Teses e Dissertações
Palavra-chave: ação docente
UM ESTUDO DAS AÇÕES DE LICENCIANDOS EM QUÍMICA AO PLANEJAR E EXECUTAR AULAS EXPERIMENTAIS
ANDRIELE CORAIOLA DE SOUZA, Profa . Dra . Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 22/03/2022
Esta tese apresenta os resultados de uma investigação qualitativa com os objetivos
de identificar, descrever e categorizar as ações de ensino planejadas e executadas
por graduandos de Química durante aulas experimentais investigativas. O estudo
também analisa as implicações da atividade experimental dentro de uma abordagem
investigativa durante a atuação dos licenciandos em Química. Os dados foram
coletados por meio do acompanhamento de duas duplas de graduandos de Química
em disciplina de Estágio Supervisionado, por meio de planos de aula e filmagens
das aulas ministradas. O corpus foi categorizado e analisado por meio da Análise
Textual Discursiva (ATD). A partir dessa análise, foram criadas categorias baseadas
em três níveis de ações: macroações, ações e microações. Apresentamos a
categorização em dois blocos: as aulas experimentais de D1 e posteriormente de
D2. Como resultado, as macroações estabelecidas no plano de aula de D1 foram:
introdução da aula, realização de experimentos, apresentação e explicação de
experimentos e sistematização de conceitos. Distribuídas entre as macroações,
encontramos 10 ações e 19 microações. Para D2, as macroações encontradas
foram: introdução da aula, realização e explicação dos experimentos, sistematização
de conceitos e conclusão da aula. Essas macroações abrangeram 8 ações e 17
microações. Na categorização das ações realizadas, houve uma expansão
considerável com 25 e 21 ações docentes, respectivamente, por D1 e D2. Ao final,
articulamos as ações encontradas pelas duplas em cada etapa do planejamento e
execução das aulas. Assim, ao compararmos as ações pretendidas, percebemos
que entre os principais objetivos estavam: contextualizar, discutir, distribuir, explicar,
organizar, perguntar e questionar, ainda que em momentos distintos do
planejamento da aula. Notamos que algumas ações advêm do contexto da atividade
experimental e da participação ativa dos estudantes nas etapas processuais,
influenciando as ações dos estudantes de graduação e exigindo a mobilização de
conhecimentos diversos que se desdobraram em diferentes ações. No esforço de
ampliar o olhar sobre a ação docente, buscamos aproximar a análise realizada de
outras pesquisas da área (ASSAI, 2019; BORGES, BROIETTI, ARRUDA, 2021), o
que nos proporcionou uma reflexão sobre ações comuns em o desenvolvimento de
aulas experimentais de Química. Quando olhamos para as ações docentes frente à
atividade experimental, podemos possibilitar uma melhor compreensão da sua
complexidade e da prática dos professores de Química, evidenciando
especificidades. Além disso, ao analisar o que de fato é feito numa atividade
experimental, podemos contribuir para a validação e ampliação da visão teórica.
Um estudo sobre as ações docentes compartilhadas de residentes do programa de residência pedagógica de um curso de licenciatura em química
CASSIA EMI OBARA, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 22/12/2021
O Programa de Residência Pedagógica (PRP) faz parte da Política Nacional de Formação de Professores e possibilita aos licenciandos uma imersão na prática escolar. O PRP/UEL/Química criou uma dinâmica de discussão teórica e prática, incentivando também a pesquisa. Ao ingressarem na sala de aula, os residentes formaram quatro duplas e um trio. Diante disso, esta tese apresentou como principal objetivo: identificar, por meio das ações docentes, como atuam os residentes nesta configuração de “docência compartilhada”. As questões que nortearam esta pesquisa são: Quais são as categorias de ação de residentes em aulas de Química? Há ações docentes compartilhadas nas aulas ministradas em duplas ou trios entre os residentes participantes? Como as ações são gerenciadas pelos atores nesses momentos? Orientados pela pesquisa qualitativa, tratamos de descrever nossa análise de dados, pautada na Análise Textual Discursiva (ATD). Observar as experiências adquiridas pelos residentes, nos fizeram voltar o olhar sobre a sala de aula. Desta maneira, procuramos investigar os fenômenos que poderíamos encontrar nas aulas dos residentes. As aulas eleitas para análise partiram das relações entre a dupla ou trio de residentes: as aulas A16, A25 e A66. Em A16 identificamos 4 momentos em que duas ou mais ações docentes foram efetuadas simultaneamente por dois ou três residentes: No primeiro momento, levantamos 9 diferentes ações docentes compartilhadas; no