Níveis de Apropriação de Tecnologias por Professores da Educação Básica: análise de um curso remoto de formação continuada
DALILLA ALVES COLOMBO, Profa. Dra. Mariana A. Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 25/06/2021
O trabalho docente sempre se depara com diferentes demandas. Em uma sociedade globalizada, em que surgem diversas tecnologias, há ainda mais desafios para a prática docente. Frente a esse cenário e na busca de compreender o trabalho docente no uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), essa pesquisa teve como objetivo geral analisar quais níveis de apropriação de tecnologias apresentam os docentes de uma escola pública do norte do Paraná durante um curso de formação continuada. Para isso contou como referencial a Matriz de Descritores das Competências Digitais dos Professores para a Área Pedagógica desenvolvida pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB). A matriz apresenta cinco níveis de apropriação (Exposição, Familiarização, Adaptação, Integração e Transformação) em três aspectos da prática pedagógica (Autonomia dos alunos, Integração das tecnologias ao currículo e Fluência no uso das tecnologias). Os dados foram analisados por meio da Análise de Conteúdo de Bardin (2011), que utilizou os descritores da matriz para a elaboração das unidades de registro e de contexto. De forma a obter os dados para clarificar o objetivo deste trabalho, foi elaborado e ofertado um curso de formação continuada sobre tecnologias em sala de aula aos docentes de uma escola pública do norte do Paraná, no qual buscou-se proporcionar a instrumentalização dos professores em algumas ferramentas, o emprego de uma metodologia de ensino que possibilite o uso das TIC e discussões acerca do assunto. As informações foram coletadas mediante as atividades desenvolvidas por cinco docentes que participaram do curso, que aconteceu durante a pandemia do novo coronavírus, de maneira remota e por entrevista semiestruturada, que contou com a participação de dois docentes da área de ciências da natureza, ênfase deste trabalho, também participantes do curso. Os dados mostraram que os docentes não se apresentam em apenas um único nível de apropriação, mas sim transitam por diferentes níveis de apropriação a depender de diferentes fatores, como as novas ferramentas que surgem na prática pedagógica, a infraestrutura, as metodologias empregadas para o uso das TIC, a alfabetização digital dos professores e dos alunos. Outro aspecto observado é a apropriação parcial com relação aos descritores dos diferentes níveis, no qual os docentes não apresentam todas as características indicadas em cada descritor. Com isso, os docentes apresentaram parciais de diferentes níveis de apropriação, o que indica que a apropriação das TIC na prática docente acontece de maneira não linear e não uniforme.
A docência em tempos de pandemia: um estudo sobre o que dizem os professores das áreas de ciências e matemática da educação básica.
Leticia Juliani Valente, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 05/04/2022
A presente pesquisa foi desenvolvida durante as incertezas da pandemia da Covid19, contexto deste estudo. O período pandêmico mexeu com emoções, sensações e também com a educação, as escolas foram fechadas, o distanciamento e o isolamento social foram impostos, e com isso as salas de aula ficaram vazias. Fezse então necessária a inclusão tecnológica e um ensino todo realizado de maneira remota, o Ensino Remoto Emergencial (ERE). Infelizmente, tanto professores quanto alunos não estavam preparados para tamanha mudança de realidade, professores depararam-se com uma alta carga de trabalho e responsabilidades impostas a eles, junto com agregados psicológicos de insegurança e medo. Buscou-se então entender o que dizem os professores que ensinam Ciências e Matemática na Educação Básica a respeito de sua atuação docente durante a pandemia, e compreender nessas falas coisas além, como seus sentimentos, preocupações e percepções sobre o ensino no momento pandêmico. Para isso foram entrevistados sete professores das áreas de química, física, matemática e biologia, realizadas entrevistas semiestruturadas, para que os entrevistados conseguissem abranger mais temas e constatações, realizou-se a transcrição e foi iniciado o movimento de análise, segundo a Análise Textual Discursiva, de Moraes e Galiazzi (2011). A partir do estudo realizado emergiram cinco categorias, o que o professor fala sobre ele (professor), seus alunos, o sistema, o conteúdo e sobre a escola. Destrinchando essas categorias emergiram outras variadas subcategorias, incluindo as inovações propostas a partir de tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), como metodologias ativas puderam auxiliar na prática docente, sentimentos relacionados a incerteza, sobrecarga e frustração dos professores frente aos mais variados aspectos de evasão de sala de aula, falta de alunos em reuniões no Google Meet e no Microsoft Teams, falta de auxílio com novas tecnologias e outros diversos pontos abordados no tópico de apresentação e análise de dados. O estudo mostrou na prática o quanto o ensino foi revolucionado no Brasil durante a pandemia, sendo possível entender e visualizar o que os professores passaram e ainda estão passando com tamanhas mudanças na maneira de ensinar, e também o quanto de lacunas foram criadas até que aluno e professor conseguissem se adaptar ao novo meio em que se aprende e se ensina
Aulas de Matemática: Narrativas de uma Professora em Transição
Angela Fontana Marques, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 20/02/2017
Este trabalho apresenta narrativas cuja fonte foram aulas ministradas semanalmente em uma turma do 3º ano de um curso técnico do Ensino Médio, com 22 alunos, durante o primeiro semestre do ano de 2013, em uma escola de um município situado no noroeste do Paraná. O principal objetivo foi conhecer aspectos da minha prática letiva na qual pensei atender os princípios e ideias da abordagem Educação Matemática Realística, entre eles, a Matemática como atividade humana, a aprendizagem Matemática por meio da matematização, o ensino e a aprendizagem por meio da Reinvenção Guiada. Analisando minha prática narrada nesta investigação percebo a grande dificuldade que ainda tenho de esperar o aluno pensar, construir estratégias e procedimentos por ele mesmo. Entendi que os princípios e pressupostos da RME vão além do planejar bem as aulas uma vez que estão na ação do professor, na prática docente, na ação do aluno, na dinâmica das aulas. A matemática como atividade humana faz parte da concepção de ensino da matemática do professor que se dispõe a trabalhar nessa perspectiva.