Teses e Dissertações
Palavra-chave: educação sexual
Educação Sexual e Valores Para a Cidadania: Reflexões Sobre a Prática de uma Professora de Ciências
Paula da Costa Vandal, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 31/03/2017
O presente trabalho tem como principal objetivo a investigação da construção
da prática docente de uma professora de Ciências do Ensino Fundamental II
dentro do tema de Reprodução Humana e Educação Sexual e como as aulas
desta professora proporcionam uma construção de valores. Utilizamos como
procedimento de coleta de informações a autoscopia trifásica, a qual é
constituída pelas seguintes fases: pré-ativa, a qual aborda o planejamento da
prática docente; a fase interativa, na qual gravamos as aulas sobre o tema em
questão; e a fase pós-ativa, na qual, com o auxílio dos vídeos gerados na fase
anterior proporcionamos um momento de reflexão sobre a ação e para a ação.
Sendo assim, analisamos as reflexões feitas pela professora com base nos
referenciais teóricos de Schön (2000) e de Araújo (2000;2014) com os
seguintes objetivos: a) Compreender como o professor de Ciências seleciona,
organiza, sequencia e ordena os conteúdos que serão trabalhados em sala de
aula; b) analisar os tipos de conteúdos que estão presentes no momento do
planejamento da aula e qual interferência de valores sociais, éticomorais
inseridos nos conteúdos planejados; c) relacionar os conteúdos – reprodução
humana/educação sexual – a serem ensinados (planejados) com os ensinados
durante as aulas; d) identificar os momentos do processo de ensino em que a
construção de valores é possibilitada. As informações foram sistematizadas e
organizadas para que os resultados fossem analisados de acordo com a
correlação entre o referencial teórico e as transcrições das entrevistas.
Observamos então que há uma ruptura entre a aula preparada e a aula
ministrada e que podem existir diversos fatores que ocasionam tal reação,
sendo que um deles são valores da própria docente. Além disso, a metodologia
da aula e a abordagem que a professora faz do conteúdo, a qual ocorre de
maneira mais transmissiva, não possibilita a construção de valores
relacionados com a formação cidadã, como, por exemplo, a autonomia, o
autoconhecimento. Com este trabalho a professora pode refletir, reestruturar e
visualizar a sua prática de uma maneira diferente, podendo então ter uma
maior pluralidade metodológica e que proporcione maior construção de valores
relacionados a atitudes na sociedade.
Metodologia da problematização como encaminhamento da temática sexualidade na escola: implicações para formação inicial de professores
Renata Lucas Lando, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 26/08/2010
O presente estudo tem como principal objetivo investigar as possibilidades e os eventuais
limites da utilização da Metodologia da Problematização enquanto um dos possíveis
encaminhamentos metodológicos na abordagem da Educação Sexual na escola. Utilizou-
se a Metodologia da Problematização e o Arco de Maguerez como uma das possíveis
estratégias de ensino junto aos graduandos da primeira série do curso de Biologia
Licenciatura Plena de uma Instituição Pública de Ensino Superior do Município de
Jacarezinho, situado ao Norte do Paraná, para desenvolver atividades que contemplem
os objetivos propostos para a Educação Sexual na escola, como por exemplo, levar aos
alunos a ter consciência crítica e tomar decisões responsáveis a respeito de sua
sexualidade, (por meio dos Temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) e das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCE). Os dados foram obtidos
a partir de notas de campo, como também por meio de gravação de áudio no decorrer dos
encontros. Foram analisados de forma qualitativa e interpretativa fundamentada na
literatura. Pode-se constatar que mesmo havendo particularidades em cada uma das
etapas do Arco de Maguerez (Observação da Realidade, Pontos-Chave, Teorização,
Hipótese de Solução e Aplicação a Realidade), houve a possibilidade de exploração da
realidade e o levantamento de situações problemas as quais foram elencados em
conjunto, com a participação de todos os graduandos participantes da pesquisa. Foi
possível, também, o acesso aos conhecimentos acerca da temática abordada,
levantamentos das hipóteses de solução do problema que também foram discutidos e
debatidos por todos os grupos e por fim, a escolha da aplicação à realidade que mais
condizia com a realidade proposta. Portanto, apesar de alguns limites à Metodologia da
Problematização e o Arco de Maguerez verificou-se que a mesma pode ser utilizada como
um dos possíveis encaminhamentos metodológicos, pois existem aproximações entre os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e as Diretrizes Curriculares do Estado do
Paraná (DCE) que sustentam os objetivos da Educação Sexual no contexto escolar.
