Apropriação de Conceitos Referentes à Polinização a partir de Representações Imagéticas de Estudantes do Ensino Médio
Juliana Benassi Marinho, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 25/03/2019
A linguagem visual representa uma ferramenta didática no ensino. Na Biologia, ela ancora os conteúdos permitindo a aproximação do ensinado. O objetivo desta pesquisa foi investigar a apropriação de conceitos referentes à polinização por meio das representações encontradas nos desenhos de estudantes do Ensino Médio em situações de aprendizagem. Para tal, as ações pedagógicas que se seguiram no decorrer da pesquisa foram planejadas nos moldes das múltiplas representações, visando explorar o conceito de polinização de diversas maneiras, com o objetivo de melhor atender aos estudantes em sua pluralidade de conhecimentos e disponibilizar objetos e contextualizações para ocorrer o processo de conceitualização. Ao final da atividade, foi entregue aos estudantes um papel contendo um texto elaborado pela professora-pesquisadora. Cada estudante produziu um desenho relacionado ao texto. Para fins de análise metodológica da pesquisa, foram estabelecidos critérios para observar os elementos contidos nos desenhos produzidos, inspirados no instrumento analítico de Klein (2011). O instrumento estabelece três domínios, sendo eles domínio descritivo, domínio interpretativo científico e domínio interpretativo valorativo, cada qual com dois níveis de significação. Os trabalhos, em sua maioria, encaixam-se em uma tentativa de resolução do exercício proposto. O domínio interpretativo científico envolve uma maior complexidade de processos cognitivos para ser associado ou representado, sendo uma contextualização do conceito de polinização. A maioria dos estudantes atingiu este nível, indicando que a estratégia de múltiplas representações, utilizada durante o percurso metodológico, contribui para a contextualização do conceito. Os elementos constituintes nas imagens produzidas pelas estudantes na atividade sobre síndromes de polinização foram traduzidos na forma de um novo conjunto de elementos, mais complexos e com linguagem científica na rede semântica das mesmas, processo considerado como conceito por Giordan e Vecchi (1996). Com isso, são estabelecidas novas aprendizagens que, segundo Ausubel (2000), são um importante aspecto para a criação de significados e resolução de problemas.
Análise das Interações Discursivas na Elaboração de Conceitos de Divisão Celular
Regina Sayuri Ogawa, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 18/03/2019
O presente estudo propôs analisar as interações discursivas em aulas de Ciências, com o intuito de avaliar como as interações podem contribuir para a elaboração social do conhecimento científico, a partir da utilização de perguntas sobre Divisão Celular em sala de aula, tendo o professor como o mediador do conhecimento. É neste contexto que nos embasamos na teoria sociointeracionista de Vygotsky para a realização desta pesquisa, almejando responder às seguintes questões: como o professor pode conduzir as interações discursivas, por meio de perguntas, para facilitar a aprendizagem e provocar um conflito cognitivo nos alunos? Que tipos de perguntas o professor faz durante as interações discursivas para a elaboração e construção do conhecimento? Para responder tais indagações, foram realizadas análises das interações discursivas e dos tipos de perguntas feitas pela professora sobre Divisão Celular, mais especificamente da interfase, a mitose e a meiose, relacionando com eventos que ocorrem nos seres vivos, como crescimento e o câncer, ocorridas em uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental, em um colégio da rede estadual de ensino da cidade de Londrina, Paraná. Foram utilizadas sequências de imagens da Divisão Celular para que as interações ocorressem. Para a análise das interações discursivas foram utilizadas a ferramenta analítica de Mortimer e Scott (2002) e a classificação de perguntas baseada no trabalho de Lorencini Jr (1995). Ao final da análise foi possível evidenciar o padrão discursivo, como o uso predominante da abordagem comunicativa interativo/de autoridade, bem como a ocorrência de Zona de Desenvolvimento Proximal e conflitos cognitivos, além do uso constante de perguntas classificadas como de explicação.
