Teses e Dissertações
Palavra-chave: mulher-matemática
Quem Calculava? Representações de gênero na relação mulher-matemática na obra O Homem que Calculava de Malba Tahan
Luíza Gabriela Razêra de Souza, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 12/08/2013
O presente trabalho tem como propósito estudar e mostrar como algumas
representações de gênero vão se instituindo como verdade na relação
mulher-matemática na obra O Homem que Calculava, de Malba Tahan. A
pesquisa foi fundamentada em sendas foucaultianas como ferramentas
analíticas para realizar a análise do discurso do autor Malba Tahan (em uma
entrevista concedida ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro em
1973) e a análise do discurso da obra tahanica (O Homem que Calculava).
Tendo em vista as três fases de Foucault – arqueológica, genealógica e ética –,
tentamos esboçar elementos de cada uma dessas fases, não assumindo um
caráter univocamente arqueológico, genealógico ou ético, mas articulando as
ideias foucaultianas pertinentes a este trabalho. Como a abordagem principal
desta pesquisa é a relação mulher-matemática, aprofundamos nos estudos
feministas adotando as ideias pós-estruturalistas da estadunidense Judith
Butler e da brasileira Guacira Lopes Louro, pronunciando o que entendemos
por sexualidade, gênero e sexo. Na análise do discurso da entrevista
concedida pelo autor Malba Tahan, buscamos enunciados referentes à
experiência-de-si do autor, sobretudo quando trata de mulheres em face da
matemática. Na análise do discurso no livro O Homem que Calculava
buscamos enunciados que apresentassem a relação da mulher com a
matemática. Nessa busca por relações entre a mulher e a matemática
encontramos representações construídas e atribuídas ao gênero feminino. Mais
que isso, encontramos mecanismos de poder que produzem mulheres
enquanto uma pedagogia delimitadora de seus gestos e comportamentos que,
a nosso ver, cabe aos movimentos populares, feministas e culturais a
possibilidade de problematizá-los e gerar uma desconfiança para aquilo que
outrora era visto como algo “natural”.