Aproximações entre o Arco de Maguerez e as Atividades de Educação Ambiental na Escola: Limites e Possibilidades

Dissertação de mestrado

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Resumo

A gravidade da atual situação ambiental fornece indícios de que o processo educativo nessa área é condição necessária para revermos o quadro de desequilíbrios de nosso planeta. Mas, para isso, é essencial que se priorize os fundamentos de uma Educação Problematizadora – centrada no diálogo, na criatividade, na reflexão e, portanto, no aluno. Nesse sentido, com o presente trabalho, ao avaliar a aplicabilidade da Metodologia da Problematização como um procedimento que permite contemplar os pressupostos e objetivos da Educação Ambiental para o contexto escolar, busca-se fornecer uma contribuição ao ensino dessa temática em Ciências Naturais. Sendo assim, a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez foi adotada como estratégia de ensino junto a duas turmas (5ª e 6ª séries) do segundo ciclo do Ensino Fundamental de uma escola localizada nas proximidades do Rio Mogi-Guaçu, no município de Pirassununga / SP, para desenvolver atividades de Educação Ambiental. Os dados coletados, a partir de notas de campo e entrevistas semiestruturadas com os alunos e o professor das turmas, foram analisados por meio de uma abordagem qualitativa e interpretativa fundamentada na literatura. Pôde-se constatar que, apesar das particularidades de cada uma de suas cinco etapas – observação da realidade e definição de um problema de estudo; pontos- chave; teorização; hipóteses de solução e aplicação à realidade – percorrer o Arco de Maguerez possibilita: explorar situações-problemas definidas em um cenário próximo ao cotidiano dos alunos; ter acesso aos seus conhecimentos prévios acerca do problema investigado; concretizar momentos interdisciplinares ou de abordagem transversal do tema em discussão; trabalhar com atividades experimentais; criar um espaço para a discussão, exposição e confronto de ideias; exercitar a tomada de decisão a partir da utilização de critérios previamente definidos e, também, interagir, diretamente, como a comunidade que convive com o problema identificado ‘in loco’. Ressalta-se, entretanto, que configuram obstáculos à concretização dessa estratégia metodológica quando utilizada no desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental no Ensino Fundamental: o excessivo número de alunos por turma; a falta de assiduidade dos educandos; a insegurança para defender suas próprias concepções e tomar decisões coletivas; o longo tempo necessário para o desenvolvimento desse tipo de atividade, o que se soma aos escassos recursos financeiros das escolas e à sua estrutura física que não privilegia trabalhos que extrapolam a sala de aula. Portanto, apesar de alguns limites, existem aproximações dos princípios teóricos e práticos entre a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez e os documentos que sustentam os objetivos da Educação Ambiental, o que permite afirmar que esse é um possível procedimento organizador de atividades ambientais no contexto escolar.