Os modos de ser PIBID
Angélica Cristina Rivelini-Silva, Prof. Dr. Moisés Alves de Oliveira
Data da defesa: 16/12/2016
A presente tese busca compreender o processo de construção do espaço discursivo do subprojeto PIBID- Química UTFPR-Câmpus Apucarana. Esse processo foi analisado a partir das práticas discursivas e não discursivas que envolvem e constituem os bolsistas do subprojeto, afim de entendê-las como produtoras de um discurso que articula os dispositivos pedagógicos ao regular e autorizar os bolsistas a se perceberem em um espaço diferente ao da licenciatura. As análises permitiram uma justaposição entre os discursos colocados em circulação no espaço PIBID/Ap, como formação de professores, pedagogias, escola básica e avaliação constituintes do discurso do programa. Para que essa reflexão fosse possível, desviei o olhar de qualquer naturalidade e analisei os dados registrados durante um período de doze meses. Ao participar das reuniões semanais e atividades do grupo PIBID/Ap compus um registro de pesquisa formado por diário de campo (anotações), gravação de áudio e filmagem. Com esse material fui descrevendo as práticas que envolvem os bolsistas de iniciação à docência e de coordenação e pude apreender o processo de construção do espaço PIBID/Ap e a produção de verdades que regulam o seu funcionamento. Fundamentada teórica e metodologicamente em Foucault, especialmente nos conceitos de genealogia para um caminho metodológico e nas ferramentas conceituais de acontecimento, dispositivo, subjetivação e heterotopia, busquei entender como o espaço PIBID/Ap tornou-se produtor de verdades e de modos de subjetivação. O processo de implantação do programa e as atividades desenvolvidas nas reuniões semanais de orientação, me autorizaram a assumir o pressuposto de que no espaço PIBID/Ap desenvolvem-se práticas discursivas produtoras de modos de ser PIBIDiano. Na articulação dos conceitos de subjetividade e heterotopia, foi possível constatar que há uma relação intrínseca entre a representação do que seria o ‘professor melhor’ e a subjetividade do sujeito bolsista. Olhar para o PIBID/AP como construtor de heterotopias o torna um espaço de multiplicidade, de experiência e de singularidade – heterotopia acontece como possibilidade.