Teses e Dissertações
Corpos e Bio-Virtualidade: Pedagogias do Eu no Vale dos Homossexuais
Alexandre Luiz Polizel, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 07/03/2019
Na contemporaneidade, insurge uma grande preocupação com os estudos acerca dos corpos. Os
corpos das ciências, os corpos das educações, os corpos e as tecnologias de poder, os corpos...
Todavia, os corpos sempre se mantiveram como o cerne dos problemas filosóficos e da
movimentação do pensamento. Este manuscrito, então, opera pelos corpos como fio condutor,
buscando traçar explanações acerca de “Como fazem-se os corpos nas virtualidades?”. Muitos
espaços seriam possíveis para tratar tal questão, optei por buscar dicas no ciberespaço, em um
grupo na rede social, Facebook, tratado aqui como Vale dos Homossexuais. A partir de uma
perspectiva ontológica do diagnóstico do presente, compreendendo o fazer-se corpo como um
instaurador de existência, lanço mãos de conceitos Nietzscheanos, Foucaultianos e Latourianos
para buscar uma taxonomização deste fazer corpo. Deste movimento emerge apolíneas
Pedagogias do Eu, que vejo operar em, ao menos, cinco tecnologias: a) Tecnologia das
confessionalidades; b) Tecnologia da fanficzação; c) Tecnologia da hipertextualização; d)
Tecnologia da exposição; e) Tecnologia do Corpo-arquivo e das banalidades. Vê-se que o corpo
se fazer no ciberespaço, em movimentos de atualização encontra-se interligado na produção
constante de verdade de si e do Outro, via confissão, ficcionalização, combinações
hipertextualizadas, exposições de si-Outro e na transformação do corpo em arquivo. Essas
movimentações levam a múltiplas possibilidades de produções do corpo via composições
ligando os recortes das narrativas deixadas, conexões utilizadas de modo interessado. A
investigação leva a considerar que tais composições interessadas têm reverberado na produção
de linhas de subjetivação que valorizam um corpo-Eu enquanto produto a ser cultuado –
corpolatria –, uma Pedagogia de centralização no Eu, na semelhança e na captura da atenção
via fazer-se visível, bem como no esforço para tornar-se supostamente e repetitivamente:
eventos inéditos.
Permanência e Evasão no Curso de Licenciatura em Química: Um Estudo a Luz da Matriz do Estudante
Alex Stefano Lopes, Profª. Drª. Fabiele Cristiane Dias Broietti
Data da defesa: 27/02/2019
Este trabalho apresenta um estudo acerca dos fenômenos da evasão e da
permanência em um curso de Licenciatura em Química, norteada pela seguinte
questão de pesquisa: Quais são os elementos caracterizadores da evasão e da
permanência no curso de Licenciatura em Química da UEL? Os dados foram
coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com evadidos e formados,
ingressantes dos anos de 2010 a 2014. As entrevistas foram transcritas para a
formação do corpus, que consistiu no objeto de análise. Fez-se uso dos
pressupostos metodológicos da Análise de Conteúdo (AC) e de um instrumento
analítico denominado Matriz do Estudante M(E), que tornou possível a compreensão
dos fenômenos por meio de uma interpretação qualitativa. Quando as falas dos
sujeitos não apresentavam relação com o sistema didático, foram categorizadas
como contexto externo. Mediante as análises, constatamos que, para o grupo de
evadidos, há majoritariamente falas que abordam um viés epistêmico em relação à
aprendizagem dos estudantes, ou seja, os elementos motivadores da evasão estão
associados às dificuldades com as disciplinas e/ou conteúdos. Quanto aos
depoimentos que transcendem aspectos específicos do sistema didático,
considerados como contexto externo, destacam-se: distância da família; interesse
por outro curso; apoio institucional; estrutura física da instituição; mercado de
trabalho. Para o grupo dos formados, houve maior incidência de falas relacionadas
aos sentidos que os estudantes atribuíam a sua própria aprendizagem, ou seja, falas
que remetem a sentimentos, sentidos a respeito do ensino e/ou aprendizagem. Os
fatores externos mencionados foram: apreço por ensinar; programas institucionais
de apoio à formação; perspectiva futura.
