Teses e Dissertações
Palavra-chave: sistema didático
O PIBID e as relações de saber na formação inicial de professores de Matemática
Vanessa Largo, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 02/07/2013
Nesta pesquisa temos a intenção, por meio dos depoimentos de estudantes –
licenciandos em Matemática e bolsistas, do Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência – PIBID, de apresentar as nossas compreensões das
relações estabelecidas com o ensinar, com o saber e com o aprender que os
estudantes desenvolveram durante os dois anos de participação nesse
programa, e, também, falar sobre a aprendizagem da docência no contexto
PIBID. Entendemos essas “relações com o saber”, de Charlot, no interior do
“sistema didático” de Chevallard, em três dimensões, relações epistêmicas,
pessoais e sociais com o conteúdo matemático, com o ensino e com a
aprendizagem dos alunos. Nesta investigação, para buscarmos uma reflexão
sobre as considerações apresentadas sobre o programa, nos apoiamos em
referenciais teóricos referentes ao estágio supervisionado, apesar de nós
entendermos os contextos estágio supervisionado do curso de Licenciatura e o
PIBID como “distintos”, mas com semelhanças no que diz respeito às regências
dos estudantes. A coleta de nossas informações ocorreram por meio de
entrevistas semiestruturadas, gravadas em áudio e vídeo, no decorrer dos dois
primeiros anos de implementação do PIBID. Analisamos estes dados de acordo
com a “matriz 3x3” – Instrumento para a Análise da Ação Docente em Sala de
Aula, de Arruda et al. (2011), e como teoria estruturante dos procedimentos
metodológicos, a Análise Textual Discursiva, de Moraes e Galiazzi (2011).
Alguns resultados relevantes da pesquisa: a decisão de um estudante em se
manter na profissão docente por ter participado no PIBID; a valorização por
parte dos estudantes, dos saberes experienciais dos supervisores; e o PIBID
como um momento de formação continuada para os estudantes que atuavam
na docência, e para os que nunca haviam atuado como professores, como um
momento para mobilizar e articular o seu saber-fazer.
Um modelo para a interpretação da supervisão no contexto de um subprojeto de Física do PIBID
Marcelo Alves de Carvalho, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 21/02/2013
A literatura sobre formação inicial de professores tem sido fértil em apontar
caminhos e possibilidades para o melhor aproveitamento do momento de inserção
dos licenciandos na escola. Porém, não sabemos sê, dentro das salas de aulas, os
professores que recebem os licenciandos agem de maneira eficiente para auxiliar
essa formação. No intuito de verificar essa questão, acompanhamos uma parte do
processo de supervisão em um subprojeto do PIBID (Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação à Docência) da licenciatura em Física, em uma universidade do
norte do Paraná. O supervisor é o próprio professor do ensino médio, e uma de suas
atribuições no PIBID consiste em supervisionar as atividades desenvolvidas,
diretamente na escola, por licenciandos da licenciatura (bolsistas de iniciação à
docência), orientando, em especial, as aulas que eles ministram aos alunos do
ensino médio. Logo, a questão central da tese consiste em investigar o movimento
desses professores supervisores como coformadores. As análises são realizadas
com base nas relações de saber (Charlot) em um sistema didático (Chevallard),
representado por um triângulo constituído por três posições: o professor, o saber e
um grupo de alunos, o qual representa uma sala de aula-padrão. Os resultados
evidenciam que a mobilização e o compartilhamento dos saberes docentes
determinam o estilo e as características de orientação de cada supervisor. Quanto
mais o supervisor diversifica e dosa os saberes docentes mobilizados e
compartilhados, menos prescritivas e direcionadas ficam as orientações, o que
proporciona ao licenciando maiores possibilidades de desenvolvimento de sua
autonomia docente. Um aprofundamento analítico evidenciou que os supervisores
conduzem a supervisão fundamentados em algumas sequências: observação das
ações do licenciando, reflexão sobre a sua experiência anterior e a orientação
propriamente dita. A partir dessas ações elaboramos o modelo da ampulheta para a
supervisão, que pode ser utilizado para entender a atuação dos supervisores e
principalmente verificar a maneira como os saberes são mobilizados e
compartilhados. Percebemos que, durante o processo de supervisão, o supervisor
acompanha e ajuda o licenciando, sendo sua principal tarefa orientar. Assim,
entendemos que orientar é mobilizar, por meio da reflexão sobre a experiência
anterior, os saberes docentes e de orientação necessários para auxiliar o
licenciando a conduzir, de forma mais eficaz, a gestão das relações no seu sistema
didático.
Um ensino para chamar de seu: uma questão de estilo
Ana Lúcia Pereira Baccon, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 11/08/2011
O objetivo desta pesquisa é analisar e interpretar a ação de professores de Física do Ensino
Médio em sala de aula. Tendo por base as definições apresentadas por Gauthier e por Tardif,
elaboramos relatos sobre a ação de professores, procurando descrever como eles realizavam a
gestão da classe e a gestão do conteúdo em suas aulas. Cada relato foi construído a partir de
entrevistas e gravações de aulas de três professores de Física de escolas da rede pública da
cidade de Londrina no estado do Paraná. Os relatos foram posteriormente interpretados por
meio de um instrumento de análise desenvolvido recentemente que considera a gestão da
matéria e a gestão de classe como gestão de relações com o saber (Charlot) em um sistema
didático (Chevallard). Com isso foi possível identificar três estilos de gestão do ensino e da
aprendizagem em sala de aula: i) um estilo de gestão centralizado no conteúdo; ii) um estilo
de gestão centralizado no próprio professor; e iii) um estilo de gestão centralizado no aluno.
Ao apontarmos que o estilo de gestão de cada professor é algo singular e subjetivo
encontramos em conceitos da psicanálise uma interpretação para o estilo docente, o que nos
permite dizer que na Educação um professor também pode ter um ensino para chamar de seu.