Dificuldades Semióticas na Construção de Gráficos Cartesianos em Cinemática
Paulo Sérgio de Carvalho Filho, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 11/01/2011
O estudo propõe um referencial analítico para a investigação do desempenho de estudantes na produção manual de gráficos cartesianos a partir de tabelas, combinando a perspectiva dos registros de representação semiótica de Raymond Duval e os níveis de processamento da informação gráfica de Postigo e Pozo (2000). Com base no referencial analítico, um estudo de caso foi realizado, considerando para tal fim as produções escritas e entrevistas complementares de estudantes de licenciatura e bacharelado em Física de uma universidade estadual pública do norte do estado do Paraná. Para a análise, as etapas de produção do gráfico cartesiano foram divididas em três grupos de ações e associadas às atividades cognitivas semióticas respectivas a cada uma delas. Os resultados permitiram classificar o domínio semiótico da representação gráfica dos estudantes com um grau de refinamento analítico superior aos propostos pelos últimos autores.
Múltiplas Representações Aplicadas na Aprendizagem de Circuitos Elétrico
Gilberto Franzoni, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 05/11/2010
A presente pesquisa tem como objetivo investigar e analisar a viabilidade e a potencialidade do desenho em funcionar como uma representação mediadora para solucionar problemas conceituais de aprendizagem e dificuldades de compreensão dos alunos da terceira série do Ensino Médio, por meio de uma sequência didática envolvendo a mudança entre a representação do experimento real tridimensional e o esquema em circuitos elétricos. Tal ideia surgiu da leitura de recentes pesquisas sobre a dificuldade dos alunos em mudar de representação semiótica e interpretar de forma coerente e compatível com a significação os símbolos e esquemas próprios dos circuitos elétricos. Participaram do estudo o professor-pesquisador e estudantes do Ensino Médio. Os desenhos têm a função inicial de abrir espaço para discussão relacionada à eletricidade, tais como: corrente elétrica, carga elétrica, resistência, diferença de potencial, além de estabelecer, por meio de instrução do professor, o significado de cada elemento do circuito elétrico. Ao criar este momento de diálogo professor-aluno, as dificuldades de entendimento emergem, podendo, assim, serem detectadas e esclarecidas mediante a orientação do professor. Posteriormente, avançamos para os esquemas, exigindo um grau de compreensão maior dos alunos, por envolver símbolos abstratos, que aumentam o nível de complexidade da representação. Ao realizar a mudança representacional do experimento real (3D) para os esquemas, o aluno pôde consultar o desenho. Esta consulta acabou transformando o desenho em uma espécie de representação-ponte que facilitou a confecção dos esquemas, tornando-se uma referência icônica para ele. Os resultados da pesquisa indicam que esta abordagem, tendo o desenho como representação mediadora, contribui para o desenvolvimento da aprendizagem, favorecendo a construção de novas representações e apropriação do conceito científico, pois funciona como um meio de ligação entre circuito elétrico real (representação 3D) e a representação por esquemas oficiais.