Um Estudo sobre a Aprendizagem Matemática no Periódico Bolema nos Anos de 2013 a 2017
Andressa Cordeiro de Oliveira, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 26/02/2019
Esta dissertação apresenta um estudo sobre a aprendizagem Matemática tendo como base
artigos publicados no periódico Bolema da área de Educação Matemática no período de 2013
a 2017. A problemática que orientou esta pesquisa foi: que aspectos apresentados pelos
autores/pesquisadores de artigos publicados no periódico Bolema nos anos de 2013 a 2017
caracterizam a aprendizagem Matemática? Os procedimentos metodológicos foram baseados
na Análise de Conteúdo, a partir da qual foi desenvolvida uma interpretação qualitativa. Os
dados foram obtidos por meio de fragmentos retirados dos artigos publicados no periódico
Bolema nos anos de 2013 a 2017, que apresentaram a expressão “aprend” ou “learn” em seu
corpo textual. De um total de 301 artigos que estão disponíveis no acervo do periódico nesses
cinco anos, foram selecionados 291 artigos que contiveram as expressões “aprend” ou
“learn”, dos quais 70 artigos apresentaram pelo menos duas das características de
aprendizagem que emergiram dos dados, cujo estes compõem o nosso corpus. Quanto aos
resultados, os primeiros movimentos com o corpus evidenciaram quatro características de
aprendizagem Matemática: “quem aprende”; “o que aprende”; “em que contexto aprende” e
“como aprende” . O segundo movimento que emergiu da primeira análise, revelaram o
entrelace da aprendizagem com o ensino. Os resultados indicaram que os
autores/pesquisadores dos artigos publicados no periódico Bolema nos anos de 2013 a 2017
publicaram sobre a aprendizagem Matemática enfatizando os sujeitos da aprendizagem, por
exemplo: os alunos do Ensino Fundamental, os licenciandos em Matemática e os professores
que ensinam Matemática. Tais sujeitos aprendem sobre conceito matemático, conteúdo
matemático e prática docente. Pode-se observar tal fato em contextos como as
abordagens/tendências da Educação Matemática, em comunidades práticas, no estágio
supervisionado e com produto educacional por meio da Resolução de Problemas, da
Investigação Matemática e das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Quem se
destaca para ensinar esses sujeitos é o pesquisador e o professor pesquisador.
Modelagem Matemática, Compreensão e Linguagem: Interlocuções Fundamentadas na Filosofia de Wittgenstein
Jeferson Takeo Padoan Seki, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 25/02/2019
Interlocuções entre Modelagem Matemática, compreensão e linguagem é o tema desta
pesquisa. A articulação foi abordada a partir da questão geral de pesquisa: como se dá a
compreensão em atividades de modelagem matemática em uma disciplina de Matemática
Financeira de um curso de Licenciatura em Matemática?, com base na perspectiva
filosófica de Ludwig Wittgenstein e na Modelagem Matemática na Educação
Matemática. Os dados foram coletados mediante registros escritos, gravações em aúdio e
vídeo, notas de campo, questionário e entrevista durante a pesquisa empírica
desenvolvida em uma disciplina de Matemática Financeira. A análise dos dados foi
realizada seguindo encaminhamentos e pressupostos da análise de conteúdo.
Organizamos nossa pesquisa de acordo com o formato multipaper em três artigos com
focos específicos, mas que visam detalhar a questão geral de pesquisa. No primeiro artigo,
de natureza teórica, investigamos a constituição de compreensão na filosofia da
linguagem de Wittgenstein, especificamente na obra Investigações Filosóficas, e suas
repercussões no Ensino. Os resultados desse artigo delineiam características da
perspectiva wittgensteiniana de compreensão e sua manifestação em atividades de ensino.
