Teses e Dissertações
Palavra-chave: comunidades de prática
Agência Profissional de Professores que Ensinam Matemática em uma Comunidade de Prática
Laís Maria Costa Pires de Oliveira, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 21/03/2019
Um número crescente de estudos tem problematizado a constituição da identidade profissional
(IP) de professores em diferentes contextos formativos. Dentre os elementos que constituem
essa identidade, poucas discussões tem como foco agência profissional, elemento que, ao ser
explorado, implica na análise de contextos formativos, especificamente de suas possibilidades
e restrições e da influência que experiências ali vivenciadas pelos professores podem exercer
em sua IP no futuro, particularmente em sua agência. Ao levar em conta esses apontamentos o
presente estudo busca responder à questão geral de pesquisa: Que aspectos da prática da
Comunidade de Prática de Professores que Aprendem e Ensinam Matemática (CoP-PAEM)
apoiaram o desenvolvimento da agência profissional de professoras em processo de formação
continuada?. Para tanto, a investigação é sustentada em três elementos basilares presentes em
uma Comunidade de Prática (CoP) de professores que ensinam Matemática (PEM) (e nas
relações que decorrem da interação entre eles): o professor em processo de formação (o
participante da CoP); o grupo que interage no processo de formação (a comunidade) e o
formador de professores (coordenador da CoP). Foi realizada uma investigação qualitativa de
cunho interpretativo, na perspectiva da pesquisa–intervenção, da trajetória da CoP-PAEM no
empreendimento Estudo dos Conjuntos Numéricos. Os dados coletados consistiram de
anotações do diário de campo da pesquisadora e de transcrições de falas das participantes da
comunidade, audiogravadas em momentos de interação durante o referido empreendimento.
Os resultados evidenciam que o tempo de convivência e a frequência de interações entre os
membros da CoP; o compartilhamento e o confronto de conhecimentos profissionais; as
práticas centradas nos professores; a diversidade de experiências formativas; a disponibilidade
para interagir; a abertura para vivenciar desafios; a autonomia para negociar o quê e como
trabalhar; a valorização do fazer matemático; o compartilhamento de experiências e reflexões;
a dinamicidade da expertise; a proposição e negociação de trabalhos de natureza teórica e
prática; e a legitimação de diferentes formas de participação, aspectos emergentes da prática
dessa CoP, apoiaram o desenvolvimento da agência profissional das professoras participantes.
Assim, concluímos que a existência e a integração entre esses aspectos mostraram-se
potenciais para promover experiências estruturadoras da IP de PEM capazes de fomentar e
fortalacer a agência profissional das professoras contemplando o caráter relacional, dinâmico,
temporal, complexo e contínuo desse elemento de suas IP.
Perspectiva do ensino exploratório: promovendo aprendizagens de professores de Matemática em um contexto de comunidade de prática
Cristina Cirino de Jesus, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 30/11/2017
A formação de professores é uma temática muito discutida nas pesquisas brasileiras e
internacionais, por isso pensar em espaços de formação voltados aos professores de Matemática
e ainda garantir que estes contextos os considerem como sujeitos “pensantes” e atendam suas
necessidades para a prática de sua profissão têm conduzido a ações de formação nas quais os
professores têm a oportunidade de compartilhar experiências, negociar significados, ser
corresponsável por sua aprendizagem. Este estudo tem como foco de investigação olhar para a
perspectiva do Ensino Exploratório como uma temática promissora para fomentar discussões,
reflexões e aprendizagens profissionais em um contexto de formação continuada. Para isso
constituímos como espaço de formação uma Comunidade de Prática de professores de
Matemática, CoP-ProfMARE, por considerarmos este espaço de formação promissor para o
desenvolvimento de aprendizagens do professor e utilizamos como ferramenta de formação o
caso multimídia Plano de Telefonia. Tendo como ponto de partida a exploração da perspectiva
do Ensino Exploratório no contexto da CoP-ProfMARE, assumimos a seguinte questão geral de