Corpos e Bio-Virtualidade: Pedagogias do Eu no Vale dos Homossexuais
Alexandre Luiz Polizel, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 07/03/2019
Na contemporaneidade, insurge uma grande preocupação com os estudos acerca dos corpos. Os corpos das ciências, os corpos das educações, os corpos e as tecnologias de poder, os corpos... Todavia, os corpos sempre se mantiveram como o cerne dos problemas filosóficos e da movimentação do pensamento. Este manuscrito, então, opera pelos corpos como fio condutor, buscando traçar explanações acerca de “Como fazem-se os corpos nas virtualidades?”. Muitos espaços seriam possíveis para tratar tal questão, optei por buscar dicas no ciberespaço, em um grupo na rede social, Facebook, tratado aqui como Vale dos Homossexuais. A partir de uma perspectiva ontológica do diagnóstico do presente, compreendendo o fazer-se corpo como um instaurador de existência, lanço mãos de conceitos Nietzscheanos, Foucaultianos e Latourianos para buscar uma taxonomização deste fazer corpo. Deste movimento emerge apolíneas Pedagogias do Eu, que vejo operar em, ao menos, cinco tecnologias: a) Tecnologia das confessionalidades; b) Tecnologia da fanficzação; c) Tecnologia da hipertextualização; d) Tecnologia da exposição; e) Tecnologia do Corpo-arquivo e das banalidades. Vê-se que o corpo se fazer no ciberespaço, em movimentos de atualização encontra-se interligado na produção constante de verdade de si e do Outro, via confissão, ficcionalização, combinações hipertextualizadas, exposições de si-Outro e na transformação do corpo em arquivo. Essas movimentações levam a múltiplas possibilidades de produções do corpo via composições ligando os recortes das narrativas deixadas, conexões utilizadas de modo interessado. A investigação leva a considerar que tais composições interessadas têm reverberado na produção de linhas de subjetivação que valorizam um corpo-Eu enquanto produto a ser cultuado – corpolatria –, uma Pedagogia de centralização no Eu, na semelhança e na captura da atenção via fazer-se visível, bem como no esforço para tornar-se supostamente e repetitivamente: eventos inéditos.
Permanência e Evasão no Curso de Licenciatura em Química: Um Estudo a Luz da Matriz do Estudante
Alex Stefano Lopes, Profª. Drª. Fabiele Cristiane Dias Broietti
Data da defesa: 27/02/2019
Este trabalho apresenta um estudo acerca dos fenômenos da evasão e da permanência em um curso de Licenciatura em Química, norteada pela seguinte questão de pesquisa: Quais são os elementos caracterizadores da evasão e da permanência no curso de Licenciatura em Química da UEL? Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com evadidos e formados, ingressantes dos anos de 2010 a 2014. As entrevistas foram transcritas para a formação do corpus, que consistiu no objeto de análise. Fez-se uso dos pressupostos metodológicos da Análise de Conteúdo (AC) e de um instrumento analítico denominado Matriz do Estudante M(E), que tornou possível a compreensão dos fenômenos por meio de uma interpretação qualitativa. Quando as falas dos sujeitos não apresentavam relação com o sistema didático, foram categorizadas como contexto externo. Mediante as análises, constatamos que, para o grupo de evadidos, há majoritariamente falas que abordam um viés epistêmico em relação à aprendizagem dos estudantes, ou seja, os elementos motivadores da evasão estão associados às dificuldades com as disciplinas e/ou conteúdos. Quanto aos depoimentos que transcendem aspectos específicos do sistema didático, considerados como contexto externo, destacam-se: distância da família; interesse por outro curso; apoio institucional; estrutura física da instituição; mercado de trabalho. Para o grupo dos formados, houve maior incidência de falas relacionadas aos sentidos que os estudantes atribuíam a sua própria aprendizagem, ou seja, falas que remetem a sentimentos, sentidos a respeito do ensino e/ou aprendizagem. Os fatores externos mencionados foram: apreço por ensinar; programas institucionais de apoio à formação; perspectiva futura.
