Teses e Dissertações
Palavra-chave: ensino de ciências
Práticas Científicas no Ensino de Ciências: Características, Compreensões e Contextos das Publicações
Sandro Lucas Reis Costa, Profª. Drª. Fabiele Cristiane Dias Broietti
Data da defesa: 04/03/2021
Esta pesquisa apresenta resultados de uma revisão bibliográfica sistemática de
artigos envolvendo Práticas Científicas na área de Ensino de Ciências. Foram
analisados 44 artigos publicados em periódicos internacionais da área de Ensino de
Ciências nos últimos dez anos (2010-2019), disponíveis em quatro bases de dados:
ERIC, Scielo, Scopus e Web of Science. Buscou-se responder às seguintes
questões de pesquisa: I) Quais são as características das publicações envolvendo
Práticas Científicas? II) Quais são as compreensões acerca das Práticas Científicas
expressas nas publicações? III) Em quais contextos os autores realizaram pesquisas
envolvendo Práticas Científicas? Para responder a tais questionamentos, foi
realizada uma investigação qualitativa com os procedimentos analíticos orientados
pela Análise de Conteúdo de Bardin (2011), e os procedimentos metodólogicos
conforme o guia para uma revisão bibliográfica sistemática de Okoli (2015). Em
relação aos países das publicações, apesar de 59,1% dos artigos serem da América
do Norte, 40,9% envolveram outros países da Europa, América do Sul, Ásia,
Oceania, e África, caracterizando as Práticas Científicas como um tema de
repercussão internacional. O interesse por pesquisas envolvendo Práticas
Científicas tem aumentado nos últimos anos, já que 89% dos artigos sobre esse
tema foram publicados entre 2015-2019. Houve uma grande quantidade de
pesquisas de natureza teórica (25%) e 84% dos artigos investigados citaram
referenciais para discutir Práticas Científicas, embasando suas discussões na
literatura científica. Em relação às compreensões acerca das Práticas Científicas,
três grupos emergiram: Artigos que apresentaram compreensões das Práticas
Científicas alinhadas ao National Research Council (NRC) (D1); Artigos que
apresentaram outras compreensões para Práticas Científicas (D2); e Artigos que não
apresentaram suas compreensões para Práticas Científicas (D3). O grupo mais
representativo (59,1%) foi o D1, que assumiu os pressupostos preconizados pelo
NRC (2012) para Práticas Científicas. No segundo grupo (D2), observou-se outras
compreensões para as Práticas Científicas, seguindo referenciais sociológicos,
filosóficos e históricos. Em relação aos contextos aos quais os autores realizaram
suas pesquisas, foram identificadas 6 categorias: Práticas Científicas e propostas de
ensino (C1); Práticas Científicas e distintos quadros teóricos (C2); Práticas
Científicas e os estudantes (C3); Práticas Científicas e as avaliações (C4); Práticas
Científicas e os professores (C5); e Práticas Científicas e o currículo (C6).
Encontrou-se uma grande tendência em relacionar Práticas Científicas e propostas
de ensino (38,6%) e Práticas Científicas e distintos quadros teóricos (22,7%),
totalizando mais de 61% dos artigos analisados. A partir dos resultados, considerouse
que ainda existem lacunas a serem investigadas envolvendo Práticas Científicas,
evidenciadas pela ausência de estudos que apresentam discussões para cada uma
das Práticas Científicas. Também são necessárias mais investigações que
pesquisem as relações entre as Práticas Científicas e os alunos (aprendizagem) e as
Práticas Científicas e o professor (ensino). Pesquisas nesse sentido podem ajudar a
esclarecer: Como os alunos se envolvem com as Práticas Científicas? Como
organizar o ensino de modo a promover as Práticas Científicas? Como articular as
Práticas Científicas com outras dimensões da aprendizagem? E quais as relações
entre as Práticas Científicas, disciplinas e conteúdos específicos? Progressões de
aprendizagem também necessitam ser elaboradas para diferentes conteúdos em
Ciências e níveis de ensino para se compreender as mudanças no engajamento dos
alunos nessas Práticas ao longo dos níveis de escolarização.
