Análise da dinâmica de um grupo de aprendizagem em ciências no ensino fundamental
Zenaide de Fátima dante correia rocha, Prof. Dr. Marcelo Alves Barros.
Data da defesa: 09/11/2005
Este trabalho pretende investigar os vínculos de diferentes naturezas que se estabelecem nos grupos em situações de ensino e, ao mesmo tempo, compreender a maneira como se estruturam para a realização de suas tarefas. Descreve a dinâmica de um grupo constituído por quatro alunos entre 9-10 anos de idade em uma oficina de ciências. O referencial teórico utilizado para análise e interpretação dos dados é de orientação psicanalítica, particularmente a Teoria do Vínculo de Pichon-Rivière. A análise dos dados focaliza os vínculos estabelecidos pelo grupo com a atividade, com a professora e entre seus membros, assim como os papéis assumidos pelos alunos na realização das atividades propostas pela professora. Conclui apontando alguns subsídios para o professor planejar sua intervenção, refletir sobre seu papel como líder e coordenador do trabalho em sala de aula, no sentido de favorecer a aprendizagem em situações nas quais as tarefas são realizadas em grupos
Um Estudo sobre a Função do Técnico de Laboratório Didático de Ciências
Ferdinando Vinicius Domenes Zapparoli, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 31/08/2005
O trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a função do técnico do laboratório didático na Universidade Estadual de Londrina. A pesquisa procurou entender qual é a identidade ocupacional dos técnicos de laboratório. O pensamento do técnico em relação à sua atividade ocupacional, a sua relação com os seus pares, com os docentes, com os alunos e com o seu laboratório e/ou equipamento, norteiam a pesquisa, pois esses fatores influenciam diretamente a sua identidade ocupacional, isto é, a autopercepção da sua função e das expectativas que os demais indivíduos de relação a ele. Para essa análise foram realizadas entrevistas com técnicos de laboratório de Física, Química e Biologia, com curso superior na área em que atuam. Os resultados iniciais indicam que os funcionários que atuam no laboratório reconhecem a sua importância para o funcionamento do mesmo, para a melhoria do aprendizado dos alunos, para o seu desenvolvimento ocupacional e até mesmo para a sua vida, entretanto, apresentam dificuldades para descrever a sua identidade ocupacional. Os referenciais usados foram: a relação com saber, descrita por Charlot, as perspectivas do que é um laboratório didático e a sua função, a identidade pessoal e ocupacional, por Bohoslavsky e a captura por discursos. A relação entre o técnico e o colega, o docente, ou os alunos da instituição afeta profundamente essa identificação. Por esse motivo, as respostas foram categorizadas desse modo. Com base nessas informações, procuramos defender a idéia que o técnico é aquele que ajuda na construção do ambiente de aprendizagem, que prepara o alicerce, a base da aula prática do professor, adaptando as atividades de tal modo que elas possam dar uma idéia mais completa de um determinado paradigma.
Um estudo das concepções alternativas presentes em professores de ciências de 5ª série do ensino fundamental sobre fases da lua e eclipses
Deolinda Puzzo, Prof. Dr. Rute Helena Trevisan Lattari
Data da defesa: 16/05/2005
Este trabalho é o resultado de uma investigação sobre as concepções alternativas e as dificuldades quanto ao conteúdo e metodologia usada em sala de aula, por professores de Ciências de 5ª série do Ensino Fundamental, sendo todos da rede pública de ensino. A pesquisa teve como objetivo identificar as concepções alternativas dos professores e as implicações das mesmas para o ensino de Ciências priorizando o ensino e aprendizagem relativa ao conteúdo de fases da Lua e eclipses. Como a fonte de pesquisa utilizada pelos professores para desenvolver esse conteúdo, na maioria das vezes, é o livro didático, esse estudo contemplou um capítulo sobre as falhas existentes nos mesmos, de acordo com o PNLD. As concepções identificadas na fala dos professores foram analisadas num estudo comparativo, utilizando os resultados obtidos por outros pesquisadores. A metodologia utilizada constituiu-se de uma pesquisa qualitativa e os dados foram obtidos por meio da realização de entrevistas semi-estruturadas. Para melhor compreensão e análise das concepções, a investigação do tema fases da Lua e eclipses foi dividida em: formação do professor; mitos e crendices populares; metodologia utilizada pelo professor no ensino desse tema; os conceitos das fases da Lua e eclipses. Os diagramas elaborados pelos professores durante a entrevista foram analisados de acordo com as regularidades. Os resultados mostraram que os professores possuem concepções ora compatíveis com o conhecimento científico, ora incompatíveis. Assim, concluímos que é necessário um conhecimento mais elaborado desse tema para superar essas concepções e chegar ao conhecimento científico.