investigação:“Que aprendizagens profissionais, com relação à perspectiva do Ensino
Exploratório, são manifestadas por professores de Matemática em um contexto de Comunidade
de Prática?” Nosso estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa, assumindo um paradigma
interpretativo e a modalidade de pesquisa intervenção. A recolha de dados envolveu as
transcrições dos encontros da comunidade (audiogravados), as produções escritas elaboradas
pelas professoras e o diário de campo da pesquisadora, que neste contexto também assumiu o
papel de formadora. Os resultados desta investigação evidenciaram as potencialidades da
perspectiva do Ensino Exploratório para a formação continuada de professores de Matemática, pois permite ao professor no contexto de formação: (i) reconhecer as potencialidades das perspectivas alternativas de ensino; (ii) desenvolver conhecimentos necessários para a sua profissão; (iii) repensar sua prática pedagógica; (iv) desenvolver a sua autoconfiança; (v) refletir sobre os processos de ensino e aprendizagem; (vi) conhecer o potencial das tarefas cognitivamente desafiadoras para a aprendizagem dos alunos; (vii) mudar sua forma de ensinar e (viii) desenvolver uma postura inquiridora. Consideramos que privilegiar discussões acerca da perspectiva do Ensino Exploratório em contextos de formação continuada permite uma articulação entre a teoria e a prática
A aprendizagem de astronomia em redes sociais
Ferdinando Vinicius Domenes Zapparoli, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 15/08/2017
O objetivo dessa tese foi demonstrar como ocorre a aprendizagem científica
em redes sociais, para isso, escolhemos de três comunidades dedicadas à
Astronomia no Facebook e analisamos algumas das postagens realizadas
pelos seus membros, além de entrevistar um moderador de cada uma dessas
comunidades. As postagens devido às suas características foram enquadradas
como Diálogos de Aprendizagem Informal (DIAI) e cada uma delas são
compostas por pequenos textos chamados de posts que foram organizados e
divididos em Unidades de Análise (UA) resultando em 255 ações virtuais que
foram acomodadas em 22 categorias de ação separadas em dois tipos:
pessoal e técnica. Tendo como referência os Focos de Aprendizagem
Científica para analisar as postagens e as entrevistas, foi possível se constatar
elementos como envolvimento, prática e reflexão, nas postagens dos membros
das comunidades possibilitando a verificação de que durante os DIAI
selecionados acontece aprendizado científico, concluindo que os mesmos são
um exemplo de aprendizagem informal. Considerando as evidências
apresentadas, concluímos que as comunidades do Facebook estudadas
constituem uma comunidade de prática, sendo desse modo um setting
apropriado para que seus membros discutam conceitos científicos associados
à Astronomia possibilitando um aprendizado de acordo com o desejo pessoal
dos participantes da comunidade, característica inerente à aprendizagem por
livre escolha, um conceito importante da aprendizagem informal, o que nos
permite considerar que mesmo nos ambientes virtuais pode-se aprender
Astronomia.
Práticas de uma Comunidade de Professores que ensinam Matemática e o Desenvolvimento Profissional em Educação Estatística
Everton José Goldoni Estevam, Profª Drª Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 17/12/2015
Instituir espaços de formação voltados a professores que ensinam Matemática e, mais ainda,
garantir que eles se ajustem às necessidades decorrentes da complexa profissão docente têm
conduzido ações de formação e pesquisas à perspectiva social de Aprendizagem Situada em
Comunidades de Prática (CoPs). Por outro lado, estudos realizados no campo da Educação
Estatística denunciam dificuldades diversas dos professores relacionadas a conhecimentos
especializados e aspectos didático-pedagógicos da Estatística e ressaltam a dimensão
formativa como um ponto-chave a ser abordado e melhorado. O presente estudo articula esses
dois apontamentos ao assumir a seguinte questão geral de pesquisa: “Como empreendimentos
de um grupo de professores que ensinam Matemática, reconhecido como uma Comunidade de
Prática, oferecem oportunidades de desenvolvimento profissional na Educação Estatística?”.