segundo momento, 2 ações docentes compartilhadas; no terceiro momento, 1 ação; no quarto momento, 5 ações docentes compartilhadas. Na aula A25 identificamos 5 momentos em que as ações dos residentes foram levantadas simultaneamente: para o primeiro momento, foram 5 ações docentes compartilhadas diferentes; no segundo, 2 ações; no terceiro, 1 ação, no quarto 10 ações e no quinto momento foram 3 categorias de ação docente compartilhada. Em A66 identificamos 4 momentos em que as ações docentes compartilhadas se estabeleceram: o primeiro momento, levantamos 3 diferentes categorias de ação docente compartilhada, segundo, 2 ações, no terceiro momento, 1 ação e no quarto momento, 3 ações docentes compartilhadas. A busca pelas ações docentes compartilhadas possibilitou visualizar a mobilização dos residentes na prática docente. Tais ações estabelecidas foram frutos de um processo formativo, organizado, planejado e discutido previamente, o que possibilitou uma articulação entre as práticas das duplas e trios de residentes.
Ações docentes e discentes em aulas de matemática que exploram objetos de aprendizagem na lousa digital
Fábio Roberto Vicentin, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 25/08/2022
Esta pesquisa de natureza qualitativa teve como principal objetivo caracterizar as ações
docentes e discentes, evidenciando suas conexões, em aulas de Matemática fundamentadas na
exploração de objetos de aprendizagem na lousa digital. Assim, a principal questão de
pesquisa norteadora desta investigação, para a qual buscamos respostas, foi: Quais ações
docentes, ações discentes e eventuais conexões podem ser observadas em aulas de
Matemática que exploram objetos de aprendizagem na lousa digital? Os procedimentos
metodológicos se basearam na Análise de Conteúdo assumida como uma proposta teórica
utilizada como método de coleta e de análise de dados qualitativos. As aulas foram planejadas
pelo professor pesquisador, autor desta tese, que, também, implementou as mesmas com
grupos de alunos do Ensino Fundamental e Médio, nos anos de 2016 e 2019. Na proposição
dos cinco artigos que integram esta tese, no formato multipaper, evidenciamos diferentes
categorias que expressam ações docentes (22) – Auxilia, Calibra, Comenta, Coordena,
Demonstra, Discute, Entrega, Espera, Explica, Expõe, Incentiva, Indica, Liga, Pergunta,
Presta Atenção, Projeta, Realiza Chamada, Resolve, Responde, Solicita, Sugere, Valoriza – e
discentes (41) – Aceita, Apaga, Arrasta, Arrisca, Assinala, Auxilia, Busca, Comemora,
Confere, Descobre, Desenha, Discute, Escreve, Escuta, Espera, Explica, Fala, Fotografa,
Incentiva, Indica, Inicia, Justifica, Lê, Mexe, Não Aceita, Observa, Organiza, Participa,
Percebe, Pergunta, Presta Atenção, Realiza, Recebe, Registra, Responde, Seleciona, Sente
Interesse, Solicita Auxílio, Solicita Explicação, Sugere, Utiliza – consideradas como
resultantes, tão somente, do tipo de aulas – fundamentadas na exploração de objetos de
aprendizagem na lousa digital. Ainda, o processo de análise utilizado nesta pesquisa
possibilitou legitimarmos que existem ações docentes que podem estar ou não conectadas às
ações discentes. Por fim, referente a análise das categorias de ações docentes e discentes, tal
movimento permitiu-nos, também, constatar semelhanças e diferenças entre essas categorias
em aulas de Matemática com diferentes abordagens (tradicional, utilização de jogos, uso de
materiais manipuláveis e exploração de objetos de aprendizagem) utilizadas pelos professores
Ações docentes remotas de professores que ensinam Matemática no Ensino Superior
Vanessa Cristina Rhea, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 24/02/2022
As ações docentes vêm sendo foco de pesquisas em várias áreas do ensino. Até
então, tais investigações se destinavam às ações docentes referentes ao ensino
presencial. Porém, a pandemia de COVID-19, que impôs que o ensino acontecesse
de forma remota, propiciou condições para que fosse estendida também tal
investigação a esta modalidade de ensino. Assim, esta pesquisa foi desenvolvida com
o objetivo de identificar e categorizar as ações que os professores que ensinam
Matemática no Ensino Superior alegam ter feito para organizar e ministrar aulas no
Ensino Remoto Emergencial. As ações docentes remotas foram definidas como sendo
as ações exercidas pelo professor durante as aulas remotas e aquelas em que ele
empreende para planejar e organizar as aulas e as disciplinas neste formato de
ensino. Tais ações são oriundas de um processo teórico-prático, considerando o que
o docente tem de possibilidades ao seu alcance nos diferentes momentos e aulas.
