Um Estudo das Ações Docentes em Aulas de Química no Ensino Médio
Larissa Caroline da Silva Borges, Profª. Drª. Fabiele Cristiane Dias Broietti
Data da defesa: 17/03/2020
Nesta dissertação, apresentamos um estudo das ações docentes em aulas de Química no Ensino Médio. O objetivo da pesquisa foi identificar e descrever as ações docentes nessas aulas, buscando responder às seguintes questões de pesquisa: O que os professores fazem, de fato, em aulas de Química no Ensino Médio? E quais categorias podem descrever suas ações? Para isso, os procedimentos metodológicos adotados foram gravações em áudio e em vídeo e anotações em caderno de campo de dez aulas de dois professores de Química, denominados P1 e P2, que atuam no Ensino Médio em escolas públicas localizadas no município de Londrina-PR. Como metodologia de análise e de interpretação das informações obtidas, utilizamos a Análise de Conteúdo, considerando as etapas de pré-análise, de exploração do material e de tratamento dos resultados. A partir de um mapeamento inicial das aulas que foram coletadas, identificamos que elas poderiam ser divididas em grupos, dessa forma, para cada um dos professores, analisamos duas aulas pertencentes a dois grupos distintos, comuns a P1 e a P2, sendo esses grupos de aulas expositivas dialogadas com resolução de exercícios e de aulas experimentais desenvolvidas no laboratório de ciências. Com relação aos resultados, pudemos identificar que, para o primeiro grupo das aulas expositivas dialogadas, foram identificadas 12 categorias de ação docente para P1 (Explica; Pergunta; Escreve; Atividades Burocrático-Avaliativas; Espera; Distribui; Responde; Representa; Informa; Adverte; Organiza; e Retoma) e 13 categorias para P2 (Explica; Pergunta; Escreve; Representa; Espera; Lê; Atividades Burocrático-Avaliativas; Atividades Burocrático-Administrativas; Responde; Adverte; Organiza; Retoma; e Cumprimenta), sendo que, para ambos, as ações com maior incidência foram Explica-Pergunta-Escreve, sugerindo um modelo de aula Exp-Per-Esc, relacionado à abordagem e ao tipo de recurso utilizado. Já para as aulas experimentais, segundo grupo, foram evidenciadas 15 categorias de ação para P1 (Orienta; Espera; Pergunta; Explica; Supervisiona; Desloca; Organiza; Responde; Informa; Demonstra; Atividades Burocrático-Avaliativas; Discute; Distribui; Adverte; e Retoma) e, igualmente, 15 categorias de ação para P2 (Espera; Orienta; Supervisiona; Organiza; Explica; Distribui; Responde; Demonstra; Lê; Adverte; Pergunta; Discute; Atividades Burocrático-Administrativas; Retoma; e Atividades Burocrático-Avaliativas), sendo que, para P1, as ações com maior incidência foram Orienta, Espera, Pergunta e Explica, sugerindo um modelo de aula Ori-Esp-Per-Exp e, para P2, Espera, Orienta, Supervisiona e Organiza, sugerindo um modelo Esp-Ori-Sup-Org. A partir das categorias de ação evidenciadas, realizamos um movimento de apresentação dos dados obtidos por meio de modelos gráficos que possuem relação temporal com a aula e sugerem um entrelaçamento existente entre as ações identificadas. A observação detalhada desse entrelaçamento permitiu a identificação de ações centrais, que são aquelas com maior incidência e que caracterizam a aula e as ações periféricas, que são ações pontuais.