As Atividades sobre Sexualidade Aplicadas Transversalmente nas Aulas de Ciências: Limites e Possibilidades
Maria de Fátima Lopes Garcia, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 31/03/2005
O presente estudo tem como principal objetivo investigar as possibilidades e os eventuais limites da inserção transversal da temática da sexualidade no currículo escolar, como orientam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). A coleta de dados foi realizada a partir do desenvolvimento de atividades sobre a sexualidade em aulas de Ciências com alunos da 7ª série do ensino fundamental de uma escola pública do município de Londrina (PR). Primeiramente, foram realizadas seqüências de atividades que envolviam aspectos culturais da sexualidade como: “ficar”, namorar, gravidez precoce e/ou indesejada, masturbação, homossexualidade, relações de gênero, entre outros, para posteriormente desenvolverem-se os conteúdos da anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor humano. As atividades foram analisadas diante de suas contribuições e limitações, no que tange aos objetivos e encaminhamentos metodológicos consolidados no documento do tema transversal Orientação Sexual dos PCNs e de acordo com as contribuições e com limitações da educação dos valores morais, relativamente ao exercício da ética democrática para o aperfeiçoamento da cidadania. Os resultados obtidos indicam que o professor pode desenvolver os temas da sexualidade por meio de atividades, as quais devem abordar e integrar os aspectos educacionais, éticos e culturais. No entanto, as atividades sobre a “cultura da sexualidade” não motivaram, de forma consistente, o aluno a se interessar pelos aspectos biológicos da sexualidade humana. As atividades de debates, as simulações, relatos individuais, leitura de textos e depoimentos, permitem a interação entre professor e alunos e contribuem para o raciocínio moral do aluno, promovendo o juízo de valores na tomada de decisões e no fomento da construção autônoma de valores. É possível desenvolver o conteúdo da sexualidade como um processo em construção, em que o aluno é sujeito ativo na construção do seu conhecimento mediado pelo professor. As atividades sobre sexualidade possibilitam o desenvolvimento do seu raciocínio moral, mas não garante que o adolescente exerça, no contexto do seu cotidiano, uma correspondente ação moral. Portanto, os limites da educação sexual na escola terminam onde começam os limites da educação sexual transmitida pela família do aluno e pelo seu convívio social.
