Prática como componente curricular : espaço de luta e resistência na formação de professores de química
MATHEUS JUNIOR BALDAQUIM, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 12/04/2023
Este estudo tem como objetivo analisar definições e critérios para a execução da Prática como Componente Curricular (PCC) e identificar as formas de inserção, bem como os professores atuantes nesse espaço curricular na formação de professores de Química dos Institutos Federais do Sul do Brasil. A constituição do referencial teórico deu-se em quatro seções. Na primeira, realizou-se a análise e interpretação dos documentos normativos que abordam a PCC. Na segunda, o objetivo foi a construção do conceito da PCC associada à práxis. Na terceira, identificam-se os focos de investigação das teses e dissertações que abordam a PCC no contexto da Licenciatura em Química. E, por último, caracteriza-se a área de Ensino de Química com base nos pressupostos teóricos de Pierre Bourdieu. A compilação dos dados desta pesquisa ocorreu mediante a análise dos projetos pedagógicos dos cursos de Licenciatura em Química dos Institutos Federais do Sul do Brasil e dos respectivos planos de ensino das componentes curriculares que apresentam carga horária destinada à PCC. Já a busca pelo Capital Cultural Institucionalizado e o Capital Acadêmico-Científico dos professores formadores atuantes nos espaços curriculares da PCC teve como base de dados a Plataforma Lattes. As análises permitiram evidenciar as múltiplas formas de inserção da PCC, que ocorrem de acordo com as necessidades próprias das instituições. Além disso, apenas 25% da carga horária de PCC nos cursos analisados pertence aos docentes com Capital Cultural Institucionalizado na área do Ensino de Química. Esse cenário reforça a necessidade de estabelecer o diálogo reflexivo entre Química/Educação/realidade social, pois para desenvolver a PCC é necessário o comprometimento dos professores formadores que devem ter conhecimento específico da interface.
Controvérsias, actantes e atuações: um estudo do processo de transição para um currículo flexível
Hugo Emmanuel da Rosa Corrêa, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 08/02/2021
O ambiente educacional tem se apresentado como um desafio para pesquisadores devido à sua característica multifacetada e complexa, no qual fazem parte múltiplos atores, nos mais diversos momentos, seja em sala de aula ou nos processos de criação dos novos currículos, como se observa no Brasil contemporâneo. Com isso em vista, a presente investigação analisou o processo de transição curricular realizado por uma instituição de ensino pública federal, nos cursos técnicos integrados. Inspirado na Teoria Ator-rede de Bruno Latour, buscou-se compreender de que forma agiram os atores no processo de criação e manutenção do currículo implantado na instituição. Para isso, parte-se de um objetivo geral de compreender o processo de criação e manutenção do modelo curricular do IFPR – campus Jacarezinho, alinhado aos objetivos específicos de analisar: i) as características das conexões estabelecidas pelos atores para a criação de outro não humano; ii) as atuações desempenhadas por atores específicos na rede envolvida no processo; e iii) as performances realizadas pelos atores específicos nas diversas controvérsias mapeadas. Com viés metodológico norteado pela cartografia das controvérsias, mas embasado por múltiplas bases metodológicas, conseguiu-se como resultados descrever e analisar o conjunto de controvérsias envolvidas no processo, percebendo e descrevendo os atributos de tais controvérsias, bem como identificar e diagramar as redes com os atores envolvidos, analisar as atuações de três atores mais representativos e, a partir delas, identificar as variáveis que influenciaram nas atuações dos atores escolhidos, tais quais: atributos da controvérsia, atributos do ator, atributos da rede, cronologia do processo e a ação de outros atores. Desta forma, julga-se ser possível compreender como e em que circunstâncias ocorrem as atuações, em um ambiente de criação e transição curricular.
Os processos formativos dos estágios supervisionados na constituição de professores de Ciências e Biologia
Joseana Stecca Farezim Knapp, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 26/02/2018
Esta tese trata da formação inicial de professores e como os estágios supervisionados constituem os professores de Ciências e Biologia. A pesquisa foi realizada em uma universidade pública do estado do Mato Grosso do Sul, com quatro acadêmicos de um curso de graduação em Ciências Biológicas nos cinco Estágios Supervisionados, sendo um estágio de Gestão Educacional, dois estágios no Ensino Fundamental e dois estágios no Ensino Médio. Ao final da pesquisa foi apresentado o perfil dos quatro professores em formação a partir dos dados analisados, bem como uma proposta de mudança para este curso de licenciatura. Para tanto foi feita uma análise nos documentos oficiais do curso de Ciências Biológicas, como o Projeto Pedagógico do Curso – PPC e os Planos de Ensino dos professores, bem como as legislações e resoluções que os legitimaram, para caracterizar a proposta curricular de formação deste curso específico. Outra parte da pesquisa foi realizada no locus do processo de constituição de professores, a sala de aula de estágio supervisionado, através de videofilmagens das aulas presenciais na universidade, que após serem revisitadas e selecionadas foram transcritas e passaram por uma Análise Microgenética apoiada no referencial histórico-cultural. Os professores em formação, ao longo dos estágios desenvolveram características críticas e reflexivas, rompendo com concepções iniciais ligadas ao senso comum no que se refere à docência. Os estágios possibilitaram identificar nas narrativas faladas e escritas dos licenciandos processos de internalização de conceitos ligados à docência apontados pela bibliografia como necessários ao bom professor. Foi possível identificar no PPC que a proposta de estágio do curso de Ciências Biológicas busca romper com o modelo tecnicista (“3+1”) diluindo os estágios a partir da metade do curso. Embora ocorra essa fissura no modelo ainda há uma discrepância entre as disciplinas de conhecimentos didático- -pedagógicos de ensino, educação e estágios frente às de conhecimentos científico- -biológicos, prevalecendo a maioria da carga horária para esse último grupo de disciplinas.
O Ensino da Física do Plasma e a Formação de Professores
Ligia Ayumi Kikuchi, Profª. Drª. Irinéa de Lourdes Batista
Data da defesa: 30/03/2016
Esta pesquisa faz uma discussão a respeito do ensino da temática Física de Plasmas e a formação de professores. Um dos objetivos foi investigar a situação do ensino da Física do Plasma nos currículos dos cursos de Licenciatura em Física, sua ocorrência ou ausência. Para tanto, foi realizada uma Análise Documental dos Projetos Pedagógicos de Cursos de Licenciatura em Física brasileiros. Além disso, para aprofundar esta investigação, foi elaborado um questionário para professores das Licenciaturas em Física. Um segundo objetivo desta pesquisa foi elaborar uma proposta de Unidade Temática para a formação de professores a respeito da Física do Plasma, com base na Aprendizagem Significativa e na História da Ciência, para depois, discutir como professores atuantes em cursos de Licenciatura em Física avaliam tal proposta. A partir de nossos resultados, evidenciou-se uma pouca atenção dada a essa temática na formação de professores, apesar de, segundo a literatura, ser um tema relevante por estar presente no cotidiano dos alunos e também por ser um assunto de Física Moderna e Contemporânea. Com base nos resultados obtidos, a Unidade Temática elaborada mostrou ser uma boa proposta para trabalhar o conteúdo de Física de Plasma nas Licenciaturas em Física, levando em consideração algumas ressalvas citadas pelos professores avaliadores.