Alfabetização midiática e informacional e ensino de ciências: um estudo acerca das competências pertinentes à sociedade da informação
GUILHERME HENRIQUE CORREIA DOMINGUES , Prof. Dr. Paulo Sérgio de Camargo Filho
Data da defesa: 24/03/2023
: O processo de alfabetização é um dos requisitos para a atuação plena na sociedade na qual o aluno está inserido, entretanto, os avanços tecnológicos têm afetado as atividades humanas, fornecendo novas tecnologias e multiplicando os meios e dispositivos de comunicação. Assim sendo, na atual sociedade, ou sociedade da informação (SI), as pessoas possuem acesso a uma vasta gama de informações, as quais, devido sua ambivalência, podem contribuir ou desamparar na superação dos desafios inerentes a vivência humana. Desta forma, para além da alfabetização tradicional, outras alfabetizações são importantes na formação do aluno, como a Alfabetização Científica e, como buscamos apontar na presente dissertação, a Alfabetização Midiática e Informacional (AMI). Assim sendo, caracterizada como um trabalho teórico-empírico de nível exploratório, objetivamos compreender e explicitar de que forma a AMI, proposta pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), pode contribuir com a educação científica (EC). Logo, destacamos a EC para a formação de alunos visando a superação de tais desafios, para tal, apontamos o desenvolvimento de competências pertinentes a SI, de forma que o aluno competente é aquele que possui condições de mobilizar seus conhecimentos, ou seja, para além das componentes conceituais, possui domínio das chamadas componentes procedimentais e atitudinais. Reconhecendo a AMI como contribuinte da EC, buscamos visualizar por meio de pesquisa documental algum indicativo de competências em AMI em documentos educacionais norteadores, a saber, os documentos analisados foram a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em especial as áreas de Ciências da Natureza no Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, no Ensino Médio, assim como as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica (DCE) do estado do Paraná, nas áreas de Ciências e Física. Além disso, por meio de mapeamento, buscamos por trabalhos na plataforma Google Acadêmico visando identificar se, no ensino de ciências, há trabalhos cujo tema principal seja a AMI. Após a análise dos documentos educacionais, nota-se que não há menções diretas acerca da AMI, apenas de forma indireta, ou seja, competências que se assemelham as apontadas pela alfabetização. Por meio do mapeamento, destaca-se que são poucos os trabalhos no ensino de ciências que abordam a alfabetização, todavia, observa-se também que a quantidade de trabalhos, de forma geral, aumentou desde a publicação dos documentos da UNESCO. Ademais, mais do que apontar a AMI como contribuinte para a EC na SI, objetivamos propor um quadro teórico que possibilite aferir o nível em AMI de alunos, para tanto, foi feita uma adaptação do quadro proposto pela UNESCO de forma a incluir as componentes conceituais, procedimentais e atitudinais, assim como expandir um dos níveis presentes no quadro atual. Por fim, ante esta dissertação, pretendemos contribuir com a avaliação da AMI por meio do quadro teórico, assim como a popularização da alfabetização.
Práticas Epistêmicas: uma análise documental dos currículos de Ciências da Natureza de países da América do Sul
Ana Suellen Gomes da Silva, Prof. Dra. Andréia de Freitas Zompero
Data da defesa: 24/02/2023
O ensino das disciplinas que compõem as Ciências da Natureza necessita oportunizar aos estudantes bem mais do que os conhecimentos considerados declarativos da ciência. É preciso que os alunos possam se engajar nos aspectos sociais, culturais e epistêmicos do empreendimento científico. O Ensino de Ciências pautado nas práticas epistêmicas vem ganhando destaque nas pesquisas desta área, visto que estas práticas estão relacionadas com as ações que uma determinada comunidade utiliza para a proposição, comunicação, avaliação e legitimação do conhecimento científico. Além disso, a articulação das práticas epistêmicas ao Ensino de Ciências pode propiciar ao aprendiz bem mais que somente o entendimento dos conceitos, direcionando-o a compreender como o conhecimento científico é construído. Destaca-se que as práticas epistêmicas já compõem os currículos de países da Europa, Ásia e América do Norte. Considerando estes aspectos, o objetivo desta pesquisa visou identificar e analisar as práticas epistêmicas nos currículos de Ciências da Natureza de países da América do Sul. Realizou-se uma pesquisa documental de caráter qualitativo com elementos descritos de forma estatística e exploratória dos currículos de Ciências da Natureza da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, referentes ao Ensino Médio. Os dados coletados desses documentos foram analisados por meio de um instrumento analítico apropriado para análise de práticas epistêmicas de diferentes dimensões do conhecimento científico. Por meio das análises foi possível encontrar práticas epistêmicas relativas as três dimensões do conhecimento: produção, comunicação e avaliação. Observou-se a predominância das práticas epistêmicas relacionadas a dimensão de produção do conhecimento nos currículos dos países analisados, seguida das práticas de comunicação e avaliação. Desta forma, pode-se dizer que a formação dos estudantes, de acordo com seus currículos, caracteriza-se como um Ensino de Ciências voltado para os processos de produção do conhecimento científico.
