Teses e Dissertações
Palavra-chave: tecnologias de si
Derivas da Ecogovernamentalidade: A Construção de Territórios Existenciais por Meio das Tecnologias de SI
Adalberto Ferdnando Inocencio, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 29/03/2019
A presente pesquisa buscou investigar de que maneiras a intensiva proliferação
discursiva da crise ambiental emergida nas últimas décadas, se relaciona com a
construção das subjetividades no tempo presente. Nesta pesquisa, entende-se por
subjetividades um atravessamento entre as técnicas de dominação e objetivação do
poder e o que Foucault denominou por tecnologias de si. A hipótese dessa
investigação foi a de que por meio das tecnologias de si é possível que certas
subjetividades construam processos de recusa das formas de vida já previamente
pensadas pelas táticas de poder da ecogovernamentalidade. Nesse sentido, adotou-
se a cartografia como pistas de um método que não responde por um início, meio e
fim, mas por processos. Concebendo a internet como tecnologia de época,
buscaram-se em suas materialidades discursivas elementos que pudessem ser
entendidos como estéticas da existência no que diz respeito às relações que
empreendemos com o meio ambiente no tempo presente. Durante o movimento
cartográfico, o objetivo central assumido nesta investigação foi o de colocar em
evidência quais tecnologias/técnicas estão em jogo na experimentação dessas
liberdades, bem como, os modos possíveis de se verificar tensionamentos
individuais ou coletivos diante das racionalidades de governo ou tecnologias de
poder que se encontram em vigor. Foram encontradas duas tecnologias de si
identificadas como movimentos de criação: a escrita de si e as máquinas estéticas.
A primeira expressa nos escritos jornalísticos de Rodrigo Barchi e Eliane Brum; a
segunda expressa nas instalações artísticas de Roberta Carvalho e Eduardo Srur.
Caracterizadas pela proximidade com a micropolítica e microfísica dos poderes,
apostam-se nessas materialidades como territórios existenciais, isto é, narrativas
não assimilacionistas que escapam de ecologias policialescas e normativas
incitadas pela ecogovernamentalidade.