A Educação Sexual na Escola e as Tendências da Prática Pedagógica dos Professores
Mateus Luiz Biancon , Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 30/03/2005
O presente estudo é o resultado das investigações acerca das tendências e dificuldades pedagógicas dos professores do 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental, enfatizando os professores de Ciências, em desenvolverem em sala de aula a temática da sexualidade. Através de entrevistas semi-estruturadas audiogravadas, os dados foram obtidos em quatro escolas da rede pública de Ensino Fundamental do município de Londrina-PR. As falas dos professores foram analisadas qualitativamente e categorizadas quanto à natureza das dificuldades. Estas tendem em práticas educativas desenvolvidas com os alunos, nas quais a sexualidade é tratada sob o enfoque de uma ‘biologização’ da sexualidade. Para os professores, os aspectos biológicos da sexualidade são suficientes para a construção da sexualidade dos alunos. Admitem que as informações de cunho biológico dão conta da conscientização sobre eventuais problemas que os adolescentes enfrentam acerca da sexualidade. Portanto, consideramos que a Formação Inicial e Continuada de professores de Ciências e de outras áreas possui uma lacuna quando se trata do desenvolvimento da referida temática. As tendências e dificuldades identificadas neste estudo servem para balizar os conteúdos de um programa de formação de Educadores Sexuais, em que os assuntos não estejam restritos à biologia do aparelho reprodutor, mas sejam ampliados pelos aspectos sociais, culturais, éticos, filosóficos e outros. Deste modo, são os aspectos socioculturais e psicológicos, em conjunto com a biologia, que dão sentido à sexualidade e capacitam os professores para desenvolverem esta temática em sala de aula.
Um estudo sobre a relação com o saber e o gostar de matemática, química e biologia
Alessandra Guizelini, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 21/02/2005
Este trabalho tem por objetivo compreender a relação de alguns estudantes com o saber em Ciências e Matemática, focalizando uma situação particular dessa relação, marcada pelo gostar de Matemática, de Química ou de Biologia. Em busca de informações relevantes para a pesquisa, foram entrevistados 15 estudantes, sendo 5 de cada área considerada. Foram utilizadas entrevistas semi estruturadas através das quais se questionava o estudante sobre as razões de sua opção pelo curso universitário que frequenta. Entre os motivos apontados pelos estudantes, invariavelmente, aparecia o gostar como motivo forte para a escolha. Todas as informações consideradas relevantes para a pesquisa foram organizadas em 186 unidades de análise que, agrupadas em torno de temas mais gerais, deram origem a cinco categorias representativas do gostar de Matemática, de Química e de Biologia. São elas: Auto-imagem dos Estudantes; Imagens sobre a Matemática, a Química ou a Biologia; Procedimentos Matemáticos; Curiosidade; e Aprendizagem Ativa. A fundamentação teórica da pesquisa é apresentada em duas partes. Primeiro, procurou-se relacionar as cinco categorias representativas do gostar de Matemática, Química e Biologia à definição de relação com o saber conforme é proposta por Charlot: toda relação com o saber é, ao mesmo tempo, uma relação com o mundo, consigo mesmo e com os outros. Nesta fase da análise, são explorados alguns elementos que se destacaram nas categorias, como: ter facilidade com o conteúdo, gostar de calcular, ser curioso, bem como as diversas imagens que os estudantes demonstraram ter sobre si mesmos e sobre o conhecimento. Com o intuito de avançar um pouco mais na compreensão de alguns desses elementos, introduziu-se a psicanálise como um segundo referencial. Foram considerados dois dos elementos presentes na relação dos estudantes com o saber: a relação consigo mesmo, como um processo de idealização do eu; e a relação com o conteúdo, com destaque para a curiosidade que se vincula à ideia psicanalítica de sublimação e para o gosto em resolver problemas, ligado ao conceito de repetição e de gozo.
