A Mediação Educativa em uma Atividade de Educação Não Formal: Uma Análise Sob a Perspectiva dos Mediadores
Daniela Cristina Lopes Rejan, Profª. Drª. Mariana Aparecida Bologna Soares de Andrade
Data da defesa: 18/02/2019
A educação não-formal é realizada fora do ambiente formal de educação, a escola, mas na qual também ocorrem ações educativas e promoção de aprendizagem. Nestes ambientes, a figura do monitor, ou mediador, é fundamental para que a educação não-formal aconteça, pois ele é o responsável, sob supervisão, pela elaboração de toda a atividade, sendo um elo entre o conteúdo e o participante, participando da construção de conhecimento científico. Entretanto, sabe-se que nestas atividades existem obstáculos para que a mediação aconteça e para que o mediador compreenda seu papel. Baseada na perspectiva de aprendizagem mediada de Vygotsky, e na proposta de mediação de Salomon e Perkins, esta pesquisa teve por objetivo desta pesquisa analisar aspectos relacionados ao trabalhos dos monitores mediadores, que atuam em uma atividade de educação não-formal, e como estes compreendem e realizam seu papel neste tipo de atividade. Estes mediadores fazem parte do Projeto Novos Talentos, uma iniciativa dos Departamentos de Anatomia e Histologia da Universidade Estadual de Londrina. A coleta de dados utilizou dois instrumentos, questionários eletrônicos, com todos os mediadores, e entrevistas semiestruturadas com uma amostra representativa. Os resultados mostram que os mediadores ainda estão longe da ideia de mediação e do que seria seu papel, e também que atividades como as propostas pelo Projeto Novos Talentos necessitam de formação mais específica para suprir esta demanda. Também apontam que os mediadores não são preparados para a extensão universitária, que é um dos pilares da Universidade.
Um estudo sobre a Educação não formal no Brasil em revistas da área de ensino de ciências (1979-2008)
Dênis Rogério Sanches Alves, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 10/11/2009
Este trabalho apresenta um estudo sobre Educação não formal tendo como base artigos publicados em revistas nacionais da área de Ensino de Ciências no período de 1979 a 2008. Considerando os seis periódicos analisados (Revista Brasileira de Ensino de Física, Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Ciência & Educação, Investigações em Ensino de Ciências, Ensaio: pesquisa em educação em ciências, Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências), foi possível observar que o desenvolvimento de pesquisas e propostas relativas ao campo da Educação não formal se intensifica a partir do ano de 1999, tendo sido publicados 86% dos artigos do corpus na última década (1999-2008). O referencial investigativo adotado foi à análise textual discursiva, a partir do qual foi possível constituir uma base de dados, ou seja, um corpus, e desenvolver uma análise de cunho qualitativo. Para a constituição do corpus foram analisados 2315 artigos, tendo sido localizados apenas 45 claramente relacionados à temática em questão. Para este desenvolvimento foram identificados, selecionados, interpretados e categorizados os objetivos, metodologias de coleta de dados e as considerações finais dos artigos de pesquisa enunciadas (explícita ou implicitamente) nos periódicos. Dentre as conclusões referentes aos objetivos de pesquisa pertinentes ao campo da Educação não formal verificou-se que podem ser agrupadas nas seguintes categorias: as percepções e concepções de professores iniciantes e em exercício; metodologias de coleta e análise de dados em ambientes não formais; discussões de atividades e propostas de disciplinas; trabalhos colaborativos; pesquisa-ação; trabalho com projetos; utilização da história e da filosofia da Ciência como tema gerador e/ou motivador; utilização da teoria do conhecimento para a análise da aprendizagem nesses espaços. Quanto às formas de coletas de dados pôde-se evidenciar que as entrevistas fizeram parte da coleta (em 50% dos casos identificados) seguida pela aplicação de questionários, pela observação direta e pela produção de diários de campo (estes totalizando quase 30%). Nesta investigação também foram realizados alguns estudos comparativos a respeito das considerações finais de pesquisa do corpus a respeito da Educação não formal. Este trabalho produziu um conjunto de novos sentidos para a Educação não formal em Ensino de Ciências, derivados de pesquisas realizadas nas últimas décadas, com resultados expressivos para orientar novas pesquisas na área, ou seja, produziu um mapa orientador de futuros movimentos de investigação envolvendo a Educação não formal.
(sem título)
Marcelo Alves Carvalho, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 19/02/2009
O presente trabalho tem por objetivo investigar as perspectivas apontadas por estagiários do Curso de Licenciatura em Física da Universidade Estadual de Londrina – UEL, sobre as atividades em educação não formal desenvolvidas durante a disciplina de Metodologia e Prática de Ensino de Física, ou seja, os atendimentos no Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina – MCTL. O levantamento das informações foi feito através de entrevista com oito estagiários que realizaram todas as atividades do estágio. Assim buscamos identificar essas perspectivas, ou seja, as dificuldades, as facilidades, as vantagens ou desvantagens, o que se aprendeu e as contribuições desta experiência para a formação inicial. A orientação de nossa pesquisa constituiu-se de uma abordagem qualitativa por considerarmos que a preocupação foi com a descrição, o significado e o sentido atribuído às atividades desenvolvidas pelos estagiários. Os resultados obtidos mostraram que a realização de atividades no Museu contribuiu de forma positiva para o estágio, pois os estagiários conheceram a riqueza de objetos, equipamentos e experimentos do Museu, familiarizaram-se com a rotina dos atendimentos, observaram o interesse dos visitantes, perceberam o encanto e a forma lúdica de conduzir as explicações num ambiente não formal de ensino de Física. Entretanto algumas deficiências foram detectadas. Inicialmente percebemos uma falta de consciência dos estagiários sobre o objetivo de desenvolver atividades num museu. Para vários deles, a conclusão a qual chegamos era de que os atendimentos serviam como uma pré-regência, uma espécie de momento para conhecer o Museu e verificar o que eventualmente poderia ser utilizado em sala de aula. Isso mostra que não entendiam o Museu como complementar à escola. Também notamos a ausência de um programa de capacitação de monitores no Museu (que poderia atender aos estagiários), assim como a falta de uma parceria entre o Museu e a escola (evidenciada pelas atitudes de vários professores que visitaram o Museu). Entendemos que o formato no qual o estágio foi realizado (observação de aulas, atendimentos no Museu e a regência) se mostrou como uma alternativa viável para a formação do futuro professor de Física.