Teses e Dissertações
Palavra-chave: ensino de física
Uma Abordagem Histórico-didática com Auxílio de Multimídias para o Ensino de Partículas Elementares no Ensino Médio
Marcia da Costa, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 04/03/2015
Esta pesquisa investigou as potencialidades de uma abordagem histórico-didática a respeito
de um tema de Física Moderna, com auxílio de multimídias, no Ensino Médio. Pesquisas
evidenciam que a História e Filosofia da Ciência, bem como o estudo de tópicos de Física
Moderna, podem levar a uma compreensão adequada da natureza do conhecimento científico.
Com base nesses argumentos foi construída e aplicada uma Unidade Didática contemplando o
estudo de um tópico de Física Moderna por meio de uma abordagem histórico-didática que
levou em consideração princípios da Aprendizagem Significativa. Procurou-se observar
possíveis indícios de alterações nas noções dos alunos investigados a respeito da Natureza da
Ciência e de conteúdos científicos específicos. Foram utilizados como instrumentos de coleta
de dados, a Unidade Didática, questionários, mapas conceituais e anotações feitas pela
pesquisadora. Optou-se por fazer uso dos procedimentos da Análise de Conteúdo como
instrumento de análise dos dados. Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa de cunho
interpretativo, cujas principais etapas foram: o levantamento bibliográfico relacionado aos
temas envolvidos, elaboração de um texto teórico conceitual a respeito do tema Partículas
Elementares, levantamento dos conhecimentos prévios em relação aos assuntos abordados,
construção e aplicação da Unidade Didática, tomada e análise de dados. Com base nos
resultados obtidos, constatou-se que a proposta didática contribuiu para a compreensão de
conteúdos relacionados à Física de Partículas, para a construção de noções reais e abrangentes
a respeito da Natureza da Ciência, bem como possibilitou gerar indícios de Aprendizagem
Significativa.
Estratégia de ensino multirepresentacional aplicada para o desenvolvimento do conceito de medição
Paulo Sérgio de Camargo Filho, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 24/10/2014
Esta estudo explora o potencial didático de uma estratégia de ensino
multirepresentacional aplicada em um laboratório didático, com a finalidade de
desenvolver habilidades analíticas associadas aos procedimentos de coleta,
processamento e comparação de dados experimentais dentro do Paradigma de
Conjunto. A estratégia é amparada pelo contemporâneo modelo de ensino por meio
de múltiplas representações, o qual tem por objetivo proporcionar aos alunos um leque
de oportunidades para construir o conceito científico de medição. Com base nessa
estratégia de ensino investiga-se o caminho conceitual dos estudantes na tentativa de
passarem do Paradigma Pontual para o Paradigma de Conjunto, acompanhando a
aprendizagem em um domínio no qual as estruturas pré-instrucionais conceituais dos
alunos devem ser fundamentalmente reestruturadas, a fim de permitir a compreensão
do conhecimento pretendido, isto é, a aquisição de conceitos e procedimentos
científicos relacionados ao Paradigma de Conjunto. A pesquisa foi realizada em um
ambiente laboratorial com quatro grupos de estudantes da graduação em Física. O
método de estudo da pesquisa combina aspectos quantitativos e aspectos qualitativos
em três momentos de avaliação comparáveis, que o caracterizam como um estudo
longitudinal. Convenientes análises estatísticas foram realizadas entre o desempenho
apresentado nas avaliações de cada grupo de forma a classificar as mudanças nas
ações e raciocínios do Paradigma Pontual para o Paradigma de Conjunto. Os
resultados desta pesquisa indicam que o aporte metodológico baseado nas
Categorias de Compreensão Conceitual da Medição proporciona um refinamento
analítico para além dos paradigmas da medição, procurando avançar em relação às
pesquisas em Ensino de Física ligadas à compreensão conceitual dos estudantes
frente a uma situação experimental. Por meio de tal referencial, acompanharam-se as
alterações nas categorias do Paradigma Pontual, as quais foram essencialmente
reformuladas para o desenvolvimento de conceitos e procedimentos científicos
relacionados ao Paradigma de Conjunto.
