Ações docentes e discentes em atividades de Modelagem Matemática no Ensino Superior
Caio Juvanelli, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 27/02/2023
Esta é uma pesquisa qualitativa, que teve o objetivo de descrever ações docentes e discentes em atividades de Modelagem Matemática, realizadas durante aulas remotas de um curso de Licenciatura em Matemática. A questão norteadora da investigação foi: quais categorias podem descrever as ações docentes e discentes no desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática durante aulas remotas em curso de Licenciatura em Matemática? Os dados foram coletados no decorrer do ano letivo de 2021 durante aulas de uma disciplina de Modelagem Matemática na Perspectiva da Educação Matemática, de um curso de Licenciatura em Matemática em uma universidade estadual do Paraná. As aulas foram gravadas e analisadas de acordo com a Análise de Conteúdo. Do nosso movimento analítico foi possível elencar categorias gerais de ação docente: Perguntar(Doc) e Explicar(Doc), que são complementadas por um conjunto de subcategorias (PDOC1, PDOC2, PDOC3, PDOC4, EDOC1, EDOC2, EDOC3, EDO4 e EDOC5). E para a ação discente as seguintes categorias: Perguntar(Dis) e Explicar(Dis), que são complementadas por um conjunto de subcategorias (PDIS1, PDIS2, PDIS3, PDIS4, EDIS1, EDIS2 e EDIS3). Os dados revelam que a professora esteve nos diferentes momentos da aula, perguntando, questionando e indagando os alunos no decorrer do desenvolvimento da atividade, além de ter proferido explicações sobre os temas desenvolvidos, elucidado termos, conceitos e os direcionado para a resolução e validação dos resultados. Os discentes realizaram perguntas, questionamentos e indagações, além de descreverem seus raciocínios, articulando ideias e argumentarem com outros colegas e a professora no desenvolvimento da atividade.
Noções de professores de matemática em formação inicial a respeito de questões de gênero
LUCILENE DOS SANTOS SEBASTIAO, Profa. Dra. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 24/03/2023
Diante das desigualdades de gênero construídas em nossa sociedade, as mulheres nem sempre tiveram e têm o mesmo direito ao acesso à educação dos homens, devido à uma crença de um papel feminino predeterminado para cuidado do lar, esposo e filhos. Além disso, há uma naturalização que as estudantes são consideradas inaptas a fazerem Ciência e Matemática, sendo o raciocínio lógico matemático considerado masculino. Tais ideias, mesmo que de forma não explícita, trazem ainda consequências atualmente em que muitas meninas/mulheres não são tão incentivadas quanto os meninos/homens a estudarem/seguirem carreira na Matemática. A partir dessas constatações e pesquisas relacionadas à docência em Matemática e se ações de professoras e professores contribuem para a desigualdade de gênero na área da Matemática, este trabalho teve como objetivo conhecer as noções de estudantes de Licenciatura em Matemática a respeito de questões de gênero e desigualdade de gênero na Matemática em uma Universidade Estadual do Paraná. Primeiramente, foi realizado um levantamento bibliográfico na busca de artigos em revistas de Qualis (2016) A1 e A2, em Anais de eventos de Educação/Ensino de Matemática (e/ou Ciências), além de Teses e Dissertações no catálogo da Capes e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), a fim de encontrar trabalhos relevantes para esta dissertação que relacionassem os assuntos: gênero, Matemática e docência. Para coletar informações a respeito de noções de futuros professores de Matemática acerca das questões de gênero e Matemática, foi elaborado um questionário no Google Forms e disponibilizado aos respondentes que aceitaram participar desta pesquisa. Buscamos, para responder ao questionário, estudantes dos últimos dois anos de Licenciatura em Matemática da Universidade pública do Paraná. Ao todo obtivemos 11 questionários efetivamente respondidos. Para análise das informações obtidas foi utilizado o método de Análise de Conteúdo de Laurence Bardin (2016). Com base na análise realizada, percebe-se, pelas respostas dos estudantes no questionário, que o que eles sabem/conhecem/entendem a respeito das desigualdades de gênero na Matemática não é aprofundado e que não há, a partir das respostas, uma ideia clara do que seria o conceito de gênero, e as/os estudantes apresentam a ideia binária de feminino e masculino. Em relação às influências que docentes de Matemática podem ter nas desigualdades de gênero, as/os estudantes ficam divididos em “se as ações, crenças, falas de docentes influenciam” ou “se não influenciam” na perpetuação dessas desigualdades, além de ficarem divididos, também, em relação se é importante ou não para docentes de Matemática conhecerem a respeito de questões de gênero. Por fim, considera-se que as questões de gênero na Matemática ainda são pouco trabalhadas por não serem autoevidentes. Considera-se a evidência da realização de mais estudos que abordem essa temática, além da relevância em levar tais debates para a formação da/do docente de Matemática.
