Teses e Dissertações
Palavra-chave: interações discursivas
Análise das Interações Discursivas na Elaboração de Conceitos de Divisão Celular
Regina Sayuri Ogawa, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 18/03/2019
O presente estudo propôs analisar as interações discursivas em aulas de
Ciências, com o intuito de avaliar como as interações podem contribuir para a
elaboração social do conhecimento científico, a partir da utilização de perguntas
sobre Divisão Celular em sala de aula, tendo o professor como o mediador do
conhecimento. É neste contexto que nos embasamos na teoria
sociointeracionista de Vygotsky para a realização desta pesquisa, almejando
responder às seguintes questões: como o professor pode conduzir as interações
discursivas, por meio de perguntas, para facilitar a aprendizagem e provocar um
conflito cognitivo nos alunos? Que tipos de perguntas o professor faz durante as
interações discursivas para a elaboração e construção do conhecimento? Para
responder tais indagações, foram realizadas análises das interações discursivas
e dos tipos de perguntas feitas pela professora sobre Divisão Celular, mais
especificamente da interfase, a mitose e a meiose, relacionando com eventos
que ocorrem nos seres vivos, como crescimento e o câncer, ocorridas em uma
turma de 8º ano do Ensino Fundamental, em um colégio da rede estadual de
ensino da cidade de Londrina, Paraná. Foram utilizadas sequências de imagens
da Divisão Celular para que as interações ocorressem. Para a análise das
interações discursivas foram utilizadas a ferramenta analítica de Mortimer e Scott
(2002) e a classificação de perguntas baseada no trabalho de Lorencini Jr
(1995). Ao final da análise foi possível evidenciar o padrão discursivo, como o
uso predominante da abordagem comunicativa interativo/de autoridade, bem
como a ocorrência de Zona de Desenvolvimento Proximal e conflitos cognitivos,
além do uso constante de perguntas classificadas como de explicação.
Aprendizagem da Conservação da Energia Mecânica à luz da Leitura Conotativa de um Signo Artístico
Cristiane Aparecida Corrêa, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 12/08/2016
A presente pesquisa tem por objetivo identificar os níveis de leitura semiológica
denotativa e conotativa realizados pelos estudantes durante uma aula de Física.
Para tal, estudantes de uma turma do terceiro ano do Ensino Médio foram
instigados, em um momento instrucional a estabelecer relações inventivas de modo
a associar elementos de uma obra artística com o conteúdo de Conservação da
Energia Mecânica. A metodologia instrucional tomou por base a alternância
discursiva dialógica e de autoridade. Valemo-nos da função estética do signo
artístico para atrair o estudante e fazer com que o mesmo refletisse, imaginasse e
expusesse suas ideias e interpretações. O trabalho parte do pressuposto que o
signo artístico é uma modo representacional profícuo para provocar e sustentar
interações discursivas com reflexos para o entendimento conceitual. Dois pontos
encaminharam a pesquisa: o primeiro refere-se à aplicação da prática conotativa de
um signo artístico, via alternância entre discurso dialógico e de autoridade, a qual
nos rendeu os dados para a pesquisa e propiciou maiores oportunidades de
aprendizagem, visto que, em razão da função estética presente na obra artística,
diferentes interpretações foram feitas pelos estudantes na tentativa de relacioná-las
com o conhecimento científico; o segundo, do lado do professor e fundamental para
condução da aprendizagem de conceitos científicos, consistiu na identificação do
nível de leitura realizada pelos estudantes durante aplicação da aula com signo
artístico, pois este funcionou como um indicativo da aprendizagem possibilitando a
identificação de quais questões precisavam ser retomadas, fornecendo um feedback
do ensino para professor. Os resultados apontaram que as associações conotativas
derivadas da estratégia aplicada transformaram a sala de aula em um ambiente
descontraído para o debate de ideias, favoreceu o engajamento dos estudantes ao
mesmo tempo em que funcionou como fio condutor para aprendizagem do conteúdo
ensinado
Interações discursivas e aprendizagem em Modelagem Matemática
Elaine Cristina Ferruzzi, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 19/04/2011
Esta pesquisa teve por objetivo “Investigar as interações que emergem durante o
