A Evolução como o Eixo Integrador da Biologia: análise das visões de professores quanto a uma proposta pedagógica
PEDRO LEONARDO GUARILHA COLLI, Profa. Dra. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 20/04/2022
Ainda que a comunidade científica defenda que a Evolução Biológica (EB) é o eixo central e unificador das Ciências Biológicas e que, portanto, deveria ser ensinada desta maneira, constata-se que não é o que vem acontecendo no ensino de Biologia, em especial na Educação Básica. Discute-se diversos motivos para que isso ocorra, mas um que constantemente se destaca é que as e os professores da disciplina de Biologia não são formados de modo a compreender e abordar o assunto por esta perspectiva. Assim, este trabalho buscou reconhecer e compreender as visões de docentes de Biologia ao analisarem uma Unidade de Ensino Potencialmente Significativa (UEPS) desenvolvida com a finalidade de ser um ponto de partida para um ensino de Biologia permeado e integrado pela EB. Para isso, 11 professoras e professores de Biologia atuantes no Ensino Médio foram investigados, processo que se iniciou com um questionário prévio, passando pela leitura de um material de apresentação da proposta e sendo finalizado com uma entrevista semiestruturada. Os resultados, tratados e interpretados conforme a análise de conteúdo de Bardin (2016), mostraram que a maioria das e dos participantes não conhecia formalmente o conceito de EB como o eixo integrador do conhecimento biológico e, assim, não o praticava em sala de aula. Por outro lado, especialmente após a leitura do material, grande parte delas e deles demonstraram compreender e concordar com a relevância desta ideia para a Biologia e seu ensino. Ademais, uma parcela expressiva das e dos docentes manifestou o entendimento de que a implementação da unidade didática seria viável e que ela teria potencial para ser o primeiro passo na construção de um pensamento evolutivo pelos estudantes que permitisse o desenvolvimento de um ensino de Biologia pautado e integralizado pelo fenômeno evolutivo. Entende-se, portanto, que é fundamental que as e os educadores de Biologia sejam formados para trabalharem a Evolução Biológica numa perspectiva integradora dos conteúdos biológicos, sendo a UEPS analisada um potencial ponto de partida para isso, além de possuir potencial formativo com relação às ideias e metodologias de ensino e aprendizagem propostas.
Obstáculos epistemológicos e pedagógicos em relação à adaptação biológica: conceitos e propostas pedagógicas
Paola Sussai Luz Cezare, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 08/03/2016
Este trabalho apresenta um estudo a respeito do conceito de Adaptação dos Seres Vivos. O trabalho foi construído no formato de multipaper. No primeiro artigo intitulado A Epistemologia de Bachelard e a Construção do Conceito de Adaptação das Espécies, apresentamos uma retomada histórica da construção do conceito de adaptação, no qual utilizamos o referencial de Gaston Bachelard para evidenciar a origem de certos obstáculos epistemológicos. No segundo artigo intitulado A transição do Habitat Aquático Para o Terrestre Pelos Vertebrados Sarcopterígios: Uma Proposta de Seleção de Conteúdos Baseada em Conceitos Estruturantes partimos da noção de Adaptação como conceito estruturante, para identificar como esse conceito estruturante se articula com os conceitos auxiliares, contemplando tanto a biologia evolutiva como a funcional. O terceiro artigo possui o formato capítulo, este foi intitulado Superando Obstáculos Epistemológicos e Pedagógicos: Sequência Didática da Construção Histórica do Conceito de Adaptação e a Narrativa Histórica da Transição do Ambiente Aquático Para o Terrestre Por um Grupo de Vertebrados, aqui propomos uma sequência didática baseada nos dois artigos anteriores, como meio de superar obstáculos pedagógicos que surgem na dinâmica da construção do conhecimento em sala de aula.
Formação complementar de professores de Ciências Biológicas: análise de um curso de atividades práticas envolvendo os conteúdos de Genética, Evolução e Biotecnologia
Egláia Carvalho, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 13/03/2015
A presente pesquisa buscou analisar curso de formação complementar de atividades Práticas de Genética, Evolução e Biotecnologia, e investigar suas possíveis contribuições nas necessidades formativas de professores e também criar um espaço com intuito de discutir conceitos e propostas para o trabalho docente em sala de aula. Assim, tanto participantes de formação continuada como participantes de formação inicial puderam presenciar atividades práticas envolvendo os temas propostos, motivo pelo qual denominamos o curso de formação complementar. O curso consistiu em três encontros aos sábados, com duração de oito horas cada. Os objetivos foram avaliar, qualitativamente, a importância de abordar temas com atividades práticas em sala de aula e os pressupostos e perspectivas para elaboração e condução de atividades práticas com esses temas, que possam contribuir para o trabalho em aula. Para definir o perfil dos participantes, bem como a estrutura dos locais onde desenvolvem suas atividades docentes, e suas compreensões anteriores ao curso sobre atividades práticas, foi utilizado um questionário semiestruturado. Para constituição dos dados foi realizada a gravação em áudio e vídeo dos três dias de curso, bem como realizada entrevista com os participantes ao final de cada dia de curso, para elucidar questões que surgiram durante as análises dos dados. Os dados foram analisados e categorizados qualitativamente de acordo com a Análise de Conteúdos baseada em Bardin (1979), que permitiu desta forma chegarmos a algumas conclusões. Os resultados apontaram que trabalhos dessa natureza representam grande relevância no contexto atual de ensino, pois influencia domínio do conteúdo específico relacionado aos temas recentes da Genética, Evolução e Biotecnologia, envolvendo os participantes em atualização de conceitos e metodologias, que poderão refletir em sua prática docente