Teses e Dissertações
Palavra-chave: tema transversal
As Atividades sobre Sexualidade Aplicadas Transversalmente nas Aulas de Ciências: Limites e Possibilidades
Maria de Fátima Lopes Garcia, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 31/03/2005
O presente estudo tem como principal objetivo investigar as possibilidades e os eventuais
limites da inserção transversal da temática da sexualidade no currículo escolar, como
orientam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). A coleta de dados foi realizada a
partir do desenvolvimento de atividades sobre a sexualidade em aulas de Ciências com
alunos da 7ª série do ensino fundamental de uma escola pública do município de Londrina
(PR). Primeiramente, foram realizadas seqüências de atividades que envolviam aspectos
culturais da sexualidade como: “ficar”, namorar, gravidez precoce e/ou indesejada,
masturbação, homossexualidade, relações de gênero, entre outros, para posteriormente
desenvolverem-se os conteúdos da anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor humano.
As atividades foram analisadas diante de suas contribuições e limitações, no que tange aos
objetivos e encaminhamentos metodológicos consolidados no documento do tema
transversal Orientação Sexual dos PCNs e de acordo com as contribuições e com limitações
da educação dos valores morais, relativamente ao exercício da ética democrática para o
aperfeiçoamento da cidadania. Os resultados obtidos indicam que o professor pode
desenvolver os temas da sexualidade por meio de atividades, as quais devem abordar e
integrar os aspectos educacionais, éticos e culturais. No entanto, as atividades sobre a
“cultura da sexualidade” não motivaram, de forma consistente, o aluno a se interessar pelos
aspectos biológicos da sexualidade humana. As atividades de debates, as simulações,
relatos individuais, leitura de textos e depoimentos, permitem a interação entre professor e
alunos e contribuem para o raciocínio moral do aluno, promovendo o juízo de valores na
tomada de decisões e no fomento da construção autônoma de valores. É possível
desenvolver o conteúdo da sexualidade como um processo em construção, em que o aluno é
sujeito ativo na construção do seu conhecimento mediado pelo professor. As atividades
sobre sexualidade possibilitam o desenvolvimento do seu raciocínio moral, mas não garante
que o adolescente exerça, no contexto do seu cotidiano, uma correspondente ação moral.
Portanto, os limites da educação sexual na escola terminam onde começam os limites da
educação sexual transmitida pela família do aluno e pelo seu convívio social.