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática na sala de aula”,
procurando identificar características que podem nos oferecer subsídios para
compreender o papel destas interações na aprendizagem dos alunos. Observamos
na literatura da área que diversas pesquisas têm sido realizadas tratando do
desenvolvimento de atividades de Modelagem em sala de aula, apresentando
argumentos favoráveis à sua inserção. Por outro lado, outras tantas sinalizam o
papel fundamental das interações para a aprendizagem do indivíduo, apresentando
características de interações que favorecem a aprendizagem. Diante disto, em
nossa pesquisa nos preocupamos em investigar se estas características estavam
presentes nas interações oportunizadas pela Modelagem em sala de aula. Com este
intuito desenvolvemos com um grupo de alunos de uma Universidade Tecnológica
Federal atividades de Modelagem Matemática. Com os dados obtidos da
observação, filmagem e gravação em áudio do desenvolvimento destas atividades e,
com base no referencial teórico adotado nesta pesquisa, concluímos que as
atividades de Modelagem Matemática contribuem com a ocorrência de interações
que possuem características que favorecem a aprendizagem dos alunos. Estas
características estão alinhadas com as condições elencadas por Noreen Webb,
Anna Sfard, Mortimer e Scott (2002) e Alro e Skovsmose (2006). Respeitando-se as
limitações desta pesquisa concluímos que as interações oportunizadas pelo
desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática contribuem
significativamente para a aprendizagem do aluno.
Investigações sobre as interações discursivas na elaboração do conhecimento de densidade nas aulas de ciências
Zoraya Lúcia Dalossi Picelli, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 28/07/2011
Este estudo teve como principal objetivo investigar as interações discursivas construídas pelas
perguntas do professor e pelas respostas dos alunos na elaboração do conhecimento sobre
Densidade nas aulas de Ciências da 9ª série do ensino fundamental de uma escola da rede
pública estadual do município de Andirá (PR). Foram realizadas transcrições das interações
discursivas áudio-gravadas, ocorridas durante as atividades desenvolvidas que serviram como
registro de dados para posterior análise. A análise dos resultados obtidos foi realizada sob a
perspectiva sócio construtivista vygotskyana, tendo a ferramenta analítica das interações
discursivas adaptada dos estudos de Mortimer e Scott (2002), bem como uma análise
interpretativa cognitivista baseada na Aprendizagem Significativa ausubeliana dos possíveis
efeitos das interações discursivas na atribuição, negociação e compartilhamento dos
significados do conceito de Densidade. Com base nesses pressupostos, a investigação
identificou as diferentes formas de abordagens comunicativas de interação professor-aluno,
bem como, analisou a relação e o impacto da utilização desses diferentes padrões sobre a
participação efetiva dos alunos nas interações discursivas e seus efeitos sobre o processo de
elaboração do conhecimento; verificou a utilização das perguntas como ferramenta tanto na
criação, como na forma de ajuda ou andaime na ampliação da Zona de Desenvolvimento
Proximal (ZDP) do aluno; averigou as situações de conflito sócio-cognitivo nos alunos
provocadas pelas perguntas do professor, e as implicações na elaboração do conhecimento. Os
resultados obtidos indicam que as interações discursivas com conflitos sócio- cognitivos,
ajudas/andaimes e ampliações da ZDP promovidas tanto pelo professor como pelos alunos de
modo coletivo, possibilitam a construção de significados sobre o conceito de Densidade.
Podemos considerar ainda que os alunos atribuíram significados ao conceito com ajuda do
professor, no sentido de se aproximar do conhecimento científico, no entanto, em
determinados contextos das atividades ocorreu um regressão das concepções para aquelas
primeiramente apresentas. Portanto, os resultados indicam um movimento cognitivo de
progresso e regressão, isto é, aproximações e distanciamentos dos significados construídos
durante a ZDP, do conceito de Densidade. Consideramos que as interações discursivas com
intervenções do professor no sentido da negociação dos significados, sem prevalecer um
discurso de autoridade, possibilitam essa dinâmica da elaboração do conhecimento profícua
para o desenvolvimento de habilidades cognitivas para construção de significados.
