Teses e Dissertações
Palavra-chave: licenciatura em química
Permanência e Evasão no Curso de Licenciatura em Química: Um Estudo a Luz da Matriz do Estudante
Alex Stefano Lopes, Profª. Drª. Fabiele Cristiane Dias Broietti
Data da defesa: 27/02/2019
Este trabalho apresenta um estudo acerca dos fenômenos da evasão e da
permanência em um curso de Licenciatura em Química, norteada pela seguinte
questão de pesquisa: Quais são os elementos caracterizadores da evasão e da
permanência no curso de Licenciatura em Química da UEL? Os dados foram
coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com evadidos e formados,
ingressantes dos anos de 2010 a 2014. As entrevistas foram transcritas para a
formação do corpus, que consistiu no objeto de análise. Fez-se uso dos
pressupostos metodológicos da Análise de Conteúdo (AC) e de um instrumento
analítico denominado Matriz do Estudante M(E), que tornou possível a compreensão
dos fenômenos por meio de uma interpretação qualitativa. Quando as falas dos
sujeitos não apresentavam relação com o sistema didático, foram categorizadas
como contexto externo. Mediante as análises, constatamos que, para o grupo de
evadidos, há majoritariamente falas que abordam um viés epistêmico em relação à
aprendizagem dos estudantes, ou seja, os elementos motivadores da evasão estão
associados às dificuldades com as disciplinas e/ou conteúdos. Quanto aos
depoimentos que transcendem aspectos específicos do sistema didático,
considerados como contexto externo, destacam-se: distância da família; interesse
por outro curso; apoio institucional; estrutura física da instituição; mercado de
trabalho. Para o grupo dos formados, houve maior incidência de falas relacionadas
aos sentidos que os estudantes atribuíam a sua própria aprendizagem, ou seja, falas
que remetem a sentimentos, sentidos a respeito do ensino e/ou aprendizagem. Os
fatores externos mencionados foram: apreço por ensinar; programas institucionais
de apoio à formação; perspectiva futura.
Tecendo Redes na Formação Inicial Docente em Química: Por uma Identificação Fe(i)tichizada
Gustavo Pricinotto, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 17/02/2017
Neste trabalho, ao problematizarmos as possibilidades de produção de
identidades docentes fixas e inertes nos cursos de Licenciatura em Química,
questionamos os alicerces difusionistas fundamentados nos Estudos de
Laboratório de Bruno Latour, buscando compreender o processo de formação
de uma rede dentro destes cursos de formação inicial, na relação do par
estagiário-professores. Buscamos na metodologia aberta da etnografia pós-
moderna acompanhar durante um ano os atuantes do curso de Licenciatura em
Química da Universidade Estadual de Maringá, na disciplina de Prática de
Ensino e Estágio Supervisionado. As reflexões diante das observações,
entrevistas, questionários e gravações das aulas, nos mostram como ocorre o
processo de fortalecimento de determinados discursos em meio aos
questionamentos que são feitos a identidade tradicional nos cursos. O
processo de formação que visa levar os estudantes a se distanciarem de uma
perspectiva tradicional e buscar ser “diferente” não “surge”, portanto, em sua
oposição entre estes binários (fato-fe(i)tiche), mas da conexão e produção de
uma rede com os mais diversos atuantes no processo de produção de
identificações, móveis e instáveis. Neste sentido, acreditamos que a ideia de
uma identidade de fato deva ser questionada, pois notamos que no curso
proliferam-se identidades heterogêneas e híbridas, ou identificações
fe(i)tichizadas, que ultrapassam o discurso biniarista/saltacionista: de um lado,
tradicional, de outro, diferente. Neste sentido, se a formação é uma produção
instável e passível de modificações ao longo do percurso, não seria mais de
nosso interesse questionarmos os produtos destes curso de formação, mas de
pensa-los enquanto produção, enquanto translações e controvérsias, e assim
pensarmos a formação enquanto fe(i)tiche, enquanto constante identificação.