No segundo artigo, buscamos investigar a compreensão dos alunos em atividades de
modelagem matemática desenvolvidas em uma disciplina de Matemática Financeira de
um curso de Licenciatura em Matemática. Os resultados da análise dos dados neste artigo
indicam três categorias emergentes: compreensão da situação-problema, compreensão de
conceitos da Matemática Financeira e da Matemática e compreensão do fazer modelagem
matemática. No terceiro artigo, investigamos como os alunos compreendem conceitos de
Matemática Financeira em diferentes tipos de atividades de modelagem matemática. A
partir da análise dos dados neste artigo, três categorias foram enunciadas: compreensão
de conceitos da Matemática Financeira na modelagem descritiva, compreensão de
conceitos da Matemática Financeira na modelagem prescritiva e modelagem matemática
como possibilidade de integrar a Educação Financeira no ensino de Matemática
Financeira. As interlocuções entre os resultados obtidos e a fundamentação teórica da
pesquisa indicam que a compreensão dos alunos em atividades de modelagem matemática
se dá no seguir regras de uso de expressões linguísticas da situação-problema e de
conceitos da Matemática Financeira e da Matemática na dedução e análise dos modelos
matemáticos; explicar procedimentos e conceitos envolvidos do desenvolvimento das
atividades; dominar técnicas da Matemática Financeira e da Matemática e do fazer
modelagem matemática, conforme as circunstâncias e as caracterizações das atividades
de modelagem matemática; estabelecer inter-relações entre proposições características da
situação-problema e proposições da Matemática Financeira, com objetivo de descrever
ou prescrever os fenômenos sob investigação.
A Modelagem Matemática a partir de um Olhar sobre os Livros do ICTMA
Bianca de Oliveira Martins, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 25/02/2019
Nesta dissertação, a partir de uma atitude fenomenológica, objetivamos investigar o que se
entende por modelagem matemática, a partir dos trabalhos publicados nos livros ICTMA nas
edições de 2010 a 2017. Para detalhar uma compreensão da interrogação de pesquisa dois
aspectos foram selecionados para realização do processo analítico: as ideias do texto relativas
ao que é ou o que caracteriza a modelagem matemática e a configuração de uma atividade de
modelagem matemática nos capítulos analisados. Os dados constituem-se de cinquenta e sete
textos (capítulos dos livros ICTMA), selecionados a partir da aplicação subsequente dos
critérios: os textos contemplam o termo modelagem no título ou no resumo do texto, os
autores publicaram em pelo menos três edições diferentes do ICTMA e apresentam e
descrevem uma atividade de modelagem matemática. O processo analítico contemplou uma
Análise Ideográfica, uma Análise Nomotética e a construção de um metatexto. A Análise
Ideográfica consistiu na identificação e descrição das Unidades de Significado nos textos para
cada um dos aspectos analíticos, já a Análise Nomotética evidenciou a convergência das
Unidades de Significado em Núcleos de Ideias e, por fim, elaboramos um metatexto
vislumbrando apresentar o que se entende por modelagem matemática nos livros ICTMA nas
edições de 2010 a 2017. No metatexto, elaboramos um diálogo entre a emergência dos
Núcleos de Ideias e aspectos da literatura da área de Modelagem Matemática na Educação
Matemática. Neste contexto, o entendimento de modelagem matemática emergiu a partir de
seis Núcleos de Ideias acerca de do que se entende por modelagem matemática e de onze
Núcleos de Ideias que detalham a configuração de atividades de modelagem matemática, os
quais possibilitaram ampliar a compreensão de modelagem, por meio dos objetivos com as
atividades, dos contextos e da forma como tais atividades são apresentadas ou foram
modeladas. Por fim, essa dissertação lança um olhar sobre o que os autores mencionam sobre
modelagem matemática e como a usam em suas diferentes práticas, concluindo que o
entendimento de modelagem matemática está atrelado ao uso das atividades de modelagem
matemática, em particular, quando o foco está no ensino e na aprendizagem da matemática ou
da modelagem matemática.