Esta investigação aconteceu com onze professores que ensinaram Matemática no
Ensino Superior de forma remota entre os meses de março de 2020 e janeiro de 2021,
em seis diferentes instituições de ensino do estado do Paraná. A metodologia utilizada
foi a abordagem Qualitativa e a Análise Textual Discursiva (ATD) para as análises dos
dados, que foram obtidos por meio de entrevistas realizadas via Google Meet,
gravadas e transcritas. A partir das análises, as ações docentes remotas identificadas
foram agrupadas em dois momentos, denominados Poscênio e Execução. O Poscênio
abrangeu um conjunto de 7 ações (Autoforma, Adquire, Organiza, Elabora, Envia,
Comunica e Avalia), que envolveram 50 microações diferentes, as quais caracterizam
o preparo da disciplina e das aulas. O momento Execução, compreendeu 6 ações
(Operacionaliza, Escreve, Explica, Responde, Espera e Interrompe) e 38 microações
que indicam o que o professor colocou em prática de forma síncrona em suas aulas.
Com base em resultados obtidos, como o maior número de ações e microações no
Poscênio quando comparado à Execução, concluímos que o Ensino Remoto exigiu
dos professores um grande esforço na busca por informações e um elaborado
planejamento para a realização das aulas, o que talvez explique as angústias
reveladas por eles durante as entrevistas realizadas para esta pesquisa.
Ações Docentes e Discentes em Aulas de Matemática no Ensino Fundamental: uma Abordagem a partir do Campo da Formação de Professores
Mariana Passos Dias, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 18/02/2022
Esta tese apresenta um estudo que procurou caracterizar as ações docentes e discentes, sob uma perspectiva referente ao campo da formação de professores, em aulas de Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental, direcionadas pelas tendências/perspectivas em Educação Matemática. A questão investigativa pode ser descrita da seguinte forma: Quais ações docentes e discentes são observadas em aulas de Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental e como podem ser interpretadas? Os dados foram coletados por meio de gravações em vídeo, áudio e notas de campo, a partir da observação direta de aulas de professores de Matemática dos Anos Finais do Ensino Fundamental em uma escola da rede estadual do município de Londrina, estado do Paraná, e organizados e analisados segundo os procedimentos indicados pela Análise de Conteúdo. Os resultados apontaram a obtenção descritiva de categorias de ação docente e discente para dois encontros em que a Investigação Matemática e Tecnologias Digitais estiveram presentes. Outras duas aulas foram retomadas, orientadas por Materiais Manipuláveis e Jogos. Com isso, alocamos as ações em seis categorias gerais: categorias de ação relacionadas à abordagem adotada, categorias de ação referentes à atividade realizada, categorias de ação que remetem à organização da aula, categorias de ação que demonstram emoções/sentimentos, categorias que representam ações dispersivas e categorias de caráter burocrático-administrativas. Essas categorias têm potencial de permitir um olhar abrangente sobre as ações docentes e discentes que podem ser verificadas em aulas de Matemática e de outras áreas do conhecimento.