Para tanto, a investigação é sustentada em três aspectos-chave: i) a aprendizagem profissional
de professores em CoPs; ii) o desenvolvimento profissional de professores na Educação
Estatística; e iii) empreendimentos realizados em uma CoP de professores que ensinam
Matemática, intencionalmente constituída e coordenada pelo pesquisador/formador, a qual foi
autonominada Comunidade de Prática Refletir, Discutir e Agir sobre Matemática (CoP-
ReDAMat). Assumimos a perspectiva qualitativa de pesquisa, situada no paradigma
interpretativo, e realizamos um estudo do tipo pesquisa-intevenção, cuja recolha de dados
envolveu duas dimensões: análises de literatura para a estruturação de quadros teóricos que
fundamentam a pesquisa e transcrições de audiogravações de encontros realizados pela CoP-
ReDAMat, em que foram negociados e realizados os empreendimentos Análise de Tarefas
Estatísticas (ATE) e Análise de Vídeos de uma Aula de Estatística (AVAE). Essas transcrições
foram complementadas pela produção escrita dos professores da CoP e registros do caderno
de campo do pesquisador/formador. A partir da articulação dos apontamentos dessas duas
dimesões analíticas, nossos resultados evidenciam um conjunto de elementos emergentes na
prática de Comunidades de professores que ensinam Matemática que oferecem condições para
sua aprendizagem profissional. O foco particular dos empreendimentos realizados pela CoP-
ReDAMat sobre a Educação Estatística proporcionou a emergência de elementos que revelam
desenvolvimento coletivo de compreensões relacionadas a conceitos, ideias, propriedades e
procedimentos estatísticos, a aspectos pedagógicos da Educação Estatística e modos como os
alunos aprendem Estatística, a importância e papel da equidade no ensino de Estatística, de
forma a não negligenciar ou desprover o processo pedagógico em contextos de diversidade, e
o desenvolvimento do autossenso do professor, com reconhecimento da Educação Estatística
como dimensão de seu domínio de conhecimento. Concluímos, portanto, que as
oportunidades de desenvolvimento profissional oferecidas em contextos de CoP não são
ancoradas no empreendimento em si, mas emergem da articulação daquilo que se desenvolve
no empreendimento às práticas desempenhadas pelos professores em sua ação cotidiana, a
qual se constitui, a partir dos elementos que identificamos, como condicionantes da
aprendizagem dos professores.
Identidade Profissional de Professores de Matemática em uma Comunidade de Prática
Tânia Marli Rocha Garcia, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 28/08/2014
Nesta investigação, tivemos por objetivos identificar e analisar empreendimentos e ações
negociadas na Comunidade de Prática de Professores que Aprendem e Ensinam Matemática
– CoP-PAEM que evidenciaram trajetórias de aprendizagem de seus participantes, relacionadas a aspectos envolvidos na constituição da identidade profissional de professor. Esses objetivos foram definidos como diretrizes da investigação na busca de responder a
seguinte questão de investigação: “Que elementos da prática de uma Comunidade de Prática de professores que ensinam Matemática promovem o desenvolvimento da identidade profissional de professor?”. Optamos por tratar o desenvolvimento da identidade
profissional dos professores em formação continuada na perspectiva teórica da Teoria Social da Aprendizagem (Wenger, 1998). Nesta teoria a identidade profissional é considerada como um fenômeno de transformação pessoal e contínua, em estreita relação com o processo de aprendizagem, e portanto, inerente à participação ou pertença a Comunidades de Prática. Para tanto, desenvolvemos essa pesquisa a partir de uma abordagem qualitativa, de cunho interpretativo. Na análise das ações negociadas e desenvolvidas na CoP-PAEM, no empreendimento Estudo do Raciocínio Proporcional, evidenciamos elementos da prática da comunidade que favoreceram a construção de trajetórias de aprendizagem de seus membros e o desenvolvimento de sua identidade profissional, quais sejam: plano de trabalho aberto, flexível e minimalista; negociação dos empreendimentos, dinâmicas e ações; autonomia para escolher o quê e como aprender; vínculo institucional com a universidade e apoio financeiro; intercâmbio com membros de outras comunidades; disponibilidade (dos membros) para interagir; integração e confronto de diferentes saberes; descentralização do poder (de quem detém os conhecimentos); participação dos pesquisadores e formadores como membros da comunidade; contato regular e frequente; convivência de longo prazo; ações centradas nos professores; experiências de vulnerabilidade; conexões entre as observações e interpretações empíricas e um referencial teórico mais amplo; e discussão conjunta de experiências compartilhadas por meio de narrativas. Os resultados de nossa investigação sugerem que um processo de formação continuada, estruturado a partir da articulação desses elementos numa perspectiva de desenvolvimento profissional de professores que ensinam Matemática, com uma dinâmica que permita diferentes modos de participação e favoreça a interação, a reflexão e a construção de relações de respeito e confiança, é uma alternativa às propostas de formação de professores, que privilegiam cursos ou treinamentos.