Um Estudo sobre a Aprendizagem Matemática no Periódico Bolema nos Anos de 2013 a 2017
Andressa Cordeiro de Oliveira, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 26/02/2019
Esta dissertação apresenta um estudo sobre a aprendizagem Matemática tendo como base artigos publicados no periódico Bolema da área de Educação Matemática no período de 2013 a 2017. A problemática que orientou esta pesquisa foi: que aspectos apresentados pelos autores/pesquisadores de artigos publicados no periódico Bolema nos anos de 2013 a 2017 caracterizam a aprendizagem Matemática? Os procedimentos metodológicos foram baseados na Análise de Conteúdo, a partir da qual foi desenvolvida uma interpretação qualitativa. Os dados foram obtidos por meio de fragmentos retirados dos artigos publicados no periódico Bolema nos anos de 2013 a 2017, que apresentaram a expressão “aprend” ou “learn” em seu corpo textual. De um total de 301 artigos que estão disponíveis no acervo do periódico nesses cinco anos, foram selecionados 291 artigos que contiveram as expressões “aprend” ou “learn”, dos quais 70 artigos apresentaram pelo menos duas das características de aprendizagem que emergiram dos dados, cujo estes compõem o nosso corpus. Quanto aos resultados, os primeiros movimentos com o corpus evidenciaram quatro características de aprendizagem Matemática: “quem aprende”; “o que aprende”; “em que contexto aprende” e “como aprende” . O segundo movimento que emergiu da primeira análise, revelaram o entrelace da aprendizagem com o ensino. Os resultados indicaram que os autores/pesquisadores dos artigos publicados no periódico Bolema nos anos de 2013 a 2017 publicaram sobre a aprendizagem Matemática enfatizando os sujeitos da aprendizagem, por exemplo: os alunos do Ensino Fundamental, os licenciandos em Matemática e os professores que ensinam Matemática. Tais sujeitos aprendem sobre conceito matemático, conteúdo matemático e prática docente. Pode-se observar tal fato em contextos como as abordagens/tendências da Educação Matemática, em comunidades práticas, no estágio supervisionado e com produto educacional por meio da Resolução de Problemas, da Investigação Matemática e das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Quem se destaca para ensinar esses sujeitos é o pesquisador e o professor pesquisador.
Modelagem Matemática, Compreensão e Linguagem: Interlocuções Fundamentadas na Filosofia de Wittgenstein
Jeferson Takeo Padoan Seki, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 25/02/2019
Interlocuções entre Modelagem Matemática, compreensão e linguagem é o tema desta pesquisa. A articulação foi abordada a partir da questão geral de pesquisa: como se dá a compreensão em atividades de modelagem matemática em uma disciplina de Matemática Financeira de um curso de Licenciatura em Matemática?, com base na perspectiva filosófica de Ludwig Wittgenstein e na Modelagem Matemática na Educação Matemática. Os dados foram coletados mediante registros escritos, gravações em aúdio e vídeo, notas de campo, questionário e entrevista durante a pesquisa empírica desenvolvida em uma disciplina de Matemática Financeira. A análise dos dados foi realizada seguindo encaminhamentos e pressupostos da análise de conteúdo. Organizamos nossa pesquisa de acordo com o formato multipaper em três artigos com focos específicos, mas que visam detalhar a questão geral de pesquisa. No primeiro artigo, de natureza teórica, investigamos a constituição de compreensão na filosofia da linguagem de Wittgenstein, especificamente na obra Investigações Filosóficas, e suas repercussões no Ensino. Os resultados desse artigo delineiam características da perspectiva wittgensteiniana de compreensão e sua manifestação em atividades de ensino. No segundo artigo, buscamos investigar a compreensão dos alunos em atividades de modelagem matemática desenvolvidas em uma disciplina de Matemática Financeira de um curso de Licenciatura em Matemática. Os resultados