Análise da historiografia de Galileu e o movimento da queda dos corpos nos livros didáticos de física do ensino médio
ANA ALINE DE MEDEIROS SILVA, Prof. Dr. Marcos Rodrigues da Silva
Data da defesa: 01/02/2013
Partimos do pressuposto, neste trabalho, de que a História e Filosofia da Ciência (HFC) deve ser um instrumento de análise conceitual bastante útil para o ensino de física Portanto, nos propomos a investigar se há correspondência na relação entre o Galileu reconstruído historiograficamente a partir dos escritos de Alexandre Koyré e o Galileu apresentado em alguns livros didáticos de física O nosso objetivo foi interpretar essa relação nos livros didáticos do Ensino Médio aprovados no PNLD/212 Para isso, elaboramos quatro categorias que nos possibilitaram verificar de modo pontual os aspectos nos quais há e nos quais não há correspondência da referida relação, sendo elas: experiência; experimento mental; uso da matemática; e método científico Verificamos que pelo menos uma obra didática corresponde à narrativa historiográfica do nosso referencial No entanto, pressupomos que um dos fatores que faz com que não haja correspondência seja a inexistência de fontes historiográficas como referências nos textos das obras; outro fator que pode ser evidenciado é a elaboração de conceitos e teorias inventadas pelos próprios autores Verificamos que estes podem ser fatores pelos quais ainda existe dificuldade de programar a proposta de HFC Acreditamos, portanto, que o estudo de fontes historiográficas aliada aos conteúdos científicos pode contribuir de forma positiva e significativa para a implementação da proposta de HFC no ensino de física
Mendel: Pai da Genética ou um membro de uma tradição de pesquisa?
Fernando Gianetti Fiorin, Prof. Dr. Marcos Rodrigues da Silva
Data da defesa: 18/12/2012
Os atuais livros didáticos apresentam, como parte importante do capítulo que lida com o conteúdo de Genética, a história de Johann Gregor Mendel. Considerado o ―pai da genética‖, Mendel sempre é apresentado como um monge solitário, vivendo em um mosteiro enclausurado e interessado por algo que hoje é largamente debatido: a resposta para o funcionamento do mecanismo da hereditariedade. Alguns filósofos e historiadores da ciência vêm debatendo essa questão e defendendo que o Mendel apresentado nos livros didáticos não corresponde ao mesmo Mendel histórico, representado por seu próprio trabalho e por biografias históricas sobre o mesmo. Visto que, ao analisarmos o fato de que este cientista fazia parte de uma tradição de pesquisa, aquilo que os livros de genética e livros didáticos trazem como seus interesses não condizem com uma apuração. Pretendemos demonstrar que ao apresentar uma história que não condiz com a historiografia que apontamos em nosso trabalho, os autores de livros didáticos interferem na compreensão do funcionamento da produção científica e, portanto, da Natureza da Ciência.