Um estudo das ações docentes relacionadas ao uso de recursos didáticos em aulas da Licenciatura em Ciências Biológicas
Geovana Caldeira Lourenço, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 03/03/2021
Nesta dissertação, apresentamos um estudo das ações docentes relacionadas ao uso de recursos didáticos em aulas de um curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Nossos objetivos consistiram em descrever e categorizar as ações docentes nessas aulas, além de analisá-las quanto aos recursos didáticos utilizados. Para tanto, realizamos gravações em vídeo de cinco aulas de seis docentes que atuavam no referido curso em uma Instituição de Ensino Superior situada no interior do estado do Paraná, além de termos registrado informações complementares a seu respeito em notas de campo. Como referencial analítico, inspiramo-nos nas etapas da Análise de Conteúdo, propostas por Bardin (2011), resumidas em pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. Na pré-análise, organizamos nosso acervo de aulas para, então, selecionar aquelas que seriam submetidas às etapas subsequentes. Para atender aos objetivos que delineamos, selecionamos três aulas ministradas por um docente codificado como P1 em duas disciplinas distintas: D1P1 e D2P1. Da disciplina D1P1, selecionamos a aula A2D1P1, na qual foram utilizados slides como recursos, e a aula A5D1P1, na qual foram utilizados a lousa e o pincel marcador como recursos. Da disciplina D2P1, selecionamos a aula A4D2P1, na qual foram utilizados o quadro e o giz como recursos. Após a seleção, fizemos as transcrições, preparando para a etapa seguinte: a exploração do material. Nessa etapa, definimos as unidades de análise e realizamos a sua categorização em três níveis: macroações, ações e microações, as quais foram analisadas na etapa final, denominada tratamento dos resultados. Buscamos, pois, considerar semelhanças e diferenças entre as ações encontradas e o tempo dedicado pelo docente para cada uma delas nas respectivas aulas selecionadas. Com relação aos resultados, constatamos que as ações docentes de P1 podem ser descritas por dez macroações (Burocrático-Administrativa, Comenta, Dialoga, Ensina, Espera, Opina, Pergunta, Pessoal, Uso dos Recursos e Outros), 42 ações e 336 microações. Todas as macroações foram encontradas nas três aulas analisadas, tendo as ações e as microações divergido entre elas. Na aula A2D1P1, foram identificadas 34 ações e 168 microações; na aula A5D1P1, 37 ações e 173 microações e, na aula A4D2P1, 35 ações e 136 microações. Quanto aos recursos didáticos utilizados, verificamos que eles significaram categorias de ação e intervalo de tempo distintos. Esses resultados evidenciaram que, no contexto investigado, o uso dos slides singificou três ações (Confere, Indica e Manipula), para as quais P1 dedicou um intervalo de tempo inferior, comparativamente às demais; o uso da lousa e do pincel marcador significou cinco ações (Apaga, Confere, Dita, Escreve e Manipula), para as quais P1 dedicou intervalo de tempo intermediário, comparativamente às demais; e o uso do quadro e do giz significou quatro ações (Apaga, Confere, Escreve e Manipula), para as quais P1 dedicou intervalo de tempo superior, comparativamente às demais.
Um estudo das ações docentes em aulas de Ciências nos anos finais do Ensino Fundamental
Nathália Hernandes Turke, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 31/07/2020
Enquanto muitas pesquisas ditam o que professores devem fazer em sala de aula, buscamos compreender o que professores, de fato, fazem em sala de aula, sem possuir pretensão de prescrever como devem se comportar. Buscamos responder as seguintes questões: O que professores de Ciências fazem, de fato, nas aulas analisadas? Quais categorias poderiam descrever suas ações? Para tanto, traçamos os seguintes objetivos: Identificar e analisar as ações docentes em aulas de Ciências nos anos finais do Ensino Fundamental; Caracterizar e categorizar as ações de professores em aulas de Ciências. Com o intuito de responder as questões levantadas, investigamos três aulas de duas docentes de Ciências dos anos finais do Ensino Fundamental, sendo uma do sexto ano e duas do sétimo ano, nomeadas de A1P1, A1P2 e A2P2. As aulas foram analisadas à luz da Análise de Conteúdo. Foram encontradas quatro Macroações que descreveram as ações docentes, sendo: Burocrático-Administrativa, Fala, Espera e Ensina o Conteúdo. Além das Macroações, emergiram . As aulas foram analisadas à luz da Análise de Conteúdo. Foram encontradas quatro Macroações que descreveram as ações docentes, diferenciando-se nas aulas apenas pelo tempo desprendido, sendo: Burocrático-Administrativa, Fala, Espera e Ensina o Conteúdo. Além das Macroações, emergiram 19 Ações e 53 Microações em A1P1; 17 Ações e 51 Microações em A1P2; e 18 Ações e 47 Microações em A2P2. Percebemos que o tempo desprendido para as Macroações, bem como as Ações e as Microações foram alteradas de uma aula para outra, sendo influenciadas pelas ações de outros indivíduos, pelo conteúdo, pela estratégia de ensino escolhida e pelos recursos metodológicos e didáticos utilizados.
