Teses e Dissertações
Palavra-chave: semiótica
TEORIAS COM ABORDAGENS SEMIÓTICAS: A IDEIA DE CONTIGUIDADE E POSSÍVEL DIÁLOGO INTERTEÓRICO EM UMA SITUAÇÃO DA EARLY ALGEBRA
Renata Aparecida de Faria, Profª. Drª. Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 24/03/2023
As teorias que nortearam esta pesquisa possuem enfoques distintos: a Teoria dos
Registros de Representação Semiótica (TRRS), desenvolvida por Raymond Duval,
apresenta um enfoque cognitivo em que os registros de representações são inerentes ao
processo de ensino e aprendizagem de matemática e possibilitam a análise das atividades
cognitivas de formação, tratamento e conversão. O enfoque sócio cultural delimita os
pressupostos da Teoria da Objetivação (TO), teoria em desenvolvimento proposta por
Luis Radford que considera o Labor Comum como fundamental aos processos de
objetivação e subjetivação, ancorados pelos meios semióticos de objetivação. A tese
investiga como os elementos de duas teorias da Educação Matemática que utilizam
abordagens semióticas emergem em uma situação do contexto da Early Algebra
denominada “Quantos telefonemas?”. A pesquisa é caracterizada como qualitativa –
descritiva e foi realizada com estudantes do 6⸰ ano do Ensino Fundamental –Anos Finais,
em um colégio da Rede Estadual situado em uma cidade do norte do Paraná. A coleta de
informações ocorreu a partir das anotações no diário de campo da pesquisadora, fotos e
protocolos dos estudantes dos grupos denominados G1, G2, G3e G4. A mobilização de
diversos meios semióticos associados ao conceito de multimodalidade permitiu a
elaboração de um instrumento de análise multissemiótica divididos em três etapas. Na
primeira etapa, encontram-se a descrição dos meios semióticos utilizados (gestos,
entonação vocal, artefatos, e representações) na situação “Quantos telefonemas?”. A
segunda etapa da análise multissemiótica consistiu em indicar os processos de objetivação
e subjetivação de cada um dos grupos, a partir dos meios semióticos mobilizados – nos
quais, no grupo G3, os artefatos foram motivo de conflitos. Nesses processos de
subjetividades – formas de colaboração humana –, entre os integrantes dos grupos,
ocorreram também subjetividades da pesquisadora. Na terceira etapa, o meio semiótico
“representações” foi considerado em seus registros na indicação das atividades cognitivas
de tratamento e conversão. Dos elementos que emergiram na análise multissemiótica,
decorreu a ideia de contiguidade como a disposição dos elementos lado a lado, de modo
síncrono e permitiu a proposta de um possível diálogo interteórico entre aspectos das
teorias: o labor comum (TO), a autonomia intelectual (TRRS), a contração semiótica (TO)
e a coordenação (TRRS) entre os elementos das teorias. Quanto à situação do contexto da
Early Algebra, identificamos a covariação – relação entre quantidade de pessoas e
telefonemas – enquanto característica do Pensamento Algébrico.
Sustentação discursiva dialógico-de autoridade por meio de conotação sígnica para a elaboração do significado de conservação ambiental
ELISA BARBOSA LEITE DA FREIRIA ESTEVAO, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 25/07/2013
A pesquisa discute a utilização do discurso dialógico-de autoridade em sala de aula. Este se caracteriza por ser originado de dois tipos distintos de discurso: dialógico e de autoridade. O primeiro refere-se àquele em que, estando em sala de aula, o professor atua como intermediário para a expressão de diferentes pontos de vista dos alunos sobre dado conteúdo, auxiliando-os dialogicamente. O professor, neste caso, leva em consideração as opiniões expressas, quaisquer que sejam. O discurso de autoridade, por outro lado, ainda que permita a verbalização de diferentes opiniões, considera apenas a versão cientificamente correta dos fatos, deixando de lado outras versões alternativas vindas dos alunos. Neste segundo, o professor é a autoridade máxima do discurso, atuando como responsável por apresentar o conhecimento científico aos alunos. Os trabalhos que fundamentam essa pesquisa sugerem certo equilíbrio no uso dos dois discursos; entretanto, aponta-se a dificuldade enfrentada por professores ao adotarem o discurso dialógico-de autoridade. Por esta razão, o presente estudo ocupou- se com a proposta de provocar e sustentar o discurso dialógico-de autoridade por meio de uma estratégia didática de denotação e conotação de signos artísticos, a fim de que fosse discutido o tema “conservação ambiental”. A coleta de dados foi realizada com alunos de segundo ano do Ensino Técnico em Meio Ambiente, no contexto de um curso de leitura de imagens, ministrado em 4 módulos. Os diálogos resultantes dos questionamentos, discussões e reflexões foram videogravados e, posteriormente, transcritos e analisados. Os resultados foram satisfatórios e a explicação para isso reside no fato de que signos artísticos possuem função estética, e não semântica. Ou seja, eles não se comprometem com um ponto de vista único, permitindo a vocalização de ideias distintas. Por esse motivo, o discurso dialógico-de autoridade sobre o tema “conservação ambiental” ocorreu numa sustentação discursiva que permitiu o debate de opiniões diversas.