Um estudo das ações docentes em aulas de Ciências nos anos finais do Ensino Fundamental
Nathália Hernandes Turke, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 31/07/2020
Enquanto muitas pesquisas ditam o que professores devem fazer em sala de aula, buscamos compreender o que professores, de fato, fazem em sala de aula, sem possuir pretensão de prescrever como devem se comportar. Buscamos responder as seguintes questões: O que professores de Ciências fazem, de fato, nas aulas analisadas? Quais categorias poderiam descrever suas ações? Para tanto, traçamos os seguintes objetivos: Identificar e analisar as ações docentes em aulas de Ciências nos anos finais do Ensino Fundamental; Caracterizar e categorizar as ações de professores em aulas de Ciências. Com o intuito de responder as questões levantadas, investigamos três aulas de duas docentes de Ciências dos anos finais do Ensino Fundamental, sendo uma do sexto ano e duas do sétimo ano, nomeadas de A1P1, A1P2 e A2P2. As aulas foram analisadas à luz da Análise de Conteúdo. Foram encontradas quatro Macroações que descreveram as ações docentes, sendo: Burocrático-Administrativa, Fala, Espera e Ensina o Conteúdo. Além das Macroações, emergiram . As aulas foram analisadas à luz da Análise de Conteúdo. Foram encontradas quatro Macroações que descreveram as ações docentes, diferenciando-se nas aulas apenas pelo tempo desprendido, sendo: Burocrático-Administrativa, Fala, Espera e Ensina o Conteúdo. Além das Macroações, emergiram 19 Ações e 53 Microações em A1P1; 17 Ações e 51 Microações em A1P2; e 18 Ações e 47 Microações em A2P2. Percebemos que o tempo desprendido para as Macroações, bem como as Ações e as Microações foram alteradas de uma aula para outra, sendo influenciadas pelas ações de outros indivíduos, pelo conteúdo, pela estratégia de ensino escolhida e pelos recursos metodológicos e didáticos utilizados.
Ensino por Investigação e o Desenvolvimento de Competências e Habilidades: A Compreensão de Professores da Educação Básica Acerca do Ensino de Ciências
Ana Paula de Souza Zanin, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 29/07/2019
O presente trabalho estabelece percepções sobre o Ensino por Investigação no desenvolvimento de competências e habilidades. Com o objetivo de identificar a compreensão de professores da Educação Básica que adotam abordagens de Ensino por Investigação acerca do desenvolvimento das competências e habilidades, o referencial téorico apresenta fundamentos e perspectivas do Ensino por Investigação, a conceitualização dos termos competências e habilidades e os aspectos encontrados no atual documento oficial de ensino, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Trata-se de uma pesquisa qualitativa com características exploratórias, na qual os dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas e analisados sob os aspectos da Análise Textual Discursiva. Os resultados alcançados demonstraram as concepções e perspectivas de Ensino por Investigação dos professores e as contribuições, limitações e desafios das abordagens de ensino investigativo no desenvolvimento de competências e habilidades da BNCC. Foi possível identificar o Ensino por Investigação como um mobilizador do desenvolvimento de competências e habilidades, a partir da modalidade didática, práticas investigativas e formação de professores para investigação
Aulas de Ciências no Ensino Fundamental: Considerações Epistemológicas e Políticas Provocativas a partir de um Contra Proposta Inspirada pela Teoria Autor-rede
Diego Machado Ozelame, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 27/03/2019
Por meio do acompanhamento das aulas de Ciências de uma turma do ensino
fundamental, sugestionado pela Teoria ator-rede, esta tese parte do objetivo geral de
produzir considerações epistemológicas e políticas provocativas a partir de uma contra
proposta. Esta teorização permitiu condições para observar algumas articulações e
desarticulações das cenas trazidas; (re) pensar alguns termos ao seu entendimento, situar
novas formas de pensar, criando condições para refletir sobre uma epistemologia
política nos termos de Bruno Latour. Proponho, para discussão, o entendimento de que
