Ações docentes com características avaliativas em aulas de Matemática no Ensino Secundário Geral moçambicano
Gabriel Mulalia Maulana, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 15/08/2022
Esta tese apresenta uma pesquisa que investigou ações docentes avaliativas em aulas de Matemática no 2º ciclo do Ensino Secundário Geral moçambicano, com o objetivo de descrevê-las e interpretá-las. Consideramos ação docente avaliativa, toda a ação docente com característica avaliativa, ou seja, toda a ação docente pela qual o professor investiga e/ou modifica ou mantém o status do saber do aluno. A questão de pesquisa foi: Quais ações docentes com características avaliativas são realizadas pelos professores de Matemática em suas aulas no Ensino Secundário Geral moçambicano e como elas podem ser interpretadas? A pesquisa foi realizada envolvendo quatro professores de Matemática de três Escolas Secundárias Gerais da Província de Cabo Delgado, Moçambique, e os dados foram coletados por meio da observação direta em sala de aula, autoscopia e entrevista reflexiva e analisados qualitativamente segundo procedimentos da Análise de Conteúdo. A descrição fundamentou-se nas ações docentes em aulas de Matemática e a interpretação nos preceitos da avaliação concebida como vetor [investigação, aprendizagem] e que cumpre as etapas de Estimular, Acessar, Interpretar e Regular. Desse processo analítico-interpretativo identificamos quinze ações docentes avaliativas: Advertir, Comentar, Deslocar, Escrever, Esperar, Explicar, Indicar, Interpretar, Ouvir, Pedir, Perguntar, Relembrar, Reprovar, Validar e Ver. Essas ações docentes estão relacionadas às etapas da avaliação da seguinte forma: Estimular (Escrever, Explicar, Indicar, Pedir, Perguntar), Acessar (Ouvir e Ver), Interpretar (Interpretar) e Regular (Advertir, Escrever, Explicar, Pedir, Perguntar, Relembrar, Reprovar e Validar). As ações de Deslocar e Esperar agenciam as ações de Acessar. Os atos avaliativos das ações docentes foram mais frequentes do que os de ensino, tanto em cada ação, assim como em cada momento da aula e a avaliação realizada por meio dessas ações docentes foi formativa. Esses resultados alargam a compreensão das relações com o saber que são estabelecidas em aulas de Matemática e expõem o descompasso caracterizado por mínima menção de ações docentes avaliativas nos discursos, em relação às realizadas na prática, que são muitas.
A Avaliação Formativa como oportunidade de aprendizagem: fio condutor na prática pedagógica escolar
Osmar Pedrochi Junior, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 13/03/2018
Na pesquisa de dissertação deste autor, a avaliação escolar foi apresentada como oportunidade de aprendizagem. Nesta tese, dando continuidade ao trabalho, pretende-se ampliar essa perspectiva da avaliação e apresentá-la como fio condutor da prática pedagógica. Optou-se por uma pesquisa de caráter qualitativo, de cunho especulativo por se constituir em uma obra da produção de enunciados teóricos sobre outros enunciados teóricos. Todas as ações realizadas no processo de ensino e aprendizagem que contém o processo da avaliação formativa visam à aprendizagem. A avaliação formativa é um processo contínuo desenvolvido durante todo o período letivo, que se inicia com o planejamento das primeiras tarefas e vai até a análise da última ação de regulação. Como tem o mesmo principal objetivo, proporcionar a aprendizagem dos alunos, pode, a partir da sua essência, conduzir as práticas em sala de aula.
Um Estudo do Caráter de Continuidade na Avaliação Didática
José Emídio Gomes Benedito, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 17/12/2018
Esta dissertação apresenta um estudo do caráter de continuidade na avaliação didática, desenvolvido sob a perspectiva metodológica da pesquisa de natureza teórica e especulativa em educação (VAN DER MAREN, 1996; MARTINEAU, SIMARD, GAUTHIER, 2001), uma vez que a intenção é constituir uma produção de enunciados teóricos sobre outros enunciados teóricos (VAN DER MAREN, 1996). Para isso, fez-se um inventário das palavras “contínua”, “feedback” e “continuidade” nos autores estudados. Durante a realização desse inventário, para uma exploração mais ampla, o pesquisador sentiu a necessidade de expandir o rol das palavras inventariadas e, com isso, foram incluídas “finalidade”, “propósito”, “processo”, “objetivo”, “característica”, “função”, “formativa”, “regulação”, “autoavaliação”, “autorregulação” e “tarefa”, objetivando entender o processo de continuidade presente na avaliação didática. Após realizar os inventários, o próximo passo foi cotejar os aspectos julgados relevantes que pudessem identificar o que é tomado como continuidade no processo de avaliação da aprendizagem e, também, identificar o que pode caracterizar uma avaliação da aprendizagem escolar como contínua na perspectiva da Educação Matemática Realística. Pode-se observar que a avaliação, para ser contínua, atende aos princípios de avaliação adotados na RME, possui como propósito buscar evidências, em todos os momentos, considerando toda informação possível que possa permitir ao professor uma ampla visão das ações, formais ou não, subsidiando-o na tomada de decisões e fornecendo suporte para acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.
Oportunidade para aprender: uma prática da reinvenção guiada na prova em fases
Magna Natalia Marin Pires, Profª. Drª. Regina Luzia Corio de Buriasco
Data da defesa: 25/02/2013
Este trabalho descreve e analisa uma pesquisa com uma prova em fases, realizada com nove professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal do Paraná. Essa prova foi analisada como uma forma de realizar uma reinvenção guiada na perspectiva da Educação Matemática Realística. A Prova em Fases, tomada como instrumento também de avaliação formativa, viabilizou à pesquisadora/formadora analisar o trabalho das participantes em diferentes momentos, para fazer intervenções que considerou oportunas. Na reinvenção guiada conduzida neste estudo como estratégia de formação continuada, as participantes desempenharam um papel fundamental como protagonistas da aprendizagem. As questões da prova foram o ponto de partida para o processo de reinvenção e, nesse processo, a pesquisadora/formadora participou como guia, recurso, mediando o processo com perguntas e considerações a respeito da produção escrita das participantes. Estas, em lugar de serem meras receptoras de uma matemática pronta e acabada, desempenharam o papel de agentes do processo desenvolvido e, como tal, foram estimuladas a utilizar sua própria produção na “re-invenção guiada”, uma vez que diferentes estratégias, por vezes refletindo diferentes níveis, puderam ser provocadas e utilizadas de forma produtiva no processo de aprendizagem.
Relações com o saber e o aprendizado em física por meio da avaliação formativa em um curso de introdução à mecânica clássica
Henrique Cesar Estevan Ballestero, Prof. Dr. Sérgio de Mello Arruda
Data da defesa: 06/08/2009
Este trabalho, de cunho qualitativo, analisa o envolvimento e a permanência de cinco alunos em um curso introdutório de mecânica clássica, tendo como embasamento teórico, para esse fim, as obras de Bernard Charlot que versam sobre a temática das relações com o saber; as de Thomas Kuhn sobre o aprendizado em Física, bem como referenciais relativos à avaliação formativa. Como resultados, apontamos a formação de uma rede de relações construídas pelos alunos ao longo do curso destacando a importância de uma exposição sistemática do aprendiz a situações exemplares desse ramo científico, bem como, o convívio com pares já fluentes nessa linguagem, a fim de que haja uma significativa contribuição na aquisição desse novo vocabulário, aquisição essa que pode ser ainda mais acentuada se existir, no processo de ensino-aprendizagem, um sistema avaliativo que contribua para a autorregulação do aprendizado dos alunos.