Relações sintagmáticas e paradigmáticas para auxiliar a apropriação de conceitos de termoquímica no Ensino Médio
Josiane Letícia Hernandes, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 06/04/2018
O presente trabalho apresenta uma proposta de estratégia de ensino de Química
que emprega as relações linguísticas paradigmáticas e sintagmáticas, de modo a
estimular e explorar narrativas textuais em formas diversificadas, com o objetivo de
auxiliar os aprendizes na apropriação de conceitos de Termoquímica. As relações
paradigmáticas e sintagmáticas são originárias da Ciência Semiótica, sendo
derivadas da Semiologia de Saussure. O trabalho está inserido na linha de pesquisa
de multimodos de representação, com foco na modalidade verbal escrita. A
metodologia da pesquisa consistiu na realização de um pré-teste, com o intuito de
identificar os conceitos que os estudantes já possuíam, seguido da realização da
estratégia de ensino, em que foram trabalhadas quatro atividades envolvendo as
relações linguísticas citadas. Por fim, realizou-se um pós-teste intencionando a
constatação das apropriações realizadas pelos aprendizes ao final da estratégia. A
passagem dos estudantes pela estratégia das relações linguísticas induz à
efetivação de autênticas paráfrases, competência que, ao ser atingida, permite
garantir a aprendizagem. Desta forma, é por meio de paráfrases que a conceituação
trazida pelos estudantes é identificada nos testes. A pesquisa tem caráter qualitativo,
na interpretação das produções dos estudantes e, caráter quantitativo na avaliação
da metodologia, sendo este o principal objetivo do trabalho. Resultados indicam que
as atividades com as relações linguísticas podem evidenciar o repertório do
estudante em conceitos-chave de Ciências, ao utilizar as associações termo a termo
em conjunto com as combinações permitidas pela estrutura da língua. Por sua vez,
por meio do uso das paráfrases, ficou evidenciado que a estratégia didática gerou
apropriações dos conceitos de Termoquímica. O estudo constatou que o uso das
relações linguísticas, bem como da paráfrase, pode favorecer apropriações de
enunciados-chave dentro da aprendizagem científica e definir critérios para que os
docentes evitem respostas estereotipadas.
Níveis interpretantes alcançados por estudantes de licenciatura em Ciências Biológicas acerca das estações do ano por meio da utilização da estratégia de diversidade representacional: uma leitura Peirceana para sala de aula
Daniel Trevisan Sanzovo, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 21/07/2017
O presente estudo explora a utilização de Multimodos e Múltiplas Representações,
em conjunto com a semiótica peirceana, com a finalidade de aprimorar e avaliar os
significados atribuídos a um conteúdo astronômico na formação de futuros
professores de Ciências. Objetivou identificar e qualificar os níveis interpretantes
gerados acerca das Estações do Ano produzidos por estudantes de licenciatura em
Ciências Biológicas com o uso de Diversidade Representacional. Utilizou-se um
instrumento analítico baseado em uma particular reformulação do conceito peirceano
de interpretantes que permite ao professor qualificar o alcance da formação do
significado construído pelos alunos. Participaram da pesquisa 18 estudantes.