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E INFORMACIONAL E ENSINO DE CIÊNCIAS: Um estudo acerca das competências pertinentes à Sociedade da Informação
Guilherme Henrique Correa Domingues, Prof. Dr. Paulo Sérgio de Camargo Filho
Data da defesa: 27/03/2023
O processo de alfabetização é um dos requisitos para a atuação plena na sociedade na qual o aluno está inserido, entretanto, os avanços tecnológicos têm afetado as atividades humanas, fornecendo novas tecnologias e multiplicando os meios e dispositivos de comunicação. Assim sendo, na atual sociedade, ou sociedade da informação (SI), as pessoas possuem acesso a uma vasta gama de informações, as quais, devido sua ambivalência, podem contribuir ou desamparar na superação dos desafios inerentes a vivência humana. Desta forma, para além da alfabetização tradicional, outras alfabetizações são importantes na formação do aluno, como a Alfabetização Científica e, como buscamos apontar na presente dissertação, a Alfabetização Midiática e Informacional (AMI). Assim sendo, caracterizada como um trabalho teórico-empírico de nível exploratório, objetivamos compreender e explicitar de que forma a AMI, proposta pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), pode contribuir com a educação científica (EC). Logo, destacamos a EC para a formação de alunos visando a superação de tais desafios, para tal, apontamos o desenvolvimento de competências pertinentes a SI, de forma que o aluno competente é aquele que possui condições de mobilizar seus conhecimentos, ou seja, para além das componentes conceituais, possui domínio das chamadas componentes procedimentais e atitudinais. Reconhecendo a AMI como contribuinte da EC, buscamos visualizar por meio de pesquisa documental algum indicativo de competências em AMI em documentos educacionais norteadores, a saber, os documentos analisados foram a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em especial as áreas de Ciências da Natureza no Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, no Ensino Médio, assim como as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica (DCE) do estado do Paraná, nas áreas de Ciências e Física. Além disso, por meio de mapeamento, buscamos por trabalhos na plataforma Google Acadêmico visando identificar se, no ensino de ciências, há trabalhos cujo tema principal seja a AMI. Após a análise dos documentos educacionais, nota-se que não há menções diretas acerca da AMI, apenas de forma indireta, ou seja, competências que se assemelham as apontadas pela alfabetização. Por meio do mapeamento, destaca-se que são poucos os trabalhos no ensino de ciências que abordam a alfabetização, todavia, observa-se também que a quantidade de trabalhos, de forma geral, aumentou desde a publicação dos documentos da UNESCO. Ademais, mais do que apontar a AMI como contribuinte para a EC na SI, objetivamos propor um quadro teórico que possibilite aferir o nível em AMI de alunos, para tanto, foi feita uma adaptação do quadro proposto pela UNESCO de forma a incluir as componentes conceituais, procedimentais e atitudinais, assim como expandir um dos níveis presentes no quadro atual. Por fim, ante esta dissertação, pretendemos contribuir com a avaliação da AMI por meio do quadro teórico, assim como a popularização da alfabetização.