da análise dos dados neste artigo indicam três categorias emergentes: compreensão da situação-problema, compreensão de conceitos da Matemática Financeira e da Matemática e compreensão do fazer modelagem matemática. No terceiro artigo, investigamos como os alunos compreendem conceitos de Matemática Financeira em diferentes tipos de atividades de modelagem matemática. A partir da análise dos dados neste artigo, três categorias foram enunciadas: compreensão de conceitos da Matemática Financeira na modelagem descritiva, compreensão de conceitos da Matemática Financeira na modelagem prescritiva e modelagem matemática como possibilidade de integrar a Educação Financeira no ensino de Matemática Financeira. As interlocuções entre os resultados obtidos e a fundamentação teórica da pesquisa indicam que a compreensão dos alunos em atividades de modelagem matemática se dá no seguir regras de uso de expressões linguísticas da situação-problema e de conceitos da Matemática Financeira e da Matemática na dedução e análise dos modelos matemáticos; explicar procedimentos e conceitos envolvidos do desenvolvimento das atividades; dominar técnicas da Matemática Financeira e da Matemática e do fazer modelagem matemática, conforme as circunstâncias e as caracterizações das atividades de modelagem matemática; estabelecer inter-relações entre proposições características da situação-problema e proposições da Matemática Financeira, com objetivo de descrever ou prescrever os fenômenos sob investigação.
A Modelagem Matemática a partir de um Olhar sobre os Livros do ICTMA
Bianca de Oliveira Martins, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 25/02/2019
Nesta dissertação, a partir de uma atitude fenomenológica, objetivamos investigar o que se entende por modelagem matemática, a partir dos trabalhos publicados nos livros ICTMA nas edições de 2010 a 2017. Para detalhar uma compreensão da interrogação de pesquisa dois aspectos foram selecionados para realização do processo analítico: as ideias do texto relativas ao que é ou o que caracteriza a modelagem matemática e a configuração de uma atividade de modelagem matemática nos capítulos analisados. Os dados constituem-se de cinquenta e sete textos (capítulos dos livros ICTMA), selecionados a partir da aplicação subsequente dos critérios: os textos contemplam o termo modelagem no título ou no resumo do texto, os autores publicaram em pelo menos três edições diferentes do ICTMA e apresentam e descrevem uma atividade de modelagem matemática. O processo analítico contemplou uma Análise Ideográfica, uma Análise Nomotética e a construção de um metatexto. A Análise Ideográfica consistiu na identificação e descrição das Unidades de Significado nos textos para cada um dos aspectos analíticos, já a Análise Nomotética evidenciou a convergência das Unidades de Significado em Núcleos de Ideias e, por fim, elaboramos um metatexto vislumbrando apresentar o que se entende por modelagem matemática nos livros ICTMA nas edições de 2010 a 2017. No metatexto, elaboramos um diálogo entre a emergência dos Núcleos de Ideias e aspectos da literatura da área de Modelagem Matemática na Educação Matemática. Neste contexto, o entendimento de modelagem matemática emergiu a partir de seis Núcleos de Ideias acerca de do que se entende por modelagem matemática e de onze Núcleos de Ideias que detalham a configuração de atividades de modelagem matemática, os quais possibilitaram ampliar a compreensão de modelagem, por meio dos objetivos com as atividades, dos contextos e da forma como tais atividades são apresentadas ou foram modeladas. Por fim, essa dissertação lança um olhar sobre o que os autores mencionam sobre modelagem matemática e como a usam em suas diferentes práticas, concluindo que o entendimento de modelagem matemática está atrelado ao uso das atividades de modelagem matemática, em particular, quando o foco está no ensino e na aprendizagem da matemática ou da modelagem matemática.