Constata-se que, antes da utilização da estratégia de ensino, todos os alunos
apresentaram um Nível Interpretante Imediato sobre o conceito, explicando-o ou
através da variação da distância entre a Terra e o Sol, ou com uso de respostas
padronizadas, memorizadas e vazias ou, ainda, através de representações
confusas. Durante a realização das ações propostas, observou-se o Nível
Interpretante Dinâmico Energético demonstrado pelos comportamentos, atitudes,
procedimentos e técnicas utilizadas de dois estudantes, aleatória e previamente
escolhidos. Destes, um apresentou harmonização entre os níveis interpretantes
dinâmicos, atingindo o Nível Interpretante Final acerca do fenômeno. Após a
utilização da Diversidade Representacional, um número significativo dos alunos
demonstrou um Nível Interpretante Lógico acerca do conteúdo estudado,
estruturando rigidamente o significado do fenômeno astronômico, construindo
representações coerentes, consistentes e inter-relacionadas. Foi possível também
identificar a eficácia do instrumento analítico como ferramenta a ser utilizada em sala
de aula, como auxílio no acompanhamento, pelo professor, da produção e
desenvolvimento dos significados adquiridos pelos estudantes, bem como ser
possível utilizá-lo também como apoio pedagógico na preparação de aulas e
escolhas de materiais didáticos.
Aprendizagem da Conservação da Energia Mecânica à luz da Leitura Conotativa de um Signo Artístico
Cristiane Aparecida Corrêa, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 12/08/2016
A presente pesquisa tem por objetivo identificar os níveis de leitura semiológica
denotativa e conotativa realizados pelos estudantes durante uma aula de Física.
Para tal, estudantes de uma turma do terceiro ano do Ensino Médio foram
instigados, em um momento instrucional a estabelecer relações inventivas de modo
a associar elementos de uma obra artística com o conteúdo de Conservação da
Energia Mecânica. A metodologia instrucional tomou por base a alternância
discursiva dialógica e de autoridade. Valemo-nos da função estética do signo
artístico para atrair o estudante e fazer com que o mesmo refletisse, imaginasse e
expusesse suas ideias e interpretações. O trabalho parte do pressuposto que o
signo artístico é uma modo representacional profícuo para provocar e sustentar
interações discursivas com reflexos para o entendimento conceitual. Dois pontos
encaminharam a pesquisa: o primeiro refere-se à aplicação da prática conotativa de
um signo artístico, via alternância entre discurso dialógico e de autoridade, a qual
nos rendeu os dados para a pesquisa e propiciou maiores oportunidades de
aprendizagem, visto que, em razão da função estética presente na obra artística,
diferentes interpretações foram feitas pelos estudantes na tentativa de relacioná-las
com o conhecimento científico; o segundo, do lado do professor e fundamental para
condução da aprendizagem de conceitos científicos, consistiu na identificação do
nível de leitura realizada pelos estudantes durante aplicação da aula com signo
artístico, pois este funcionou como um indicativo da aprendizagem possibilitando a
identificação de quais questões precisavam ser retomadas, fornecendo um feedback
do ensino para professor. Os resultados apontaram que as associações conotativas
derivadas da estratégia aplicada transformaram a sala de aula em um ambiente
descontraído para o debate de ideias, favoreceu o engajamento dos estudantes ao
mesmo tempo em que funcionou como fio condutor para aprendizagem do conteúdo
ensinado
Interpretação das gesticulações dos estudantes no laboratório de química baseada na semiótica de Peirce
Wanda Naves Cocco Salvadego, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 08/05/2015
Esta tese apresenta uma pesquisa qualitativa e descritiva, realizada com estudantes
do ensino médio Técnico em Química, do segundo e terceiro ciclo do Ensino
Subsequente com o objetivo de interpretar os sentidos das gesticulações dos
estudantes no laboratório de química quando estes realizam um experimento. Pelos
pressupostos baseados na multimodalidade representacional, o laboratório é um
espaço instrucional que fornece condições para a produção da acepção dos
conceitos. O objetivo do uso do laboratório didático na aprendizagem científica
justifica-se segundo uma dimensão cognitivista. Pode-se dizer muito das atividades
dos estudantes em aulas experimentais. As gesticulações dos estudantes auxiliam
na elaboração de significados, permitindo a expansão de sentidos, e, se
consideradas dentro do processo semiótico como signos, podem ser estudadas e