Estudo da Intervenção do Professor Formador nas Ações dos Licenciandos em Química
Wilson Carvalho, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 25/02/2019
Esta dissertação apresenta uma investigação predominantemente qualitativa, cujos
objetivos foram: buscar e analisar as ações de licenciandos em aulas simuladas; e
identificar e analisar as ações dos licenciandos diante da intervenção do professor. Os
dados foram coletados ao longo de um semestre, durante a disciplina Estágio
Supervisionado de um curso de Licenciatura em Química, e contemplaram a gravação de
aulas, desenvolvidas em um ambiente simulado, e de momentos de orientação com o
professor orientador. Todos as etapas foram registradas por meio de gravação de áudio e
vídeo, possibilitando a transcrição dos dados. Entretanto, dada a quantidade excessiva de
dados coletados, após uma primeira análise, foram selecionados dois sujeitos, dentre os
sete licenciandos matriculados na disciplina, que apresentaram maior alteração em suas
ações, quando comparadas as duas aulas analisadas. Inicialmente buscamos classificar as
ações dos licenciandos segundo categorias a priori propostas por Andrade (2016):
Burocrático, Administrativa, Espera, Explica e Escreve. Em seguida, dividimos as aulas
em episódios, os quais foram identificados, justificados e temporizados, a fim de
possibilitar a análise de cada fragmento da fala do futuro professor, levando à emergência
de subcategorias para as ações dos licenciandos. No intervalo entre a primeira e a segunda
aula houve intervenção do professor formador, que apresentou um conjunto de
referenciais teóricos e metodológicos com objetivo de reformular as ações dos futuros
professores a partir de um processo reflexivo sobre a ação docente. Após esse movimento
de organização dos dados e categoriação das ações, consideramos duas perspectivas
analíticas: (1) baseamo-nos nas variações das ações entre a primeira e a segunda aula
comparando as categorias, episódios e subcategorias. Desse modo, procuramos justificar
essas variações a partir de relatos extraídos das transcrições da interveção do professor
formador; (2) adotamos como referencial analítico o ciclo de aprendizagem expansiva
proposto por Engeström (2016), adaptado ao nosso contexto, a fim de integrar as etapas
do ciclo ao movimento formativo propiciado aos licenciandos. Na primeira etapa de
análise, percebemos pequenas variações nas categorias, episódios e subcategorias,
devidamete justificadas a partir da intervenção do professor formador e da criação de
subcategorias de ações específicas para cada licenciando. Durante a segunda análise,
utilizando o ciclo de aprendizagem expansiva, articulamos as subcategorias emergentes
às fases do ciclo, o que nos permitiu evidenciar que o professor formador possibilitou,
durante a disciplina de estágio, todas as contradições propostas por Engeström (2016).
Desse modo, consideramos que o processo formativo viabilizou, além do aprendizado do
licenciando, referente ao estudo dos referenciais teóricos e sua articulação com a prática,
ações mais críticas no desenvolvimento das aulas, construindo, portanto, um ambiente
mais reflexivo e problematizador da ação docente
Estudo Exploratório do Ensino por Investigação: Pesquisas no Contexto da Física do Ensino Médio
Paulo Venancio de Souza, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 22/02/2019
Esta dissertação apresenta uma Pesquisa Bibliográfica de Estudo Exploratório que teve por
objetivo analisar quais aspectos teóricos e epistemológicos que fundamentam a abordagem do
Ensino por Investigação (EI) no Ensino de Ciências (EC), em especial o Ensino de Física
(EF). Nossa pesquisa se preocupou em responder à seguinte questão: Quais aspectos relativos
ao EI têm sido abordados nas pesquisas em EF? Mais especificamente as pesquisas que
envolvem a participação de estudantes do Ensino Médio (EM) na abordagem do EI? Para
respondermos a esta questão elaboramos uma revisão bibliográfica em trabalhos já elaborados
que abordam a respeito do EI. A partir destes trabalhos, escrevemos dois capítulos de
fundamentação teórica nos quais apresentamos algumas influências exercidas por John
Dewey e Joseph Schwab no EI, concepções históricas do EI, variações quanto à sua
concepção e uso, e também críticas a seu respeito. A partir de termos de busca específicos que
abrangem algumas das diferentes concepções do EI, realizamos um levantamento de artigos