Um Estudo das Ações Pretendidas e Executadas por Licenciandos em Química no Estágio Supervisionado
Natany Dayani de Souza Assaí, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 16/12/2019
Esta tese apresenta o estudo das conexões entre as ações de planejadas e as ações
executadas por licenciandos em Química na disciplina de Estágio Supervisionado. As
questões que nortearam essa investigação foram: Quais as ações planejadas pelos
licenciandos em aulas de Química? Quais são as ações executadas pelos
licenciandos em aulas de Química? Quais as conexões entre o planejamento das
regências e as ações realizadas pelos estudantes no desenvolvimento das aulas na
disciplina de Estágio Supervisionado? Os dados coletados consistem no
acompanhamento de uma dupla de estágiarios por meio de gravações em vídeo das
regências, gravações em áudio das orientações com professor formador e
documentos produzidos na disciplina. Para a análise utilizamo-nos dos pressupostos
da Análise Textual Discursiva. Buscamos com essa investigação utilizar um
movimento inverso, partir do que os licenciandos/professores em formação realmente
fazem, caracterizando suas ações executadas, contrapondo com o que as ações
inicialmente pretendidas. Desse movimento, encontramos três níveis de ações: as
macroações, as ações propriamente dita; e as microações, correspondente ao
detalhamento dos verbos de ação. A caracterização das ações pretendidas evidenciou
um pequeno grupo de ações prioritárias previstas pelos licenciandos na fase
planejamento. A caracterização das ações executadas permitiram evidenciar que as
estratégias utilizadas modificam o conjunto de ações características para cada aula.
Além disso, emergiram ações características do contexto de Estágio Supervisionado,
tais como consultar, cronometrar e conversar. Nesse sentido, para cada aula
encontramos um conjunto de ações constituído por um grupo de ações comuns, ações
do contexto de Estágio e ações relacionadas às estratégias utilizadas. Diante disso,
apresentamos conjunto de ações para três blocos de aulas de Química: expositiva
com a demonstração de materiais do cotidiano; expostitiva com atividade experimental
e estudo de caso e expositiva com jogo lúdico Quiz. Além disso, ao articular as ações
planejadas com as executadas, observamos que a base de ações pretendidas se
mantém quando executadas em sala de aula, e desdobram-se em um conjunto
maiores de ações e microações, com a emergência de ações outras não previstas,
mas que geralmente são possibilitadas pelas ações pretendidas. Esses resultados
evidenciaram um aumento no conjunto de ações praticadas pelos licenciandos, a
variação de estratégias e a incorporação de ações de forma autônoma e recorrente
no decorrer das regências, além do desenvolvimento de competências e habilidades
associadas ao trabalho docente.Logo, reiteramos a importância de categorizar as
ações dos licenciandos em aula de Química, resultando em conjunto de ações ainda
não identificados em outras pesquisas, e também ao discutir a importância deste
componente curricular (Estágio) para compreender o percurso formativo dos
licenciandos e a sua formação profssional.
Um Estudo sobre as Ações Docentes em Sala de Aula em um Curso de Licenciatura em Química
Ronan Santana dos Santos, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 05/07/2019
Esta tese, desenvolvida numa perspectiva qualitativa, tem como objeto de estudo as ações do
professor em sala de aula (ARRUDA; LIMA; PASSOS, 2011), levando em consideração os
pressupostos teóricos da relação docente com o saber, a ação social e o desenvolvimento
profissional do docente. A pesquisa foi construída tendo como objetivo central descrever e
analisar as ações docentes em sala de aula de professores que atuam em um curso de
licenciatura em química, com o propósito de responder às seguintes questões de pesquisa: o
que o professor faz, de fato, em sala de aula e quais categorias poderiam descrever suas
ações? As ações executadas pelos professores diferem em função do conteúdo que ministram?