Estudo da Intervenção do Professor Formador nas Ações dos Licenciandos em Química
Wilson Carvalho, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 25/02/2019
Esta dissertação apresenta uma investigação predominantemente qualitativa, cujos objetivos foram: buscar e analisar as ações de licenciandos em aulas simuladas; e identificar e analisar as ações dos licenciandos diante da intervenção do professor. Os dados foram coletados ao longo de um semestre, durante a disciplina Estágio Supervisionado de um curso de Licenciatura em Química, e contemplaram a gravação de aulas, desenvolvidas em um ambiente simulado, e de momentos de orientação com o professor orientador. Todos as etapas foram registradas por meio de gravação de áudio e vídeo, possibilitando a transcrição dos dados. Entretanto, dada a quantidade excessiva de dados coletados, após uma primeira análise, foram selecionados dois sujeitos, dentre os sete licenciandos matriculados na disciplina, que apresentaram maior alteração em suas ações, quando comparadas as duas aulas analisadas. Inicialmente buscamos classificar as ações dos licenciandos segundo categorias a priori propostas por Andrade (2016): Burocrático, Administrativa, Espera, Explica e Escreve. Em seguida, dividimos as aulas em episódios, os quais foram identificados, justificados e temporizados, a fim de possibilitar a análise de cada fragmento da fala do futuro professor, levando à emergência de subcategorias para as ações dos licenciandos. No intervalo entre a primeira e a segunda aula houve intervenção do professor formador, que apresentou um conjunto de referenciais teóricos e metodológicos com objetivo de reformular as ações dos futuros professores a partir de um processo reflexivo sobre a ação docente. Após esse movimento de organização dos dados e categoriação das ações, consideramos duas perspectivas analíticas: (1) baseamo-nos nas variações das ações entre a primeira e a segunda aula comparando as categorias, episódios e subcategorias. Desse modo, procuramos justificar essas variações a partir de relatos extraídos das transcrições da interveção do professor formador; (2) adotamos como referencial analítico o ciclo de aprendizagem expansiva proposto por Engeström (2016), adaptado ao nosso contexto, a fim de integrar as etapas do ciclo ao movimento formativo propiciado aos licenciandos. Na primeira etapa de análise, percebemos pequenas variações nas categorias, episódios e subcategorias, devidamete justificadas a partir da intervenção do professor formador e da criação de subcategorias de ações específicas para cada licenciando. Durante a segunda análise, utilizando o ciclo de aprendizagem expansiva, articulamos as subcategorias emergentes às fases do ciclo, o que nos permitiu evidenciar que o professor formador possibilitou, durante a disciplina de estágio, todas as contradições propostas por Engeström (2016). Desse modo, consideramos que o processo formativo viabilizou, além do aprendizado do licenciando, referente ao estudo dos referenciais teóricos e sua articulação com a prática, ações mais críticas no desenvolvimento das aulas, construindo, portanto, um ambiente mais reflexivo e problematizador da ação docente
Estudo Exploratório do Ensino por Investigação: Pesquisas no Contexto da Física do Ensino Médio
Paulo Venancio de Souza, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 22/02/2019
Esta dissertação apresenta uma Pesquisa Bibliográfica de Estudo Exploratório que teve por objetivo analisar quais aspectos teóricos e epistemológicos que fundamentam a abordagem do Ensino por Investigação (EI) no Ensino de Ciências (EC), em especial o Ensino de Física (EF). Nossa pesquisa se preocupou em responder à seguinte questão: Quais aspectos relativos ao EI têm sido abordados nas pesquisas em EF? Mais especificamente as pesquisas que envolvem a participação de estudantes do Ensino Médio (EM) na abordagem do EI? Para respondermos a esta questão elaboramos uma revisão bibliográfica em trabalhos já elaborados que abordam a respeito do EI. A partir destes trabalhos, escrevemos dois capítulos de fundamentação teórica nos quais apresentamos algumas influências exercidas por John Dewey e Joseph Schwab no EI, concepções históricas do EI, variações quanto à sua concepção e uso, e também críticas a seu respeito. A partir de termos de busca específicos que abrangem algumas das diferentes concepções do EI, realizamos um levantamento de artigos publicados em 14 periódicos