analisadas. Como o foco desta investigação se volta para as atividades empíricas,
as ações para nós têm maior importância do que os gestos. As ações podem ser
pensadas como uma composição temporal de gestos fragmentados que se
interligam e dirigem para um determinado fim. Logo, a gesticulação antes de ser
comunicativa é primeiramente expressiva, o que significa dizer que são signos de
natureza deliberadamente não intencionais na relação emissor e receptor. A
pesquisa foi realizada com base em atividade pedagógica de experimentações em
físico-química e as gesticulações dos estudantes, os signos por nós analisados,
estão baseados numa leitura da Teoria semiótica de Peirce. Do ponto de vista da
importância pedagógica, a gesticulação sintetiza duas dimensões a serem
atendidas: uma cognitiva, tendo em vista seu papel auxiliar na construção do
pensamento e elaboração do significado do aprendiz do que está sendo estudado;
outra dimensão, de interesse deste trabalho, de natureza avaliativa processual, visto
se constituir em uma linguagem que permite ao professor apreciar o significado do
conhecimento do que está sendo construído pelo estudante. Os resultados indicam
a necessidade de se tornar mais conhecidos instrumentos pedagógicos como o que
avaliamos nesta tese para que o ensino-aprendizagem, no nosso caso especial, em
laboratório, possa ser feito de forma mais imediata e efetiva.
As funções dos signos em atividades de Modelagem Matemática
Michele Regiane Dias Veronez, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 02/12/2013
Ao considerar que em atividades de modelagem os alunos utilizam e/ou produzem signos,
durante suas ações cognitivas, atrelados à situação, ao problema, aos objetos matemáticos e à
resposta reconhecida como uma solução para o problema, buscamos, nesta investigação, refletir
acerca desses signos. Para isso assumimos signo na perspectiva de Charles Sanders Peirce e
pautamo-nos nas ideias de Heinz Steinbring, de que o signo tem duas funções, uma semiótica –
representa algo – e uma epistemológica – o signo revela conhecimento sobre o que ele
representa –, a fim de investigar como o desenvolvimento de atividades de modelagem
matemática se relaciona com as funções dos signos. Para tanto, identificamos os signos
utilizados e/ou produzidos por alunos de um curso de Licenciatura em Matemática envolvidos
com atividades de modelagem, bem como os papéis desses signos nos encaminhamentos dados
pelos alunos no desenvolvimento de suas atividades. A opção metodológica baseia-se nas
considerações da pesquisa qualitativa e a análise dos dados segue orientações da Análise de
Conteúdo, proposta por Laurence Bardin. Da relação entre os papéis dos signos e os
encaminhamentos dos alunos construímos triângulos epistemológicos que nos possibilitaram
reconhecer que os signos utilizados e/ou produzidos pelos alunos na busca por uma solução para
o problema em estudo na atividade de modelagem matemática se complementam. Essa
complementaridade dos signos, associada às suas funções semiótica e epistemológica, confere
ao triângulo epistemológico um caráter dinâmico. Nesse sentido, o que é considerado signo em
um momento da atividade, se configura, em outro momento, em contexto de referência, que por
sua vez, leva os alunos à produção de outros signos, que em momento posterior assumem
conotação de contexto de referência e assim por diante, sempre suscitando diferentes conceitos.
A análise revela também que esta dinamicidade e complementaridade dos signos influenciam o
encaminhamento que os alunos dão ao desenvolvimento das atividades de modelagem
matemática, de modo que tais signos representam algo que se pretende comunicar e indicam
mobilização e/ou produção de conhecimentos dos alunos acerca do que o signo representa.
Alfabetização Visual como estratégia de Educação Ambiental sobre resíduo sólido doméstico: os interpretantes de Peirce na compreensão das representações de estudantes de Ensino Médio
Patrícia de Oliveira Rosa da Silva, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 14/08/2013
Esta tese apresenta os resultados de um estudo em que se buscou encontrar o modo de
generalização típico de estudantes do Ensino Médio quando se trata do tema resíduos
sólidos domésticos. A fundamentação teórico-metodológica é inspirada no conceito de
interpretante da teoria semiótica de Charles S. Peirce, em cuja base se encontra a noção
de símbolo e legissigno. Os guias de análise foram definidos com a inserção de
raciocínio diagramático, processo que igualmente orientou a própria coleta de dados.
