Como estudantes do ensino médio lidam com registros de representação semiótica de funções
Nilton César Garcia Salgueiro, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 25/02/2011
Esta pesquisa consistiu em uma investigação de como estudantes do Ensino Médio de uma escola de Rolândia, PR, lidam com o conceito de função ao se depararem com uma sequência didática, nos moldes da Engenharia Didática apresentados por Artigue (1996), trabalhando diferentes registros de representação semiótica desse objeto matemático. Como referencial teórico utilizou-se a Teoria dos Registros de Representação Semiótica de Duval (2005), as abordagens do pensamento algébrico de Lins e Gimenez (1997), Kieran (1992) e Usiskin (1995) e, para os estudos do erro, Cury (2007). A sequência didática possibilitou aos estudantes a realização de conversões entre os registros de representação semiótica abordados, quais sejam registros na relação entre dois conjuntos, registro gráfico e registro algébrico do objeto função. Observaram-se indícios de pensamento algébrico nos registros escritos quando da generalização de situações e da utilização de linguagem algébrica e, alguns tipos de erros, como falta de conhecimento do uso de decimais, falta de entendimento do conceito de função como relação entre conjuntos, na conversão entre os registros de representação semiótica, no uso da linguagem algébrica, na determinação do domínio e na representação de funções com domínios discretos.
Análise da produção escrita de estudantes da EJA em atividades algébricas
Antonio Rafael Pepece Jr, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 25/02/2011
Esta pesquisa associa dois temas, muitas vezes deixados de lado por educadores matemáticos, que é o ensino da álgebra e a EJA, Educação de Jovens e Adultos, segmento de ensino que está voltado a uma classe social menos favorecida que não teve acesso a escolaridade na idade apropriada. Tínhamos como objetivo investigar indícios de pensamento algébrico e de possíveis erros na produção escrita de estudantes da EJA em atividades algébricas envolvendo equações do primeiro grau. Realizamos a aplicação de uma sequência didática seguindo os moldes da Engenharia Didática proposta por Artigue (1996) e Almouloud (2007), a qual era composta por sete atividades que foram aplicadas a estudantes de uma classe do nono ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal do interior de São Paulo. Analisando os registros escritos dos sete estudantes que participaram do desenvolvimento de todas as atividades fica evidente a pluralidade entre os mesmos e o aparecimento de indícios de pensamento algébrico, como utilização de uma linguagem simbólica, padrões e regularidades, para os quais empregamos teóricos como Lins e Gimenez (1997). Os erros encontrados nesses registros foram classificados como: erro por falta de conhecimento prévio do conteúdo ou termos utilizados, erro por falta de noção das quatro operações, erro por falta de atenção na resolução, erro na apresentação do resultado, erro por não apresentar solução para o problema e erro na interpretação do enunciado, ficando evidente a dificuldade apresentada por alguns estudantes durante tal seqüência. Para análise dos erros empregamos Cury (1995, 2004, 2007).
Registros de representação semiótica e uso didático da história da matemática: um estudo sobre parábola
Cristina Aparecida de Melo Piza, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 07/05/2009
A presente pesquisa fundamenta-se na Teoria das Situações Didáticas, de Brousseau, e na Teoria dos registros de Representação Semiótica, de Duval, propondo uma interlocução com a História da Matemática. Tem por objetivo investigar se o desenvolvimento de uma seqüência didática que considera o tratamento, a conversão e a coordenação de diferentes registros de representação semiótica da parábola, com o uso didático da História da Matemática, possibilita ao estudante compreender que a parábola caracterizada como seção de um cone ou como lugar geométrico representa o mesmo objeto matemático. A metodologia empregada baseia-se nos princípios da Engenharia Didática, envolvendo estudantes da terceira série do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Londrina, estado do Paraná. O confronto entre a análise a priori e a análise a posteriori mostrou que o desenvolvimento da seqüência didática proposta possibilitou aos estudantes, sujeitos dessa pesquisa, compreender que a parábola caracterizada como seção de um cone ou como lugar geométrico, representa o mesmo objeto matemático.