As interações discursivas nas aulas de Ciências das séries iniciais e a elaboração do conhecimento biológico
Rosangela dos Santos Ferreira , Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 15/12/2006
Este estudo investiga a influência dos materiais didáticos utilizados pelo professor, as
interações discursivas entre professor e os alunos, e entre alunos promovidas nas aulas de
Ciências das séries iniciais do Ensino Fundamental na elaboração do conhecimento
biológico. Nesse sentido, a investigação se baseia em encontrar respostas para as
seguintes questões: 1) Qual a relação entre os conhecimentos prévios e a atribuição de
significados na elaboração do conhecimento científico? 2) Qual o papel e a influência do
elemento material didático, professor, aluno e a interação discursiva no processo ensino-
aprendizagem? 3) Qual o papel do discurso do professor no decorrer do processo de
construção de conhecimento dos alunos? 4) Como as zonas de desenvolvimento proximal
possibilitam a elaboração do conhecimento? Para responder essas questões, investigamos
as quatro séries iniciais de uma escola do Ensino Fundamental do município de Londrina,
Paraná, nas quais foram coletados registros por meio de transcrições das interações
discursivas entre a professora e os alunos e entre aluno-aluno. As aulas foram vídeo
filmadas e com base nos resultados, podemos considerar que as interações dos alunos
com o material didático, tais como: minhoca, banana, Elódea, entre outros, desencadeou
interações discursivas entre os alunos e a professora, no sentido da resolução das
situações-problema. O discurso interativo favoreceu o envolvimento do aluno na
resolução da tarefa, melhorando a qualidade das interações sociais e permitindo avaliar o
processo de ensino aprendizagem. As ZDPs criadas possibilitaram a elaboração do
conhecimento, na medida em que atuaram como ajuda durante as interações discursivas,
nas quais o professor estabeleceu relações entre o que o aluno já sabe e os significados
atribuídos ao novo conhecimento. As interações discursivas promoveram a negociação e
compartilhamento de significados, propiciando a configuração de um ambiente
comunicativo, no qual os conhecimentos prévios dos alunos foram compartilhados nos
seus sentidos e significados. Apesar das concepções prévias dos alunos não terem sido
efetivamente “transformadas”, elas foram evidenciadas, ocorrendo um compartilhamento
de idéias, por meio da negociação, possibilitando a assimilação dos novos significados
para a maioria dos alunos da sala.
Análise dos Padrões Discursivos de um Professor de Ciências do Ensino Fundamental
Nancí Miksza Vivian , Prof. Dr. Marcelo Alves Barros
Data da defesa: 10/03/2006
Este trabalho tem como objetivo analisar os padrões discursivos de um professor de
ciências em aulas de conhecimento físico. Nessa pesquisa foram analisados episódios
extraídos de uma sequência de cinco aulas com alunos do 3º ciclo (5ª série) do Ensino
Fundamental de uma escola pública do município de Jandaia do Sul – Paraná/Brasil. Os
dados foram coletados mediante gravações em vídeo nas quais os alunos trabalharam
organizados em grupos. Para a análise dos dados utilizou-se uma estrutura analítica
idealizada por Mortimer e Scott (2002), que possibilita a investigação dos seguintes
aspectos: intenções do professor; conteúdo do discurso; abordagem comunicativa;
padrões de interação e intervenções do professor. Ao final da análise foi possível
evidenciar os padrões discursivos que emergiram da interação entre professor e alunos e
como a abordagem comunicativa e os padrões de interação, promovidos pelo professor,
encaminharam o aluno na (re)estruturação de suas ideias e na busca de soluções para
um problema proposto em sala de aula.