“Elementos de uma Comunidade de Prática que permitem o desenvolvimento profissional de professores e futuros professores de Matemática na utilizaçao do Software Geogebra
Loreni Aparecida Ferreira Baldini, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 15/08/2014
Ao considerar a complexidade que envolve a formação de professores, em especial, no que
tange à integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na prática
pedagógica, investigou-se, neste estudo, que elementos da prática da Comunidade de Prática
de Formação de Professores de Matemática (CoP-FoPMat) na utilização do software
GeoGebra permitem o desenvolvimento profissional de professores e futuros professores de
matemática. Para isso, formou-se um grupo de estudo, que se constituiu em uma Comunidade
de Prática, com professores e futuros professores de matemática interessados em aprender a
utilizar o software GeoGebra no ensino da matemática. Para atender aos propósitos desta
investigação, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa na perspectiva da pesquisa
intervenção. A aprendizagem e a mobilização/constituição de conhecimentos para o uso do
GeoGebra em sala de aula é assumida neste trabalho como indicadores do desenvolvimento
profissional de professores e futuros professores. Para discutir a aprendizagem dos
participantes da CoP-FoPMat, ancora-se na perspectiva teórica da Teoria Social da
Aprendizagem proposta por Etienne Wenger e, para orientar a formação para o uso do
software GeoGebra, utiliza-se o quadro conceitual Conhecimento Tecnológico e Pedagógico
do Conteúdo (TPACK) de Punya Mishra e Matthew J. Koehler. Entre os empreendimentos
identificados na prática da CoP-FoPMat, realizou-se a análise de dois deles, nomeadamente,
resolver tarefas utilizando o software GeoGebra e apresentar, analisar e discutir a resolução
dessas tarefas. Reflexões advindas da análise desses empreendimentos possibilitaram a
identificação dos seguintes elementos: oportunidades de seus membros de desempenharem
um papel ativo no seu processo de formação; de sentirem-se desafiados a partir da resolução
da Tarefa; de partilharem experiências; de exporem erros sem constrangimentos; de
apresentarem, justificarem, explorarem e compararem estratégias; de utilizarem as tecnologias
digitais e a “lápis e papel”, integradas ou não; de contarem com a presença do expert no
grupo; de desenvolverem relacionamentos/interações, respeito e confiança, solidariedade,
criatividade. Os resultados desta investigação sugerem que, para a formação de professores,
na perspectiva do desenvolvimento profissional, sejam considerados espaços de discussões
desencadeados pelo uso das tecnologias digitais contemplando os elementos identificados
neste trabalho.