História da Ciência e Construção do Conhecimento Pedagógico do Conteúdo Relatividade na Formação de Professores de Física
Adriano José Ortiz, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 28/03/2014
Inúmeros são os trabalhos que defendem a necessidade de um Ensino de Física
contextualizado, o qual envolva conceitos que os alunos vivenciem no cotidiano e que
também os estimulem a pensar em Ciência de uma forma crítica. Nesse contexto, o ensino
de conceitos referentes à Física Moderna e Contemporânea se mostra relevante. Entretanto,
apenas inserir tais conteúdos no Ensino Médio não é suficiente, é necessário que os
professores desenvolvam abordagens conceituais e metodológicas adequadas para ao
tema. Considerando isso, voltamos a nossa atenção para a formação inicial de professores
de Física, observando que entre as dificuldades indicadas está uma formação centrada na
racionalidade técnica, que acaba refletindo uma formação de bacharelado com
complementos pedagógicos, ignorando que as duas profissões possuem características
profissionais diferentes. Dessa forma, esta pesquisa investiga a construção de uma
Sequência Didática adaptada que visa a elaboração de abordagens metodológicas para o
ensino de Relatividade com um enfoque histórico por professores em formação inicial, bem
como noções de docentes que atuam no Ensino Superior a respeito da sua pertinência e
adequação teórico metodológica. Assim, construímos uma sequência propondo um
envolvimento entre teoria e prática, potencialmente possibilitando ao futuro professor uma
abordagem crítica, que considere os diferentes contextos em que ele poderá atuar. Os
aportes teóricos investigados para a construção dessa sequência foram o Conhecimento
Pedagógico do Conteúdo (CPC) e a Base de Conhecimentos, a Aprendizagem Significativa
Crítica e a História da Ciência. Para a obtenção das noções docentes, foi elaborado um
questionário com nove questões, embasadas em nossos referenciais teórico-metodológicos
e decodificadas intersubjetivamente pelos integrantes do grupo de pesquisas Investigações
em Filosofia e História da Ciência, e Educação em Ciências e Matemática (IFHIECEM). A
análise dessas respostas se deu por meio de uma análise de conteúdo, sendo que
desenvolvemos Unidades de Contexto e Unidades de Registros, também decodificadas
intersubjetivamente pelo grupo IFHIECEM, que possibilitaram a unitarização e inferências
com relação as respostas
Matematização e Ensino de Física: uma discussão de noções docentes
Gabriela Helena Geraldo Issa Mendes, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 10/02/2014
Este trabalho procura investigar o papel da matematização na Física e no seu ensino
segundo professores de Física. Estudos evidenciam que noções de História e
Filosofia da Ciência são importantes para a formação do professor. Dessa forma,
procuramos estabelecer alguns elementos que demonstram a presença de tais
noções na estruturação do conceito de matematização, o papel desempenhado pela
Matemática no ensino de Física e seus desdobramentos. Para isso, os referenciais
teóricos explorados nesta investigação envolvem as pesquisas a respeito da História
e Filosofia da Ciência, formação do professor e dos saberes necessários para
ensinar e as discussões epistemológicas a respeito do processo de matematização
na construção do conhecimento físico. A análise de conteúdo foi escolhida como o
instrumento de análise dos dados desta investigação. A pesquisa é qualitativa de
cunho interpretativo, em que as etapas principais foram: o levantamento bibliográfico
relativo aos temas estudados; uma síntese histórica do processo de matematização
do pêndulo simples, a fim de exemplificar um conteúdo matematizado; a construção
do instrumento de coleta de dados (questionário aberto); a coleta de dados, na qual
dez professores que lecionam disciplinas de Física responderam ao questionário; a
análise desses questionários, que resultou na estruturação de unidades temáticas
que evidenciam as noções dos professores a respeito da matematização e do papel
da Matemática no ensino de Física.