a epistemologia política, nos termos tradicionais, por razões políticas, impede que ela
possa agir politicamente. A partir dessa constatação, apresento que uma série de
procedimentos precisam ser ressignificados para que a epistemologia política possa
proceder como tal. As reflexões produzidas ao longo do texto e as discussões das cenas
elegidas permitiram observar que tudo é construído ao mesmo tempo, sendo efeito de
processos de negociação. Desta maneira, no presente trabalho, por meio das
observações de campo e argumentações teóricas, foi possível problematizar as formas
de entendimento que afirmam a existência de naturezas a priori. Também se pode
reconhecer que estas formas de pensar são criadas por meio dos desvios das teorias do
conhecimento que não respeitam os procedimentos de coordenação das ações,
estabelecendo um tipo de epistemologia que não pode agir politicamente. Trazer esta
última problematização para um primeiro plano proporciona condições de estabelecer
um olhar provocativo que problematiza as bases epistemológicas que constituem a
formação de grande parte dos educadores e pesquisadores da área do Ensino de
Ciências, sendo um passo importante para pensar os processos de ensino de ciências,
uma vez que reflete diretamente no entendimento de que as situações que acontecem no
espaço escolar não seriam um modo de pensar as diferentes realidades, mas uma
maneira de intervir e construi-las, além do que desnaturaliza o entendimento de que a
aprendizagem seria um fenômeno exclusivamente mentalista, permitindo passos iniciais
para pensar o processo educativo como um movimento além das ações de quaisquer
domínios específicos determinados a priori.
As Interações em Sala de Aula: Uma Nova Perspectiva a partir dos Focos da Aprendizagem Científica
João Marcos Machuca Lima, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 06/02/2018
Compreender o contexto de uma sala de aula tem se tornado um desafio para
pesquisadores na área de ensino, em especial no Ensino de Ciências. Nesse sentido,
analisar as relações existentes entre os estudantes, o professor e o conhecimento são
importantes para encaminhamentos do processo de Ensino e Aprendizagem. Com o
objetivo de identificar as interações em sala de aula, esta pesquisa de cunho
qualitativo propõe uma intervenção com uso dos Focos da Aprendizagem Científica,
como uma ferramenta para elaboração de planejamentos de aula, produzindo dois
momentos de investigação. O primeiro deles voltado ao processo de elaboração do
planejamento de duas sequências didáticas, por uma professora da Educação Básica
– Ensino Fundamental – Séries Finais, na disciplina de Ciências, sendo analisadas as
reflexões sobre os processos de ensino e aprendizagem, observados a partir da
ferramenta de análise Matriz do Professor (Arruda e Passos, 2015). O segundo
momento consistiu no acompanhamento da aplicação desses planejamentos em sala
de aula, sendo a primeira sequência didática construída sem intervenções, e a
segunda com o aporte teórico dos Focos da Aprendizagem Científica como referencial
metodológico para a elaboração do planejamento. As aulas foram analisadas
utilizando uma nova ferramenta de análise, denominada Matriz de Interações,
proposta a partir desse trabalho investigativo, como instrumento para se analisar as
interações em sala de aula provenientes das relações estabelecidas entre o professor,
o estudante e o conhecimento. Os resultados identificam as diferentes interações em
sala de aula, compreendendo as implicações disso para o processo de ensino e
aprendizagem e apontam diferentes possibilidades de condução de aula e seleção de
atividades por parte do professor. Assim, são discutidas quais as implicações de cada
uma dessas interações para a efetivação da aprendizagem, e como podem ser
compreendidas a partir da participação dos estudantes e do professor de acordo com
cada atividade proposta. Por isso, são propostos os Focos da Aprendizagem Científica
como ferramenta para elaboração de planejamentos e atividades para o contexto
escolar e apresentada a Matriz de Interações como instrumento de análise e
compreensão das interações existentes em sala de aula.