Produziu-se uma investigação em que o estudante se manifestava por meio da
linguagem verbal e pictórica compondo uma expressão híbrida, ou seja, ao mesmo
tempo em que passavam por uma experiência de aprendizagem como parte de um
conteúdo de Educação Ambiental, conheciam e desenvolviam maneiras combinadas
(não exclusivamente verbais) de expor as novas percepções que iam adquirindo.
Integrado à Educação Científica, esse fator operou no sentido de tornar possíveis as
inferências da pesquisa, além de revelar as condições em que se estabelece a
alfabetização visual.
Perspectiva semiótica sobre o uso de imagens na aprendizagem significativa do conceito de biotecnologia por alunos do ensino médio
Tania Aparecida da Silva Klein, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 10/06/2011
Este estudo problematiza a relação estabelecida entre os códigos imagéticos e o
processo de construção de significação do conceito de biotecnologia. A pesquisa
buscou articular os aspectos da Teoria Semiótica de Charles S. Peirce com os
fundamentos da Teoria da Aprendizagem Significativa, no intuito de oferecer uma
ferramenta analítica na direção de identificar elementos presentes no processo de
conceituação e à produção de significados científicos. Foram analisadas leituras de
imagens e mapas conceituais sobre DNA, enzima de restrição, transgênico,
clonagem e biotecnologia de nove alunos do nível médio de ensino. Os resultados
foram analisados segundo o modelo proposto e categorizados em domínios e níveis
de significação. Os termos utilizados na produção dos aprendizes foram
categorizados em três domínios interpretativos: domínio interpretativo descritivo,
domínio interpretativo científico e domínio interpretativo valorativo. Os mapas
conceituais analisados apresentaram uma maior interação entre os domínios e
houve maior exploração da amplitude do tema da biotecnologia do que na atividade
de leitura de imagens, cujos resultados demonstraram uma maior concentração no
domínio científico. Observou-se dificuldades na construção de relações
socioculturais, éticas e ambientais com a biotecnologia, mas constatou-se que não
há uma interação dependente entre os domínios e níveis de significação, ou seja, o
percurso de conceituação evidencia-se idiossincrático. Uma reflexão em torno do
papel da imagem no discurso e no ensino de ciências também é explorada neste
trabalho e o instrumento de análise imagética proposto mostra-se eficiente para o
entendimento de como os códigos do modo da imagem convertem-se no modo
verbal escrito, ou vice-versa, e quais as implicações para o processo de
aprendizagem.
Modelagem Matemática e Semiótica: algumas relações
Karina Alessandra Pessôa da Silva, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 16/12/2008
Neste trabalho, apresentamos uma pesquisa fundamentada nos pressupostos teóricos da
Modelagem Matemática na perspectiva da Educação Matemática e procuramos
estabelecer relações entre esta perspectiva e a Semiótica de Peirce e a Teoria dos
Registros de Representação Semiótica de Raymond Duval. Para tanto, analisamos três
atividades de Modelagem Matemática existentes na literatura: uma no âmbito do grupo de
estudos no qual a pesquisa se insere, uma de âmbito nacional retirada dos anais da V
Conferência Nacional sobre Modelagem na Educação Matemática e uma de âmbito
internacional retirada dos anais da XIII International Conference on the Teaching of
Mathematical Modelling and Applications. A pesquisa consiste em uma análise
documental dos registros apresentados pelo(s) autor(es)/modelador(es) de cada atividade
de Modelagem selecionada. A partir da análise que realizamos, estabelecemos algumas
relações entre Modelagem Matemática e Semiótica, no que diz respeito à categorização
dos signos estabelecida por Peirce, aos modos de inferência dos signos classificados por
Kehle & Cunningham (2000), aos registros de representação semiótica abordados por
Duval com relação ao fenômeno de congruência e não-congruência das conversões entre
os registros e às tarefas de produção e compreensão.