Processo de criação de uma trilha interpretativa a partir da percepção ambiental de alunos do ensino fundamental
Dahiane Inocência Silveira, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 22/03/2013
A ideia da interpretação ambiental nasceu nos Estados Unidos, com a publicação de panfletos que auxiliassem o turista a entender aspectos da natureza. Após o sucesso da ideia, apareceram excursões guiadas por guarda-parques e criou-se o primeiro programa de interpretação da natureza pelo Serviço de Parques Nacionais Norte-americanos. Um dos meios interpretativos mais eficientes são as trilhas interpretativas conduzidas, com a finalidade de enriquecer as experiências dos visitantes, favorecendo a conscientização ambiental, visto que o condutor pode realizar um trabalho educativo com as questões ambientais. Desse modo, este trabalho de pesquisa tem como principal objetivo demonstrar a criação de uma trilha a partir da percepção de alunos ensino fundamental e como seria esta trilha no que se refere aos referenciais da interpretação ambiental. Através dos roteiros elaborados pelos alunos do 6º ano do município de Jacarezinho foram verificadas as possíveis relações entre o planejamento de uma trilha interpretativa com os objetivos da Interpretação Ambiental e dos documentos utilizados no referencial à luz dos teóricos da Percepção Ambiental. Faz-se necessário também destacar dois princípios da Educação Ambiental que serão propósitos desse estudo: Fazer com que os alunos participem na organização de suas experiências de aprendizagem e utilizar diferentes ambientes educativos para comunicar e construir conhecimentos sobre o meio ambiente, privilegiando as atividades práticas e as experiências pessoais. Nas trilhas interpretativas a Interpretação Ambiental se torna um instrumento da Educação Ambiental ao visar objetivos que envolvem a sensibilização, a compreensão e a responsabilidade dos visitantes para com as questões ambientais. Como resultado constatou-se que muito do que os alunos criaram e reproduziram estão de acordo com os referenciais de criação de trilhas interpretativas.
A caracterização e avaliação da interpretação ambiental pelo conteúdo das mensagens
Diego Marques da Silva, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 20/01/2012
A Interpretação Ambiental (IA) é uma atividade cujo principal objeto são as situações educativas em lugares de visitação turística, nas quais se pretende alcançar alguma sensibilização e aprendizado dos visitantes para com as questões ambientais que envolvem os recursos do local. Ela estabelece forte relação com a Educação Ambiental, mas ainda é relativamente pouco estudada no Brasil. O objetivo geral desta pesquisa foi entender que conteúdos servem para caracterizar a IA realizada, o que eles podem indicar em relação à avaliação desta atividade e a partir de que método analisá-los na comunicação interpretativa. Para tal, foi feita uma revisão teórica na busca de uma definição abrangente da IA e seus possíveis desdobramentos no que se refere aos objetivos e resultados pretendidos e sua situação no contexto educacional ambiental mais amplo. Na sequência, realizou-se uma Análise de Conteúdo de uma situação prática, onde as falas de um intérprete do Parque Estadual Mata dos Godoy (Londrina/PR) foram o corpus; desta forma foi possível um melhor entendimento sobre quais mensagens e conteúdos são comunicados à audiência. Como resultado, foram estabelecidos alguns tipos de mensagens importantes para a IA, assim como o que elas indicam sobre a qualidade desta atividade quando compõem a comunicação.
