Corpos e Bio-Virtualidade: Pedagogias do Eu no Vale dos Homossexuais
Alexandre Luiz Polizel, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 07/03/2019
Na contemporaneidade, insurge uma grande preocupação com os estudos acerca dos corpos. Os corpos das ciências, os corpos das educações, os corpos e as tecnologias de poder, os corpos... Todavia, os corpos sempre se mantiveram como o cerne dos problemas filosóficos e da movimentação do pensamento. Este manuscrito, então, opera pelos corpos como fio condutor, buscando traçar explanações acerca de “Como fazem-se os corpos nas virtualidades?”. Muitos espaços seriam possíveis para tratar tal questão, optei por buscar dicas no ciberespaço, em um grupo na rede social, Facebook, tratado aqui como Vale dos Homossexuais. A partir de uma perspectiva ontológica do diagnóstico do presente, compreendendo o fazer-se corpo como um instaurador de existência, lanço mãos de conceitos Nietzscheanos, Foucaultianos e Latourianos para buscar uma taxonomização deste fazer corpo. Deste movimento emerge apolíneas Pedagogias do Eu, que vejo operar em, ao menos, cinco tecnologias: a) Tecnologia das confessionalidades; b) Tecnologia da fanficzação; c) Tecnologia da hipertextualização; d) Tecnologia da exposição; e) Tecnologia do Corpo-arquivo e das banalidades. Vê-se que o corpo se fazer no ciberespaço, em movimentos de atualização encontra-se interligado na produção constante de verdade de si e do Outro, via confissão, ficcionalização, combinações hipertextualizadas, exposições de si-Outro e na transformação do corpo em arquivo. Essas movimentações levam a múltiplas possibilidades de produções do corpo via composições ligando os recortes das narrativas deixadas, conexões utilizadas de modo interessado. A investigação leva a considerar que tais composições interessadas têm reverberado na produção de linhas de subjetivação que valorizam um corpo-Eu enquanto produto a ser cultuado – corpolatria –, uma Pedagogia de centralização no Eu, na semelhança e na captura da atenção via fazer-se visível, bem como no esforço para tornar-se supostamente e repetitivamente: eventos inéditos.