Teses e Dissertações
Palavra-chave: defectologia
A Matemática que se sente na pele: um estudo do pensamento matemático de alunos surdocegos
Marcelo Silva de Jesus, Profª Drª. Angela Marta Pereira das Dores Savioli
Data da defesa: 27/05/2021
A presente pesquisa, de abordagem qualitativa descritiva, com características de um
estudo de casos múltiplos, tem por objetivo investigar e discutir características do
Pensamento Matemático de dois alunos surdocegos de uma escola do município de
Londrina-PR. Para tanto, assumiu-se como perspectiva epistemológica e
metodológica o Modelo dos Campos Semânticos (MCS), proposto por Rômulo
Campos Lins. Como suporte teórico, adotou-se a relação entre Pensamento e
Linguagem e o processo de desenvolvimento de crianças com deficiência, propostos
por Vygostsky. Para atingir o objetivo proposto, construiu-se uma caracterização para
o modo de produção de significados para a Matemática esperado de dois alunos no
contexto educacional paranaense, a partir da produção de significados do autor deste
trabalho para os resíduos de enunciações contidos nas Diretrizes Curriculares da
Educação do Paraná para a disciplina de Matemática. Tendo essa caracterização
como referência e os referenciais teóricos mencionados, realizou-se uma leitura dos
resíduos de enunciações dos dois, produzidos durante entrevistas semiestruturadas
que tinham por objetivo caracterizar os contextos escolares em que estiveram e/ou
estão inseridos e uma caracterização para os modos de produção de significados para
a Matemática, ou ainda, para o Pensamento Matemático de cada um deles. O estudo
evidenciou que o modo mais presente e valorizado em toda aprendizagem escolar dos
alunos, de noções concretas às abstratas, após o surgimento da surdocegueira,
esteve indissociável da manipulação, presente ou passada, de objetos físicos. Apenas
um dos alunos demonstrou possuir o Pensamento Matemático esperado no contexto
em que estão inseridos, e que ambos demonstram, em seus modos de lidar com a
Matemática, coisificar noções matemáticas e fazer referência a objetos “concretos”,
“cotidianos”.