Estratégia de ensino para o aumento de acurácia das medidas experimentais no ensino médio
Ana Claudia Força, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 28/06/2012
As atividades experimentais em Física, tanto quantitativas quanto qualitativas,
constituem importante ferramenta educacional quando estruturadas em bases
educacionais e epistemológicas claras, devidamente conduzidas. Pesquisas acerca
de atividades experimentais que abordam medições apontam que alunos, seja do
ensino médio, seja do universitário, carregam interpretações a respeito de medidas
que são condizentes com o Paradigma Pontual e podem comprometer momentos de
instruções pedagógicas. O presente trabalho, portanto, tem o objetivo de investigar
uma estratégia de ensino inspirada na proposta de Millar (1987) em que alunos que
conhecem de antemão o resultado da medida a ser encontrada experimentalmente a
obtém com melhor acurácia do que alunos que a desconhecem. Para isso, sessenta
alunos do primeiro ano do ensino médio de um colégio estadual, do município de
Colorado-PR, realizaram duas atividades experimentais. Ao final, verificou-se que os
alunos submetidos à estratégia investigada obtiveram medidas com melhor acurácia
que os alunos não submetidos a ela, assim como apresentaram um conjunto de
comportamentos e atitudes que confirmam as hipóteses do trabalho. Essa estratégia
propicia a discussão relativamente a flutuações, incertezas e médias, ideias que se
ajustam ao Paradigma de Conjunto. Por conseguinte, a estratégia em questão
contribui de maneira positiva na construção do conceito de medição por parte dos
estudantes.
Dificuldades Semióticas na Construção de Gráficos Cartesianos em Cinemática
Paulo Sérgio de Carvalho Filho, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 11/01/2011
O estudo propõe um referencial analítico para a investigação do desempenho de estudantes na
produção manual de gráficos cartesianos a partir de tabelas, combinando a perspectiva dos
registros de representação semiótica de Raymond Duval e os níveis de processamento da
informação gráfica de Postigo e Pozo (2000). Com base no referencial analítico, um estudo de
caso foi realizado, considerando para tal fim as produções escritas e entrevistas
complementares de estudantes de licenciatura e bacharelado em Física de uma universidade
estadual pública do norte do estado do Paraná. Para a análise, as etapas de produção do
gráfico cartesiano foram divididas em três grupos de ações e associadas às atividades
cognitivas semióticas respectivas a cada uma delas. Os resultados permitiram classificar o
domínio semiótico da representação gráfica dos estudantes com um grau de refinamento
analítico superior aos propostos pelos últimos autores.
Análise das crenças de eficácia dos professores de Física do Ensino Médio.
Fabio Ramos Silva, Prof. Dr. Marcelo Alves Barros
Data da defesa: 15/12/2007
Esse trabalho tem como objetivo analisar as Crenças de Eficácia de
Professores de Física do nível médio. Para isso, foi necessário a elaboração de
um instrumento de coleta de dados, um questionário do tipo Likert. A nossa
amostra consistiu num numero de cento e trinta e seis sujeitos. Utilizamos a
Teoria Social Cognitiva de Albert Bandura como fundamentação teórica. Os
dados coletados foram submetidos a aplicação de alguns testes estatísticos,
como testes de correlação, teste Kruskal-Wallis e analise fatorial exploratória
com o objetivo de estudar a validade do instrumento utilizado e analisar as
Crenças de Eficácia dos Professores, estabelecendo associações entre os
itens do questionário e entre os constructos apresentados e algumas variáveis
independentes. Como resultados destacamos: os indícios de validade do
instrumento de coleta de dados, a correspondência com resultados de
importantes pesquisas, os fatores influenciadores dessas crenças no contexto
do ensino de Física no ensino médio e a associação de fatores motivacionais
com a formação do professor de Física
A Física de Partículas Elementares nos Cursos de Licenciatura em Física
George Francisco Santiago Martin, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 28/08/2005
Este trabalho estuda os cursos de formação inicial do professor de Física. Para iniciá-lo,
buscamos as bases e os direcionamentos da educação brasileira. Em documentos oficiais do
Ministério da Educação, analisamos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), e as
Diretrizes Curriculares para orientar a estrutura do Ensino Superior. Nesse estudo, o
enfoque recai sobre a Física de Partículas Elementares (FPE) e sobre o Modelo Padrão,
entendendo que estes tópicos propiciam uma ampla visão das interações fundamentais da
natureza e seus desdobramentos. Diante da percebida importância, investigamos o quanto e
como a Física Moderna e Contemporânea é abordada no ensino superior; e no caso de sua
não-ocorrência, o motivo pelo qual isso não é realizado. Considerando que sua
aprendizagem efetiva depende de noções sobre a constituição elementar da matéria e da
astrofísica, tornado indispensável o domínio dos conhecimentos de Física de Partículas
Elementares, verificamos tais conteúdos como efetivamente previstos pelas Diretrizes
Curriculares dos cursos de licenciatura em Física, mas conforme o depoimento de alguns
coordenadores dos mesmos, nem sempre há tal prática. Em seguida, apresentamos uma
análise das grades curriculares de alguns desses cursos em instituições como a
Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade
de Londrina (UEL). Os resultados mostram que, mesmo nos cursos já reformulados, a
incidência da Física Moderna e Contemporânea ainda é relativamente baixa, denotando a
necessidade de se estudar sua importância nas estruturas curriculares. Finalmente,
propomos um currículo alternativo para as licenciaturas em Física estruturado na metáfora
de rede (MACHADO< 1995), buscando uma articulação entre os conteúdos, disciplinas e
uma abordagem contemporânea, de modo a oferecer uma melhor formação inicial ao futuro
professor.