Unidade de Aprendizagem Interdisciplinar
Diogo da Silva, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 20/12/2018
A perspectiva de interdisciplinaridade educativa promove a contextualização e o
envolvimento das partes, constituindo ligações de complementaridade e correlação,
interconexões e passagens entre os conhecimentos e especialidades, reconhecendo a
complexidade que envolve as situações humanas. Tem como objetivo promover, por
intermédio de uma abordagem, a integração de variados conhecimentos, estimulando e
desenvolvendo habilidades cognitivas e relacionais, para que ocorra aprendizagem
significativa, complexa e então interdisciplinar, assim como preparar o aluno para a
interpretação e mudança de sua condição e atitude social frente à sua realidade.
Proporcionando e capacitando o sujeito de modo que o mesmo reconheça a legitimidade e
faça uso dos saberes científicos na prática cotidiana. Ocorrendo por meio de estratégias de
ensino que abordaram questionamentos, reflexões e a participação em decisões. Propusemos a
elaboração, aplicação e análise de uma Ilha Interdisciplinar de Racionalidade (IIR), para um
grupo de vinte e oito alunos em uma turma interseriada do ensino médio, ora divididos em
cinco equipes e ora participando de atividades individuais, assim proporcionando uma
situação de aprendizagem em que aconteça a interdisciplinaridade para o ensino de Ciências.
Nesta prática foram incluídos e entrelaçado aspectos da abordagem investigativa, da
aprendizagem significativa e assim a consideração ao contexto do aluno, bem como princípios
da complexidade, o conteúdo disciplinar de Microbiologia e por fim toda intervenção
alicerçada nos saberes docentes. Além disso, organizamos e planejamos as etapas de modo
que pudéssemos analisar a aprendizagem dos estudantes, por meio do V epistemológico,
frente aos conceitos de Microbiologia. Nossa abordagem garantiu a promoção de situações
coerentes a fim de manter o desenvolvimento de avanços que integram os conhecimentos
cognitivos e sócio-relacional por parte dos estudantes e do professor pesquisador.
Reconhecemos que nas propostas em equipe ficou mais evidente que essas relações
aconteceram na qual os integrantes, apoiados por outros docentes da instituição, indicados ao
longo da abordagem, contribuíram para as demonstrações e para as investigações.
Percebemos, também, que a maior noção dos alunos gira ao torno do quesito que reconhecem
e caracterizam os microrganismos como agentes benéficos ou prejudiciais à manutenção da
vida na Terra. Acreditamos que o uso de uma metodologia investigativa de ensino poderia ser
um fator que contribuiu para que as noções alternativas, elaboradas pelos alunos também em
seu cotidiano, fossem reformuladas para a adoção de uma aprendizagem mais coerente com
os conhecimentos científicos.