Os dados foram coletados por meio de gravações em áudio e vídeo de aulas (cada aula com
três horas de duração, isto é, quatro horas/aulas) de três docentes de disciplinas distintas,
denominados de P1, P2 e P3. Da professora P1 foram gravadas três aulas; da P2, quatro aulas,
e do P3, cinco aulas. De cada um deles selecionamos uma aula para realizarmos a análise.
Assim, o corpus foi constituído pelas transcrições das três aulas, com um total de doze horas.
A metodologia utilizada para a análise dos dados foi a Análise Textual Discursiva (ATD)
(MORAES; GALIAZZI, 2007), percorrendo suas quatro etapas: unitarização, categorização e
o metatexto fechando o ciclo de análise, promovendo o processo de auto-organização. As
categorias de análise, compreendidas como categorias de ação, foram organizadas como:
macroações, ações e microações. As macroações são os momentos mais amplos da aula e, na
aula de P1, totalizaram duas: discute e ensina; de P2 foram três: espera, ensina e discute; e de
P3 também somaram três: retoma, ensina e demonstra. As ações são, de fato, o que o
professor executa em sala de aula, expressos em verbos escritos na terceira pessoa do presente
do indicativo. Nas três aulas analisadas emergiram ao todo 33 categorias (verbos) de ação. As
microações, interligadas às categorias de ação e expressas em excertos extraídos das falas dos
professores, são atitudes dos professores em sala de aula, seus movimentos e suas
interlocuções realizadas com os alunos. A segunda questão de pesquisa foi respondida no
Capítulo 6, chegando à conclusão de que sim, que o conteúdo tem uma influência nas ações
executadas pelo professor em sala de aula. Para a aula analisada da professora P1, cuja
disciplina foi Química Orgânica II e o conteúdo ensinado foi alcenos, emergiram 9 categorias
de ação; para a aula da professora P2, cuja disciplina foi Estágio Curricular I e o conteúdo
ensinado foi formação de professores, emergiram 21 verbos de ação e para a aula analisada do
professor P3, cuja disciplina foi Física Geral e o conteúdo desenvolvido foi vetores, foram 15
categorias de ação. Das 33 categorias de ação emergentes nas aulas dos três professores, 25
aconteceram com exclusividade em cada uma das três aulas, evidenciando um aspecto
particular de cada docente de conduzir suas aulas que foram gravadas e analisadas.
Diálogos de Ensino e Aprendizagem e Ação Docente: Inter-Relações em Aulas de Ciências com Atividades Experimentais
Sérgio Silva Filgueira, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 12/04/2019
A pesquisa apresentada nesta tese teve como objetivo analisar Diálogos de Ensino e
Aprendizagem e Ações Docentes em aulas de Física e Química que envolviam atividades
experimentais. Foram filmadas as aulas de dois professores de um curso técnico de uma
instituição pública federal. A partir do texto proveniente das transcrições, categorizamos os
diálogos tendo os Focos da Aprendizagem Científica (FAC) como categorias a priori, nos
pautando pelas etapas da Análise Textual Discursiva (ATD). Os FAC são descritos
originalmente no artigo intitulado “O aprendizado científico no cotidiano”, de Arruda et al.
(2013). Em cada diálogo, identificamos o foco correspondente ao docente e aos alunos,
movimento que denominamos de oscilação focal. Dessa forma, foi possível obter um
mapeamento das interações entre os professores e estudantes no que diz respeito à
aprendizagem científica. Identificamos que a categoria mais expressiva nas aulas analisadas foi
a DAF3, ou seja, falas do docente e de alunos relacionadas ao Foco 3 (envolvimento com o
raciocínio científico). Esse fato pode ser compreendido pela natureza das atividades
desenvolvidas nas aulas analisadas. Na continuidade do processo analítico, categorizamos as
ações dos docentes em três níveis: macroações, ações e microações. A partir da associação
dessas duas fases da análise, percebemos que as microações fornecem elementos que
possibilitam uma melhor compreensão das oscilações focais nos diálogos de ensino e
aprendizagem (DiEA). Foi possível identificar que os diálogos associados ao Foco 3 varrem
uma maior quantidade de microações. Por fim, na busca do estabelecimento de relações entre
os focos e as ações, verificamos que, nas aulas da Docente 2, a quantidade de ações foi bem
maior que a quantidade de categorias de oscilação focal, demonstrando que sob a perspectiva
de um foco podem ocorrer um número variado de ações, pois a relação entre eles não é linear.