Um estudo comparativo entre avaliação tradicional e alternativa no ensino de Ciências
Luiz Carlos Vidotto, Prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú
Data da defesa: 20/05/2004
Partindo da hipótese de que ao se inserir avaliações alternativas que incentivem atitudes,
procedimentos e a análise conceitual são uma forma de promover também uma melhor
avaliação em provas convencionais, este trabalho mostra um estudo em que se observa uma
correlação estatística no desempenho de alunos em avaliações convencionais e alternativas,
corroborando a hipótese de partida. Também foram feitos testes de análise de variância dos
dados e de análise de clusters. Os resultados do estudo mostram que os métodos
alternativos de avaliação são mais homogêneos e estáveis, quando comparados com
métodos tradicionais.
A tensão essencial na formação do professor de física: entre o pensamento convergente e o pensamento divergente
Michele Hidemi Ueno, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 27/02/2004
Este trabalho traz uma reflexão acerca da formação inicial, do professor de física. Fizemos um estudo com alguns estudantes do curso sobre as razões que fundamentam as suas opções pelo curso de física da Universidade Estadual de Londrina, bem como a respeito dos
fatores que exerceram influência positiva para a sua permanência e os obstáculos, que eles
enfrentaram no transcorrer da graduação. O estudo foi motivado pela constatação da baixa
terminalidade desse cursos, em relação a outros oferecidos pela mesma instituição, que
parece ser uma característica geral dos cursos de física no Brasil. As análises foram
baseadas nos referenciais teóricos de Gaston Bachelard e Thomas S. Khun. Bachelard traz a
idéia de obstáculos epistemológicos - resistências que dificultam o aprendizado científico.
Nas entrevistas pudemos constatar a existência de vários obstáculos para a formação do
professor de física; porém, nos detivemos em apenas dois deles: as dificuldades
relacionadas a resolução de problemas em física e o relacionamento aluno-professor. Ao
final, inspirados em Thomas Kuhn, foi possível compreender a aformação do professor de
física como se situando entre duas formas distintas de pensamento. Por um lado, os
professores enquanto físicos, devem ser iniciados em uma forma convergente de pensar o
mundo, pois a aprendizagem científica, conforme expressa por Kuhn consiste basicamente
na exposição sistemática do aprendiz aos exemplares, aos paradigmas partilhados pela
comunidade científica, cujos pressupostos não são em nenhum momento postos em dúvida.
Por outro lado, ao ir para a sala de aula, o futuro professor depararar-se-á com uma outra
realidade, cuja análise exige um tipo de pensamento, que poderíamos chamar de divergente,
pois: o "objeto" de suas reflexões (o aluno) não pode ser pensado a partir de paradigmas
bem definidos; os problemas com os quais ele encontrará não parecem ter uma única
solução; além disso, não parece haver uma única metodologia que garanta um aprendizado
significativo para todos os alunos. Ou seja, a formação do professor de física envolve a
iniciação do aluno a ambos os tipos de pensamento: o convergente e o divergente.
Parafraseando Kuhn, poderíamos dizer que essa seria a "pensão essencial" presente na
formação do professor de física.