Teses e Dissertações
Palavra-chave: sobreviver
A Arte de Viver e Fazer Ciência
Patrícia Góis, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 14/03/2018
Por que estudar os laboratórios, uma vez que são heterogêneos e conduzidos pelas
influências de um grupo, ciência ou sociedade? Como compreender o seu movimento
através de uma visão ampla e disseminada e quais os caminhos a serem percorridos
por seus cientistas, formadores de opiniões e pesquisadores, que movem as
descobertas de um povo e todos seus avanços científicos? Os conteúdos de uma
ciência são construídos de forma gradativa e estão atrelados às relações e estruturas
sociais, o contexto social influencia toda a jornada de pesquisas assim como as
empresas privadas que coordenam estes avanços em compasso com suas
necessidades primárias e objetivações mercadológicas. A base de tudo são as
pesquisas e os centros educacionais formadores de profissionais do ramo científico,
mas qual o papel do educador? Como estes docentes se comportam diante dos
desejos individuais de seus estagiários e como estes são manipulados
(intencionalmente ou não) para que corroborem com o engrandecimento curricular do
professor. A solução então seria sobreviver, e é através desta vertente que o presente
trabalho fará uma abordagem conceitual de crédito/credibilidade estabelecida por
Latour acerca da postura profissional de uma química acadêmica e todas as
influências por ela sofridas, tais observações serão referenciadas e também descritas
através de um texto narrativo e em forma de “diário” desenvolvido durante o estágio
da autora. Todas estas descrições estarão relacionadas às condutas de todos os
envolvidos no laboratório DIA da UEL: desde a docente/ pesquisadora, até os
doutorandos e pós-graduandos. O objetivo deste trabalho será trazer uma nova
perspectiva de olhar os laboratórios universitários para além da ideia geral do
pensamento Liberal Tecnicista de pesquisas acadêmicas com fins educacionais e de
reprodução cientifica, mas olhar a realidade do laboratório universitário como ciência
em ação, a ciência como acontecimento e processo contingente. Olhar uma
profissional de laboratório universitário como investidora de sua própria carreira, uma
negociadora que utiliza variadas estratégias a fim de acumular crédito/credibilidade
para um posterior (re)investimento, pois será o tamanho de sua credibilidade
científica, capital, que definirá como serão direcionados ou redirecionados as suas
pesquisas e o seu sucesso. O viver ciência num laboratório universitário mostrou-se
muito mais complexo, do que um lugar de reprodução de técnicas.