Formação de professores de Biologia para a interdisciplinaridade educativa e a inclusão de estudantes surdos buscando a Aprendizagem Significativa
Suelen Aparecida Felicetti, Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 23/09/2021
A formação adequada de professores de Biologia é um dos fatores que mais influencia na qualidade do ensino de Biologia, pois a partir dela oportuniza-se a apropriação de diferentes saberes, bem como a reflexão e (re)formulação da própria prática docente. Dentre as abordagens possíveis e necessárias à formação, estão aquelas referentes à interdisciplinaridade, como uma maneira de contribuir para a desfragmentação do conhecimento, e à Educação Inclusiva (EI), enquanto meio de priorizar a aceitação das diferenças e a igualdade de direitos entre os estudantes, dentre os quais o direito de aprender significativamente. A partir dessas abordagens, aqueles que têm alguma necessidade educacional especial (NEE), como os estudantes surdos, são acolhidos em sala de aula desde o início da vida escolar e progridem com base no respeito à igualdade e à equidade, assim como podem acessar conhecimentos interrelacionados que permitem compreender parte da complexidade do mundo. As estratégias de ensino ao mesmo tempo podem ser facilitadoras da inclusão de estudantes surdos, potencializadoras da Aprendizagem Significativa (AS) e adequadas à realização de abordagens interdisciplinares de conteúdos de Biologia. Pensando na representatividade de potencializar a formação docente por estas perspectivas, desenvolvemos esta pesquisa com o seguinte objetivo principal: realizar uma investigação teórico-metodológica de construção e aplicação de uma Sequência Didática articulando e integrando o conteúdo “estrutura e função do DNA”, a interdisciplinaridade educativa e a EI de estudantes surdos, para formação de professores de Biologia, tendo a Teoria da Aprendizagem Significativa (TAS) como referencial. Depois de investigar e produzir a Sequência Didática ela foi desenvolvida por meio de ensino online aos Participantes – onze professores e três licenciandos na área, todos do estado do Paraná. Como processo, obtivemos registros de dados por meio de Questionários Inicial e Final, Mapas Conceituais e Planejamentos Didáticos. Por meio de Análise de Conteúdo, realizamos um estudo qualitativo e discutimos resultados alcançados, os quais serviram de base para a proposição de inferências e análises dedutivas. Dentre os principais aspectos observados, identificamos indícios de AS do conteúdo de Biologia, de aspectos interdisciplinares e da EI, pois os Participantes enriqueceram conceitos por diferenciação progressiva e reconciliação integrativa e souberam elaborar Planejamentos comprometidos com tais perspectivas. Ao mesmo tempo em que obtivemos essas inferências dedutivas na formação docente, entendemos que existe demanda por outras formações nesse sentido. Por isso, argumentamos que elas sejam desenvolvidas, em bases teórico-metodológicas científicas, e oferecidas cada vez mais aos professores, a fim de melhorar o ensino de Biologia.
Formação inicial de professores para o trabalho interdisciplinar
Márcio Akio Ohira, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 24/03/2006
O presente trabalho apresenta a investigação para a construção de um conjunto de referenciais teóricos para formar profissionais da educação preparados para a interdisciplinaridade escolar. Atualmente, perceber o mundo de forma não compartimentada e ter como objetivo, durante a formação inicial, o desenvolvimento da capacidade de atuar interdisciplinarmente remete os cursos superiores de formação de professores a fornecer condições para proporcionar fundamentação e análise que mostrem a importância da integração das diversas áreas de conhecimentos, a complexidade dos saberes e ainda despertem nos licenciandos a necessidade de implementar práticas pedagógicas. Com o avanço da pesquisa na área de Ensino de Ciências e com a busca da aproximação do ensino com a realidade sócio-cultural da comunidade escolar, apresentamos assim a implementação de uma concepção de educação científica que possui em seus fundamentos uma proposta de interdisciplinaridade no conhecimento a ser apropriado como saber escolar.
A interdisciplinaridade e o trabalho com projetos: uma proposta pedagógica para o ensino de Ciências e de Matemática na Escola Média
Vanderlei Lavaqui , Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 13/08/2004
Essa dissertação é resultado de um estudo que visa fundamentar e sugerir a implementação de práticas de ensino interdisciplinares no Ensino de Ciências e de Matemática no Ensino Médio, que possam ser inseridas no planejamento pedagógico das escolas, objetivando uma Educação Científica que considere aspectos complexos e relacionais presentes no conhecimento científico e no cotidiano escolar, bem como uma formação educacional integralizante – uma vez que inter-relaciona, articula e integra conhecimentos especializados – e inclusiva, pois reconhece as diferenças epistêmicas, sociais e psicológicas, mas busca a coesão no ambiente educacional. Inicialmente, estabelecemos uma compreensão a respeito da interdisciplinaridade como prática educativa e analisamos algumas formas de entendimento dessa temática no âmbito escolar, visando identificar e explicar os seus fundamentos, suas justificativas, como também os objetivos que buscam atingir. Posteriormente, apresentamos uma análise em relação aos fundamentos e perspectivas metodológicas presentes no trabalho com relação aos fundamentos e perspectivas metodológicas presentes no trabalho com projetos, objetivando mostrar que eles possuem características que permitem e adequam a sua utilização como uma alternativa para o desenvolvimento de uma prática de ensino interdisciplinar. Fundamentados em estudos e pesquisas em torno da interdisciplinaridade escolar e do trabalho com projetos, elaboramos uma sugestão de trabalho interdisciplinar por meio de projetos para a área de Ensino de Ciências e de Matemática na Escola Média. Tal sugestão considera a necessidade de um planejamento das ações educativas interdisciplinares de forma cooperativa e articulada por parte dos professores e o desenvolvimento dos projetos em fases que procuram assegurar o desvelamento das inter-relações e da complexidade presentes nas disciplinas escolares na direção de sua integração. Por fim, levamos a sugestão de trabalho interdisciplinar a uma escola da rede estadual de educação do Estado do Paraná para que os professores e a equipe pedagógica da escola fizessem um estudo e uma análise quanto às suas possibilidades de implementação.