A presença de elementos da pós-modernidade na execussão do projeto pedagógico de uma instituição escolar à luz da pedagogia por projetos
Luana Pires Vida Leal, Profª. Drª. Rosana Figueiredo Salvi, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 30/01/2018
A presente dissertação discute a influência de elementos da pós-modernidade na
observação da execução do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de uma instituição
escolar embasada nos preceitos metodológicos da Pedagogia por Projetos. Esses
elementos foram identificados nas interações mediadas pela linguagem, seja a
linguagem verbal, escrita ou por imagens, balizados pela Teoria do Agir
Comunicativo, que estuda os mecanismos de racionalização de um determinado
grupo social, estruturados por Habermas (2012). A fim de evidenciar a influência da
pós-modernidade nessa instituição, foram analisados documentos que dizem
respeito às múltiplas interações que nela se desencadearam entre professores,
servidores e alunos, como o PPC, o diário de campo escrito pela pesquisadora, que
analisou as intervenções dos professores nos projetos durante oito meses (abril a
dezembro de 2016), atas de reuniões e questionários feitos com os alunos e com os
professores. As informações foram estudadas sob a ótica da Análise Textual
Discursiva (ATD), a fim de compreender como os elementos da pós-modernidade e
as ações realizadas pelos indivíduos influenciaram diretamente na execução da
proposta e como esta teve relação com o Ensino de Ciências pelo olhar do
professor. A pesquisa discutiu a presença de elementos como incerteza,
individualidade exacerbada, a influência da globalização, de crises e tensões,
reorganização de tempo e espaço, entre outras, e como esse conjunto de fatores
influenciou na reformulação da proposta pedagógica. Também foi apresentado o
relato de professores que discutiram qual a sua percepção em relação a trabalhar
com a Pedagogia por Projetos da forma como estava sendo executada no período
observado e qual a relação de sua disciplina com o Ensino de Ciências. A partir do
corpus da pesquisa foi possível evidenciar que as múltiplas interações
desenvolvidas neste espaço foram influenciadas pelos elementos da pós-
modernidade, concluindo que a execução da proposta pedagógica não ocorreu
conforme os pressupostos mencionados no PPC. A pesquisa também ressaltou a
importância das decisões relativas ao entorno escolar serem tomadas junto à
comunidade escolar, ambiente este em que está sujeito a emergência de conflitos,
pois é constituído por indivíduos que têm diferentes perspectivas e ideologias
compartilhando o mesmo ambiente
Concepções de Estudantes do Ensino Fundamental Acerca da Investigação Científica e da Natureza da Ciência
Francisco Brenzam Filho, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 12/06/2017
A alfabetização científica está diretamente relacionada à compreensão dos conceitos
científicos, dos processos de Investigação Científica (IC) e da Natureza da Ciência (NdC).
Refere-se à Investigação Científica (IC) como as características dos processos pelos quais o
conhecimento científico é desenvolvido e aceito e a Natureza da Ciência (NdC) como as
características do conhecimento científico. O presente trabalho teve por objetivo investigar as
compreensões dos estudantes a respeito dos processos de Investigação Científica (IC) e
também analisar se eles apresentam concepções acerca dos aspectos da Natureza da Ciência
(NdC). Trata-se de um estudo de caso, em que selecionamos 29 estudantes que cursavam o 8º
ano do Ensino Fundamental em uma escola particular. Esses estudantes, durante o ano letivo,
participaram de uma disciplina obrigatória de pesquisa intitulada “Iniciação à Pesquisa”, cujo
principal objetivo era desenvolver projetos científicos para serem divulgados em uma feira
científica. Para a coleta dos dados, utilizamos um questionário inicial relacionado aos
aspectos da Natureza da Ciência (NdC) e um questionário final relacionado à Investigação
Científica (IC). O segundo instrumento de coleta de dados foi a entrevista realizada com 5
representantes de cada grupo. O questionário inicial e a entrevista foram analisados segundo
Bardin (2004), e o questionário final foi analisado segundo a proposta dos autores do
questionário (LEDERMAN et al., 2014). Conforme a análise dos 29 estudantes, 18 foram
categorizados como “ingênuos” por apresentarem concepções equivocadas ou superficiais em
relação à Investigação Científica (IC). O restante (11) dos estudantes foi classificado com
concepções “mistas” por apresentarem uma visão parcialmente explicativa a respeito da
Investigação Científica (IC). Em relação aos aspectos da Natureza da Ciência (NdC),
notamos que 15 alunos possuem compreensões das diferenças entre leis científicas e teorias
científicas, entretanto consideram que leis são fixas e teorias são provisórias. Encontramos
também nas respostas de 16 estudantes que os cientistas fazem uso da criatividade para
solucionar problemas ou para novas descobertas. Por fim, identificamos em 19 respostas dos
estudantes uma visão empirista da ciência, na qual esta está ligada à comprovação. A partir
dos dados, consideramos que este trabalho possibilita as discussões acerca da inserção de
disciplinas científicas no Ensino Fundamental e Médio como parte do processo de formar
cidadãos cientificamente alfabetizados.