As Atividades sobre Sexualidade Aplicadas Transversalmente nas Aulas de Ciências: Limites e Possibilidades
Maria de Fátima Lopes Garcia, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 31/03/2005
O presente estudo tem como principal objetivo investigar as possibilidades e os eventuais
limites da inserção transversal da temática da sexualidade no currículo escolar, como
orientam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). A coleta de dados foi realizada a
partir do desenvolvimento de atividades sobre a sexualidade em aulas de Ciências com
alunos da 7ª série do ensino fundamental de uma escola pública do município de Londrina
(PR). Primeiramente, foram realizadas seqüências de atividades que envolviam aspectos
culturais da sexualidade como: “ficar”, namorar, gravidez precoce e/ou indesejada,
masturbação, homossexualidade, relações de gênero, entre outros, para posteriormente
desenvolverem-se os conteúdos da anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor humano.
As atividades foram analisadas diante de suas contribuições e limitações, no que tange aos
objetivos e encaminhamentos metodológicos consolidados no documento do tema
transversal Orientação Sexual dos PCNs e de acordo com as contribuições e com limitações
da educação dos valores morais, relativamente ao exercício da ética democrática para o
aperfeiçoamento da cidadania. Os resultados obtidos indicam que o professor pode
desenvolver os temas da sexualidade por meio de atividades, as quais devem abordar e
integrar os aspectos educacionais, éticos e culturais. No entanto, as atividades sobre a
“cultura da sexualidade” não motivaram, de forma consistente, o aluno a se interessar pelos
aspectos biológicos da sexualidade humana. As atividades de debates, as simulações,
relatos individuais, leitura de textos e depoimentos, permitem a interação entre professor e
alunos e contribuem para o raciocínio moral do aluno, promovendo o juízo de valores na
tomada de decisões e no fomento da construção autônoma de valores. É possível
desenvolver o conteúdo da sexualidade como um processo em construção, em que o aluno é
sujeito ativo na construção do seu conhecimento mediado pelo professor. As atividades
sobre sexualidade possibilitam o desenvolvimento do seu raciocínio moral, mas não garante
que o adolescente exerça, no contexto do seu cotidiano, uma correspondente ação moral.
Portanto, os limites da educação sexual na escola terminam onde começam os limites da
educação sexual transmitida pela família do aluno e pelo seu convívio social.
A Educação Sexual na Escola e as Tendências da Prática Pedagógica dos Professores
Mateus Luiz Biancon , Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 30/03/2005
O presente estudo é o resultado das investigações acerca das tendências e
dificuldades pedagógicas dos professores do 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental,
enfatizando os professores de Ciências, em desenvolverem em sala de aula a
temática da sexualidade. Através de entrevistas semi-estruturadas audiogravadas,
os dados foram obtidos em quatro escolas da rede pública de Ensino Fundamental
do município de Londrina-PR. As falas dos professores foram analisadas
qualitativamente e categorizadas quanto à natureza das dificuldades. Estas tendem
em práticas educativas desenvolvidas com os alunos, nas quais a sexualidade é
tratada sob o enfoque de uma ‘biologização’ da sexualidade. Para os professores, os
aspectos biológicos da sexualidade são suficientes para a construção da
sexualidade dos alunos. Admitem que as informações de cunho biológico dão conta
da conscientização sobre eventuais problemas que os adolescentes enfrentam
acerca da sexualidade. Portanto, consideramos que a Formação Inicial e Continuada
de professores de Ciências e de outras áreas possui uma lacuna quando se trata do
desenvolvimento da referida temática. As tendências e dificuldades identificadas
neste estudo servem para balizar os conteúdos de um programa de formação de
Educadores Sexuais, em que os assuntos não estejam restritos à biologia do
aparelho reprodutor, mas sejam ampliados pelos aspectos sociais, culturais, éticos,
filosóficos e outros. Deste modo, são os aspectos socioculturais e psicológicos, em
conjunto com a biologia, que dão sentido à sexualidade e capacitam os professores
para desenvolverem esta temática em sala de aula.