Cartografia da Educação Ambiental nas Pós-Graduações Stricto sensu Brasileiras (2003-2007): ênfase na pesquisa das áreas de Educação e Ensino de Ciências sobre formação de professores
Daniele Cristina Souza, Profª. Drª. Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 05/02/2010
Estudos do tipo estado da arte da pesquisa em Educação Ambiental (EA) estão sendo desenvolvidos para analisar as temáticas e qualidade das pesquisas das pós- graduações com intuito de contribuir com a consolidação do campo e indicar suas tendências e lacunas. Neste sentido, objetiva-se levantar as dissertações e teses produzidas nas Pós-graduações stricto sensu reconhecidas e recomendadas pela Capes no período de 2003-2007, visando um aprofundamento sobre os objetivos e temáticas dos trabalhos das áreas de Educação e de Ensino de Ciências e Matemática que abordam a formação de professores/educadores. Como fonte de dados utilizou-se o Banco de Teses da Capes que forneceu os resumos das dissertações e teses em EA. Foram feitas duas seleções, uma para identificar os trabalhos que diziam respeito à EA e a segunda naqueles que abordavam a formação de professores/educadores. Para a primeira seleção os critérios foram estabelecidos mediante compreensão sobre a EA a partir literatura da área que constitui o Capitulo I e II. A segunda seleção se deu mediante estabelecimento de termos relacionados a formação de professores que deveriam ser encontrados no resumo. Os trabalhos foram organizados em quadros e tabelas a partir dos descritores: área do conhecimento, região do Brasil, Instituição do Ensino Superior (IES) por ano, visando uma caracterização geral da pesquisa, assim como possibilitar a delimitação do corpus de análise qualitativa. Após essa organização optou-se por analisar os resumos das áreas de Educação e de Ensino de Ciências pela sua representatividade. Dos 1418 resumos levantados no Banco de Teses da Capes, 847 são de EA com distribuição nas quatro regiões do Brasil, em cursos de 38 áreas do conhecimento e em diversas IES. Destes, 439 são das áreas de Educação e de Ensino, dos quais 130 abordam a temática de formação de professores/educadores. Identificou-se o perfil de atuação do professor/educador participante da pesquisa, caracterizando-se por todos os níveis de ensino, principalmente as séries iniciais, com atuação em diferentes disciplinas, especialmente no ensino de Biologia, Geografia e Ciências. Com relação ao período de formação investigado abrangeram-se diversos e o mais relevante foi a Formação no exercício (42,30%), analisando saberes e prática educativa de professores no espaço escolar. Seguido pela Formação Continuada em Serviço (30%) com diversas abordagens. A formação inicial também foi representativa (15,38%). Os demais períodos de formação tiveram menos de 1,54% cada. Foram identificados três eixos temáticos os quais possuem categorias e subcategorias e são contextualizados a partir da literatura: 1) Identidade e profissionalização docente em EA (53,49%); (2) Análise da natureza e/ou o impacto de uma intervenção formativa (44,18%) e (3)Estudos teóricos sobre formação de professores em EA (2,32%). Os dados denotam a capilaridade da EA no espaço acadêmico brasileiro em que a formação de professores é investigada principalmente qualitativamente, valorizando- se a subjetividade dos sujeitos, mas também avaliando a estrutura de cursos e de estratégias formativas. Pela limitação do presente estudo aponta-se a necessidade de maiores aprofundamentos a partir dos trabalhos na íntegra.
Aproximações entre o Arco de Maguerez e as Atividades de Educação Ambiental na Escola: Limites e Possibilidades
Matheus Fabrício Verona, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 24/03/2009
A gravidade da atual situação ambiental fornece indícios de que o processo educativo nessa área é condição necessária para revermos o quadro de desequilíbrios de nosso planeta. Mas, para isso, é essencial que se priorize os fundamentos de uma Educação Problematizadora – centrada no diálogo, na criatividade, na reflexão e, portanto, no aluno. Nesse sentido, com o presente trabalho, ao avaliar a aplicabilidade da Metodologia da Problematização como um procedimento que permite contemplar os pressupostos e objetivos da Educação Ambiental para o contexto escolar, busca-se fornecer uma contribuição ao ensino dessa temática em Ciências Naturais. Sendo assim, a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez foi adotada como estratégia de ensino junto a duas turmas (5ª e 6ª séries) do segundo ciclo do Ensino Fundamental de uma escola localizada nas proximidades do Rio Mogi-Guaçu, no município de Pirassununga / SP, para desenvolver atividades de Educação Ambiental. Os dados coletados, a partir de notas de campo e entrevistas semiestruturadas com os alunos e o professor das turmas, foram analisados por meio de uma abordagem qualitativa e interpretativa fundamentada na literatura. Pôde-se constatar que, apesar das particularidades de cada uma de suas cinco etapas – observação da realidade e definição de um problema de estudo; pontos- chave; teorização; hipóteses de solução e aplicação à realidade – percorrer o Arco de Maguerez possibilita: explorar situações-problemas definidas em um cenário próximo ao cotidiano dos alunos; ter acesso aos seus conhecimentos prévios acerca do problema investigado; concretizar momentos interdisciplinares ou de abordagem transversal do tema em discussão; trabalhar com atividades experimentais; criar um espaço para a discussão, exposição e confronto de ideias; exercitar a tomada de decisão a partir da utilização de critérios previamente definidos e, também, interagir, diretamente, como a comunidade que convive com o problema identificado ‘in loco’. Ressalta-se, entretanto, que configuram obstáculos à concretização dessa estratégia metodológica quando utilizada no desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental no Ensino Fundamental: o excessivo número de alunos por turma; a falta de assiduidade dos educandos; a insegurança para defender suas próprias concepções e tomar decisões coletivas; o longo tempo necessário para o desenvolvimento desse tipo de atividade, o que se soma aos escassos recursos financeiros das escolas e à sua estrutura física que não privilegia trabalhos que extrapolam a sala de aula. Portanto, apesar de alguns limites, existem aproximações dos princípios teóricos e práticos entre a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez e os documentos que sustentam os objetivos da Educação Ambiental, o que permite afirmar que esse é um possível procedimento organizador de atividades ambientais no contexto escolar.
Concepções e práticas de educação ambiental na formação de professores
Meiri Alice Rezler, Profª. Drª. Rosana Figueiredo Salvi
Data da defesa: 04/03/2008
Esta pesquisa teve como objetivo geral investigar dimensões da formação do professor em educação ambiental que precisam ser atendidas para que se possa introduzir a educação ambiental no dia-a-dia do ensino fundamental e médio. Seus objetivos específicos foram: investigar a concepção de professores sobre meio ambiente e educação ambiental e analisar as mudanças nas respostas quanto aos objetivos, temas, estratégias, valores e atitudes e enfoque da educação ambiental, antes e após uma oficina com 40 horas presenciais. Para a coleta de dados foram utilizados questionários aplicados pré e pós-oficina, aplicados junto a treze professores de ensino médio e quinta a oitava séries do ensino fundamental de diferentes áreas de estudo. Foi feita uma análise qualitativa e quantitativa dos dados coletados. A maioria destes professores mostrou uma representação social de meio ambiente mista, composta especialmente da visão naturalista e antropocêntrica, preocupados com uma educação ambiental na direção dos cuidados com o ambiente com vistas à sua utilização pelo homem. Considerando como tendências atuais da educação ambiental o adestramento ambiental, o desenvolvimento sustentável, o ecologismo radical e o enfoque crítico, os professores contemplaram o adestramento ambiental e o desenvolvimento sustentável com 72% das suas respostas na pré-oficina e 64% na pós-oficina. 100% dos professores consideram importante trabalhar valores e atitudes em educação ambiental, respostas estas dadas no momento pré-oficina e confirmada pós-oficina, sendo a responsabilidade eleita a mais importante dentre 23 outras apresentadas. Além da responsabilidade, estão na lista dos seis considerados mais importantes na pós-oficina no trabalho com educação ambiental: consciência crítica, respeito aos fatores abióticos, cooperação, defesa da qualidade ambiental e defesa da qualidade de vida do ser humano. Os seis valores e atitudes considerados menos importantes no trabalho com educação ambiental pós-oficina foram: paz, liberdade, patriotismo, fraternidade, justiça social e respeito ao patrimônio histórico. Os resultados mostram um aumento estatisticamente significante na quantidade de valores e atitudes apontados como importantes no desenvolvimento da educação ambiental na pós-oficina em relação à pré-oficina, no número de estratégias consideradas adequadas e viáveis no trabalho com educação ambiental, no conhecimento de diferentes estratégias, sugerindo que a oficina teve efeito positivo nos participantes.