Mulheres Invisíveis: Uma Proposta Para Inserção da Temática de Gênero na Formação Inicial de Docentes de Química
Denise Caroline de Souza, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 10/03/2017
No contexto atual, a inclusão das questões de Gênero à Educação está sendo
amplamente discutida por diversos setores da sociedade. No que se refere ao
Ensino de Ciências, as questões de Gênero são pouco abordadas pela li teratura
nacional, específica da área, principalmente ao que diz respeito à Formação
Docente. Uma das possíveis razões para esse fato está relacionada à uma visão
positivista e patriarcal em relação à Ciência – que a considera neutra, objetiva. A
partir desses pressupostos, realizamos uma investigação qualitativa acerca da
temática de Gênero, com enfoque na Formação Inicial de docentes de Química. A
pesquisa foi estruturada em duas etapas. Na primeira etapa foi realizada a análise
dos documentos educacionais e dos currículos dos cursos de Licenciatura em
Química do Paraná, que objetivou identificar se (e como) a temática de Gênero é
abordada. Ademais, elencamos elementos teórico-metodológicos que possibilitaram
a construção e aplicação de uma abordagem de ensino, que visou discutir Natureza
da Ciência (NdC), (In)visibilidade da mulher na Ciência e os possíveis
entrelaçamentos dessas temáticas com o Ensino de Química. Para tal, utilizamos
como aporte teórico-metodológico a Teoria de Aprendizagem Significativa segundo
David Ausubel. Na segunda etapa ocorreu a aplicação da abordagem de ensino em
uma turma do 3º ano, do curso de Licenciatura em Química da Universidade
Estadual de Londrina. Após a análise dos resultados obtidos durante o processo de
intervenção pedagógica, ponderamos que a abordagem de ensino construída foi
uma proposta inovadora e pertinente que articulou conhecimentos de diversas áreas
a fim de sensibilizar as/os participantes para uma possível prática docente voltada
para um ensino equânime quanto à Gênero.
Obstáculos epistemológicos e pedagógicos em relação à adaptação biológica: conceitos e propostas pedagógicas
Paola Sussai Luz Cezare, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 08/03/2016
Este trabalho apresenta um estudo a respeito do conceito de Adaptação dos Seres Vivos.
O trabalho foi construído no formato de multipaper. No primeiro artigo intitulado A
Epistemologia de Bachelard e a Construção do Conceito de Adaptação das Espécies,
apresentamos uma retomada histórica da construção do conceito de adaptação, no qual
utilizamos o referencial de Gaston Bachelard para evidenciar a origem de certos
obstáculos epistemológicos. No segundo artigo intitulado A transição do Habitat
Aquático Para o Terrestre Pelos Vertebrados Sarcopterígios: Uma Proposta de Seleção
de Conteúdos Baseada em Conceitos Estruturantes partimos da noção de Adaptação
como conceito estruturante, para identificar como esse conceito estruturante se articula
com os conceitos auxiliares, contemplando tanto a biologia evolutiva como a funcional.
O terceiro artigo possui o formato capítulo, este foi intitulado Superando Obstáculos
Epistemológicos e Pedagógicos: Sequência Didática da Construção Histórica do
Conceito de Adaptação e a Narrativa Histórica da Transição do Ambiente Aquático
Para o Terrestre Por um Grupo de Vertebrados, aqui propomos uma sequência didática
baseada nos dois artigos anteriores, como meio de superar obstáculos pedagógicos que
surgem na dinâmica da construção do conhecimento em sala de aula.