Aprendizagens no Empreendimento Estudo do Raciocínio Proporcional
Laís Maria Costa Pires de Oliveira, Profª Drª Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 04/04/2014
Nesta investigação, teve-se por objetivo identificar e analisar que empreendimentos
articulados desenvolvidos na/pela Comunidade de Prática de Professores que Aprendem e
Ensinam Matemática – CoP-PAEM evidenciaram aprendizagens de seus participantes, no que concerne a seu conhecimento profissional, especificamente aspectos do Raciocínio Proporcional, parte do conhecimento matemático constituído por esses professores. Ademais foram analisados que conhecimentos da Matemática os participantes dessa Comunidade de Prática mobilizavam nas ações de resolver, discutir e refletir a respeito de problemas envolvendo proporção/proporcionalidade. Ao listar esses objetivos como diretrizes da investigação, buscou-se responder a seguinte questão de investigação: “Que elementos da prática de uma CoP oportunizaram aprendizagens relacionadas ao conhecimento matemático de professores de Matemática nas ações de resolver, discutir e refletir a respeito de problemas envolvendo proporção/proporcionalidade do empreendimento Estudo do Raciocínio Proporcional?”. Optou-se por tratar as aprendizagens dos professores em formação continuada na perspectiva teórica da Teoria Social da Aprendizagem (Wenger, 1998), que concebe o processo de aprender como inerente à participação ou pertença a Comunidades de Prática. Para tanto, desenvolveu-se uma investigação de natureza qualitativa, de cunho interpretativo. Pela análise das Ações Resolução e discussão de problemas matemáticos envolvendo proporção/proporcionalidade e Reflexão a respeito de algumas dessas resoluções e justificações, tendo em conta o apoio da literatura (LAMON, 2012) sobre o tema do referido empreendimento articulado, foram identificados os seguintes elementos da prática da CoP-PAEM que oportunizaram aprendizagens de seus participantes: a resolução e discussão de problemas, o compartilhamento e a justificação de suas produções, o estudo de textos teóricos que tratam do Raciocínio Proporcional, a oportunidade de ser questionado, a reflexão a respeito da produção (escrita/oral) desencadeada a partir de alguns problemas resolvidos. Os resultados da investigação sugerem que um processo de formação continuada, estruturado na perspectiva de promover o desenvolvimento profissional de professores que ensinam Matemática, especialmente a (res)significação do conhecimento do conteúdo que ensina, em que sejam oportunizadas aprendizagens por meio de interações sociais baseadas no respeito, confiança e compromisso dos participantes uns com os outros, como vistos na CoP-PAEM, é uma alternativa às propostas de formação de professores, comumente estruturadas em cursos ou treinamentos.
Trajetórias de Aprendizagem de Professoras que Ensinam Matemática em uma Comunidade de Prática
Marcia Cristina Nagy, Profª Drª Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 21/03/2013
No presente trabalho, tivemos por objetivo descrever e analisar algumas
aprendizagens de professoras que ensinam matemática nos anos iniciais do
Ensino Fundamental ocorridas em uma comunidade de prática (Cop-
MatAnosIniciais) para, então, buscar identificar e discutir elementos do contexto
dessa comunidade de prática que revelaram/permitiram aprendizagens dessas
professoras relacionadas ao seu conhecimento profissional. Tratar de
processos de aprendizagem de professoras é importante porque nosso
interesse está em explicitar o que permitiu a aprendizagem das participantes
durante o desenvolvimento de empreendimentos, priorizando, desse modo,
como aprenderam, ao invés de somente identificar o quê aprenderam.
Optamos por tratar da aprendizagem na formação de professores a partir da
Teoria Social da Aprendizagem, desenvolvida por Wenger (1998), na qual
aprender é consequência de “pertencer a” ou “ser membro de” uma
Comunidade de Prática. Para tanto, realizamos uma pesquisa qualitativa, com
enfoque interpretativo, na qual a análise de conteúdo contribuiu para a
compreensão das informações obtidas. Identificamos e descrevemos
aprendizagens das professoras em dois empreendimentos da Cop-
MatAnosIniciais, nomeadamente resolução e discussão de tarefas, e relato e
análise do relato do desenvolvimento de tarefas em sala de aula. Na análise de
tais empreendimentos, identificamos os seguintes elementos que permitiram
aprendizagens de seus membros: a oportunidade de expor/explicar a resolução
de tarefas; a oportunidade de partilhar informações; a aceitação do desafio de
interações comunicativas por meio de questionamento inquiridor; o relato do
ocorrido no encontro anterior para os membros que não estavam presentes; a
oportunidade de partilhar experiências de sala de aula. Durante essa análise,
observamos ainda que os elementos identificados emergiram devido à
presença de alguns fatores presentes no contexto da Cop-MatAnosIniciais,
como respeito, confiança, desafio e solidariedade, indicando, então, a
importância de relações pessoais no desenvolvimento profissional das
professoras. Os resultados de nossas análises sugerem que propostas de
formação que incluam elementos e fatores como os indicados neste estudo
mostram-se adequadas ao processo de formação do professor que ensina
matemática, apresentando-se, então, como uma alternativa para programas de
formação de professores, geralmente pautados em cursos de treinamento.