Aprendizagem docente em grupos: percepções de futuros professores de matemática
Ana Paula Moreira, Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 21/02/2022
Esta dissertação tem como objetivo descrever a aprendizagem docente de futuros professores de Matemática em grupos dos quais eles participaram durante a graduação. A temática que inspirou e orientou a pesquisa foram os focos da aprendizagem docente, em especial o foco comunidade. Em vista disso, assumimos o conceito de grupo proposto por Gallino (2005) para tratar dos grupos dos quais os sujeitos de pesquisas fizeram parte. Para tanto, realizamos entrevistas semiestruturadas com estudantes do curso de licenciatura em Matemática e selecionamos três sujeitos para a investigação. Com relação aos grupos, mostramos quais agrupamentos citados pelos entrevistados atendem às propriedades da definição de grupo, sendo elas: “qualidade comum” e “interação social”. Interpretamos os dados segundo os procedimentos indicados pela Análise de Conteúdo de Bardin (2011), de modo que a análise passou pelo processo dedutivo, para evidenciar que determinado agrupamento é um grupo, e pelo indutivo, para avaliar os discursos dos entrevistados. Mediante a observação, encontramos seis categorias: reflexão, metodologia, prática, coletivo, identidade e pesquisa. Em suma, concluímos que as categorias encontradas possuem similaridade com os focos de aprendizagem e que a participação em grupos reforça a aprendizagem da docência.
Teoria APOE e Teoria Antropológica do Didático: um olhar para o ensino de Álgebra Linear na formação inicial de professores de matemática (divulgação em 22/03/2023)
Mariany Layne de Souza, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 01/07/2020
Esta pesquisa, de natureza qualitativa, tem por objetivo desenvolver um Percurso de Estudo e Pesquisa, valendo-se da Teoria APOE e da Teoria Antropológica do Didático, para o ensino da Álgebra Linear na formação inicial de professores de Matemática. Para isso, propõe-se uma reestruturação do diálogo entre a Teoria APOE e a Teoria Antropológica do Didático, levando em consideração aspectos relacionados ao conhecimento matemático para o ensino e o conceito Sistema de Equações Lineares. Para atender o objetivo geral deste trabalho, o diálogo proposto nesta pesquisa apresenta os seguintes passos: identificar as referências básicas adotadas na disciplina; analisar um livro didático de Álgebra Linear presente na ementa do curso a ser pesquisado, olhando para as praxeologias e para as tarefas propostas com base na decomposição genética; desenvolver um Percurso de Estudo e Pesquisa para a formação de professores e analisar as produções escritas, seguindo a decomposição genética. Sendo assim, aplicou-se o Percurso de Estudo e Pesquisa para a formação de professores a uma turma do quarto ano de um curso de Licenciatura em Matemática de uma universidade pública localizada no norte do estado do Paraná. Essa aplicação foi realizada em quatro encontros com duração de duas horas aulas, nos quais se discutiu a questão geratriz do Percurso de Estudo e Pesquisa “como desenvolver o estudo de Sistema de Equações no Ensino Médio?” e como resultado final da aplicação os licenciandos produziram um plano de aula. Por meio da análise dos dados obtidos na aplicação do Percurso de Estudo e Pesquisa para a formação de professores, constatou-se a mobilização/desenvolvimento do conhecimento matemático para o ensino, dentre eles: o conhecimento especializado do conteúdo; conhecimento do conteúdo e do ensino; o conhecimento do conteúdo e dos estudantes e o conhecimento do conteúdo no horizonte. Evidenciou-se, por meio da análise, elementos do diálogo proposto, no que tange aos momentos didáticos do ciclo de Atividade, discussão em Classe e Exercícios. Diante do exposto, almeja-se que o diálogo sugerido contribua para reflexões a respeito do disciplina de Álgebra Linear na formação inicial de professores.