nacionais e 16 internacionais da última década que apresentam estratos A1, A2 e B1 no Qualis Capes, de acordo com a classificação de periódicos do quadriênio 2013-2016 pertencentes à área de avaliação Ensino. Por conta do nosso problema e objetivos de pesquisa, estipulamos alguns critérios para selecionarmos o corpus, que por fim se constituiu de 13 artigos (10 nacionais e 3 internacionais). Para analisarmos o corpus utilizamos a Análise de Conteúdo de Bardin (2011), mais especificamente, elaboramos unidades de contexto e unidades de registro. Estas unidades de contexto e registro foram elaboradas a partir de reflexões referentes aos aspectos do EI abordados nos capítulos teóricos de fundamentação desta dissertação, e teve como propósito investigar o conteúdo das mensagens contidas nos textos dos artigos que compuseram o corpus. A partir da análise dos dados consideramos que as intenções do uso do EI nas pesquisas do EF no EM vêm sendo direcionadas para a promoção da aprendizagem dos estudantes, melhorando suas compreensões a respeito do conhecimento científico e do desenvolvimento de competências e habilidades do fazer científico. A maneira com que as pesquisas utilizam as abordagens do EI e seus objetivos variam entre si, no entanto os artigos o utilizam como proposta central ou como base para investigar outras propostas. Devido a apenas 13 artigos nos últimos 10 anos pesquisarem a participação dos estudantes do EM em abordagens do EI, percebemos uma carência neste campo de pesquisa. Concluímos que, apesar de toda discussão teórica que existe em relação à definição do termo e da diversidade de possibilidades ou contextos do EI que não buscam uma definição única, nota-se que nos trabalhos analisados não há uma preocupação com a delimitação da abordagem utilizada, de seus referenciais norteadores, principalmente os epistemológicos
Aspectos da Aprendizagem Profissional de Professores que Ensinam Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: Área e Perímetro
Jéssika Naves de Oliveira, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 22/02/2019
Esta pesquisa busca investigar que aspectos da aprendizagem profissional de professores que ensinam matemática, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, podem ser mobilizados em um contexto de formação que envolve a discussão dos conceitos de área e perímetro. Para isso, foram analisados (i) artigos publicados em periódicos da Educação Matemática que têm como foco a formação do professor que ensina matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental e os conceitos de área e perímetro; (ii) que interações, ocorridas em uma aula na perspectiva do Ensino Exploratório, foram reconhecidas e interpretadas por professoras que ensinam matemática (PEM) no decorrer da exploração do caso multimídia “Explorando Perímetro e Área”, em um programa de formação continuada; e (iii) aspectos da prática docente mobilizados por professoras que ensinam matemática (PEM), em um programa de formação continuada, no trabalho com tarefas que envolvem área e perímetro. O programa de formação continuada foi realizado no ano de 2017 com dez encontros quinzenais, promovido por uma parceria entre a Secretaria de Educação do município de Londrina-PR e membros do “Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Formação de Professores que Ensinam Matemática”- Gepefopem da Universidade Estadual de Londrina, participaram desse curso professoras que atuam nos 4°. e 5°. anos do Ensino Fundamental de tal município. No contexto de formação foram analisadas tarefas relacionadas aos conceitos de área e perímetro. Com isso, foram desencadeados que o aspecto da aprendizagem profissional, mobilizado no curso de formação continuada para PEM nos anos iniciais do Ensino Fundamental, foi de dimensão profissional, pois as professoras em formação puderam refletir sobre as potencialidades de uma tarefa, conceitos matemáticos (área e perímetro), suas práticas em sala de aula, as ações de outra professora, uma metodologia de ensino diferente e a necessidades de os alunos explicarem e justificarem suas resoluções. Assim, é evidente o fato de emergirem novas pesquisas com foco na formação de professores (inicial e continuada) que ensinam matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental e a discussão dos conceitos de área e perímetro nesse nível de ensino, por meio de outras metodologias de ensino, tarefas potenciais1, materiais manipuláveis, entre outros.