Metodologia da problematização como encaminhamento da temática sexualidade na escola: implicações para formação inicial de professores
Renata Lucas Lando, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 26/08/2010
O presente estudo tem como principal objetivo investigar as possibilidades e os eventuais limites da utilização da Metodologia da Problematização enquanto um dos possíveis encaminhamentos metodológicos na abordagem da Educação Sexual na escola. Utilizou- se a Metodologia da Problematização e o Arco de Maguerez como uma das possíveis estratégias de ensino junto aos graduandos da primeira série do curso de Biologia Licenciatura Plena de uma Instituição Pública de Ensino Superior do Município de Jacarezinho, situado ao Norte do Paraná, para desenvolver atividades que contemplem os objetivos propostos para a Educação Sexual na escola, como por exemplo, levar aos alunos a ter consciência crítica e tomar decisões responsáveis a respeito de sua sexualidade, (por meio dos Temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCE). Os dados foram obtidos a partir de notas de campo, como também por meio de gravação de áudio no decorrer dos encontros. Foram analisados de forma qualitativa e interpretativa fundamentada na literatura. Pode-se constatar que mesmo havendo particularidades em cada uma das etapas do Arco de Maguerez (Observação da Realidade, Pontos-Chave, Teorização, Hipótese de Solução e Aplicação a Realidade), houve a possibilidade de exploração da realidade e o levantamento de situações problemas as quais foram elencados em conjunto, com a participação de todos os graduandos participantes da pesquisa. Foi possível, também, o acesso aos conhecimentos acerca da temática abordada, levantamentos das hipóteses de solução do problema que também foram discutidos e debatidos por todos os grupos e por fim, a escolha da aplicação à realidade que mais condizia com a realidade proposta. Portanto, apesar de alguns limites à Metodologia da Problematização e o Arco de Maguerez verificou-se que a mesma pode ser utilizada como um dos possíveis encaminhamentos metodológicos, pois existem aproximações entre os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCE) que sustentam os objetivos da Educação Sexual no contexto escolar.
Aproximações entre o Arco de Maguerez e as Atividades de Educação Ambiental na Escola: Limites e Possibilidades
Matheus Fabrício Verona, Prof. Dr. Álvaro Lorencini Júnior
Data da defesa: 24/03/2009
A gravidade da atual situação ambiental fornece indícios de que o processo educativo nessa área é condição necessária para revermos o quadro de desequilíbrios de nosso planeta. Mas, para isso, é essencial que se priorize os fundamentos de uma Educação Problematizadora – centrada no diálogo, na criatividade, na reflexão e, portanto, no aluno. Nesse sentido, com o presente trabalho, ao avaliar a aplicabilidade da Metodologia da Problematização como um procedimento que permite contemplar os pressupostos e objetivos da Educação Ambiental para o contexto escolar, busca-se fornecer uma contribuição ao ensino dessa temática em Ciências Naturais. Sendo assim, a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez foi adotada como estratégia de ensino junto a duas turmas (5ª e 6ª séries) do segundo ciclo do Ensino Fundamental de uma escola localizada nas proximidades do Rio Mogi-Guaçu, no município de Pirassununga / SP, para desenvolver atividades de Educação Ambiental. Os dados coletados, a partir de notas de campo e entrevistas semiestruturadas com os alunos e o professor das turmas, foram analisados por meio de uma abordagem qualitativa e interpretativa fundamentada na literatura. Pôde-se constatar que, apesar das particularidades de cada uma de suas cinco etapas – observação da realidade e definição de um problema de estudo; pontos- chave; teorização; hipóteses de solução e aplicação à realidade – percorrer o Arco de Maguerez possibilita: explorar situações-problemas definidas em um cenário próximo ao cotidiano dos alunos; ter acesso aos seus conhecimentos prévios acerca do problema investigado; concretizar momentos interdisciplinares ou de abordagem transversal do tema em discussão; trabalhar com atividades experimentais; criar um espaço para a discussão, exposição e confronto de ideias; exercitar a tomada de decisão a partir da utilização de critérios previamente definidos e, também, interagir, diretamente, como a comunidade que convive com o problema identificado ‘in loco’. Ressalta-se, entretanto, que configuram obstáculos à concretização dessa estratégia metodológica quando utilizada no desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental no Ensino Fundamental: o excessivo número de alunos por turma; a falta de assiduidade dos educandos; a insegurança para defender suas próprias concepções e tomar decisões coletivas; o longo tempo necessário para o desenvolvimento desse tipo de atividade, o que se soma aos escassos recursos financeiros das escolas e à sua estrutura física que não privilegia trabalhos que extrapolam a sala de aula. Portanto, apesar de alguns limites, existem aproximações dos princípios teóricos e práticos entre a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez e os documentos que sustentam os objetivos da Educação Ambiental, o que permite afirmar que esse é um possível procedimento organizador de atividades ambientais no contexto escolar.