publicados em 14 periódicos nacionais e 16 internacionais da última década que apresentam
estratos A1, A2 e B1 no Qualis Capes, de acordo com a classificação de periódicos do
quadriênio 2013-2016 pertencentes à área de avaliação Ensino. Por conta do nosso problema e
objetivos de pesquisa, estipulamos alguns critérios para selecionarmos o corpus, que por fim
se constituiu de 13 artigos (10 nacionais e 3 internacionais). Para analisarmos o corpus
utilizamos a Análise de Conteúdo de Bardin (2011), mais especificamente, elaboramos
unidades de contexto e unidades de registro. Estas unidades de contexto e registro foram
elaboradas a partir de reflexões referentes aos aspectos do EI abordados nos capítulos teóricos
de fundamentação desta dissertação, e teve como propósito investigar o conteúdo das
mensagens contidas nos textos dos artigos que compuseram o corpus. A partir da análise dos
dados consideramos que as intenções do uso do EI nas pesquisas do EF no EM vêm sendo
direcionadas para a promoção da aprendizagem dos estudantes, melhorando suas
compreensões a respeito do conhecimento científico e do desenvolvimento de competências e
habilidades do fazer científico. A maneira com que as pesquisas utilizam as abordagens do EI
e seus objetivos variam entre si, no entanto os artigos o utilizam como proposta central ou
como base para investigar outras propostas. Devido a apenas 13 artigos nos últimos 10 anos
pesquisarem a participação dos estudantes do EM em abordagens do EI, percebemos uma
carência neste campo de pesquisa. Concluímos que, apesar de toda discussão teórica que
existe em relação à definição do termo e da diversidade de possibilidades ou contextos do EI
que não buscam uma definição única, nota-se que nos trabalhos analisados não há uma
preocupação com a delimitação da abordagem utilizada, de seus referenciais norteadores,
principalmente os epistemológicos
Aspectos da Aprendizagem Profissional de Professores que Ensinam Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: Área e Perímetro
Jéssika Naves de Oliveira, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 22/02/2019
Esta pesquisa busca investigar que aspectos da aprendizagem profissional de professores que
ensinam matemática, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, podem ser mobilizados em
um contexto de formação que envolve a discussão dos conceitos de área e perímetro. Para
isso, foram analisados (i) artigos publicados em periódicos da Educação Matemática que têm
como foco a formação do professor que ensina matemática nos anos iniciais do Ensino
Fundamental e os conceitos de área e perímetro; (ii) que interações, ocorridas em uma aula na
perspectiva do Ensino Exploratório, foram reconhecidas e interpretadas por professoras que
ensinam matemática (PEM) no decorrer da exploração do caso multimídia “Explorando
Perímetro e Área”, em um programa de formação continuada; e (iii) aspectos da prática
docente mobilizados por professoras que ensinam matemática (PEM), em um programa de
formação continuada, no trabalho com tarefas que envolvem área e perímetro. O programa de
formação continuada foi realizado no ano de 2017 com dez encontros quinzenais, promovido
por uma parceria entre a Secretaria de Educação do município de Londrina-PR e membros do
“Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Formação de Professores que Ensinam Matemática”-
Gepefopem da Universidade Estadual de Londrina, participaram desse curso professoras que
atuam nos 4°. e 5°. anos do Ensino Fundamental de tal município. No contexto de formação
foram analisadas tarefas relacionadas aos conceitos de área e perímetro. Com isso, foram
desencadeados que o aspecto da aprendizagem profissional, mobilizado no curso de formação
continuada para PEM nos anos iniciais do Ensino Fundamental, foi de dimensão profissional,
pois as professoras em formação puderam refletir sobre as potencialidades de uma tarefa,
conceitos matemáticos (área e perímetro), suas práticas em sala de aula, as ações de outra
professora, uma metodologia de ensino diferente e a necessidades de os alunos explicarem e
justificarem suas resoluções. Assim, é evidente o fato de emergirem novas pesquisas com
foco na formação de professores (inicial e continuada) que ensinam matemática nos anos
iniciais do Ensino Fundamental e a discussão dos conceitos de área e perímetro nesse nível de
ensino, por meio de outras metodologias de ensino, tarefas potenciais1, materiais
manipuláveis, entre outros.