Empreendimentos de uma Comunidade de Prática de professores de Matemática na busca de aprender e ensinar frações
Márcio Roberto da Rocha, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 25/06/2013
No presente estudo, investigamos como um contexto de formação, caracterizado como
Comunidade de Prática (WENGER, 1998), colabora para aprendizagens de professores que
ensinam Matemática. A formação foi constituída por reuniões semanais no Colégio
Estadual de Paranavaí, com a participação de seis professoras dos anos finais de Ensino
Fundamental, uma professora recém-formada, professora formadora e o pesquisador. Ao
longo do período da pesquisa foram constatados elementos que evidenciaram como o grupo
investigado foi se constituindo uma Comunidade de Prática. Optamos pela abordagem
qualitativa na intenção de responder à questão de investigação Que elementos do contexto
de uma Comunidade de Prática de professores de Matemática permitem aprendizagens de
seus membros ao lidarem com empreendimentos na busca de aprender e ensinar
frações?Para isso, buscamos descrever a trajetória da comunidade investigada para
identificar os empreendimentos mobilizados na busca de aprender e ensinar frações. A
análise das informações foi feita a partir de episódios que revelaram processos de
negociação de significados, destacando a interação entre os processos de participação e
reificação ocorridos na articulação e desenvolvimento dos empreendimentos, no sentido de
evidenciar o que os membros dessa comunidade, aprenderam no que se refere aos
conhecimentos profissionais de professores de Matemática. Desse modo, foi possível
identificar elementos da prática da comunidade investigada que permitiram essas
aprendizagens, nomeadamente a oportunidade de: refletir/discutir a respeito da prática
pedagógica; compartilhar experiências; produzir material manipulativo (oficina) explorando
suas potencialidades; elaborar e resolver tarefas associadas ao material manipulativo
construído; refletir sobre aplicação dessas tarefas em sala de aula; enfrentar desafios;
questionar e ser questionado (compromisso com a justificação); reflexão a respeito do
processo de formação continuada.
Um Estudo sobre o Pensamento Algébrico em uma Comunidade de Prática de Formação de Professores de Matemática
Janaina Soler Caldeira, Profª. Drª. Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino
Data da defesa: 16/04/2010
No presente estudo, investigamos uma das ações do projeto de extensão universitária
“Educação Matemática de Professores de Matemática”, desenvolvido na Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Essa ação foi constituída por reuniões semanais na
universidade, com a participação de seis estudantes do curso de Licenciatura em
Matemática da UEL, um professor recém-formado, professores formadores da UEL e a
autora do presente trabalho. Optamos pela abordagem qualitativa, de cunho interpretativo,
na busca de responder à pergunta de investigação “Como uma ação de formação, no
contexto do projeto de extensão universitária ‘Educação Matemática de Professores de
Matemática’, colabora para aprendizagem de futuros professores de matemática?”. Para
isso, buscamos descrever e analisar o processo de constituição e de desenvolvimento de
uma Comunidade de Prática (WENGER, 1998) de formação de professores na ação do
projeto, e analisar os processos de negociação de significados ocorridos no
desenvolvimento de tarefas específicas sobre o pensamento algébrico. O envolvimento
com o grupo investigado caracterizou um tipo de pesquisa que, segundo Krainer (2003),
combina intervenção e pesquisa, e pode ser chamada de pesquisa intervenção. Desse
modo, além de desempenharmos o papel de pesquisadoras, também atuamos como
formadoras, na busca de promover o desenvolvimento dos participantes. A análise global
descreveu elementos caracterizadores do repertório compartilhado e dos
empreendimentos articulados que sustentaram o domínio e a prática da comunidade. A
análise local possibilitou definir algumas formas de participação dos membros e descrever
“como” alguns termos, alguns conceitos ou algumas expressões sobre o pensamento
algébrico foram abordados nas negociações de significados e revelaram mudanças na
identidade dos participantes em se formarem professores de Matemática. Concluímos que
a formação de Comunidades de Prática em contextos de formação inicial pode colaborar
com a aprendizagem de futuros professores, uma vez que possibilita a negociação de
significados na prática, e a constituição da identidade em formar-se professor de
matemática.