As concepções prévias de alunos sobre microorganismos: implicações para o ensino e aprendizagem das ciências
Andréia de Freitas Zômpero , Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 15/09/2004
Este trabalho é resultado de uma investigação sobre as concepções prévias de uma turma de alunos de 6ª série do Ensino Fundamental em uma escola da rede pública de ensino da cidade de Londrina – PR. Inicialmente, realizou-se um estudo comparativo preliminar sobre as referidas concepções entre alunos de três escolas de diferentes níveis socioculturais, sendo duas da rede pública e uma da rede privada. Os resultados desse estudo fundamentaram nossa justificativa para a realização da investigação proposta. A pesquisa teve como objetivo identificar as concepções prévias dos alunos e as implicações das mesmas para o ensino de ciências relativo ao conteúdo Microrganismos. As concepções foram analisadas sob diversos aspectos, como suas características e provável origem, e quanto ao possível modelo de mudança conceitual envolvido, de acordo com a visão de diversos autores que deram fundamentação teórica para este estudo. O tratamento metodológico constituiu-se de uma pesquisa quantitativa, em determinados aspectos, porém com análise qualitativa dos dados, os quais foram obtidos por meio da realização de entrevistas semi-estruturadas em grupo e questionários contendo questões abertas. A turma foi dividida em dois grupos, A e B, sendo que somente o grupo A participou das entrevistas. Uma semana depois da entrevista, os dois grupos responderam o questionário. Para melhor compreensão e análise das concepções, o tema microrganismos foi dividido e estudado em três eixos: saúde, biotecnologia e ecologia, correspondendo aos três segmentos em que a ciência microbiologia se desenvolveu. Os resultados mostram que os alunos da 6ª série, mesmo sem a instrução formal da referida série, trazem concepções sobre microrganismos, sendo a maior parte delas compatíveis com o conhecimento científico. No entanto, eles também apresentam concepções incompatíveis e distantes, tornando necessária a mudança conceitual, para que o conhecimento científico se estabeleça. Quanto às implicações para o ensino, o estudo mostra uma heterogeneidade nas ideias trazidas pelos alunos, sendo conveniente ao professor conhecê-las antes de abordar este conteúdo e utilizar estratégias de ensino de forma a possibilitar a aprendizagem significativa. Neste sentido, com base nas ideias de “aura conceitual”, proposta por Giordan, e na sequência do conteúdo e aprendizagem por recepção significativa, elaboramos uma proposta de apresentação do conteúdo direcionada a alunos da 6ª série do Ensino Fundamental.
A interdisciplinaridade e o trabalho com projetos: uma proposta pedagógica para o ensino de Ciências e de Matemática na Escola Média
Vanderlei Lavaqui , Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 13/08/2004
Essa dissertação é resultado de um estudo que visa fundamentar e sugerir a implementação de práticas de ensino interdisciplinares no Ensino de Ciências e de Matemática no Ensino Médio, que possam ser inseridas no planejamento pedagógico das escolas, objetivando uma Educação Científica que considere aspectos complexos e relacionais presentes no conhecimento científico e no cotidiano escolar, bem como uma formação educacional integralizante – uma vez que inter-relaciona, articula e integra conhecimentos especializados – e inclusiva, pois reconhece as diferenças epistêmicas, sociais e psicológicas, mas busca a coesão no ambiente educacional. Inicialmente, estabelecemos uma compreensão a respeito da interdisciplinaridade como prática educativa e analisamos algumas formas de entendimento dessa temática no âmbito escolar, visando identificar e explicar os seus fundamentos, suas justificativas, como também os objetivos que buscam atingir. Posteriormente, apresentamos uma análise em relação aos fundamentos e perspectivas metodológicas presentes no trabalho com relação aos fundamentos e perspectivas metodológicas presentes no trabalho com projetos, objetivando mostrar que eles possuem características que permitem e adequam a sua utilização como uma alternativa para o desenvolvimento de uma prática de ensino interdisciplinar. Fundamentados em estudos e pesquisas em torno da interdisciplinaridade escolar e do trabalho com projetos, elaboramos uma sugestão de trabalho interdisciplinar por meio de projetos para a área de Ensino de Ciências e de Matemática na Escola Média. Tal sugestão considera a necessidade de um planejamento das ações educativas interdisciplinares de forma cooperativa e articulada por parte dos professores e o desenvolvimento dos projetos em fases que procuram assegurar o desvelamento das inter-relações e da complexidade presentes nas disciplinas escolares na direção de sua integração. Por fim, levamos a sugestão de trabalho interdisciplinar a uma escola da rede estadual de educação do Estado do Paraná para que os professores e a equipe pedagógica da escola fizessem um estudo e uma análise quanto às suas possibilidades de implementação.