um estudo a partir de um instrumento para a análise da ação docente
Andriele Coraiola de Souza, Profª. Drª. Fabiele Cristiane Dias Broietti
Data da defesa: 23/02/2018
Esta dissertação apresenta os resultados de uma investigação de abordagem qualitativa, cujo objetivo foi identificar e analisar as percepções de Licenciandos em Química ao planejar e executar aulas experimentais, a partir de um instrumento teórico, a Matriz do professor M(P) – instrumento que pode ser utilizado para a análise da ação do professor em sala de aula. O questionamento que norteou a pesquisa foi: quais as percepções de licenciandos em Química ao planejar e executar aulas experimentais? Os dados consistem de registros sobre o planejamento e execução de aulas experimentais de caráter investigativo e de entrevistas realizadas com os licenciandos. As informações coletadas foram analisadas e categorizadas, tendo como referencial a análise textual discursiva e a M(P). Como resultado, o instrumento se revelou bastante interessante para a análise das percepções dos licenciandos, tendo sido observado que ao planejar aulas experimentais, estas se localizaram em todas as colunas da M(P), com preocupações voltadas a uma linha epistêmica relativa ao ensino (linha A e coluna 2), em que suas percepções se centraram em relações do tipo epistêmica com o ensino e epistêmica e pessoal com a aprendizagem dos alunos (setores 2A, 3A e 3B). No que diz respeito a execução das aulas experimentais, estas também apresentam preocupações focadas em uma linha mais epistêmica relativa ao ensino (linha A e coluna 2), porém suas percepções centraram-se em relações do tipo epistêmica, pessoal e social com o ensino e epistêmica com a aprendizagem (setores 2A, 2B, 2C e 3A). De modo geral, nesta investigação, as percepções dos licenciandos ao planejar aulas experimentais foram semelhantes. Entretanto, ao analisar a execução das aulas experimentais, as percepções se diferenciaram um pouco. Para uma das duplas analisadas a experiência em sala de aula provocou grande densidade de percepções centradas no ensino, oriundas das dificuldades dos licenciandos no decorrer da aula experimental; para a outra dupla centrou-se no ensino e na aprendizagem, com maior densidade de falas no setor 3A (relação epistêmica com a aprendizagem), oriundas nas dificuldades que os alunos estavam encontrando em interação com o experimento. Diante das análises, constatamos que as interações dos licenciandos com o professor da escola e com o professor orientador; o uso de atividades experimentais de caráter investigativo; o ensino voltado para a pesquisa e o contato com as situações do contexto escolar, possibilitou aos licenciandos refletir sobre o conteúdo, o ensino que praticam, seu desenvolvimento profissional, e sobre a aprendizagem dos alunos, ou seja a incidirem suas falas em todos os setores da Matriz do Professor M(P).
A derivada de uma função em atividades de modelagem matemática: uma análise semiótica
Thiago Fernando Mendes, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 20/02/2018
Esta pesquisa tem como objetivo investigar o que os signos interpretantes produzidos ou utilizados em atividades de modelagem matemática nos permitem inferir com relação ao conhecimento matemático dos estudantes. Nossa investigação está pautada em pressupostos teóricos da Modelagem Matemática na perspectiva da Educação Matemática e nos pressupostos da Semiótica Peirceana, mais especificamente, no que diz respeito à teoria dos interpretantes. Com o intuito de alcançar o objetivo proposto desenvolvemos com alunos do 2º ano do curso de Licenciatura em Matemática na disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I de uma universidade pública do estado do Paraná uma sequência de atividades de modelagem matemática. As atividades foram desenvolvidas seguindo o esquema padrão propostos por Lesh et al. (2003) para sequências de atividades de modelagem matemática. A análise dos dados foi inspirada na Análise Textual Discursiva baseada, principalmente, nas indicações de Moraes e Galiazzi (2007). Para a análise dos dados, três categorias foram consideradas: nível significante imediato em uma sequência de atividades de modelagem matemática; nível significante dinâmico em uma sequência de atividades de modelagem matemática; nível significante final em uma sequência de atividades de modelagem matemática. Com a análise, ficou evidenciado que no desenvolvimento de uma sequência de atividades de modelagem matemática momentos de exploração e aplicação de modelos são propiciados. A análise nos permite inferir também que uma sequência de atividades de modelagem matemática possibilita a organização e a elaboração de signos de tal maneira que é possível ter acesso, mesmo que indiretamente, àquilo que o estudante está construindo em sala de aula no que diz respeito ao conhecimento matemático.