Uma Análise do Caso Multimídia “Explorando Perímetro e Área” para a Formação de Professores que Ensinam Matemática
Taynara Cristina Gaff Fraga, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 22/02/2019
Essa pesquisa qualitativa de cunho teórico e interpretativo tem como contexto de investigação
o caso multimídia “Explorando perímetro e área”. Um caso multimídia reúne um conjunto de
mídias que podem ser utilizadas para a formação de professores que ensinam matemática
(PEM). Assim, essa investigação busca responder a seguinte questão geral: “Que elementos
do caso multimídia ‘Explorando perímetro e área’ podem ser problematizados na formação
de PEM?”. Para tal a pesquisa foi organizada no formato multipaper contendo quatro
capítulos no formato de artigos acadêmicos que são articulados entre si para responder à
questão geral. O primeiro capítulo tem como objetivo discutir conhecimentos pedagógicos de
matemática que podem ser mobilizados por professores que ensinam matemática, em
programas de formação, no trabalho com o caso multimídia “Explorando perímetro e área".
O segundo capítulo analisar conhecimentos específicos matemáticos que podem ser
mobilizados por professores que ensinam matemática, no trabalho com o caso multimídia
“Explorando perímetro e área" em contextos de formação. Para os dois primeiros capítulos
pautamo-nos no modelo do conhecimento matemático necessário para o ensino de Ball,
Thames e Phelps (2008) e Ball e Bass (2009), buscando identificar conhecimentos
pedagógicos e matemáticos relacionados aos conceitos de área e perímetro que podem ser
problematizados no trabalho com o caso multimídia. O terceiro capítulo tem como objetivo
discutir as reflexões promovidas pela professora protagonista do caso multimídia
“Explorando perímetro e área”, antes e após duas aulas na perspectiva do Ensino
Exploratório. Para isso, utilizamos os níveis de reflexão propostos por Muir e Beswick (2007)
e analisamos as reflexões promovidas pela professora protagonista que também podem ser
evidenciadas em contexto formativo. Por fim, o capítulo quatro tem por objetivo analisar
elementos relacionados ao papel do formador na exploração do caso multimídia
“Explorando perímetro e área” em programas de formação de PEM. Isso se fez
evidenciando elementos considerados pelo Gepefopem no momento de construção do
Recurso Multimídia e analisando as diversas mídias que o caso multimídia possui com vistas
a salientar elementos que devem ser considerados pelo formador, bem como o papel do
formador em contextos de formação. Conclui-se que esses elementos, quando explorados de
maneira articulada e interconecta, contribuem de forma significativa para a formação e a
aprendizagem profissional de PEM, uma vez que permitem ao PEM refletir sobre sua prática,
sobre os conhecimentos necessários ao ensino e sobre seu papel no processo de ensino e de
formação. Aliado a isso, evidenciamos a importância do uso de tecnologias digitais, tendo em
vista sua expansão nos dias atuais, em sala de aula e em contextos de formação.
A Mediação Educativa em uma Atividade de Educação Não Formal: Uma Análise Sob a Perspectiva dos Mediadores
Daniela Cristina Lopes Rejan, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 18/02/2019
A educação não-formal é realizada fora do ambiente formal de educação, a escola, mas na
qual também ocorrem ações educativas e promoção de aprendizagem. Nestes ambientes, a
figura do monitor, ou mediador, é fundamental para que a educação não-formal aconteça, pois
ele é o responsável, sob supervisão, pela elaboração de toda a atividade, sendo um elo entre o
conteúdo e o participante, participando da construção de conhecimento científico. Entretanto,
sabe-se que nestas atividades existem obstáculos para que a mediação aconteça e para que o
mediador compreenda seu papel. Baseada na perspectiva de aprendizagem mediada de
Vygotsky, e na proposta de mediação de Salomon e Perkins, esta pesquisa teve por objetivo
desta pesquisa analisar aspectos relacionados ao trabalhos dos monitores mediadores, que
atuam em uma atividade de educação não-formal, e como estes compreendem e realizam seu
papel neste tipo de atividade. Estes mediadores fazem parte do Projeto Novos Talentos, uma
iniciativa dos Departamentos de Anatomia e Histologia da Universidade Estadual de
Londrina. A coleta de dados utilizou dois instrumentos, questionários eletrônicos, com todos
os mediadores, e entrevistas semiestruturadas com uma amostra representativa. Os resultados
mostram que os mediadores ainda estão longe da ideia de mediação e do que seria seu papel, e
também que atividades como as propostas pelo Projeto Novos Talentos necessitam de
formação mais específica para suprir esta demanda. Também apontam que os mediadores não
são preparados para a extensão universitária, que é um dos pilares da Universidade.