Uma abordagem histórico-filosófica na Educação Matemática: contribuições ao processo de aprendizagem em trigonometria no ensino médio
Helenara Regina Sampaio, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 27/05/2008
Esta pesquisa buscou investigar o processo de construção de uma abordagem histórico-filosófica por meio de uma reconstrução histórica da trigonometria, na qual realizamos a pesquisa documental tomando por base livros de História da Matemática, especificamente os que tratam da História da trigonometria. Adotamos uma abordagem metodológica qualitativa, tendo como um dos objetivos a investigação da construção de uma seqüência didática, fundamentada a partir da reconstrução histórico-filosófica do conteúdo de trigonometria, abrangendo principalmente o estudo das funções trigonométricas, com o intuito de auxiliar o aluno do Ensino Médio no seu aprendizado. Introduzimos uma abordagem filosófica ao incorporarmos uma discussão axiológica, constituída por um conjunto de valores cognitivos da Ciência, aplicados na Educação Matemática. Para contemplar os objetivos desta pesquisa, realizamos a aplicação de uma seqüência didática, fundamentada também pela Metodologia de Pesquisa denominada Engenharia Didática, junto a alunos do Ensino Médio de uma escola pública de Londrina – PR. Concluímos que a abordagem construída mostrou-se eficaz para aprendizagem de trigonometria, possibilitando a manifestação dos valores cognitivos da matemática em nossa seqüência didática e sua incorporação ao conhecimento do aluno.
Utilização de diferentes registros de representação: um estudo envolvendo funções exponenciais
Nilcéia Regina Ferreira Dominoni, Profª. Drª. Lourdes Maria Werle de Almeida
Data da defesa: 01/09/2005
Este estudo propõe verificar se a utilização de uma seqüência didática que considere o tratamento, a conversão e a coordenação dos diferentes Registros de Representação da Função Exponencial contribui para a apreensão do objeto matemático Função Exponencial. O estudo está fundamentado na Teoria dos Registros de Representação Semióticos de Raymond Duval, que afirma que a coordenação dos diferentes registros de representação, pode proporcionar a apreensão de um conceito matemático. A metodologia utilizada, segue os princípios da Engenharia Didática. Na análise a priori, foram elaboradas as atividades da seqüência visando à utilização dos diferentes registros e analisando seus aspectos matemáticos e didáticos. Esta seqüência foi aplicada a alunos da primeira série do Ensino Médio de uma escola particular da cidade de Arapongas, Paraná. Foram analisadas as produções de dezesseis alunos que participaram de todas as atividades da seqüência. Com a análise das produções dos alunos, infere-se que as atividades envolvendo o tratamento, a conversão e a coordenação dos diferentes registros de representação contribuem para a apreensão do conceito Função Exponencial.
Geometria Analítica – pontos e retas: uma engenharia didática com software de Geometria Dinâmica
Adriana Quimentão Passos, Profª. Drª. Marie Claire Ribeiro Póla
Data da defesa: 12/02/2004
Procurando investigar algumas das potencialidades dos softwares de Geometria Dinâmica, elaboramos uma sequência didática com o objetivo de construir conceitos elementares da Geometria Analítica. No decorrer da pesquisa, procuramos verificar quais as contribuições desses programas na construção de conceitos elementares dela, além de investigar as diferenças de interface dos softwares Cabri-Géomètre II e The Geometer’s Sketchpad 3 para a seqüência didática aplicada. O estudo foi desenvolvido fundamentado na Teoria das Situações Didáticas de Brousseau e baseado na metodologia da Engenharia Didática. Para sua realização, foram coletados dados preliminares por meio de: a) estudo do desenvolvimento histórico da Geometria Analítica; b) questionário, respondido por oito professores da rede estadual de ensino; c) teste, envolvendo questões básicas relacionadas ao tema, aplicadas para alunos da 3ª série do Ensino Médio da rede estadual; d) análise dos PCN’s e e) análise dos capítulos relacionados à Geometria Analítica de seis livros didáticos. Esta análise preliminar assinalou que: para os professores que responderam ao questionário, a informática é um importante recurso didático; os alunos que fizeram o teste apresentaram dificuldades na leitura e compreensão de gráficos e tabelas; que os livros analisados necessitam ser adequados às sugestões dos PCN’s, além da inclusão de atividades que indiquem o uso de calculadoras e computadores. Partindo destes dados, elaboramos a sequência didática que foi desenvolvida em 10 encontros, no horário regular das aulas de matemática para os nove alunos de uma turma do período vespertino, da 3ª série do Ensino Médio da rede estadual. Constatou-se que os softwares de Geometria Dinâmica propiciam momentos para pensar matematicamente. Foi possível notar, no transcorrer da sequência, a participação de alguns alunos nas atividades, levantando hipóteses, dando sugestões, argumentando, expondo e defendendo suas ideias e construindo conceitos. Verificou-se também que a diferença de interface entre os softwares Cabri e Sketchpad não é um fator relevante, bastando que o professor adapte a sequência didática às características de cada programa e que explore suas funcionalidades. Vale ressaltar ainda que a Teoria das Situações Didáticas aliada à Engenharia Didática é adequado ao estudo das particularidades das circunstâncias de ensino aprendizagem específicas da sala de aula.